quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

UMA VITÓRIA INCOMPLETA

Companheiros,

A vitória do SIM na aprovação do acordo entre a CASSI e o BB foi uma conquista para todos.
Tanto para os associados, para a CASSI, e para o BB.
Mesmo com limitações, teremos fôlego financeiro até dezembro de 2019, quando serão promovidas novas rodadas de negociação entre os órgãos da Mesa de Negociação e o BB.
Mas temos de ser realistas para reconhecer que, apesar dos novos aportes financeiros conquistados com o SIM, esses recursos continuarão a serem insuficientes e limitados para cobrirem, de forma ampla e satisfatória, as necessidades de atendimento ao universo de associados e usuários da CASSI.
Já foram publicadas notas em redes de funcionários que denunciam que, apesar do aporte de novos recursos, assim mesmo o Plano CASSI Associados continuará em déficit financeiro.
Essas são colocações que devem ser esclarecidas pela CASSI, pois sempre proliferam comentários culpando a CASSI por várias ocorrências quando, em grande parte das vezes, a responsabilidade não é devida à atuação da CASSI mas a culpa é, equivocada ou até propositalmente, jogada em cima  da instituição.
Como exemplo, conto um fato que ocorreu com este articulista.
Há cerca de três anos, fiz uma operação para desentupimento de carótidas. Já preparado para a cirurgia e, com o médico e sua equipe à postos, fui avisado pela administração do hospital que a CASSI não havia aprovado parte dos custos da cirurgia.  De imediato, entrei em contato com a CASSI e foi confirmado que a autorização já havia sido dada. O que ocorreu foi que o hospital incluiu novos materiais necessários para a cirurgia, mas não pediu outra autorização da CASSI para cobrir os novos custos. Após a comunicação do acréscimo de despesas, a CASSI deu nova autorização sem mais delongas. Mas, é preciso ressaltar que, inicialmente, a culpa pela ocorrência foi, injustamente, jogada nas costas da CASSI.
Já conversei com membros da CASSI que citaram   casos semelhantes, causados por uma falha de comunicação  com a CASSI por parte de médicos, hospitais e clínicas.
Esse é claramente um problema de ordem administrativa.
Não é um problema de ordem médica.
Por essa razão, discordo que médicos sejam colocados à frente da administração da CASSI, até porque os dirigentes da CASSI são eleitos pelo seu corpo de associados, muito embora nada impeça que dirigentes eleitos da CASSI também tenham formação na área médica.
É importante ressaltar que esses representantes eleitos, em sua maioria, atuam há décadas na direção da CASSI, e acumulam uma carga de conhecimentos e experiências na área que supera a dos melhores profissionais do ramo.
Como exemplo mais evidente do correto ordenamento administrativo da CASSI, faço a comparação com a MÚTUA, o bem-sucedido plano de assistência do Judiciário no Rio de Janeiro.
Na MÚTUA, a Diretoria, e os Conselhos Deliberativo e Fiscal, são ocupados exclusivamente por juízes e desembargadores.
A área médica se restringe ao Programa de Prevenção, que é composto por 27 cargos, ocupados por profissionais ligados à área de saúde.
Mas quais são as razões básicas para o sucesso da MÚTUA?
Primeiro, inexiste problema de sustentabilidade financeira, como ocorre na CASSI, face ao alto nível de contribuição dos associados da MÚTUA, em razão de seu elevado patamar salarial. Outro aspecto relevante, é que na MÚTUA não existe o traço da Solidariedade, que é característica fundamental da CASSI.
