Acabei de voltar de
Recife (PE) e fiquei chocado com o que vi por lá.
O Complexo de SUAPE
que, tempos atrás, era um porto e um centro industrial dinâmico e próspero,
hoje está em quase total abandono.
Milhares de desempregados
vagueiam sem destino, a procura de qualquer trabalho que propicie renda para
alimentar suas famílias.
Esse é mais um dos
reflexos da política de terra arrasada implantada pelos governos do PT.
Paralelamente, o
banditismo se alastra pelas cidades do interior com quadrilhas organizadas e
bem armadas, que agem de forma brutal e truculenta nos seus ataques,
principalmente a bancos. As prefeituras, falidas, alegam não ter dinheiro nem
estrutura para combater esse tipo de crime.
Resultado: as cidades
ficam sem agências bancárias pois os bancos se negam a reabrir agências em
lugares que não oferecem a devida segurança.
Pernambuco continua a
ser um estado abençoado pela natureza.
Recife é uma cidade
maravilhosa. Suas praias são belíssimas, sua culinária é incomparável, seu povo
é hospitaleiro e afável.
Mas a derrocada
econômica do estado que gerou um imenso número de falências, com um alarmante
nível de desemprego, levou o povo à revolta e ao desencanto com a classe
política, devido à corrupção e à desorganização administrativa implantadas durante os governos do PT.
Essa é a atual situação
na terra do Lula onde, em passado recente, esse político era idolatrado como o
salvador da pátria.
Hoje, ele e sua
herdeira política, Dilma Rousseff, são odiados pelo povo, principalmente pelos
extratos mais humildes da população.
Voltei ao Rio de Janeiro, no fim
das Olimpíadas.
Agora assisto aos
debates no Senado sobre o impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
A gritaria, a baixaria
e a agressividade entre os parlamentares é chocante. Às vezes chega a ser
risível e, outras, repugnante.
O que deveria ser um
debate de alto nível mais parece uma briga entre bandidos pela disputa do
butim.
Mas, enfim, esse é o
preço que temos de pagar para recolocar o país nos eixos. Até porque não existe
outra alternativa, e não haveria mérito sem luta.
Os senadores defensores
de Dilma Rousseff, acho que já conscientes da derrota no Senado, apelam para
agressões pessoais, contestações descabidas, manobras capciosas, chicanas
legais de toda ordem, sutilezas e formalidades jurídicas, tudo com o fim de
postergar o máximo possível o desfecho desse processo que está levando o Brasil
a uma situação cada vez mais desesperadora.
Perguntamos o que passa
pela cabeça desses parlamentares com essas atitudes e manobras que são um
verdadeiro escárnio com o sofrimento do povo.
O intuito é quebrar o
país por completo?
Não basta o nefasto
“conjunto da obra”, que colocou o Brasil de joelhos, e pelo qual Dilma Rousseff
está sendo julgada?
Sim, sejamos francos, esse
é um julgamento político no Senado da República, sob o comando do Presidente do
STF, e Dilma Rousseff, de fato, está sendo julgada pelo “conjunto da obra”, e
não somente por pedaladas fiscais.
Nesse conjunto da obra,
estão incluídos a quebra da Petrobrás e de nosso sistema energético, a falência delituosa de fundos de pensão, 12 milhões de desempregados, desonerações fiscais
na ordem de 500 bilhões de reais ao setor privado, falência dos sistemas
educacional, da saúde, da segurança, corrupção genérica em todas as áreas do
estado, perda de crédito e de competitividade do Brasil no exterior, tudo isso
para citar apenas alguns dos efeitos devastadores dos governos petistas.
Como é possível que
esses políticos não enxerguem nada à sua frente, a não ser um dogmatismo
político ultrapassado e falido que, em passado recente, implodiu a URSS, e que não tem mais espaço
em nossos dias?
Esse esquerdismo de
fachada, defendido tão ardorosamente por grupos da esquerda festiva no Brasil,
é o que Lênin chamava de “doença infantil do esquerdismo”. Essa ilusão política não tem
nada a ver com o regime comunista, que é um processo brutal, implacável e desumano.
A implantação do comunismo
na ex-URSS, com a criação do homem soviético e da ditadura do proletariado, foi
o mais sanguinário processo de extermínio de seus próprios cidadãos na história
da humanidade.
Hitler foi exorcismado
na Alemanha por ter, em nome da eugenia da raça ariana, matado mais de
6.000.000 de judeus e cerca de 5.000.000 de pessoas entre ciganos,
homossexuais, deficientes físicos e mentais, testemunhas de Jeová, padres, anarquistas,
comunistas, sindicalistas, e outras minorias.
Já Stálin, durante o
período do Grande Terror na ex-URSS, que se estendeu de 1936 a 1939, foi o
carniceiro que matou de 30 a 60 milhões de seres humanos, dentro de seu próprio
território, para implantar a nova ordem soviética, pelo medo absoluto, pela
ditadura radical, e pelo endeusamento de sua personalidade.
Por mais espantoso que
seja, a figura aterrorizante de Stálin, o mais sanguinário assassino de
compatriotas da história da humanidade, é idolatrada na Rússia de hoje.
O atual Presidente da
Rússia, Vladimir Putin, enalteceu o papel do assassino Stálin na era soviética,
e ainda declarou que “O colapso da URSS foi a maior catástrofe geopolítica do
século XX”.
A escritora Svetlana
Aleksievitch, em sua laureada obra, “O Fim do Homem Soviético”, revela que a
juventude de hoje, na Rússia pós-soviética, venera a figura abjeta de Stálin.
A Rússia pós-soviética
é um arremedo ditatorial deformado de regime capitalista, e repousa sobre os escombros
e as características deletérias que causaram a implosão da ex-URSS.
A Rússia, da mesma
forma que a ex-URSS, continua a ser comandada com mão de ferro e de forma absolutista
pelo novo czar Vladimir Putin, apoiado por uma claque de oligarcas e magnatas
inescrupulosos e corruptos, que são os mesmos que comandavam a ex-URSS, e que constituíam
a nata da “Nomenklatura”. Esse é o grupo
que, após o esfacelamento da URSS, se apossou ilegitimamente do comando dos
principais complexos industriais do ex-império soviético, e que constituem a
nata dirigente da Rússia atual.
Hoje, a força da Rússia
se apoia no poderio militar e os investimentos fundamentais do governo daquele
país centram-se na indústria bélica. Os demais investimentos que beneficiam o
povo, como educação, saúde e segurança, foram relegados a segundo plano, e o
desemprego em massa grassa em vastas áreas daquele país.
A corrupção desenfreada
é característica inerente da Rússia atual. Mas a mídia russa, submissa e manietada
ditatorialmente por Vladimir Putin, não noticia nada a respeito.
Na Rússia é impossível
existir um processo de purgação da classe política como a Lava-Jato no Brasil.
A corrupção desenfreada de seus dirigentes é característica do governo da
Rússia.
Os poucos oponentes e críticos,
que se atreveram a criticar e denunciar qualquer membro ou esquema delituoso da
cúpula do regime, foram sumariamente eliminados. E assim continuará sendo. A
corrupção na Rússia permanecerá galopante e impune.
Por tudo isso, voltamos
a afirmar, como já o fizemos em artigos anteriores, que o destino da Rússia seguirá
o mesmo caminho da implosão da ex-URSS.
Para tanto não haverá
necessidade de uma nova guerra por parte do Ocidente, como proclamam os
dirigentes russos, para justificar a escalada armamentista da Rússia.
A Rússia será erodida por
dentro pelas características intrínsecas de sua própria gênese.
Os analistas e estudiosos
da história da Rússia já não se perguntam “SE” esse será o futuro daquele país,
mas sim “COMO" e "QUANDO”.
Em relação a essa
página negra na história da humanidade e, em respeito a tantos milhões de seres
humanos exterminados em nome de uma ideologia sanguinária, impiedosa e desumana,
que se provou falida, os parlamentares brasileiros
que ainda lutam pela implantação dessa mesma ordem política nefasta em nosso
país, principalmente os partidários do PT, PCdoB, PSOL, PSTU e outros, deveriam
abandonar de vez o objetivo de implantar pela força e violência esses modelos políticos que já se
provaram fracassados ao longo da história,
e passar a conviver de forma
democrática com os demais partidos
políticos, para encontrar as soluções mais adequadas para o bem do Brasil.
É preciso compreender, de uma vez por todas, que nosso povo não deseja para o Brasil o mesmo destino que a história reservou
para a ex-URSS e para a atual Rússia.
Felizmente a democracia
foi vitoriosa no fim da Guerra Fria.
Os Estados Unidos, a
superpotência democrática vencedora da Guerra Fria, que cresce ano a ano, é o
país onde a população desfruta do mais alto nível de liberdade de expressão, e é onde o povo goza
do maior padrão de vida do planeta.
Escrevo esta nota em
pleno julgamento do impeachment.
Portanto, não podemos
ter certeza absoluta de qual será o resultado dessa decisão, por mais
promissoras que sejam as avaliações pela vitória do impeachment.
Por essa razão, tenho
minhas reservas sobre as providências antecipadas do Presidente interino Michel
Temer em relação aos preparativos para sua posse como presidente efetivo,
considerando a hipótese de que o impeachment seja aprovado pelo Senado.
Essa situação me leva à
lembrança do Presidente Fernando Henrique Cardoso quando disputou a Prefeitura
de São Paulo com Jânio Quadros em 1985.
Antes das eleições, FHC estava tão certo de sua vitória que sentou na cadeira
do prefeito da Cidade de São Paulo, em pose de vencedor. Para surpresa de
todos, Jânio Quadros venceu a eleição e, irreverente e surpreendente como era,
a primeira coisa que fez antes de sua posse, foi comprar um inseticida e, ele
mesmo, desinfetar a cadeira do prefeito onde FHC havia sentado.
Mas torcemos pela
vitória do impeachment, para a reorganização, a reestruturação, e o progresso
do Brasil, e para a felicidade do povo brasileiro.
Não temos ilusões de
que entraremos em um ciclo de mudanças muito duras e profundas, que afetarão a
vida de todos os brasileiros.
Temos pela frente a
implantação das reformas tributária,
política, trabalhista, previdenciária, do sistema financeiro, e tantas outras
nas áreas de saúde, educação e segurança.
Essas reformas, que ocorrerão
de forma rápida, pela força e ímpeto do novo governo, serão fundamentais para a
reorganização e aperfeiçoamento do Estado, e propiciarão a elevação imediata do
nível do país pelas agências internacionais de classificação de riscos.
Esse reconhecimento das
agências internacionais de classificação de riscos, que norteia os investimentos
dos grandes grupos financeiros internacionais, carreará rapidamente
investimentos externos colossais para o Brasil, criando milhões de empregos e
gerando um novo ciclo virtuoso de progresso para o país.
Infelizmente, no início
do novo governo, será preciso tomar providências imediatas com a mobilização
de forças policiais e, inclusive, das forças armadas, se necessário for, para
conter a ação criminosa e violenta de grupos organizados radicais que não se
conformarão com o impeachment de Dilma Rousseff. Entre esses grupos, podemos
enquadrar a CONTAG, MST, MTST, CUT, LIGA CAMPESINA e outros, que já declararam,
tacitamente, que reagirão de forma violenta, inclusive apelando para seus
“exércitos”, se o impeachment for aprovado.
Por outro lado, como acontece
em qualquer democracia madura, o presidente deve procurar diálogo imediato com
a oposição.
A oposição é
imprescindível em qualquer democracia.
Já a oposição, em um
regime democrático maduro, precisa compreender, aceitar e conviver com mudanças
exigidas pela sociedade em um determinado momento de sua história.
O ciclo do poder é
característica inerente de regimes democráticos.
O contrário disso é o que
chamamos de ditadura.
Paralelamente, é vital
que a ação da Operação Lava-Jato não tenha o mesmo destino da Operação Mãos
Limpas na Itália, que foi abortada pela pressão de forças políticas atingidas
pelo processo de purgação da vida política naquele país.
A continuação da
atuação da Operação Lava Jato para a saúde e moralização da área política, é um
elemento fundamental para o progresso do Brasil.
Essa é a nossa visão da
atual conjuntura política do Brasil.
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB,
ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB