quarta-feira, 25 de março de 2020

UMA REFLEXÃO SOBRE NÓS MESMOS E SOBRE O FUTURO


 Caros Companheiros,

Não temos como fugir do tema  que nos bombardeia continuamente na mídia: “A propagação planetária do coronavírus (COVID-19)  que exigirá um  dispendioso esforço de pesquisa  a fim de  se criar uma vacina eficaz para   impedir as pessoas  de serem atingidas por esse mal.
Os mais avançados centros tecnológicos do Mundo também procuram aperfeiçoar métodos e remédios para curar os que já foram atingidos por esse vírus.
A par dos imensos gastos governamentais, até que se descubram remédios que impeçam a propagação do vírus, será necessário que se mantenha uma abrangente “quarentena” de todos os cidadãos para evitar a propagação do corona vírus.
Em meio a um imenso turbilhão de providências, é necessário que o Governo promova um esforço de conscientização da sociedade para o pleno sucesso de todas essas medidas.
No que tange a esse aspecto de divulgação, análise   e administração de providências, eventualmente temos a felicidade de nos deparar com verdadeiras joias literárias muito bem lapidadas.
Acabei de tomar conhecimento do excelente artigo “O avesso do caos: Quando tudo passar, voltaremos a ser quem éramos?”, que reproduzo abaixo, elaborado pela Dra. JÚLIA ROCHA, médica, apaixonada por música, e agora também, blogueira e escritora.
É uma peça que atinge o fundo de nossa alma e nos dá a esperança de que, ao fim de tudo que estamos passando e ainda passaremos, tal qual uma “fênix”, figura da mitologia grega que representa a mais bela das aves, que depois de viver por 500 anos, entra em combustão e renasce como uma outra ave que poderia viver mais de mil anos.
Com o surgimento do Cristianismo, a fênix passou a representar a idéia de ressurreição e de vida após a morte.  
Declaro-me imensamente surpreso e feliz por me defrontar por texto tão tocante e belo.
Espero que todos desfrutem da mesma leitura que me proporcionou tanto prazer e admiração.
Boa Leitura !!
ADAÍ  ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB e ANAPLAB


“O AVESSO DO CAOS: QUANDO TUDO PASSAR, VOLTAREMOS A SER QUEM ÉRAMOS?”
JÚLIA ROCHA
O momento atual é uma esquina da história.
Quem procura na memória não encontra precedentes para o que vivemos nas últimas semanas ou meses.
A overdose de informações, a intensa exposição do tema no rádio, na TV e na internet mudaram a nossa capacidade de perceber e de intuir sobre a realidade.
Olhamos para os números, mas não enxergamos o que há para além deles.
Cinco mortos, seis, sete, oito. Se fossem dois, três ou trinta, estaríamos igualmente alarmados.
Os últimos dias levaram grande parte da nossa racionalidade.
Atualizamos a situação com olhos fixos nas múltiplas telas.
Repetimos rituais de limpeza e de busca por fontes seguras de notícias.
Sentimos saudade dos pais e avós que estão abrigados no bairro ao lado.
Visitamos ressabiados o mercado do bairro cuidando para não encostar desnecessariamente em nada.
Convenhamos, é impossível sair mentalmente ileso do caos global instalado e da vivência tão intensa e absoluta do que mais nos angustia em dias como estes: a INCERTEZA.
Não estamos certos de que os cuidados que estamos tomando sejam suficientes.
Saímos rapidamente de casa para reabastecer a geladeira e ao voltarmos somos inevitavelmente tomados pelo medo de expor nossos familiares a uma possível contaminação.
Nos xingamos uns aos outros por atitudes aparentemente inofensivas como esbarrar a roupa que foi na rua no móvel da entrada da casa.
Questionamos internamente os protocolos sugeridos pelas entidades médicas, pelos gestores públicos e, aí, lavar as mãos com água e sabão vira usar álcool gel por duas ou três vezes, tomar banho, colocar a roupa suja cuidadosamente na máquina, lavá-la com água bem quente e muito sabão.
Estourando a bolha de sabão e álcool gel da classe média, avistamos ao longe, no alto dos morros nossos irmãos mais vulneráveis.
Descobrimos que para metade da população do país, ficar em casa, ter acesso à água limpa e receber notícias de fonte relativamente segura já é um luxo sem tamanho.
Somos esta nação.
Somos este grupo que se identifica de forma única como povo brasileiro, mas, em vez de tentarmos sobreviver de forma coesa, nos tornamos esta aberração que se previne usando as evidências científicas pela metade.
No asfalto, milhões de seres humanos confinados, escondidos atrás de barricadas de antissépticos.
Na favela, milhões de seres humanos pobres, em moradias precárias, convivendo com famílias numerosas, em barracos pequenos, mal ventilados, sem água limpa ou saneamento básico.
São estes pobres jogados à própria sorte, que estão nos vendendo álcool nas farmácias, abastecendo nossos carros nos postos de gasolina, entregando nossas pizzas no nosso confinamento.
Ou seja, meu amor, ou nos protegemos como grupo, salvando primeiro as pessoas e depois a economia, ou estaremos todos em risco.
A conta da desigualdade vai chegar também aos condomínios.
Os capitães da meritocracia, que acham que negros e negras, descendentes de africanos escravizados por 300 anos no Brasil, moram no alto dos morros e vivem uma vida precária por que não se esforçaram o suficiente ou por que escolheram esses lugares para reduzirem seus custos, também receberão seus boletos.
Quis a natureza e a evolução da espécie que o vírus se espalhasse democraticamente.
Mesmo sem conhecer pessoalmente seus hospedeiros é possível intuir quem está mais apto a sobreviver a esta infecção.
De um lado, temos um Brasil que vai ao médico sempre que precisa, que come bem, que tem lazer, que trabalha pouco, que se exercita, que viaja para a Europa, que pode trabalhar em casa.
Do outro, temos um Brasil que trabalha muito, em ambientes insalubres, que enfrenta transporte público precário e que come mal.
O estrago é maior quanto maior a vulnerabilidade física de quem se infecta.
Seguimos irracionais, contabilizando cada novo caso, mesmo sabendo que os números oficiais, há muito, não são mais confiáveis.
O planeta agradece com ar e água mais limpos a desaceleração global.
Estamos em pleno trabalho de parto.
Como não poderia deixar de ser, parto é doloroso, difícil e, por vezes, longo.
Se durar pouco, esse processo pode não gerar reflexão suficiente.
Se durar muito, os estragos podem gerar o nascimento de um mundo fragilizado, mas se durar tempo suficiente para reflexão e mudança interior, o planeta pode parir um mundo novo, saudável, melhor e mais justo.
Não se iludam.
Não depende de cada um de nós.
Deixemos o individualismo infantil no passado.
É hora de organização, solidariedade e senso de coletividade.
É hora de parirmos sistemas de saúde públicos fortes, eficientes.
É hora de respeitar direitos humanos para todos.
É hora de parirmos sistemas públicos de educação capazes de formar cidadãos críticos, criativos e conscientes.
É hora de reduzirmos produção e consumo, e distribuir de forma igualitária e justa as riquezas deste planeta.
Quem fará isso? Prefiro a resposta de ASSATA SHAKUR:
"Ninguém no mundo, ninguém na história, nunca conseguiu a liberdade apelando para o senso moral de seu opressor."
Pretas e pretos, nações indígenas, trabalhadores, não esperemos muito do que não vier de nós.

JÚLIA ROCHA

E C O A – Por Um Mundo Melhor.UOL
Pessoas, empresas e organizações com iniciativas transformadoras em Educação, Saúde, Meio Ambiente, Trabalho, Diversidade, Vida Urbana e Gestão ...
‎Por um mundo melhor . Blogs e colunas . Reportagens especiais.

Sobre a autora:

Mineira de Belo Horizonte, JÚLIA ROCHA nasceu em uma família de músicos e médicos e decidiu conciliar as duas paixões também em sua vida.
É uma mulher de esquerda e sua opção é pelos pobres e oprimidos. Fácil constatar...
Tornou-se médica com a mesma naturalidade com que se tornou cantora.
JÚLIA ROCHA se apresenta como “especialista em gente, médica de família e comunidade.”

Sobre o blog:

Um espaço para refletir sobre a importância da humanização do atendimento médico e sobre questões da vida em geral.
Afinal, a saúde vai muito além de diagnósticos e receituário.

sexta-feira, 20 de março de 2020

O DESAFIO CHINÊS


 Caros Companheiros,

Em 1967, li  a magistral obra “O DESAFIO AMERICANO”,  do escritor e jornalista francês JEAN-JACQUES SERVAN SCHREIBER, que descortinou    com maestria as tensões e insatisfações sociais daquela época, que desaguaram nos movimentos estudantis que tiveram seu ápice em  Maio de 1968.

O grande mérito de JEAN-JACQUES SERVAN SCHREIBER não foi apresentar propostas e nem soluções para a criação de uma sociedade mais humana e igualitária.

O “DESAFIO AMERICANO” mostrou  que já ocorriam mudanças nos ESTADOS UNIDOS, representadas por movimentos libertários e inovadores  de toda ordem,    dentro do espírito democrático americano,    sem precisar apelar para a fome devastadora, as guerras e os expurgos internos que resultaram no extermínio  de milhões de seres humanos para a implantação da    ordem marxista-leninista dentro da RÚSSIA e que, em 1922, com a agregação de países satélites, possibilitou a criação da UNIÃO SOVIÉTICA.

O socialismo na UNIÃO SOVIÉTICA, quando do lançamento do “O DESAFIO AMERICANO”,  já se mostrava um sistema  superado,  estagnado e opressor.

Quanto sofrimento e sangue derramado para a criação da URSS em 1922, para, 70 anos depois,   exatamente em 26.12.1991, o gigante soviético implodir em um piscar de olhos, através da GLASNOST e da PERSTROIKA, implementadas por MIKHAIL GORBACHEV !!
  
Quem viveu naquele período se pergunta, ainda hoje, como foi possível que, depois de tanto sacrifício, a URSS desaparecesse daquela forma!!

A CHINA, até aquele momento, era considerada apenas uma seguidora do modelo organizacional da UNIÃO SOVIÉTICA, submetida ao regime ditatorial de MAO-TSÉ-TUNG, que também fracassou em diversos planos implementados na  CHINA.  

Só no “GRANDE PASSO PARA A FRENTE”, cerca de 55 milhões de chineses morreram de fome.

MAO TSÉ-TUNG também lançou a “REVOLUÇÃO CULTURAL”, que  exterminou milhões de pessoas, mergulhou a CHINA em  um grande atraso, e só serviu para manter a população chinesa sob o jugo do fanatismo político da Guarda Vermelha, criada e dominada por  MAO-TSÉ-TUNG e seus asseclas.

Após a morte de MAO-TSÉ-TUNG, o dirigente DENG XIAO-PING ascendeu ao poder em 1978, e transformou a CHINA, segundo seu princípio de que “NÃO IMPORTA A COR DO GATO DESDE QUE ELE CAÇE RATOS”.

Em sentido contrário ao que foi feito na URSS, DENG XIAO-PING, fortaleceu a unidade e a disciplina do PCC-PARTIDO COMUNISTA CHINÊS, fortificou e modernizou o EPL-EXÉRCITO POPULAR DE LIBERTAÇÃO , abriu a economia para um radical capitalismo selvagem, e criou as ZEEs-ZONAS ECONÔMICAS ESPECIAIS.

Essas transformações, desde aquele período até hoje, possibilitaram que a CHINA partisse para um progresso  ininterrupto e acelerado de dois dígitos, que a tirou   da condição de uma das nações mais  miseráveis e  atrasadas  do Mundo,  para se tornar a superpotência econômica, tecnológica e científica da atualidade,  sendo – “somente e ainda” - suplantada pelos ESTADOS UNIDOS.

Nem tudo foi pacífico nesse salto da CHINA para o futuro.

Para a manutenção da celeridade do progresso, das arrojadas medidas de abertura capitalista, para manter a unidade do território chinês, e para impedir a ação de forças contrarrevolucionárias, DENG XIAO-PING foi obrigado a  tomar medidas drásticas e violentas, entre as quais destaca-se  “O MASSACRE DA PRAÇA DA PAZ CELESTIAL”, ocorrida em BEIJING em 1989.

Sabendo de minha paixão por essa epopeia na CHINA, que continua a ocorrer até hoje, uma pessoa amiga   me avisou que a NETFLIX havia acabado de lançar o filme “INDÚSTRIA AMERICANA”, que ganhou o Oscar de melhor documentário em 2019.

Assisti a essa obra 3 vezes e posso afirmar – sem qualquer exagero – que considero esse documentário   o melhor que já assisti até hoje, e o mais merecedor de receber o OSCAR desde que essa premiação foi criada.

Revelarei poucos detalhes da película para despertar o interesse e mostrar o contexto básico do filme, mas não o suficiente para tirar o prazer e a curiosidade dos telespectadores que venham assistir à peça.

O filme baseia-se na criação da fábrica de vidros para automóveis FUYAO GLASS AMERICA INC.,   na Cidade de DAYTON, OHIO, pela Multinacional Chinesa FUYAO, que investiu US$ 500 milhões  no projeto e na área que antes tinha sido  ocupada pela GM (General Motors), que fora à falência.

Inicialmente o projeto despertou o interesse do operariado local que viu naquela iniciativa a oportunidade de baixar e até eliminar o nível de desemprego que assolava toda a região.

Gradualmente, surgiram as diferenças culturais e de trabalho entre chineses e americanos, a interferência de políticos e de sindicatos locais e diversos outros complicadores e, por pouco, a fábrica não foi fechada pelos dirigentes chineses.

Não vou revelar mais  detalhes.

Deixo aos telespectadores essa apreciação.

Nestes desagradáveis momentos em que estamos submetidos a um regime de quarentena, principalmente os idosos, em razão dos efeitos avassaladores da disseminação do Coronavírus (COVID-19) -,volto a  recomendar a todos que aproveitem o tempo em que estarão recolhidos em seus lares para assistirem “INDÚSTRIA AMERICANA”  pela NETFLIX. 

Analisem e usufruam dessa realista e magnífica obra cinematográfica – criação de um casal de cidadãos norte-americanos -  que tiveram  um encontro privado com o ex-Presidente dos ESTADOS UNIDOS, BARACK OBAMA e sua esposa MICHELLE OBAMA, para conversarem sobre a complexidade e profundidade da  peça e abordarem  o despertar e o futuro da CHINA, que NAPOLEÃO BONAPARTE  já previra em 1816, que reproduzo adiante:

“QUANDO A CHINA DESPERTAR, O MUNDO TREMERÁ”.
Napoleão Bonaparte

DELEITEM-SE !!

Atenciosamente


ADAÍ ROSEMBAK

Associado da AAFBB, ANABB e ANAPLAB



P.S:  A pedido   do amigo e Presidente da AAPBB – Associação de Aposentados, Funcionários e Pensionistas do Banco do Brasil, WILLIAMS FRANCISCO DA SILVA, transcrevo adiante a importantíssima solicitação de nosso interesse encaminhada em 17.03.2020, pela AAPBB à PREVI para a suspensão de pagamentos de parcelas relativas ao  ES – EMPRÉSTIMO SIMPLES.

Parabenizamos WILLIAMS FRANCISCO DA SILVA pela iniciativa, e torcemos para o sucesso do pleito da AAPBB junto à PREVI:

“PREVI – Empréstimo Simples: Suspensão de Pagamentos de Parcelas

Mui estimados colegas, dirigentes de Associações e representantes de entidades, membros da comunidade BB em geral:

Envio meus fraternos cumprimentos a todos e todas, laboriosos colegas de Banco e de lutas.

A AAPBB – RJ enviou correspondência à PREVI, solicitando a imediata suspensão da cobrança de parcelas dos Empréstimos Simples e Financiamentos Imobiliários, face ao desastre na saúde pública que estamos vendo chegar, ao qual, tudo indica, se juntará um desastre econômico sem precedentes, não apenas em nível mundial como nacional.

Estamos fragilizados e, nesse contexto, mais ainda nossos aposentados, em geral com mais de 55 anos, sendo a maioria já passada dos 60 anos… Nessa faixa etária, a maior vulnerabilidade perante o CoronaVírus (COV19) está sendo apresentada em todos os meios massivos de comunicação. 

Sem alarmismos, mas é hora de nos prepararmos para as contingências, pois a possibilidade dessa pandemia se acercar a nós e a nossos familiares é imensa. 

Mesmo os colegas da ativa não estão imunes e livres dessas terríveis circunstâncias no campo da saúde, economia e finanças.

É hora de nos unirmos, para nos protegermos e nos apoiar mutuamente Precisamos, portanto, contar, mais que nunca, com nossas Entidades PREVI e CASSI, para nos ajudar no enfrentamento desta questão.

Por isso, CONCLAMO a todos os colegas que se unam à nossa demanda junto à nossa Caixa de Previdência, para reforçar o pedido de suspensão imediata do pagamento de parcelas de Empréstimos Simples e de Financiamentos Imobiliários, para aqueles que o desejarem, facultando-se a continuidade dos pagamentos para os que assim optarem. 

Cada um que estiver de acordo poderá colaborar, seja fazendo uma carta específica, ou enviando uma correspondência ratificando os termos da que já enviamos e protocolamos junto à PREVI.

Precisamos nos unir, mostrar que somos realmente coletivistas e não individualistas, e atuar em bloco. Se não, nós da AAPBB – RJ, seremos apenas uma voz clamando no deserto…

Ajudem-nos a ajudar, por favor.

WILLIAMS FRANCISCO DA SILVA

Presidente da AAPBB-RJ”


Nota: segue a carta já protocolada  –>   Clique aqui!