terça-feira, 29 de dezembro de 2015

A Procura da Felicidade


         “Lamente por aquele que julga haver achado a felicidade, inveje aquele que a procura e a abandonará, tão logo a encontre.  A única felicidade consiste em esperar a felicidade. ”
Muçulmano Saadi, escritor e poeta persa do século 13.  

         “A sabedoria não se transmite, é preciso que a gente mesmo a descubra depois de uma caminhada que ninguém pode fazer em nosso lugar, e que ninguém nos pode evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas. ”
Marcel Proust, escritor francês, na obra “À sombra das raparigas em flor”.

Tempos atrás entrei em uma agência do Banco do Brasil para pagar uma conta. A agência estava com poucos clientes e o ar condicionado proporcionava uma temperatura agradável.
O stress, o barulho e a aglomeração de pessoas que comumente fazem parte do dia-a-dia de agências bancárias, contrastava com o ambiente tranquilo daquele dia.
Nem tive tempo de folhear o jornal pois o letreiro eletrônico logo marcou o número de minha senha e me dirigi ao caixa.
O rapaz que me atendeu efetuou a operação, me devolveu o título quitado e o troco.  Logo após comentou com o colega ao seu lado que estava frustrado e saturado com aquele tipo de serviço.
Aquele comentário me atingiu em cheio.
Não me contive e me atrevi a fazer um rápido comentário sobre a situação em que ele se encontrava.
Disse-lhe que milhões de desempregados sonhariam em estar em seu lugar, em executar suas tarefas e gozar do salário que recebia. Acrescentei que o melhor a fazer seria mudar sua visão da situação ou poderia entrar em um processo depressivo e até ficar doente.
Teria muito mais a dizer, mas conclui minha súbita intervenção prometendo que, em outro dia, eu o presentearia com um livro que seria de muita valia para ele.
A situação de desajuste e amargura daquele rapaz não saía de minha mente.
No outro dia cumpri com minha promessa.
Fui na agência e o presenteei com o meu próprio exemplar do livro “Como ser Feliz no Emprego sem Gostar Dele”, de autoria de meu amigo Ernande Monteiro Ferreira, pedagogo, escritor, professor universitário, conferencista e auditor de empresas, entre diversas outras atividades.
Logo após   convidei o funcionário para almoçar.
Durante o repasto, aproveitei a oportunidade para tentar salvá-lo da armadilha mental em que ele se encontrava.
Para iniciar meu diálogo   perguntei o que ele desejaria fazer em lugar de exercer a função de caixa-executivo.
Após pensar um pouco, a resposta do funcionário foi um impactante “Não sei. ”
A única certeza – se é que a isso se pode chamar de certeza – era que detestava aquela função.
Não adiantou citar exemplos de pessoas que se tornaram bem-sucedidas em suas atividades e que começaram suas carreiras profissionais nos escalões mais inferiores de suas organizações. Como exemplo, citei o ex-colega Aldemir Bendine, que começou sua trajetória como menor estagiário e chegou a presidente do Banco do Brasil. E hoje, a despeito de críticas que se possam fazer à sua pessoa, foi nomeado presidente da Petrobrás.  Outro exemplo é Gueitiro Matsuo Genso, que também iniciou sua carreira no BB como menor estagiário e hoje é presidente da PREVI.  A resposta que recebi foi a de que nem todos os funcionários do banco podem chegar a ter o mesmo êxito dos colegas que citei.
Mudei o foco de minha argumentação para dizer-lhe que, se nem todos podem ter o mesmo nível de sucesso em suas atividades, todos têm, nesta vida, de procurar conduzir suas existências de forma a serem felizes e saudáveis. E voltei a citar seu exemplo como um modelo a ser evitado. Pois sua atitude no seu trabalho o levaria a ter males físicos além de limitar qualquer esperança de ascensão profissional. E, nos momentos em que vivemos, até corria o risco de ser demitido.
Não o vi mais.
Não sei se minhas palavras encontraram eco em sua consciência. Talvez a leitura do livro que lhe presenteei tenha gerado um efeito mais abrangente e duradouro.
Porque estou contando essa passagem?
Comumente observamos que, em grande parte das atividades produtivas no Brasil, encontramos um grande número de pessoas passando por esse mesmo desajuste.
As pessoas encontram-se revoltadas com baixos salários, com cargas horárias excessivas de trabalho, com a distância de suas residências, com a dificuldade de estudarem, com a tensão e violência dos grandes centros, enfim, com um conjunto de problemas que limita as perspectivas de progresso em suas vidas.  Como resultado dessa situação, estão sempre tensas e nervosas, tratam mal seus clientes, torpedeiam o bom andamento de suas atividades, estão sempre atrasadas no cumprimento de suas tarefas, são desorganizadas, dispersivas, desatentas e, como resultado, a produtividade de suas funções desaba.
No contexto geral do país, essa é uma das causas principais do baixo rendimento laboral no Brasil.
Para comparação, basta dizer que o nível de produtividade de um trabalhador americano é nove vezes superior à nossa. 
Mas o objetivo desta nota não é fazer avaliações de desempenho profissional e nem comparações de produtividade com trabalhadores de outros países.
