sexta-feira, 24 de março de 2023

CAMINHOS PARA A PREVI


Caros Companheiros,

Enxergo sérios desafios em relação à governabilidade da PREVI.

Não se trata somente da nomeação de novo presidente da instituição.

São vários assuntos.

Primeiramente, volto a me debruçar sobre o prejuízo avaliado em R$ 15 bilhões no episódio de venda das ações da Mineradora VALE DO RIO DOCE e compra de ações da Varejista MAGALU (Magazine Luiza), alvo de meu artigo “TEMPOS NOVOS PARA A PREVI”, de 04.01.2023, neste blog.

Confesso que esperava por uma ação decisiva e abrangente da PREVI para, no mínimo, alterar o quadro de operadores que causaram tamanho prejuízo e expedir um comunicado contundente da instituição aos seus associados, noticiando medidas saneadoras  para evitar novos episódios como esse no segmento de renda variável,  que causou tamanha perda no patrimônio da PREVI e de seus associados.

 

Mas NADA!! Nem uma palavra!! Imperou o “ESPÍRITO DE CORPO”!!

Se nada for mudado, só nos resta esperar por um novo e colossal prejuízo!!

Não me atrevo a partilhar de futricas de que companheiros da área seriam apadrinhados e protegidos de dirigentes da instituição e que essa seria a razão para o  mutismo de nosso fundo de pensão.

Afinal de contas,  não foi apresentada nenhuma prova nem testemunho que corrobore tais fuxicos.

 

 

Há muito tempo não opero na Bolsa, mas existem algumas premissas que são básicas, especialmente para INVESTIDORES pessoas físicas ou jurídicas (que é o caso da PREVI).

Não faço comentários sobre especuladores.

Na minha opinião, ser especulador na Bolsa de Valores no Brasil é para loucos ou gênios.

Como não sou nem um nem outro prefiro me manter afastado dessa seara.

 

Aí vão dicas básicas para investidores: não comprar ações na alta e só comprar ou recomprar na baixa para fazer um preço médio, até que a Bolsa e as ações voltem a subir e não se tenha prejuízo.  

Isso – evidentemente – só deve ocorrer com ações de empresas sólidas e tradicionais e que não sejam abaladas por oscilações momentâneas no mercado acionário.

Por isso, é preciso estudar meticulosamente cada ação antes de investir.

Ações de mineradoras (que é o caso da VALE) são opções  muito bem recomendadas para investidores por serem respaldadas por commodities na área mineral. 

Outro importantíssimo aspecto: Existem alguns segmentos no mercado acionário que devem ser evitados por seu alto risco e instabilidade de negócios.

Aí vão alguns:  varejistas (caso da MAGALU e tantas outras que já foram para a bancarrota), empresas aéreas, redes hoteleiras, setores de turismo, shoppings  e empresas de construção.

No que tange especialmente à Mineradora VALE, as ações dessa empresa caíram de preço em razão da crise imobiliária na CHINA, com a quebra da incorporadora EVERGRANDE que parou de comprar minério de ferro usado em construções.

A FANTASIA, outra construtora chinesa, recentemente também entrou na mesma situação calamitosa que atingiu a EVERGRANDE.

Mas, a despeito dos problemas, não seria hora de vender as ações da VALE.   

Pelo contrário: a hora seria para comprar.

Primeiro: porque, em relação à crise imobiliária, o governo chinês está tomando medidas duras e abrangentes para acabar com o problema. Resolvida a situação o mercado imobiliário voltará a crescer e, paralelamente, as compras de minério de ferro também aumentarão.

Fora isso, existem outros aspectos que certamente ajudarão a VALE.

As ameaças militares dos USA e outros países contra a CHINA vão obrigar o governo chinês a incrementar a indústria de armamentos e indústria naval, que são grandes consumidoras de ferro.

Outro exemplo (e essa é uma tese levantada por este articulista):   Os USA estão fechando – sob estridentes protestos da CHINA -  a venda de 5 submarinos a propulsão nuclear para a AUSTRÁLIA, que vende minério de ferro para a CHINA, através da mineradora australiana RIO TINTO.  

Se a CHINA quiser retaliar a AUSTRÁLIA e os USA contra essa compra de submarinos nucleares, ela pode voltar a comprar minério de ferro da brasileira VALE e escantear a mineradora australiana RIO TINTO, apesar do alto custo do frete  e do seguro marítimos para o BRASIL, visto a AUSTRÁLIA ficar em frente da CHINA e o BRASIL ficar do outro lado do Mundo.

 

Para melhor conhecimento do ramo de ações,  recomendo os cursos promovidos por LUIS BARSI e sua filha LOUISE BARSI, consolidados por décadas de negócios bem sucedidos, que promovem palestras no YouTube e  cursos de pós-graduação,  em nível de MBA, nas mais  conceituadas universidades brasileiras.

Penso que uma excelente medida que os  dirigentes da PREVI poderiam tomar, seria premiar altos executivos da área de renda variável com esses avançados cursos  promovidos por LUIS BARSI e sua filha.

LUIS BARSI foi eleito pela imprensa especializada como o maior e mais bem sucedido investidor pessoa física do mercado acionário no Brasil.

É relevante dizer que, quando criança, a família de  LUIS BARSI  era muito  pobre e, para sobreviver, ele teve de  vender  balas nas ruas.  Hoje sua fortuna pessoal está avaliada em 5 bilhões de reais.

 

Em razão da perda bilionária provocada na PREVI e que mostra o primarismo na condução da área acionária da PREVI (renda variável) , penso que a mudança em relação à presidência da instituição, seria uma medida a ser tomada de forma isenta de interferência de partidos políticos,  apadrinhamentos, e deveria ser conduzida  de maneira extremamente equilibrada e  com direção apuradamente técnica, seguindo as exigências dos Estatutos da PREVI.

Ressalto que não tenho qualquer restrição de ordem pessoal em relação ao Sr. JOÃO LUIZ FUKUNAGA.

Muito pelo contrário.

Em 25.11.2022, publiquei neste blog o artigo “BANCO DO BRASIL DISTRIBUI LUCRO A ESPECULADORES A CUSTO DE SEUS CLIENTES”, em que reproduzo nota de mesmo título, de 20.11.2022, de autoria de JOÃO LUIZ FUKUNAGA.

Em relação a essa nota, observo que, quando o Sr. JOÃO LUIZ FUKUNAGA teceu críticas sobre supostos lucros extorsivos do BB, ele deixou de dizer que o BB é obrigado, por injunção governamental, a executar uma série de serviços que não dão qualquer retorno pecuniário ao BB. 

O Sr. JOÃO LUIZ FUKUNAGA, em seu libelo, a par de suas críticas, deveria ter citado esse aspecto do BB manter em funcionamento um imenso número de agências no interior do Brasil, que só dão prejuízo, justamente para atender à população menos aquinhoada, mais injustiçada e mais carente de serviços básicos prestados pelo Estado.

Bancos privados e estaduais não estão sujeitos a essa obrigação.

O outro aspecto em relação ao Sr. JOÃO LUIZ FUKUNAGA – e volto a frisar minha admiração pelo seu excelente domínio do vernáculo – é sua audácia em querer assumir um cargo para o qual não está preparado – apesar de sua vivência na área sindical.

Adiante, repito colocações que estão sendo replicadas  por grande número de  associados da PREVI :

“Os méritos e conquistas do Sr. FUKUNAGA (e devem ser muitos), na defesa de direitos e interesses do funcionalismo-BB, enquanto ativista sindical, tem nosso aplauso e reconhecimento.

Porém, não preenchem os requisitos básicos exigidos para se tornar PRESIDENTE de um dos maiores Fundos de Pensão existentes atualmente – o maior da América do Sul e, certamente, dentre seus pares.

Ressalte-se sua absoluta falta de experiência nos quesitos que constam no Artigo 55, inciso IV do atual Estatuto da PREVI:

(“IV- ter comprovada experiência no exercício de atividade na área financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscalização, atuarial ou de auditoria).

 

Por último, não poderia deixar de abordar neste arrazoado, um aspecto de sua trajetória de ativista sindical que causa assombro e calafrios nos associados da PREVI, que é seu profundo envolvimento com os segmentos da classe política, em especial o PT, que tem desafiado muitas das premissas  legais e econômicas fundamentais a serem implantadas neste país para que o Brasil  escape de sua mediocridade, e assuma um papel de relevância no contexto global.

Confesso que votei no LULA.  

E não me arrependo.

Espero firmemente que ele consiga colocar o BRASIL dentro de uma trajetória de sucesso, depois do desencanto de BOLSONARO, que considero a personalidade mais medíocre e deletéria que já ocupou a posição de Presidente da República.

Aplaudo a reação e revolta de LULA contra os altíssimos juros praticados no Brasil. 

Tal nível de juros é um absurdo que deixa o país em situação econômica desesperadora.

Também me regozijo com a visita de LULA para a CHINA com uma gigantesca comitiva de empresários; até gostaria que ele levasse mais gente. 

Rezo com fervor para que ele tenha absoluto sucesso, traga uma enxurrada de investimentos para o BRASIL e leve o país a trilhar com pompa e sucesso a Rota da Seda no novo século.

Mas LULA, como todo ser humano, deu tropeçadas, principalmente depois de exaltar a atuação criminosa do MST, que ocupou propriedade produtiva da SUZANO.

Outra falha grave de LULA,   foi apontar DILMA ROUSSEF para presidir o Banco dos BRICS.  

Desculpem-me a sinceridade, mas ela é uma mulher deselegante, inábil, grosseira, e absolutamente despreparada para ocupar um cargo de tal  relevância.

Atrevo-me a perguntar se, com toda “sua habilidade pessoal”,  ela conseguirá falir o Banco dos BRICS.

Caro companheiro JOÃO LUIZ FUKUNAGA, para ser presidente do maior fundo de pensão da AMÉRICA LATINA, que administra um patrimônio de cerca de 250 bilhões de reais, a premissa básica é estar acima de toda essa mediocridade.

Se houvesse algum compromisso solene a ser fundamentalmente respeitado na assunção de um cargo dessa magnitude, seria o distanciamento   de quaisquer facções políticas.

E aí não vai qualquer ironia ou ofensa.

Infelizmente, a realidade é que Vossa Senhoria  está visceralmente ligado ao PT.

Por mais que queira, não vejo como conseguir escapar dessa situação.

Em um encontro sobre fundos de pensão na AAPBB, conversei com um participante do POSTALIS, que foi um fundo de pensão levado à bancarrota pela corrupção desenfreada.  

Até hoje seus participantes pagam para cobrir o descaminho provocado no fundo.

Esse participante, desencantado e desesperado, me confessou que tinha inveja da PREVI, cujos associados eram pessoas participativas, bem esclarecidas, preparadas tecnicamente, dedicadas  e aguerridas na defesa de seus interesses e do patrimônio da instituição.

O que ocorreu no POSTALIS nunca teria ocorrido na PREVI.

É  para evitar a repetição de uma outra quebra como o POSTALIS que a  escolha da maioria dos participantes da PREVI recai sobre a companheira ISA MUSA DE NORONHA, que é uma guerreira que já tive a honra de defender em diversos artigos.

Temos outros representantes ilustres, relevantes e bem-preparados, mas, incontestavelmente, a pessoa mais capaz, experiente e preparada para presidir a PREVI é ISA MUSA DE NORONHA.

Caro Companheiro JOÃO LUIZ FUKUNAGA, para finalizar, tenho mais que o dobro de sua idade e, e uma vida repleta de desafios, lutas, ilusões e desilusões, e com todo o respeito pela sua exitosa carreira sindical, rogo para que tenha a grandeza pessoal de renunciar a essa nomeação e a ceda a ISA MUSA DE NORONHA que, de fato, é quem a merece.

Abraços e felicidades para todos.

 

Atenciosamente

 

ADAÍ ROSEMBAK

Associado da AAFBB e ANABB