segunda-feira, 25 de maio de 2020

QUO VADIS BRASIL?



Caros Companheiros,

Vivemos tempos estranhos.
Muitos brasileiros se perguntam se merecemos tudo o que vem acontecendo conosco e qual caminho o Brasil tomará no futuro próximo.
Nas últimas eleições, votei em JAIR BOLSONARO (PSL).
Exerci meu voto anti-PT, porque o desencanto com o PT e com a esquerda em geral, que arrasaram o país, era imenso.
Mas uma série de manifestações estapafúrdias e medidas   esdrúxulas por parte do titular do Poder Executivo e alguns de seus representantes, acabaram com minhas esperanças de término do Governo Bolsonaro de forma tranquila e com respeito à Constituição Federal.
Por isso é que, quando me perguntam se tornaria votar no mesmo presidente, nas próximas eleições, minha resposta é um taxativo NÃO.
A última coisa que se poderia esperar é que JAIR BOLSONARO viesse a trair suas promessas basilares de campanha – a HONESTIDADE e a ÉTICA.
Foi por essas razões que a maioria dos votantes o elegeu.
É preciso frisar que votamos em JAIR BOLSONARO, mas não em seus filhos, demais familiares e amigos.
Temos de esperar que o STF, que é a Suprema Corte de Justiça do Brasil, julgue se tem sido ilegal a interferência de JAIR BOLSONARO na  atuação e autonomia da POLÍCIA FEDERAL, no Rio de Janeiro, no que tange às investigações daquela autarquia sobre o papel do Senador FLÁVIO BOLSONARO (REPUBLICANOS-RJ) no processo da chamada RACHADINHA.
E aí não se trata de perseguição a nenhum parente, familiar ou amigo de JAIR BOLSONARO.
Trata-se de uma função precípua de Polícia Federal, que é um órgão do âmbito Poder Judiciário.
Assisti na TV à gravação do encontro do Presidente JAIR BOLSONARO com ministros de seu Governo em 24 de abril de 2020, no Palácio do Governo no Planalto, cuja exibição pela mídia foi autorizada pelo Ministro do STF, CELSO DE MELLO, decano daquela Corte.
É inacreditável o que se viu e ouviu.
Foi um debate de   nível absolutamente rasteiro, inimaginável e incompatível    com a liturgia exigível para um encontro ministerial daquela natureza conduzido pelo Presidente da República.
JAIR BOLSONARO abusou do uso de palavrões, e dirigiu ofensas pessoais graves a diversas  autoridades, entre as quais  o Governador JOÃO DÓRIA, de São Paulo , chamado de BOSTA,  o Governador WILSON WITZEL, do Rio de Janeiro, de ESTRUME e o Prefeito de Manaus, ARTHUR VIRGÍLIO NETO, também de BOSTA.
Custei a acreditar no que estava vendo e ouvindo. 
Estava perplexo com tudo aquilo.
Não me contive e dei boas gargalhadas.  
O Rei ficou nu.
Até falou em hemorroidas. Não me lembro se foi citado de quem eram as ditas cujas.
As genitoras inocentes de muitos de seus opositores que, se já não estavam falecidas, deveriam estar assistindo assustadas àquele espetáculo dantesco, também eram alvos de seus petardos.
Isso tudo é um prato cheio para a mídia, no Brasil e no exterior.
Não me lembro de nada parecido na recente história brasileira.
O que mais se aproximou desse episódio, foi o ITAMAR FRANCO que foi filmado em um palanque carnavalesco acompanhado de uma mulher que estava sem calcinha.
A mídia internacional adorou.
As filmagens de ITAMAR FRANCO acompanhado da mulher sem calcinha circularam pelo Mundo todo.   
Sucesso total!!
Mas ITAMAR FRANCO saiu pela tangente e se justificou dizendo que quem estava sem calcinha era a mulher, mas ele continuava de cueca e calças.
Presidente ITAMAR FRANCO deixou saudades, apesar de seu jeitão caipira, seu apego a um fusquinha velho, e esse episódio pitoresco.
Ao lado de JAIR BOLSONARO, obrigados a participar daquele espetáculo constrangedor e deprimente, encontravam-se, por vezes  impassíveis, em outros momentos surpresos e assustados, com discretos olhares de soslaio,   o Vice-Presidente da República HAMILTON MOURÃO, o  Ministro da Justiça e Segurança Pública SÉRGIO MORO, o Ministro-Chefe da Secretaria de Governo LUIZ EDUARDO RAMOS, o Chefe da Casa Civil WALTER BRAGA NETTO, o Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República AUGUSTO HELENO,  e outras ilustres autoridades e demais ministros.  
O linguajar inapropriado de JAIR BOLSONARO deu margem a que alguns membros radicais de seu governo abusassem do mesmo nível de vernáculo.
Como exemplo, cito, entre outros, o Ministro da Educação (logo da Educação ??), ABRAHAM WEINTRAUB, que chegou a classificar os Ministros do STF, a mais alta corte do país, de “vagabundos” e que, por ele, colocava todos na cadeia.
O Ministro da Economia PAULO GUEDES foi outro que passou a seguiu o mesmo padrão de expressão.
O jornal O GLOBO publicou em 15.05.2020, a notícia de que, em uma reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto, o Ministro da Economia, Sr. PAULO GUEDES declarou que era preciso “VENDER LOGO A  PORRA  DO BB”.
Na reunião no Palácio do Planalto, em 24.04.2020, ao fazer elogio à sua pessoa ao declarar ter lido vários livros sobre economia, disse que o BANCO DO BRASIL era um pacote pronto para “a privatização”.
Porém esqueceu-se de dizer que a implementação dessa medida extrema com efeitos deletérios sobre toda a economia do país, principalmente a área agrícola,  teria antes,  de  ser aprovada pelo Congresso.
Na defesa do BB, enalteço o relevante papel da ANABB - Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, a maior associação de funcionários aposentados do Banco do Brasil, com cerca de 100.000 sócios, entre funcionários da ativa e aposentados,  que declarou que vai entrar com interpelação judicial contra o Ministro da Economia para que ele se explique sobre uma afirmação que fez na reunião ministerial de 22.04.2020, dizendo que é preciso “vender logo a PORRA do BB”
Adiante, após este introito, reproduzirei a relevante nota sobre esse assunto, intitulada “QUE PORRA É ESSA “MINISTRO” !!!*, publicada em 20.05.2020, de autoria do Companheiro EDSON MACHADO MONTEIRO, economista, ex-Diretor da PREVI e ex-Vice Presidente do BANCO DO BRASIL.
Como blogueiro, nestes tempos bicudos de COVID-19, aperto financeiro e em quarentena, tenho procurado me poupar ao extremo.
Afinal de contas estou no grupo de risco.
Muitos outros blogueiros optaram por dar um tempo em suas publicações. Antes eu os criticava, agora os compreendo.
Bato palmas para os blogueiros Medeiros, Ari Zanella e Rosalina de Souza.  
Cada um, dentro de seus estilos e de seus nichos, são muito ativos.  
Poucos tem ideia do trabalho, do tempo dispendido, e dos gastos para manter um blog ativo.
É muito tempo gasto em estudo e em pesquisas.
É preciso ter muito cuidado e tato na elaboração de artigos.
E, mesmo assim, cometemos gafes e erros.
Por essa razão, podemos ser alvos de processos legais.
Temos de ter equipamentos de informática potentes e dispendiosos.
Temos de usar cartuchos de tinta importados e caros, é muito papel e, vira e mexe, sofremos invasões de hackers que, depois, exigem o trabalho de técnicos especializados que cobram caro  para a formatação e reinstalação de  sistemas.
Pagamos um alto preço a provedores para o envio de numerosas mensagens, divulgação de blog etc., etc.
Enfim, é um turbilhão de despesas.
Para culminar, ainda somos injustamente acusados de recebermos ajuda financeira  para a publicação de “fake news”.
Queremos ajudar os companheiros de nossa categoria cada vez mais, mas estamos idosos e, isso tudo junto, torna-se muito aborrecido, cansativo e dispendioso.
Acresça-se a esses aspectos, o fato de que temos nossos problemas e prazeres pessoais que consomem nosso tempo.
Gosto de me manter atualizado com os problemas e o noticiário em geral sobre o Brasil e o Mundo.
Aprecio a  boa música.
Entre outras leituras, sou um leitor voraz dos livros e participante das palestras ( via Youtube) dos filósofos Luiz Felipe Pondé, Mário Sérgio Cortella e Leandro Karmal – meus preferidos no Brasil.
Estudo inglês intensamente para uso em viagens e leitura de livros, revistas e jornais em inglês.
Enfim, apesar da idade avançada, mantenho-me   ocupado e   ativo.
Para usufruir mais dos prazeres da vida, havia decidido tirar um tipo de período sabático, com uma freada na publicação de meus artigos,  mas, face  aos desafios na presente quadra, não pude me conter e estou lançando a presente nota.  
Não deixem de apreciar, adiante, a corajosa e excelente nota de autoria de nosso companheiro EDSON MACHADO MONTEIRO.
Imperdível!!
Uso o típico linguajar nordestino para descrever o ilustre companheiro EDSON MACHADO MONTEIRO:
“MASSA, TÁ AÍ UM CABRA MACHO E ARRETADO !!”

Boa leitura para todos.

Forte Abraço e protejam-se.

ADAÍ ROSEMBAK

Associado da AAFBB, ANABB e ANAPLAB

Nota de EDSON MACHADO MONTEIRO:

*QUE PORRA  É ESSA “MINISTRO” !!!*

O jornal O GLOBO publicou, em 15 de maio último, a informação de que, em uma reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto no dia 22 de abril de 2020, o Ministro da Economia, Sr. PAULO GUEDES, teria afirmado que é preciso “vender logo a PORRA do BB”.

Como o conteúdo do vídeo gravado nessa reunião está sob segredo da justiça e seu inteiro teor possivelmente nunca será trazido à público, fiquei em dúvida sobre que “BB” V. Exa. estaria falando.

De repente, pode ser um código de comunicação utilizado no governo ou, quem sabe, a senha de algum projeto em andamento em seu cabuloso ministério.

Mas Ministro, se V.Exa. estava mesmo se referindo ao Banco  do Brasil, com toda certeza o despropósito e a vulgaridade de com que tratou o tema não se coadunam com a liturgia do cargo que ocupa, pois estaria referindo-se a uma empresa de valor e relevantes serviços prestados à sociedade brasileira, com mais de 200 anos de existência. Talvez o melhor e mais rentável ativo do portfólio que administra, como “chefe” do Tesouro Nacional, acionista controlador do Banco do Brasil.

E isso, para mim, não é novidade.

V.Exa é um “posto Ipiranga” com origem no mercado financeiro, sócio de banco de investimento que vivia mamando nas tetas dos fundos de pensão nas décadas de 1980 e 1990, exceto nas da PREVI, que, em 1993, rompeu o relacionamento espúrio com diversos agentes do mercado financeiro, entre eles o banco do qual V. Exa. era sócio, para constituir o que é hoje o patrimônio saudável da maior entidade fechada de previdência privada abaixo da linha do Equador.

A reforma bancária de 1964 favoreceu o surgimento de grandes conglomerados financeiros, com ampla atuação no mercado, e impôs amarras à atuação do BB, impedindo-o de operar em frentes emergentes e rentáveis, como nas áreas de mercados de capitais, seguros, previdência e cartões, levando-o, ao longo dos anos, a definhar e perder a representatividade que tinha no mercado.

Somente a partir de 1995 foi que o BB, com o apoio de seus acionistas, sobretudo o Tesouro Nacional, venceu as amarras e também se transformou em um conglomerado financeiro, após efetuar ajustes estruturais e sanear seus ativos, com vultosos investimentos em tecnologia, no desenvolvimento de pessoas e em novas frentes de negócios, passando a atuar de maneira competitiva em todos os ramos do mercado financeiro e de capitais, no Brasil e no exterior.

De lá para cá, Ministro, são mais de 20 anos de lucros sucessivos e crescentes, com profissionalismo e elevada eficiência operacional, apesar das restrições que enfrenta uma sociedade de economia mista para atuar em mercados competitivos.

Mas o BB superou tudo isso, com expressivo crescimento em todos os ramos de negócios, distribuindo vultosos dividendos no período, sobretudo ao acionista controlador, além de impostos gerados para os cofres da União e da excelência dos serviços entregues à sociedade.

E sabe por que, Ministro?   

Porque o BB inovou em parcerias, investiu e formou gente competente, comprometida com o desenvolvimento de negócios em prol da sociedade brasileira.

Além disso, retomou uma das características mais marcantes de sua história: voltou a ser celeiro de profissionais de excelência, muitos dos quais assediados e recrutados por grandes empresas nacionais e multinacionais dos mais diversos ramos de atividade.

E a história se repete, Ministro!

Por ingerência do controlador, a atual direção do BB vai dando consequência à estratégia irresponsável de fatiar um banco moderno, competitivo e lucrativo, vendendo isoladamente as subsidiárias que dão retorno e complementam a atuação do conglomerado BB nos diversos segmentos de mercado.

Ao final desse processo restará sim um “elefante branco”, igual àquele de antes das reformas iniciadas em 1995, sem capacidade de gerar resultados, pois os negócios mais rentáveis foram “vendidos” sabe-se lá para quem e com que grau de transparência.

Aí talvez, seja mesmo a hora de “VENDER LOGO A   PORRA  DO  BB”, pois será uma empresa sem competitividade e que não atende mais às expectativas de seus clientes e acionistas.

Isso é cruel e leviano, Ministro!

A irresponsabilidade chega às raias do absurdo, do inacreditável.

Representa um descompromisso com os investidores e com a sociedade brasileira, pois arruína o patrimônio do povo e desintegra um negócio que está funcionando de maneira harmônica e lucrativa há décadas.

É claro que é um desmonte planejado, possivelmente combinado com os competidores, com amplos interesses em adquirir ou retomar “shares” que lhes foram tirados pela contundente atuação do BB nas últimas duas décadas.

Afinal Ministro, que PORRA é essa?

É bom lembrar que a privatização do BB depende de autorização do Legislativo.

E lá, os representantes do povo terão que enfrentar esses fatos históricos e os valores que o BB representa para o País, além de “abrir mão” do papel que desempenha no campo social e cultural, na execução de políticas econômicas anticíclicas , no financiamento da produção nacional, principalmente do agronegócio, e na prestação de serviços a milhões de brasileiros.

https://www.linkedin.com/pulse/que-porra-/%C3%A9-essa-ministro-edson-monteiro/

EDSON MACHADO MONTEIRO
Economista, ex-Diretor da PREVI e ex-Vice Presidente do Banco do Brasil.
Publicado em 20.05.2020