quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

TEMPOS NOVOS PARA A PREVI

 

Caros Companheiros,

Temos observado ocorrências na PREVI que tem causado grande prejuízo na instituição e aos seus associados.

Uma  delas é abordada no  BLOG ROSALINA DE SOUZA, em  12.12.2022,  com o título “SUPERAPOSENTADORIAS : Denúncia da ANABB respalda representação do MP junto ao TCU”.

Esse é um assunto que já está em andamento na Justiça há bastante tempo – como aponta o artigo - e que já foi alvo de inúmeras reportagens e comentários na mídia.

Parabenizamos a ANABB por estar à frente dessa importante ação e elogiamos o BLOG ROSALINA DE SOUZA por dar notoriedade ao processo em foco.

Essa  é uma matéria  extremamente delicada , que causa desequilíbrio financeiro na PREVI  e que contraria o regime vigente na instituição para a concessão de benefícios quando da aposentadoria de seus associados.

O outro tema – bem mais recente e que vem recebendo intenso foco, principalmente na rede, foram operações  de venda de ações da VALE DO RIO DOCE   e da compra de ações da varejista MAGALU, que causou um colossal prejuízo no patrimônio da PREVI que, conforme avaliações, chegou ao patamar de 15 bilhões de reais.

Foi apresentada uma esfarrapada explicação na tentativa de justificar a operação inaceitável até para operadores neófitos na Bolsa.

Nenhuma justificativa convincente foi apresentada para tal descalabro.

(Atenção: não cito nomes. Se for conveniente, a PREVI que apresente uma explanação palatável para essa trapalhada financeira que causou tamanho prejuízo à PREVI.

Fica a inteiro critério da PREVI citar ou não citar nomes antes de efetivamente apurar responsabilidades no caso. )

É uma insanidade afirmar que, pelo fato da MAGALU ter dado lucros momentâneos, a PREVI agiu certo ao investir na empresa.

Lucros momentâneos sempre foram chamariz para atrair bagrinhos para golpes no mercado acionário.

Afirmar que a PREVI seria malvista pelos associados caso não investisse na MAGALU (em razão dos propalados lucros momentâneos), é chamar os “velhinhos aposentados” de desinformados ou idiotas. (Peço escusas pelo peso das expressões, mas elas são absolutamente cabíveis e adequadas).

Atrevo-me a fazer comparações.

Quando trabalhava na CACEX-RIO, em passado não tão recente, costumava ir a uma corretora  de ações    com meu colega de trabalho MARIO DE OLIVEIRA BASTOS , que hoje é 2º Secretário na AAFBB/CODEL.

Essa corretora era pequena, mas muito organizada, ativa e bem frequentada.

Situava-se na Travessa do Ouvidor e era dirigida por um senhor uruguaio de alta estirpe, uma verdadeira águia   que  “sabia  tudo” de mercado acionário.

Como eu e o MÁRIO estávamos sempre juntos, certo dia o uruguaio me disse que  o MÁRIO foi uma excelente escolha de guru que eu tinha feito no campo acionário.

De fato, nunca vi o MÁRIO perder um centavo sequer em qualquer operação. 

MÁRIO acompanhava meticulosamente o histórico, perspectivas de investimentos e o balanço de todas as empresas em que colocava seu suado dinheirinho.

Nunca escondeu o extremo cuidado com o trato do dinheiro.

Com certeza era guiado pelo espírito de seus descendentes lusitanos.

Era (e deve continuar sendo) um hábil investidor (nunca foi especulador) de alto nível.

Sempre foi cauteloso, estudioso de balanços e do histórico e desempenho das ações de cada empresa, oportunista e atento na hora certa de investir e altamente seletivo nas ações das empresas  que negociava.

Dava especial atenção às blue-chips.

Nunca o vi se aventurar em operações a termo, mercado de opções,  e tantas outras operações exóticas e perigosas.

Lembro-me do caso de um especulador que tinha uma fixação no mercado a termo.

Certo dia entrei na corretora e ele estava com a cabeça apoiada na mesa.

Pensei que estivesse dormindo, mas estava em prantos.

A Bolsa tinha despencado e ele perdeu todo o seu patrimônio, que estava totalmente comprometido em operações a termo.

O MÁRIO presenciou a cena.

Não foi por falta de aviso.

A Bolsa havia virado um cassino e só os tubarões se davam bem.

NAGI NAHAS foi o campeão de todos eles.

Depois de quebrar a Bolsa do Rio foi se refugiar em sua mansão em Paris.

Não é meu intuito denegrir a imagem e a atuação de nenhum dirigente e companheiro da PREVI, mas tão somente defender o patrimônio da instituição de todas as formas possíveis, até porque esse é um direito inalienável meu, porque daí é que provém meu sustento, de meus familiares e de todos meus companheiros aposentados.

 

Felicidades e abraços em todos.

 

ADAÍ ROSEMBAK

Associado da AAFBB e ANABB