domingo, 28 de agosto de 2016

TEMPOS DE MUDANÇA

Acabei de voltar de Recife (PE) e fiquei chocado com o que vi por lá.
O Complexo de SUAPE que, tempos atrás, era um porto e um centro industrial dinâmico e próspero, hoje está em quase total abandono.
Milhares de desempregados vagueiam sem destino, a procura de qualquer trabalho que propicie renda para alimentar suas famílias.
Esse é mais um dos reflexos da política de terra arrasada implantada pelos governos do PT.
Paralelamente, o banditismo se alastra pelas cidades do interior com quadrilhas organizadas e bem armadas, que agem de forma brutal e truculenta nos seus ataques, principalmente a bancos. As prefeituras, falidas, alegam não ter dinheiro nem estrutura para combater esse tipo de crime.
Resultado: as cidades ficam sem agências bancárias pois os bancos se negam a reabrir agências em lugares que não oferecem a devida segurança.
Pernambuco continua a ser um estado abençoado pela natureza. 
Recife é uma cidade maravilhosa. Suas praias são belíssimas, sua culinária é incomparável, seu povo é hospitaleiro e afável.
Mas a derrocada econômica do estado que gerou um imenso número de falências, com um alarmante nível de desemprego, levou o povo à revolta e ao desencanto com a classe política, devido à corrupção e à desorganização administrativa   implantadas durante os governos do PT.
Essa é a atual situação na terra do Lula onde, em passado recente, esse político era idolatrado como o salvador da pátria.
Hoje, ele e sua herdeira política, Dilma Rousseff, são odiados pelo povo, principalmente pelos extratos mais humildes da população.
Voltei ao Rio de Janeiro, no fim das Olimpíadas.
Agora assisto aos debates no Senado sobre o impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
A gritaria, a baixaria e a agressividade entre os parlamentares é chocante. Às vezes chega a ser risível e, outras, repugnante. 
O que deveria ser um debate de alto nível mais parece uma briga entre bandidos pela disputa do butim.
Mas, enfim, esse é o preço que temos de pagar para recolocar o país nos eixos. Até porque não existe outra alternativa, e não haveria mérito sem luta.
Os senadores defensores de Dilma Rousseff, acho que já conscientes da derrota no Senado, apelam para agressões pessoais, contestações descabidas, manobras capciosas, chicanas legais de toda ordem, sutilezas e formalidades jurídicas, tudo com o fim de postergar o máximo possível o desfecho desse processo que está levando o Brasil a uma situação cada vez mais desesperadora.
Perguntamos o que passa pela cabeça desses parlamentares com essas atitudes e manobras que são um verdadeiro escárnio com o sofrimento do povo.
O intuito é quebrar o país por completo?
Não basta o nefasto “conjunto da obra”, que colocou o Brasil de joelhos, e pelo qual Dilma Rousseff está sendo julgada?
Sim, sejamos francos, esse é um julgamento político no Senado da República, sob o comando do Presidente do STF, e Dilma Rousseff, de fato, está sendo julgada pelo “conjunto da obra”, e não somente por pedaladas fiscais.
Nesse conjunto da obra, estão incluídos a quebra da Petrobrás e de nosso sistema energético, a falência delituosa de fundos de pensão, 12 milhões de desempregados, desonerações fiscais na ordem de 500 bilhões de reais ao setor privado, falência dos sistemas educacional, da saúde, da segurança, corrupção genérica em todas as áreas do estado, perda de crédito e de competitividade do Brasil no exterior, tudo isso para citar apenas alguns dos efeitos devastadores dos governos petistas.
Como é possível que esses políticos não enxerguem nada à sua frente, a não ser um dogmatismo político ultrapassado e falido que, em passado recente, implodiu a URSS, e que não tem mais espaço em nossos dias?
Esse esquerdismo de fachada, defendido tão ardorosamente por grupos da esquerda festiva no Brasil, é o que Lênin chamava de “doença infantil do esquerdismo”. Essa ilusão política não tem nada a ver com o regime comunista, que é um processo brutal, implacável e desumano.
A implantação do comunismo na ex-URSS, com a criação do homem soviético e da ditadura do proletariado, foi o mais sanguinário processo de extermínio de seus próprios cidadãos na história da humanidade.
Hitler foi exorcismado na Alemanha por ter, em nome da eugenia da raça ariana, matado mais de 6.000.000 de judeus e cerca de 5.000.000 de pessoas entre ciganos, homossexuais, deficientes físicos e mentais, testemunhas de Jeová, padres, anarquistas, comunistas, sindicalistas, e outras minorias.
Já Stálin, durante o período do Grande Terror na ex-URSS, que se estendeu de 1936 a 1939, foi o carniceiro que matou de 30 a 60 milhões de seres humanos, dentro de seu próprio território, para implantar a nova ordem soviética, pelo medo absoluto, pela ditadura radical, e pelo endeusamento de sua personalidade.
Por mais espantoso que seja, a figura aterrorizante de Stálin, o mais sanguinário assassino de compatriotas da história da humanidade, é idolatrada na Rússia de hoje.
O atual Presidente da Rússia, Vladimir Putin, enalteceu o papel do assassino Stálin na era soviética, e ainda declarou que “O colapso da URSS foi a maior catástrofe geopolítica do século XX”.
A escritora Svetlana Aleksievitch, em sua laureada obra, “O Fim do Homem Soviético”, revela que a juventude de hoje, na Rússia pós-soviética, venera a figura abjeta de Stálin.
A Rússia pós-soviética é um arremedo ditatorial deformado de regime capitalista, e repousa sobre os escombros e as características deletérias que causaram a implosão da ex-URSS.
A Rússia, da mesma forma que a ex-URSS, continua a ser comandada com mão de ferro e de forma absolutista pelo novo czar Vladimir Putin, apoiado por uma claque de oligarcas e magnatas inescrupulosos e corruptos, que são os mesmos que comandavam a ex-URSS, e que constituíam a nata da “Nomenklatura”.  Esse é o grupo que, após o esfacelamento da URSS, se apossou ilegitimamente do comando dos principais complexos industriais do ex-império soviético, e que constituem a nata dirigente da Rússia atual.
Hoje, a força da Rússia se apoia no poderio militar e os investimentos fundamentais do governo daquele país centram-se na indústria bélica. Os demais investimentos que beneficiam o povo, como educação, saúde e segurança, foram relegados a segundo plano, e o desemprego em massa grassa em vastas áreas daquele país.
A corrupção desenfreada é característica inerente da Rússia atual. Mas a mídia russa, submissa e manietada ditatorialmente por Vladimir Putin, não noticia nada a respeito.
Na Rússia é impossível existir um processo de purgação da classe política como a Lava-Jato no Brasil. A corrupção desenfreada de seus dirigentes é característica do governo da Rússia.
Os poucos oponentes e críticos, que se atreveram a criticar e denunciar qualquer membro ou esquema delituoso da cúpula do regime, foram sumariamente eliminados. E assim continuará sendo. A corrupção na Rússia permanecerá galopante e impune.
Por tudo isso, voltamos a afirmar, como já o fizemos em artigos anteriores, que o destino da Rússia seguirá o mesmo caminho da implosão da ex-URSS.
Para tanto não haverá necessidade de uma nova guerra por parte do Ocidente, como proclamam os dirigentes russos, para justificar a escalada armamentista da Rússia.
A Rússia será erodida por dentro pelas características intrínsecas de sua própria gênese.
Os analistas e estudiosos da história da Rússia já não se perguntam “SE” esse será o futuro daquele país, mas sim “COMO"  e  "QUANDO”.   
Em relação a essa página negra na história da humanidade e, em respeito a tantos milhões de seres humanos exterminados em nome de uma ideologia sanguinária, impiedosa e desumana, que se provou falida, os  parlamentares brasileiros que ainda lutam pela implantação dessa mesma ordem política nefasta em nosso país, principalmente os partidários do PT, PCdoB, PSOL, PSTU e outros, deveriam abandonar de vez o objetivo de implantar pela força e  violência esses modelos políticos que já se provaram fracassados ao longo da história,  e passar a conviver  de forma democrática  com os demais partidos políticos, para encontrar as soluções mais adequadas para o  bem do Brasil. 
É preciso compreender, de uma vez por todas, que nosso povo não deseja para o Brasil o mesmo destino que a história reservou para a ex-URSS e para a atual Rússia.
Felizmente a democracia foi vitoriosa no fim da Guerra Fria.
Os Estados Unidos, a superpotência democrática vencedora da Guerra Fria, que cresce ano a ano, é o país onde a população desfruta do mais alto nível de   liberdade de expressão, e é onde o povo goza do maior padrão de vida do planeta.
Escrevo esta nota em pleno julgamento do impeachment.
Portanto, não podemos ter certeza absoluta de qual será o resultado dessa decisão, por mais promissoras que sejam as avaliações pela vitória do impeachment.
Por essa razão, tenho minhas reservas sobre as providências antecipadas do Presidente interino Michel Temer em relação aos preparativos para sua posse como presidente efetivo, considerando a hipótese de que o impeachment seja aprovado pelo Senado.
Essa situação me leva à lembrança do Presidente Fernando Henrique Cardoso quando disputou a Prefeitura de São Paulo com Jânio Quadros em 1985.  Antes das eleições, FHC estava tão certo de sua vitória que sentou na cadeira do prefeito da Cidade de São Paulo, em pose de vencedor. Para surpresa de todos, Jânio Quadros venceu a eleição e, irreverente e surpreendente como era, a primeira coisa que fez antes de sua posse, foi comprar um inseticida e, ele mesmo, desinfetar a cadeira do prefeito onde FHC havia sentado.
Mas torcemos pela vitória do impeachment, para a reorganização, a reestruturação, e o progresso do Brasil, e para a felicidade do povo brasileiro.
Não temos ilusões de que entraremos em um ciclo de mudanças muito duras e profundas, que afetarão a vida de todos os brasileiros.
Temos pela frente a implantação das reformas  tributária, política, trabalhista, previdenciária, do sistema financeiro, e tantas outras nas áreas de saúde, educação e segurança.
Essas reformas, que ocorrerão de forma rápida, pela força e ímpeto do novo governo, serão fundamentais para a reorganização e aperfeiçoamento do Estado, e propiciarão a elevação imediata do nível do país pelas agências internacionais de classificação de riscos.
Esse reconhecimento das agências internacionais de classificação de riscos, que norteia os investimentos dos grandes grupos financeiros internacionais, carreará rapidamente investimentos externos colossais para o Brasil, criando milhões de empregos e gerando um novo ciclo virtuoso de progresso para o país.
Infelizmente, no início do novo governo, será preciso tomar providências imediatas com a mobilização de forças policiais e, inclusive, das forças armadas, se necessário for, para conter a ação criminosa e violenta de grupos organizados radicais que não se conformarão com o impeachment de Dilma Rousseff. Entre esses grupos, podemos enquadrar a CONTAG, MST, MTST, CUT, LIGA CAMPESINA e outros, que já declararam, tacitamente, que reagirão de forma violenta, inclusive apelando para seus “exércitos”, se o impeachment for aprovado.
Por outro lado, como acontece em qualquer democracia madura, o presidente deve procurar diálogo imediato com a oposição.
A oposição é imprescindível em qualquer democracia.
Já a oposição, em um regime democrático maduro, precisa  compreender, aceitar e conviver com mudanças exigidas pela sociedade em um determinado momento de sua história.
O ciclo do poder é característica inerente de regimes democráticos.
O contrário disso é o que chamamos de ditadura.
Paralelamente, é vital que a ação da Operação Lava-Jato não tenha o mesmo destino da Operação Mãos Limpas na Itália, que foi abortada pela pressão de forças políticas atingidas pelo processo de purgação da vida política naquele país.
A continuação da atuação da Operação Lava Jato para a saúde e moralização da área política, é um elemento fundamental para o progresso do Brasil.
Essa é a nossa visão da atual conjuntura política do Brasil.
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB