Caros Companheiros,
Temos observado ocorrências na PREVI que tem causado grande
prejuízo na instituição e aos seus associados.
Uma delas é abordada no
BLOG ROSALINA DE SOUZA, em 12.12.2022, com o título “SUPERAPOSENTADORIAS : Denúncia
da ANABB respalda representação do MP junto ao TCU”.
Esse é um assunto que já está em andamento na Justiça há
bastante tempo – como aponta o artigo - e que já foi alvo de inúmeras reportagens
e comentários na mídia.
Parabenizamos a ANABB por estar à frente dessa importante ação
e elogiamos o BLOG ROSALINA DE SOUZA por dar notoriedade ao processo em foco.
Essa é uma matéria extremamente delicada , que causa desequilíbrio
financeiro na PREVI e que contraria o
regime vigente na instituição para a concessão de benefícios quando da
aposentadoria de seus associados.
O outro tema – bem mais recente e que vem recebendo intenso
foco, principalmente na rede, foram operações de venda de ações da VALE DO RIO DOCE e da compra de ações da varejista MAGALU, que
causou um colossal prejuízo no patrimônio da PREVI que, conforme avaliações,
chegou ao patamar de 15 bilhões de reais.
Foi apresentada uma esfarrapada explicação na tentativa de
justificar a operação inaceitável até para operadores neófitos na Bolsa.
Nenhuma justificativa convincente foi apresentada para tal
descalabro.
(Atenção: não cito nomes. Se for conveniente, a PREVI que
apresente uma explanação palatável para essa trapalhada financeira que causou
tamanho prejuízo à PREVI.
Fica a inteiro critério da PREVI citar ou não citar nomes antes
de efetivamente apurar responsabilidades no caso. )
É uma insanidade afirmar
que, pelo fato da MAGALU ter dado lucros momentâneos, a PREVI agiu certo ao
investir na empresa.
Lucros momentâneos sempre foram chamariz para atrair
bagrinhos para golpes no mercado acionário.
Afirmar que a PREVI seria
malvista pelos associados caso não investisse na MAGALU (em razão dos
propalados lucros momentâneos), é chamar os “velhinhos aposentados” de
desinformados ou idiotas. (Peço escusas pelo peso das expressões, mas elas são
absolutamente cabíveis e adequadas).
Atrevo-me a fazer comparações.
Quando trabalhava na CACEX-RIO, em passado não tão recente,
costumava ir a uma corretora de ações com
meu colega de trabalho MARIO DE OLIVEIRA BASTOS , que hoje é 2º Secretário na AAFBB/CODEL.
Essa corretora era pequena, mas muito organizada, ativa e bem
frequentada.
Situava-se na Travessa do Ouvidor e era dirigida por um
senhor uruguaio de alta estirpe, uma verdadeira águia que
“sabia tudo” de mercado
acionário.
Como eu e o MÁRIO estávamos sempre juntos, certo dia o uruguaio
me disse que o MÁRIO foi uma excelente
escolha de guru que eu tinha feito no campo acionário.
De fato, nunca vi o MÁRIO perder um centavo sequer em qualquer operação.
MÁRIO acompanhava meticulosamente o histórico, perspectivas
de investimentos e o balanço de todas as empresas em que colocava seu suado
dinheirinho.
Nunca escondeu o extremo cuidado com o trato do dinheiro.
Com certeza era guiado pelo espírito de seus descendentes
lusitanos.
Era (e deve continuar sendo) um hábil investidor (nunca foi
especulador) de alto nível.
Sempre foi cauteloso, estudioso de balanços e do histórico e
desempenho das ações de cada empresa, oportunista e atento na hora certa de
investir e altamente seletivo nas ações das empresas que negociava.
Dava especial atenção às blue-chips.
Nunca o vi se aventurar em operações a termo, mercado de opções, e tantas outras operações exóticas e perigosas.
Lembro-me do caso de um especulador que tinha uma fixação no
mercado a termo.
Certo dia entrei na corretora e ele estava com a cabeça apoiada
na mesa.
Pensei que estivesse dormindo, mas estava em prantos.
A Bolsa tinha despencado e ele perdeu todo o seu patrimônio, que
estava totalmente comprometido em operações a termo.
O MÁRIO presenciou a cena.
Não foi por falta de aviso.
A Bolsa havia virado um cassino e só os tubarões se davam
bem.
NAGI NAHAS foi o campeão de todos eles.
Depois de quebrar a Bolsa do Rio foi se refugiar em sua
mansão em Paris.
Não é meu intuito denegrir a imagem e a atuação de nenhum dirigente
e companheiro da PREVI, mas tão somente defender o patrimônio da instituição de
todas as formas possíveis, até porque esse é um direito inalienável meu, porque
daí é que provém meu sustento, de meus familiares e de todos meus companheiros
aposentados.
Felicidades e abraços em todos.
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB e ANABB