segunda-feira, 4 de março de 2024

DISSECANDO A CASSI

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Caros Companheiros,


De 15.03.2024 a 25.03.2024 haverá a votação de chapas para a renovação da direção da CASSI.

Esse é um assunto que atinge diretamente todos os assistidos e associados da instituição, aí incluídos os funcionários do BB, da PREVI e da própria CASSI.

Esse é um evento que, pela sua importância junto a todos os seus associados e assistidos, exige que, pela sua grandeza, complexidade e abrangência, todos os dirigentes das instituições supracitadas, coloquem de lado eventuais atritos, divergências, disputas políticas e quaisquer outras questiúnculas porque paira, acima disso tudo, a saúde financeira da CASSI e a plena e ampla assistência aos seus associados.

Esse deve ser o foco maior e vital desse pleito.

Para tanto é fundamental que todos os dirigentes troquem abraços fraternos e, de bem com a vida  (pelo menos procurem fingir que está tudo bem porque todos nós temos  problemas) e, só então, discutam civilizada e educadamente todas as propostas para encontrar as melhores, mais objetivas, e mais acessíveis soluções que atendam a todo o universo de usuários da CASSI.

Volto a frisar que não cito nomes ao abordar assuntos polêmicos e que possam provocar constrangimentos a quaisquer pessoas.

Até porque, se o fizesse, como dirigente deste blog, teria de responder em juízo por qualquer calúnia cometida.

Também mão recomendo a votação em nenhuma chapa que esteja disputando o pleito.

Essa é uma decisão exclusiva de cada votante.

Para que todos tenham uma visão atualizada e realista da situação da CASSI, apresento os excelentes textos de dois companheiros que são:

SÉRGIO FARACO

“A CASSI e seus desafios”

LUIZ SATORU ISHIYAMA

Choque  de Gestão de 24.02.2024

 

Primeiramente, desculpem-me pela escolha de textos tão longos e rebuscados, mas foi dessa forma que os colegas redigiram suas matérias.

Segundo, volto a repetir   que, absolutamente não me fixei em qualquer aspecto pessoal ou de  filiação política de nenhum dos comentaristas.

Fixei-me só e exclusivamente nos escritos apresentados, que considerei de grande valia para analisar a atual situação da CASSI e a votação que elegerá os novos dirigentes da instituição.

Boa Leitura!

E votem com absoluta consciência!

Atenciosamente

 

ADAÍ ROSEMBAK

Associado da AAFBB e ANABB

 

Seguem os textos:

 

A CASSI E SEUS DESAFIOS


Por SÉRGIO FARACO.  em 07/02/2024


Desafios Externos

 

A CASSI é uma operadora de planos de saúde regida pela legislação específica sob a
modalidade de autogestão.

Consequentemente, está inserida no mercado de saúde privado, regulamentado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e composto por vários segmentos, tais como:


● as operadoras de planos de saúde que se dividem entre as de autogestão e as
abertas;


● prestadores de serviço de saúde: profissionais de saúde, serviços de exames e diagnósticos, hospitais etc.;


● fornecedores de medicamentos, de aparelhos e de materiais.


Os segmentos são complementares no sentido de cuidarem da saúde e são concorrentes no sentido da busca da maximização de seus resultados.

 

Cada segmento tem seu poder de
negociação decorrente de maior ou menor concentração e disso decorre a grande
complexidade do mercado de saúde.


O elo mais forte é o dos fornecedores de materiais e medicamentos e, assim, conseguem impor condições e preços.


Em seguida, vem o segmento de hospitais e o de exames e diagnósticos.

Nesse segmento se observa a concentração cada vez maior através das incorporações e aquisições, o que representa grave ameaça às operadoras de saúde.

 

Os profissionais de saúde vêm em seguida e algumas categorias conseguem se organizar e ter mais poder de negociação, como os anestesistas, por exemplo.

 

As operadoras de saúde são o elo mais frágil, enfrentam grandes dificuldades e algumas
buscam a verticalização como forma de sobrevivência.

É de conhecimento público as
dificuldades enfrentadas por grandes operadoras, inclusive multinacionais.


A CASSI não foge à regra e diariamente enfrenta sérias dificuldades no relacionamento com os demais segmentos do mercado.

 

O desafio externo se completa com as determinações emanadas da ANS e do Poder
Judiciário que, corriqueiramente, atendem demandas de assistidos dos planos de saúde.

Determinações do Poder Judiciário já chegaram a atingir valores elevadíssimos e
inimagináveis.


A CASSI, assim como as demais operadoras, não tem o poder de enfrentar sozinha as
imposições desproporcionais dos demais agentes do mercado.

Impõe-se, portanto, que ela
busque o entendimento com as demais operadoras, tanto de autogestão quanto as abertas, com vistas a, juntas, obterem equilíbrio nas negociações com os demais agentes, que são fortes.

 

Essa união com as demais operadoras deve ser utilizada também nas tratativas com a ANS e com o Poder Judiciário.


Desafios Internos –

 

Presença de associados em todos os cantos do território nacional.

Como é óbvio, a CASSI depende dos profissionais e entidades dedicados à saúde para prestar o atendimento a seus associados.

Em inúmeras localidades não há disponibilidade de profissionais e entidades ou, existindo em número reduzido, não aceitam credenciamento porque se beneficiam da garantia de atendimento, pagos mediante consulta particular.


A fim de suavizar as consequências dessa situação, a gestão 2018/2022 aprovou a adoção da Telemedicina, atualmente denominada Tele Saúde.

Está em expansão e brevemente
deverá alcançar a totalidade dos associados.


Desafios Internos –

 

Modelo de Cuidado à Saúde.

Um dos maiores desafios internos é a imperiosa mudança do modelo de cuidado à saúde.
Assim como as demais operadoras do mercado, a CASSI copiou o modelo adotado nos EUA, chamado “fee for service”, ou sistema aberto, pagador, em que a operadora não se responsabiliza pela coordenação do cuidado à saúde de seus assistidos e se limita ao cumprimento da obrigação de pagar pelo atendimento prestado, ainda que tenha sido desnecessário ou inútil.


Os assistidos têm total liberdade de realizar consultas médicas, inclusive e principalmente diretamente com especialistas, sem qualquer avaliação prévia da necessidade ou da adequação da especialidade escolhida.

Se não ficar satisfeito, o assistido pode realizar outras tantas consultas quantas desejar.

Isso causa a realização de consultas e exames muito acima do necessário e oneram demasiada e desnecessariamente o custo
assistencial.

Estudos comprovam que esse modelo não cuida adequadamente da saúde e
provoca custos muito maiores, ou seja, gera muitos desperdícios de recursos.

É o modelo que beneficia demais os profissionais de saúde e as clínicas de exames e diagnósticos, sem vantagens para os assistidos.

O Conselho Deliberativo aprovou, na gestão 2018/2022, a instituição de novo modelo de
cuidado à saúde, elaborado pela Gerência de Saúde, subordinada à Diretoria de Saúde,
baseado na divisão do cuidado em Atenção Primária, Secundária e Terciária à Saúde.
Por esse modelo, a CASSI se torna responsável pela coordenação do cuidado à saúde de seus associados em todos os aspectos, desde a prevenção, que busca evitar o adoecimento, até o melhor tratamento quando instalada a doença.

É o sistema mais avançado utilizado em outros países, de que resulta melhores níveis de saúde e menor custo assistencial a ser suportado pelos associados e pelo patrocinador.

Requer a adesão do associado porque a ANS não permite a sua obrigatoriedade em plano que não tenha iniciado sob esse modelo.
O grande desafio é fazer chegar esse modelo a todos os associados.

Na gestão 2018/2022 ficou decidido que a APS seria implantada em todas as Clinicassi, tanto próprias quanto as
parceiras a serem contratadas para atuarem onde o número de assistidos não for suficiente para a criação de Clinicassi própria.

O projeto piloto de contratação de Clinicassi parceira foi realizado em Curitiba (PR) e o seu sucesso indica a necessidade/conveniência de expansão
a outras localidades, o que está pendente de ocorrer e demanda firme e decisiva atuação
da atual gestão da CASSI e das vindouras.
Nas localidades em que não houver disponibilidade de potenciais parceiros para a implantação de nova Clinicassi, o atendimento no modelo de APS deverá ocorrer através da Tele Saúde.

Não basta que o novo modelo de cuidado à saúde esteja definido.

É fundamental que seja implantado e praticado corretamente.

Isso requer medidas, tais como:

 

● Reciclagem de todos os profissionais de saúde que atuam nas Clinicassi.

O modelo se baseia nos conceitos da Medicina de Família, que a maioria dos profissionais ainda não domina por se tratar de especialidade relativamente nova na medicina e que requer conhecimentos mais aprofundados em todas as especialidades e utiliza métodos inovadores;


● Participação em Congressos, inclusive mundiais, de Medicina de Família, onde os
novos conhecimentos bem-sucedidos são divulgados;


● Rigoroso critério de seleção de potenciais parceiros a serem contratados, a fim de
se certificar de que efetivamente conhecem e praticam bem a medicina de família;

 

● Instituição de mecanismos de controle e avaliação do desempenho dos profissionais
de saúde, inclusive aproveitando o potencial oferecido pela inteligência artificial;


● Substituição dos profissionais, tanto do quadro próprio quanto os parceiros
contratados, que não corresponderem ao desejado.


● Campanha de divulgação e orientação aos associados, com depoimentos de
assistidos que aderiram ao modelo e sentiram os efeitos positivos, tendo em conta que a adesão ocorre por convencimento e não por imposição;


Desafios Internos –

 

Estrutura Organizacional - É inquestionável que o cuidado à saúde de seus associados e dependentes é a razão de ser da CASSI.

É absolutamente impossível cuidar bem da saúde sem deter conhecimentos
específicos e profundos de saúde.

Tais conhecimentos devem ser determinantes para as decisões mais importantes.

Isso exige que profissionais de saúde com larga e profunda experiência sejam detentores de cargos com elevada alçada decisória.
Lamentavelmente, isso não ocorre na CASSI. Segundo o Estatuto, a Diretoria Executiva é
um órgão colegiado que decide por maioria e nenhum de seus membros tem qualquer
formação na área de saúde e nunca teve.
Até meados de 2018 nem mesmo os ocupantes de cargos de gerência executiva tinham formação em saúde, nem sequer o Gerente de Saúde.

Como visto, o sistema de saúde privado é extremamente complexo e sofre alterações
constantes.

Medidas de correção e de aprimoramento não trazem resultados imediatos, demandam acompanhamento constante e ações eficientes por longos períodos.

Em outras palavras, exigem continuidade.
Na prática, toda a governança da CASSI, representada pela Diretoria Executiva e pelo
Conselho Deliberativo, se renova a cada 2 anos com a substituição de metade de seu
contingente.

Em órgãos que decidem por maioria isso tem impacto gigantesco e contribui
fortemente para a descontinuidade de ações corretivas e de aperfeiçoamento.

Afora que o processo de escolha dos novos

diretores e conselheiros sofrem enorme e
decisiva influência política e até ideológica.
É mais do que corriqueiro que a cada 2 anos os novos diretores promovam a substituição
dos ocupantes de cargos gerenciais, até de segundo nível, por outros de seu estreito
relacionamento, nem sempre por critérios de competência.

Geralmente, os que chegam, sejam conselheiros, diretores ou gerentes, não têm noção do que seja a CASSI e se surpreendem com o que encontram.

São vários os depoimentos nesse sentido. Quando começam a conhecer melhor, estão próximos do fim de seus mandatos.
Tudo isso é altamente prejudicial a uma operadora de saúde com centenas de milhares de assistidos distribuídos por todos os cantos do território nacional e obrigada a enfrentar enormes forças do sistema de saúde privado.

A possibilidade de alterar essa realidade é próxima de zero porque contraria os interesses das forças que possuem estrutura, organização e recursos financeiros para influenciarem a
decisão dos associados e até do próprio patrocinador em algumas situações.


Desafios Internos –

 

Modelo de Custeio - É de conhecimento geral que a evolução do custo assistencial é ditada pelo mercado, gostemos ou não, e decorre de vários atores, como evolução da tecnologia, dos tratamentos, dos medicamentos, que invariavelmente são muito caros no início, elevação do poder de segmentos que se concentram, aumento de subterfúgios ou fraudes para elevar a conta apresentada às operadoras e uso desregulado e desnecessário das coberturas, àsvezes amparadas por decisão judicial.
Invariavelmente essa evolução ocorre em níveis muito acima da inflação geral.

Exceto quanto o controle de fraudes e de uso desregulado das coberturas, as operadoras não têm meios de controlar a evolução dos custos assistenciais.

Em contrapartida, a receita de contribuições evolui de acordo com os índices de correção
de salários e benefícios de aposentadoria, sempre muito abaixo da evolução dos custos.
São duas progressões geométricas de razão bem diferentes.

Hipoteticamente, se o plano estiver equilibrado e a receita evoluir em 5 anos à taxa de 4,0% a.a, e a despesa evoluir à
taxa de 15%, ao final do 5º ano a receita corresponderá a 60% da despesa, ou seja, haverá um déficit de 40%.

Ao final de 10 anos, a receita corresponderá a 36% da despesa, com déficit de 64%.
Os percentuais acima considerados são próximos do que vem ocorrendo e que muito
provavelmente continuarão a ocorrer.
A CASSI vem criando planos para parentes de associados em condições mais
acessíveis e espera que tais planos possam gerar um excedente que cubra o déficit do plano Associados.

Tais excedentes serão suficientes para a cobertura em médio e longo prazos?
É muito provável que não sejam e é quase certo que seja necessário em algum momento (muito próximo) alterar o percentual das contribuições dos associados e do patrocinador, o
que demandaria alteração estatutária.
A prática tem demonstrado cabalmente que a cada alteração estatutária para alterar o
percentual contributivo são necessárias tratativas que duram anos (a última durou mais de 3 anos) durante os quais a CASSI fica paralisada, em regime de contingência, sem poder executar ações necessárias e consumindo reservas que acumulou a duras penas.
Da última vez, em 2018 chegou a ficar com Patrimônio Líquido negativo, ou seja, em
situação falimentar, sofreu intervenção da ANS que resultaria na alienação de sua carteira
se os associados finalmente não tivessem aprovado a alteração estatutária construída com ingentes esforços de todo o corpo funcional da CASSI, que trabalhou até altas horas da noite e fins de semana.
Face a tudo isso, se quisermos que a CASSI tenha perenidade e não apenas sobrevida por curtos períodos de tempo, ameaçada de deixar de existir, se faz necessário alterar o
Estatuto para determinar que o percentual de contribuição das partes seja ajustado ao
estritamente necessário sem necessidade de alteração do Estatuto.

Isso é perfeitamente possível.

Há quase 20 anos a CASSI contrata anualmente uma empresa especializada em cálculos atuariais.

Tais cálculos apresentam uma previsão das
receitas e despesas dos próximos 10 anos, que atingem nível superior a 90% de acerto.
Esse estudo é utilizado para definir o percentual de reajuste das contribuições para o Plano Cassi Família, que é aprovado pelo CD.

Esse mesmo estudo deveria ser o balizador para a definição dos percentuais de
contribuição para o Plano Associados, a ser aprovado pelo CD.

Não se diga que seria um cheque em branco, porque efetivamente não é.

Se é sabido o valor a ser despendido no
pagamento do custo assistencial nos exercícios seguintes, nada mais correto do que estabelecer o percentual de contribuição que irá gerar a receita estritamente necessária, consideradas as despesas administrativas também previstas no estudo atuarial.
Isso sem prejuízo de quaisquer outras medidas para reduzir o custo assistencial e/ou para elevar a receita.

Os efeitos positivos de tais medidas refletir-se-iam no estudo atuarial e
determinariam um percentual de reajuste menor.

 

SÉRGIO FARACO

 

 

CHOQUE DE GESTÃO

LUIZ SATORU ISHIYAMA

24.02.2024


Sim, a situação que herdamos era alarmante! CATASTRÓFICA!

A CASSI não tinha qualquer instrumento de gestão orçamentária sobre as despesas assistenciais segmentadas por Unidades, tampouco na Sede, tampouco nas CliniCassi.

Havia o trabalho da DIFIN, que fazia os pagamentos e a contabilidade, de maneira consolidada na Sede, mas nada relacionada à gestão da rede credenciada, tampouco segmentada por UF.

 

Não se sabia de maneira gerencial quais prestadores nas respectivas Unidades impactavam o resultado e se os serviços prestados pela rede credenciada e pelas CliniCassi e se estavam sendo resolutivos.

As faturas vinham para a CEPAG-Central de Pagamento sem qualquer análise prévia dos materiais, equipamentos, procedimentos clínicos ou cirúrgicos e medicamentos.

 

Restava à CEPAG o antipático e desgastante trabalho de realizar as famosas "GLOSAS", a partir do conhecimento pelos próprios analistas de faturas, portanto com risco de subjetividade, sendo esses analistas não médicos.

 

Por outro lado, os Gestores e Negociadores das 27 Unidades Estaduais CASSI, encarregadas de realizar as negociações com os hospitais, clínicas, laboratórios e médicos não tinham qualquer instrumento gerencial sistematizado, para saber estatisticamente com fatos e dados quais prestadores eram bons ou ruins.

 

Também inexistia qualquer acompanhamento sistematizado da resolutividade das intervenções realizadas com os participantes, quer fossem no pronto socorro, cirurgia, terapia física ou medicamentosa etc.

 

Critérios "românticos", para não ser agressivo, designavam a importância das Unidades.

Por exemplo, a Unidade Rio, com 140% de índice de sinistralidade, e a do DF com 120%, ou seja, as receitas eram insuficientes nessas proporções para custear as despesas assistenciais, tinham seus gestores laureados...

 

Demitimos os dois gestores dessas Unidades no interesse do serviço, em agosto/2018, sendo um deles candidato à Diretoria da CASSI e outro é Gerente Executivo do ...

 

Está explicado, mas jamais deverão ser aceitas, as razões que levaram a CASSI ao déficit acumulado de R$ 1,21.bilhão, em sete exercícios de 2012 a 2018, e que deram origem à decretação da Direção Fiscal pela ANS.

 

Um somatório de incompetências, interesses meramente carreiristas, falta de profissionalismo, enfim, o que na Administração se denomina "laissez faire".

 

FOI NECESSÁRIO UM CHOQUE DE GESTÃO

Após sete anos consecutivos de gestão desastrosa, ou melhor, gestão desastrosa de todas as anteriores, que levaram a CASSI a esse estado de abandono organizacional em pleno século XXI, todas as Diretorias, Unidades UF, Central de Atendimento e CEPAG se irmanaram para promover esse CHOQUE DE GESTÃO.

Trabalhamos com "união" para somar esforços.

Em conjunto com a área de TI e Finanças foram desenvolvidos rapidamente instrumentos de gestão orçamentária, com foco nas despesas assistenciais, através da técnica de datamining, ou seja, extração de dados do sistema SOC-Sistema Operacional CASSI.

 

Em agosto/2018, após 60 dias de nossa posse, ainda sem o uso de IA-Inteligência Articifial, os Gestores e Negociadores de Unidade receberam informações sobre os principais prestadores, série histórica dos últimos 36 meses, detalhando os gastos com os eventos: cirurgia, medicamentos, equipamentos, diárias etc.

 

Com base nesse instrumento que reunia a série histórica dos últimos 36 meses, em agosto/2018, realizamos oficinas de treinamento, pois os Gestores CASSI nunca haviam atuado sob esse enfoque, e determinamos às 27 Unidades renegociar todos os contratos com a rede credenciada, atentando para as discrepâncias, muitas delas "imorais e desonestas" (não comentarei, por óbvio).

 

A "zona de conforto" em que se encontravam diversos prestadores, inclusive os próprios Gestores e funcionários das Unidades, foi devidamente tratada e revertida em prol da CASSI, portanto em prol dos associados e seus dependentes.

O resultado mais notável deste primeiro movimento do CHOQUE DE GESTÃO redundou numa economia em doze meses, do segundo semestre/2018 ao primeiro semestre/2019, de R$ 720.milhões nas despesas assistenciais, sem trazer a valor presente.

 

Após sete anos de prejuízos consecutivos, de 2012 a 2018, que consumiram R$ 1,21. bilhão das reservas, a CASSI voltou a apresentar superávit no 1º semestre/2019.

 

Contudo, não foi suficiente para impedir a decretação da Direção Fiscal pela ANS, em julho/2019, dado que essa redução nas despesas assistenciais, embora significativa, não foi suficiente para cobrir o desastroso déficit deixado pelas gestões anteriores.

 

A GIH-Gestão das Internações Hospitalares, que consiste em auditorias médicas beira leito, e depois para subsidiar o fechamento de conta, após receber a fatura do hospital, compôs de maneira muito eficiente o CHOQUE DE GESTÃO, ajudando a analisar não apenas financeiramente a atuação desses prestadores, mas a própria resolutividade, como as intercorrências, reinternações, resolutividade etc.

 

Creio ser desnecessário ficar esclarecendo que os descredenciamentos que ocorreram no biênio 2018/2019 foram feitos à luz de informações técnicas e médicas, quando "expurgamos" os maus prestadores, principalmente aqueles com desvios identificados.

 

Além dessas ações DURAS para higienizar a rede credenciada, também atuamos fortemente nos aspectos internos.

 

Foram abertos 28 processos administrativos entre 2018 e 2020, conduzidos pela AUDIT e Comissão de Ética (que também não existia até nossa chegada em 2018), que resultaram em demissões de mais de 40 servidores da CASSI, a maioria por justa causa.

 

Todos tiveram oportunidade de defesa.

 

Alguns demitidos por justa causa talvez fossem objeto de prisão, como foi o caso da Unidade PA, no início de 2019.

 

Após apuração da AUDIT, foi constatado que os responsáveis pelo GIH, ao invés de corrigir os excessos apresentados nas faturas, inflavam as mesmas, e até onde alcançou a auditoria, essa prática era realizada há mais de dois anos.

É óbvio que a gestão da CASSI é Colegiada por quatro Diretorias e CD, mas, neste caso, no CHOQUE DE GESTÃO que implementamos, atribuo os necessários desgastes, mas principalmente os méritos ao Faraco e à toda Diretoria de Saúde e Rede de Atendimento.

Fica por conta dos "mau caráteres" se arvorarem para nos destratar movidos por condenáveis interesses eleitoreiros.

 

Entretanto, reparem, Prezados Colegas, internamente e externamente, esse CHOQUE DE GESTÃO reverberou de maneira extremamente positiva, de maneira diferente dos detratores e pelegos de plantão.

 

Como Assim?

 

A CASSI participava há quinze anos da pesquisa Exame, conduzida pelo Instituto FIA-USP, que estabelecia o ranking das 100 melhores empresas para se trabalhar no país.

 

Pela primeira vez, em 2020, cujo período avaliado foi o ano anterior de 2019, a CASSI subiu vertiginosamente nesse ranking e alcançou pela primeira vez a sua classificação entre as 100 melhores, e, melhor ainda, entre as 10 melhores no ramo de saúde.

 

A pergunta inevitável a ser feita é: Os 2.700 funcionários da CASSI, da Sede, Unidades, CEPAG e Central de Atendimento consideraram a CASSI  melhor ou pior após o CHOQUE DE GESTÃO?.

E, pasmem, por conta dos prejuízos acumulados de 2012 a 2018, a Diretoria não concedeu o reajuste salarial justamente no ano base/2019; suspendeu os treinamentos externos, que foram substituídos pelos treinamentos e reuniões virtuais internas; cortou drasticamente as viagens e despesas com materiais, cafezinho, etc.

Em 2021 e 2022 o ranking EXAME passou a ser patrocinado pelo UOL/Folha, mas sob condução do mesmo Instituto FIA-USP.

 

A pontuação da CASSI continuou subindo ao longo desses anos, sendo que em 2021 a CASSI ficou entre as 10 primeiras de todas as 100 empresas relacionadas, e a segunda no ramo da saúde.

Além desse reconhecimento interno, a CASSI voltou a ser reconhecida nacionalmente, com o primeiro prêmio obtido pela Unidade RJ, trabalho desenvolvido pela CliniCassi, apresentado ao IBRAVS-Instituto Brasileiro de Valor em Saúde.

 

Nada mais, nada menos do que o PRIMEIRO PRÊMIO, cujo trabalho baseado na APS-Atenção Primária à Saúde, deu foco na coordenação do cuidado a pessoas sinistradas.

 

Esse trabalho da CliniCassi Copacabana, honrosamente premiado com o primeiro lugar, na transposição da academia para a prática, deu origem ao Projeto Cuidado Personalizado, justamente destinado às pessoas com comorbidades mais agravadas.

 

Também em 2021, a CASSI apresentou 26 trabalhos elaborados por 82 colaboradores no Congresso Ibero Americano de Medicina de Família e Comunidade e 16º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, sendo acatados 21 trabalhos. Fruto dos treinamentos realizados ao longo de 2019 e 2020, para desenvolver, praticar e sedimentar o novo Modelo de Saúde da CASSI, baseado na APS-Atenção Primária à Saúde.

 

Em 2023, a CASSI ganha espaço em evento internacional no Congresso da Associação Latino Americana de Serviços de Saúde, por um artigo desenvolvido pela Gerência de Risco Populacional a partir dos estudos realizados ao longo de 2021 com a população de diabéticos. Um novo artigo será apresentado ao Congresso da Federação Internacional de Diabetes, em Bruxelas BE.

Logo, a grande maioria dos funcionários da CASSI e diversos institutos e entidades da arena da saúde nos deram um enorme atestado de boa gestão. Eis a razão desses adversários pelegos se esmerarem tanto para produzir fakes e assassinatos de reputação.

 

Os instrumentos gerenciais evoluíram ao longo de nossa gestão 2018/2022 e hoje estão disponíveis na Sede e nas Unidades, através do uso de IA-Inteligência Artificial, Power BI, e outras ferramentas, que possibilitam identificar todo o histórico de um participante e um prestador, on line, em qualquer Diretoria da Sede e em qualquer das 27 Unidades, com série histórica.

 

Mais do que isso, a criação da Gerência de Risco Populacional e o Projeto de Expansão da APS alçaram a CASSI do século XIX para o século XXI.

Como assim?

 

Além do CHOQUE DE GESTÃO, simultaneamente, foram desenvolvidas as ações para o futuro da CASSI.

 

Três projetos devem ser enaltecidos:

a)  A criação da Gerência de Risco Populacional, concretizada na Reforma Estatutária de nov/2019, portanto impossível de exclusão pelos adversários que, à época, enxovalharam esse fato como uma "barganha vil com o patrocinador", é o centro de inteligência da CASSI em saúde, e que gerou os prêmios nacionais e internacionais;

b) A definição da APS-Atenção Primária à Saúde, como o MODELO DE SAÚDE ADOTADO PELA CASSI, portanto todos os Projetos e Ações deverão ser construídos sob a égide desse MODELO, assim como o foi o Projeto de Expansão da APS-Atenção Primária à Saúde, aprovado em nov/2021, e que ainda está engatinhando, por conta do embarreiramento imposto pelos eleitos em 2022;

c) A implantação da Telemedicina em tempo recorde em março/2020, para atender e dar suporte aos associados, principalmente para evitar a ida a hospitais e prontos socorros, à época, principais focos de contágio pelo Covid.19.

O grande sucesso da Telemedicina que, ao final de nossa gestão em 2021, já havia feito mais de 1 (hum) milhão de atendimentos, impulsionou o desenvolvimento do projeto de APS por Telemedicina, denominado TELESSAÚDE, cujo Projeto Piloto foi desenvolvido ao longo de 2021, conforme descrito no Relatório Anual de 2021, e concluído em dez/2023.

 

LUIZ SATORU ISHIYAMA