Nosso objetivo é apontar caminhos para tornar as pessoas mais felizes e bem-sucedidas em suas áreas de atuação profissional e em suas vidas privadas.
Se observarmos com cuidado essas ocorrências, veremos que existe uma permanente diferenciação comportamental entre um indivíduo e outro dentro de uma mesma situação.
Em um supermercado perto de minha casa, analisei o comportamento de duas funcionárias que trabalhavam como caixas.
Uma estava sempre revoltada, tratava os clientes com má vontade e grosseria e se encaixava nos protótipos de desajustes que descrevi acima.
Outra, uma moça vinda do interior do Maranhão, irradiava um carisma e energia constantes, atendia a clientela com educação e cortesia e estava sempre sorridente e satisfeita. A sua fila de clientes era sempre maior do que a fila da outra funcionária pois os clientes preferiam ser atendidos por ela.
Em um dia de pouco movimento conversei mais longamente com ela. Era uma moça adepta de uma igreja evangélica, estava noiva de um rapaz que era marceneiro e já estavam de casamento marcado. Seu noivo havia concluído a casa em que iriam morar. Apesar do baixo salário e das duras condições de vida, ela estava concluindo um curso de contabilidade à noite.
Resumindo: era uma pessoa bem resolvida, ajustada ao embate com as duras condições de sobrevivência e com plenas perspectivas de sucesso pessoal.
Ela simbolizava o que os adágios no introito desta nota descrevem:   uma pessoa sábia em ação dentro de um horizonte de felicidade.  
Sim, podia não ser culta, mas era sábia, pois sua sabedoria consistia na sua maneira positiva de encarar a vida de forma altaneira, como bem descreveu Marcel Proust em seu romance.
As duas caixas do supermercado passavam pelos mesmos problemas e desincumbiam-se das mesmas tarefas na empresa com visões diametralmente opostas.  
Tempos depois passei pelo supermercado e a moça maranhense tinha sido promovida a gerente de outra filial do supermercado. A outra havia sido demitida.
Em razão dessas experiências e análises pessoais, podemos perguntar qual deve ser o critério de dirigentes de empresas na seleção dos funcionários que ocuparão cargos de administração e chefia dentro de suas organizações.
Seguir a lógica cartesiana de selecionar os melhores pela sua capacitação técnica e por sua carga de inteligência emocional e descartar os demais que não se encaixem dentro desse contexto?
Sim, esse é o procedimento correto.
É desumano agir dessa forma? Penso que não é sob esse prisma que se deve avaliar essa situação.
Não é papel das empresas atuar nessa vertente tão diversificada, profunda e complexa das pessoas.
O desequilíbrio pessoal, na maior parte das vezes, tem suas raízes fincadas em famílias desajustadas (comumente conhecidas nos Estados Unidos como “dysfunctional families”), da extrema miséria, de problemas estruturais de um país (caso do Brasil no momento), e de traumas históricos advindos de guerras, da escravidão e de outros conflitos da história da humanidade e que afetam diretamente núcleos familiares e cujos efeitos passam de geração a geração.
Cabe a cada ser humano procurar apoio espiritual de per si para resolver esses problemas e alcançar um patamar superior de felicidade e relacionamento com seus semelhantes.
Para atingir essa meta, pode-se recorrer a uma vasta literatura de auto-ajuda que abrange todas as áreas de desajuste pessoal ou social.
Também existem    inúmeros centros de aperfeiçoamento humano e espiritual, com base em fundamentos religiosos e de outras vertentes.
Não é vergonha para ninguém procurar ajuda pessoal nessas instituições. As igrejas católicas, sinagogas, mesquitas, templos de diversas outras religiões, centros de aperfeiçoamento humano, consultórios de análise e grupos de auto-ajuda estão sempre cheios de pessoas à procura de apoio e cura para seus males espirituais.
Para tanto, o primeiro passo é reconhecer que temos um problema dessa natureza impeditivo para nossa felicidade.
O segundo é ter fé e estar imbuído da certeza de que pode e vai mudar para melhor. Nenhuma mudança nessa área pode ser feita sem a firme determinação e o compromisso consigo mesmo   de trabalhar duro para seu próprio progresso pessoal.
Muitas dessas terapias só surtem efeito mais profundo após anos de intensivo trabalho espiritual.
Dentro da situação atual em que se encontra a humanidade com guerras em todos os quadrantes do planeta, com miséria extrema de um lado e opulência acintosa de outra, com tantos desajustes e desafios a enfrentar, todos nós precisamos, em escala maior ou menor, de algum tipo de apoio para nos transformarmos em seres humanos mais amorosos, sábios, sadios, ativos e felizes.
Poderíamos até dizer que é uma exceção que, dentro desse caos em que se encontra a humanidade, existam pessoas absolutamente normais e que não precisam de qualquer apoio espiritual.
Esta é a mensagem de Natal e de Próspero Ano Novo que dirijo para todos os companheiros e amigos deste articulista, extensivo a todos os brasileiros que passam por um período tão conturbado e de transformações tão radicais como o Brasil passa no presente momento.
Que Deus nos abençoe e às nossas famílias e que sejamos felizes.
Adaí  Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB

A Mulher em Foco
Recomendo a todas as mulheres a leitura do excelente livro “A Mulher V”, de autoria de Cristiane Cardoso, editora Vida Melhor Editora S.A., que também é de leitura fundamental dos homens para a ampliação do conhecimento do universo e da alma femininas.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Uma Solução Mais Lógica e Prática

Ao ler o último artigo do blog Olhar de Coruja, “A Favor da AAFBB”, de 07.12.2015, da dirigente daquele blog, a articulista Leopoldina Corrêa, fiquei pasmo com a proposição de suas sugestões   para a consecução de seu objetivo de depor a Companheira Célia Laríchia do cargo de Presidente daquela associação bem como dos demais dirigentes, de reformar o Estatuto da AAFBB e também de seu Regulamento Eleitoral.
Tudo isso junto é uma tarefa digna de Hércules.
A AAFBB tem cerca de 30.000 associados, tem 64 anos de existência, seu Estatuto e Regulamento Eleitoral vêm sendo aperfeiçoados e reformados ao longo desse tempo através de AGOs e AGEs, e seus dirigentes, desde sua fundação, também vem sendo eleitos de forma democrática e obedecendo fielmente aos dispositivos de seu Estatuto e Regulamento Eleitoral.
Como reformar tudo isso? Não existe solução simples.
A não ser fundar outra associação carreando os associados da atual AAFBB para se filiarem à uma nova associação.
Que nome se poderia dar à essa associação?
Poderia ser AAFBB-II que, literalmente, seria Aglomeração dos Aloprados Ferrados da Bagunça Bancária e que teria um Estatuto extremamente simples.
Seria o Artigo Primeiro e Único:  “A qualquer tempo, mediante simples comunicação escrita ou verbal, dispensada consulta ao corpo de associados, qualquer associado pode mudar o corpo de dirigentes e reformar seu Estatuto e Regulamento Eleitoral.”
Essa seria a associação ideal para atender ao que deseja a absolutista Leopoldina Corrêa.
Seria um processo prático e rápido.
E dispensaria Leopoldina Corrêa e seus sectários de passarem por todos os atuais trâmites cansativos, demorados e cheios de formalidades legais e de respeito ao corpo de associados da atual AAFBB-Associação dos Associados e Aposentados do Banco do Brasil.
Fica a sugestão à absolutista Leopoldina Corrêa.
Quanto às suas invectivas injuriosas contra os atuais dirigentes da “atual” AAFBB, este não é o fórum adequado para abordar e discutir esse assunto. Existem outros mais apropriados à essa finalidade.
ADAÍ  ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB