domingo, 18 de junho de 2017

REVOLUÇÃO SEM FIM

Companheiros,

Estamos em um processo revolucionário sem tempo para acabar.
A Operação Lava-Jato já tem 3 anos.
Isso, sem acrescentarmos o tempo do Mensalão.
Dia após dia, a mídia nos traz novas e bombásticas notícias.
Para que possamos entender o que acontece, temos de considerar que não é só a classe política que está passando por uma mutação.
São todas as instituições da sociedade e todos os extratos da população que vão continuar a passar por transformações.
Nos perguntamos até onde vai a extensão dessa revolução. Não temos resposta para essa questão.
O que podemos assegurar é que esse é um caminho sem volta e que vai atingir a todos nós.
Não cremos que vá acontecer com a Operação Lava-Jato o que aconteceu com a Operação Mãos Limpas na Itália.
Aqui no Brasil, ao contrário do que ocorreu na Itália, esse processo ganha cada vez mais apoio, energia, abrangência e velocidade.
Quais serão os novos atores e as novas mudanças políticas, econômicas e sociais que nos serão colocadas à frente? São incógnitas sobre as quais nos aventuramos a fazer apenas conjecturas.
O que podemos afirmar é que, apesar das surpresas que a Operação Lava-Jato constantemente nos proporciona, estamos apenas no início dessa epopeia.
Mas a política não segue um caminho linear; muitas vezes toma um desvio   ardiloso  até entrar novamente nos trilhos.
As reformas e reestruturações econômicas e sociais necessárias para o crescimento do país serão prejudicadas e retardadas pelos efeitos das ações saneadoras contra a corrupção que grassa em instituições governamentais.  
São, na linguagem militar, os chamados danos colaterais.
É o preço a pagar pela mudança.
Da mesma forma que ocorreu com o somatório de prejuízos deixado pelas delações das empreiteiras, o saldo de arrasamento resultante da delação da JBS atingirá profundamente a pecuária no Brasil.
Certamente, em breve, perderemos o cetro de maior exportador de proteína animal no Mundo.
As manchetes econômicas já noticiam que a China substituirá o Brasil pelos Estados Unidos na compra de proteína animal.
Preventivamente, a China está tomando medidas para garantir o suprimento de proteína animal para sua população, em razão da desorganização da pecuária no Brasil, causada pelas ações de revide dos políticos contra as delações da JBS.
Como a mídia já noticia, o comércio de gado no país está sentindo os efeitos paralelos dos problemas que estão atingindo a JBS.  
Esse é o resultado que foi previsto e anunciado quando foi implantada a política concentradora, equivocada e deletéria, praticada no Governo Dilma Rousseff, pelo ex-ministro Guido Mantega, auxiliado pelo Secretário do Tesouro, o trotskista Arno Augustin, criador da “contabilidade criativa”.
Foi durante os governos do PT, que a JBS foi escolhida como uma das empresas “campeãs” junto ao BNDES, para obtenção de grandes financiamentos a juros ínfimos e facilitações operacionais   de toda ordem.
Em curto prazo, essa política econômica corrompida e prejudicial ao país, enriqueceu a JBS, e a transformou em um gigante que monopolizou a comercialização de proteína animal no Brasil.
Com a JBS encurralada, estão surgindo sérios problemas na área da pecuária, que trarão mais desemprego, mais miséria e mais prejuízo para o Brasil.
À medida que novas investigações e delações surgirem, aparecerão outras “campeãs do BNDES”, com seus corolários de   problemas a se abaterem sobre o país.
Não foi sem razão que Maria Sílvia Bastos abdicou da presidência da instituição quando percebeu que não tinha apoio e nem poder para mudar esse estado de coisas.
Ela fez muito bem. Não maculou sua biografia.
É impressionante como, nesse cenário que retrata a degradação de nossos políticos, os opostos se unem contra o inimigo comum.
O Presidente Michel Temer declara que entrará com ações civil e penal contra Joesley Batista, e Lula diz que a entrevista do empresário não tem valor jurídico.
Ainda mais chocante é ver como sectários fanáticos do PT atacam jornalistas, em aeroportos e aviões, pelo fato desses profissionais da mídia denunciarem esse mar de lama que cobre o país.
Será que essa gente não tem um mínimo de autocrítica?
Será que são cegos e não enxergam o triste papel a que se prestam, e não avaliam a dimensão do mal que fazem para si mesmos, para o país, e para seu povo?
Tudo isso é degradante e triste, mas, inexoravelmente, essa é a Via-Crúcis pela qual teremos de passar para a redenção do país e o soerguimento de uma nova sociedade.
Parte de nós não viverá para presenciar o nascimento desse novo Brasil  mas, desde já, poderemos partir orgulhosos de termos criado as fundações para um país mais justo, humano e desenvolvido  para as gerações  futuras.

ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB e ANAPLAB