Por tudo que foi citado, seria de estranhar que a MÚTUA registrasse qualquer ocorrência negativa junto à ANS – Agência Nacional de Saúde.
A CASSI dispõe de um quadro médico responsável para cuidar de assuntos relativos à área médica. Mas, embora não tenha dados numéricos à mão, calculo que, nem de longe, o número de profissionais do quadro médico da CASSI se equipare, estatisticamente ao quadro de usuários, ao da MÚTUA.
É preciso ressaltar que a MÚTUA conta com 5000 associados e está restrita ao  Rio de Janeiro, enquanto a atuação da CASSI cobre todo o país e presta assistência a 750.000 pessoas.
Na CASSI, casos singulares dentro da área médica são analisados no âmbito desse setor especializado.
O gigantismo e a complexidade dos serviços prestados pela CASSI, que abrange todo o país, exige um sistema cada vez mais abrangente, rápido e eficiente na área de TI-Tecnologia da Informação, para resolver problemas dessa natureza.
Apesar do ingresso de novos recursos, pergunta-se se existe margem financeira suficiente para a implementação e manutenção de um programa tecnologicamente sofisticado dessa envergadura no Brasil inteiro.
É preciso que a CASSI incremente um programa de contato e comunicação constante com os associados e usuários do sistema, para o esclarecimento de assuntos pertinentes à sua área de atuação.
Falo isso em razão de uma denúncia que foi encaminhada a este blog e que coloquei na área de comentários do artigo “Blog é Coisa Séria”, de 11.12.2016, e que se referia a “Não Autorização” de um exame especializado.  Esclareço que, em resposta ao companheiro, emiti uma opinião pessoal de que, como associado, usuário e, principalmente, como contribuinte da CASSI há mais de 50 anos, o comentarista deveria tornar a dirigir seu pleito diretamente à CASSI.
Um outro assunto, levantado por um articulista de projeção de nossa área, foi de que a CASSI não participou de um importante Congresso Mundial na área de Saúde da Família. Reproduzo abaixo, “ipsis litteris”, os termos de sua nota:
“Como é possível crer que a CASSI valorize adequadamente a ESF se não compareceu a um Congresso Mundial realizado no Rio de Janeiro, portanto, sem necessidade de caras viagens ao exterior, que tratou especificamente das experiências ocorridas no mundo inteiro em relação à saúde família?”
No que se refere aos casos supracitados, este blog - que publicou essas notas -  se coloca à inteira disposição da CASSI para noticiar as explicações que se façam pertinentes sobre a matéria.
No nosso entendimento, críticas como essas devem ser objetos de análises e de respostas de pronto por parte da CASSI, e os esclarecimentos devem ser   de domínio geral dos associados, para que não pairem dúvidas sobre a atuação da CASSI e para que sua imagem não seja maculada, e que, se for o caso, se tomem as providências adequadas para evitar ocorrências da espécie.
Outras indagações recorrentes são formuladas em relação à Implementação das medidas que foram acordadas no Acordo celebrado entre a CASSI e o BB. São levantadas críticas de que, depois de firmado o acordo, o assunto foi deixado de lado.
Por tudo isso, insisto na tese de que a CASSI está em desvantagem nessa guerra, não em razão dos esforços dispendidos para prestar uma mais ampla e aperfeiçoada prestação de serviços aos associados, mas    em razão da falta de amplitude de comunicação com seu quadro social.
Falando mais explicitamente, a CASSI está perdendo a GUERRA da COMUNICAÇÃO.

ADAÍ ROSEMBAK
Associado da ANABB, AAFBB e ANAPLAB

9 comentários:

  1. Prezado Adai, como sempre, bem colocado, e bem explicativo a materia sobre a CASSI. Se me permitir, gostaria de ver sua opiniao sobre o TETO DE BENEFICIOS DA PREVI, que o conselho deliberativo votou, no meu entender e segundo se comenta, chegaria a r$ 52.000 mensais. Ora, acho isso uma afronta e uma disparidade entre os antigos e futuros aposentados. Antigamente, se tinha um chefe ,gerex ou equivalente para 08 a 10 funcionarios. Com isso, o que acontecia, muitos colegas se aposentavam com a formula VP + AN mais 36%, com trinta anos de Banco. Hoje , como se sabe, numa agencia, ha mais cacique que indio, falando no popular. Ao que chego a conclusao, que as aposentarias da PREVI hoje, sao , infinitamente maior que em anos anteriores, sem falar dos dirigentes , diretores, que vai a R$ 52.000. Penso que nao ha reserva matematica que chegue , com essa abissal diferenca de beneficios. Caro colega, podemos sobreviver a isso...pergunto sua diferenciada opiniao.

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    1. Caro Luiz Fernando,

      Não tenho uma opinião diferenciada sobre o assunto. Eu procuro me debruçar sobre os fatos e procuro elaborar minha visão em cima do que outros colegas também já disseram.
      São muitos aspectos a serem analisados.
      O Conselho Deliberativo tem poderes para aprovar essa matéria?
      No meu entender e no de muitos, é que se o Conselho Deliberativo da PREVI aprovou um novo Teto de Benefícios ele tem de ser concedido.
      Mas cabe perguntar se o novo benefício segue as normas estipuladas pela PREVI. Existe reserva matemática que chegue, como você coloca?
      Quantos serão beneficiados por esse novo limite? O sistema suporta todo esse peso?
      Em princípio acho que existe uma incongruência entre a gênese do BB e da PREVI. O BB é uma instituição que visa lucros, muito embora também seja um instrumento para implementação da política econômica do Governo. A PREVI visa a conceder e sustentar benefícios.
      Isso também teria de ser analisado pela PREVIC, pelo Ministério da Previdência Social e pelo Governo.
      Afinal de contas, as EFPCs são instrumentos que ajudarão o Governo a resolver o problema dos aposentados.Levar as EFPCs para o buraco é matar a galinha dos ovos de ouro.
      Não creio que venham a existir condições de reverter qualquer concessão de benefícios concedidos dentro dessas novas regras. Os beneficiários contarão com a força da Lei a seu favor.
      Existem vários outros aspectos a serem analisados. Os nossos representantes debruçam-se na análise dessas matéria mas e, essa é a realidade, não irão abdicar de benefícios e nem irão votar mudanças que venham os prejudicar.
      Mas temos de continuar a lutar pelo que consideramos justo.
      Outro aspecto em relação à PREVI, que poucos tem coragem de encarar de frente, é o excesso de pessoal da instituição. Fala-se em 750 funcionários e ainda existe a administração de títulos públicos a cargo do BB DTVM. É gente demais. Isso precisa ser visto com seriedade. Senão vai continuar a crescer. É igual coração de mãe - sempre cabe mais um. Só que a "mãe" são os associados da PREVI. Já houve até atrito em nível de diretoria da PREVI em relação a esse assunto.
      Outra coisa é o ES. Sufocante para uns, e fonte de rendimentos e "um seguro de vida extra" para outros.
      Também existem benefícios que são tão baixos que estão jogando esses "beneficiários" em uma situação de desespero e miserabilidade, que chega a afetar a saúde e o equilíbrio emocional dessas pessoas.
      O ideal seria existir um sistema de atendimento diferencial para esses companheiros.
      Ou seja, é um mar de problemas difíceis de serem resolvidos.
      Você me pergunta se podemos sobreviver a isso.
      Sinceramente, espero que sim mas, face ao que já passamos e estamos passando, não tenho uma resposta conclusiva a lhe dar.
      Só posso lhe respondo que outros fundos de previdência já quebraram e seus beneficiários foram jogados na vala da miséria. Muitos morreram em razão dessas quebras.
      Essa é a minha diferenciada opinião. Diferenciada? Acho que não.

      Desculpe-me pela sinceridade e crueza de minha exposição

      Adaí Rosembak

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    2. Amigo Adai, obrigado pelo esclarecimento. O termo que usei , diferenciada, quis dizer qualificada, com suscintos esclarecimentos. Obrigado . E bom Natal e um 2017 , cheio de alegria e saude.

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  2. Flávio Mendonça - Manaus AM17 de dezembro de 2016 às 06:36

    Caríssimo ADAÍ,


    Tenho lido as notícias postadas em seu BLOG. Obrigado pela observação que vc evidenciou quando referiu aos 50 anos que venho pagando a CASSI e agora estou enfrentando o desafio ocasionado pelos descabidos entraves burocráticos que ocorrem no momento de autorizar os procedimentos que são solicitados por médicos competentes, como no meu caso médico de um Hospital A C CAMARGO que referencia Nacional e Internacional e é de forma inexplicável NEGADO O PROCEDIMENTO.


    Sei que vc elogiou por demais toda equipe de direção da CASSI, e vim de saber por um colega de São Luís-MA, SOLONEL JR, que a ORIZON, a mesma empresa que também presta serviços para CASSI. Eu fiquei na dúvida e lhe pedi comprovações e ele me encaminhou, vou enviar os outros E-mail do Solonel Jr.


    Como vc tem um respeitabilíssimo BLOG E PESQUISA TUDO SERÁ DE BOM ALVITRE SABER TBM DESSAS NOTICIAS A RESPEITO DA CASSI.


    Um fraternal abraço.


    Flávio Mendonça - MANAUS - AM

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    1. Caro Flávio Mendonça,

      Este meu blog não é tão respeitado como você pensa. Você não tem ideia das ofensas que recebo em comentários que eu deleto. Mas existem canalhas e moleques que encaminham ofensas e calúnias a meu respeito, via e-mail, para dirigentes de associações, entidades e pessoas de meu círculo de amizades. A minha vingança é que essas pessoas amigas me retransmitem as mensagens a eles encaminhadas. A vida é assim.
      Também o alcance de minhas notas é muito limitado. Não faço parte da direção de nenhuma associação ou entidade. Sou um mero associado como você. Não estou a par de novidades de "cocheira". Assim, minhas informações são limitadas.
      Quanto ao seu caso, pelo visto, ainda não foi resolvido.
      Não sei quanto custa esse tratamento que você deve fazer. Será que a cobertura da CASSI cobre os custos? Não é o caso de apelar para a via jurídica ? Mas aí vai demorar muito. E o seu caso é urgente.
      Recomendo apelar para todos os meios. Aí está a mídia, os jornais, a TV, etc.
      A sua vida depende disso.
      De minha parte continuarei pesquisando e lutando por sua causa. O que você escrever, eu publicarei.
      O companheiro Solonel é outro batalhador e pesquisador.
      Encaminhe seu caso para os outros blogs de nossa área.Mande para os sites das associações.
      Com certeza eles vão publicar seu caso.
      Espero que tudo dê certo.
      Continue a nos notificar sobre o andamento de seu caso.
      Isso com certeza ajudará outros companheiros na mesma situação.

      Um grande abraço e boa sorte

      O companheirão e amigo

      Adaí Rosembak

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  3. Caro ADAÍ ROSEMBAK:


    FELIZ NATAL! FELIZ 2017!

    O Senhor está se subestimando; o seu blog é ótimo.

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  4. Caro Anônimo,

    Grato pelo seu elogio.

    Abraços

    Adaí Rosembak

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  5. Adaí , bom dia. Estou usando seu e-mail particular pois, apesar de fazer parte do grupo estou velho para ver contestações publicas (no grupo todo mundo ve), para fazer uma observação sobre as CLINI CASSI. Acho bom, pois gosto do progresso, mas opense bem: qual o custo de uma clini cassi? Essas clinicas montadas sòmente em grandes centros ou cidades mais populosas, justificam a sua finalidade? Onde reside o "grosso" do funcionalismo do Banco? Que beneficio terão esses "sofridos colegas"? Também, com a crise financeira que a CASSI atravessa, não seria mais prudente voltar aos "antigos " tempos, praticamente sem despesas, e negociar com as Agencias do Banco destacar um funcionario para voltar a credenciar os medicos. hospitais e clinicas? É procedente as reclamações e/ou criticas sobre o problema das autorizações para procedimentos medicos? (no meu tempo não tinha disso) . Desculpe-me mas sou muito reservado. Abraço, afonso. afonso.borges@gmail.com

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  6. Caro Afonso Rezende,

    Vou começar a lhe responder pelo fim de sua mensagem. Há muito tempo deixei de ser reservado, digo mais claramente, constrangido e medroso, na defesa de meus pontos de vista e de meus interesses.
    Temos, nesta altura da vida, de romper com os grilhões que nos foram impingidos na infância por uma educação rígida e repressora.
    Vamos ao assunto CASSI.
    Sou um defensor do sistema CLINI CASSI. Óbvio, que tudo tem de ser constantemente aperfeiçoado.
    A CLINI CASSI está ligada ao ESF.Estratégia da Saúde Família.
    Pelo que estou informado, a CLINI CASSI, promove um cadastro e um histórico completo da saúde das famílias. Isso gera economia de custos, aperfeiçoa a prestação de serviços médicos, prevenção de doenças e problemas de saúde, e evita problemas com recomendação acumulada de medicamentos, entre outras medidas benéficas para os associados.
    Esclareço que não faço parte da administração da CASSI em nenhum nível.
    Sou, como você, um simples associado.
    Mas procuro me informar e procurar o melhor para a CASSI e para os associados.
    Acho sinceramente, e já coloquei isso em artigos, que a CASSI tem de ser mais transparente e ter uma melhor comunicação com os associados. Mas, apesar disso, os serviços tem melhorado.
    O que não é possível é fazer milagres.
    O acordo firmado entre a CASSI e o BB, já foi acusado de ter sido muito limitado.
    Mas não se podia esperar mais. Houve aporte financeiro de vulto para cobrir a sustentabilidade financeira da CASSI.
    Muito embora muitos façam acusações de que a CASSI continua deficitária. Se fez o que foi possível fazer. Não se podia esperar mais.
    Agora é partir de imediato para implementar os compromissos assumidos no acordo. E que se faça comunicação em tempo real sobre o que está sendo feito.
    Não sou partidário da volta ao passado.
    O sistema evoluiu. É para a frente que se anda.
    Temos é que lutar pelo seu aperfeiçoamento.
    É isso.

    Grande abraço e Feliz Natal e Próspero Ano Novo

    Adaí Rosembak

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