Companheiros,
Estamos em um processo
revolucionário sem tempo para acabar.
A Operação Lava-Jato já
tem 3 anos.
Isso, sem acrescentarmos
o tempo do Mensalão.
Dia após dia, a mídia
nos traz novas e bombásticas notícias.
Para que possamos
entender o que acontece, temos de considerar que não é só a classe política que
está passando por uma mutação.
São todas as
instituições da sociedade e todos os extratos da população que vão continuar a
passar por transformações.
Nos perguntamos até
onde vai a extensão dessa revolução. Não temos resposta para essa questão.
O que podemos assegurar
é que esse é um caminho sem volta e que vai atingir a todos nós.
Não cremos que vá
acontecer com a Operação Lava-Jato o que aconteceu com a Operação Mãos Limpas
na Itália.
Aqui no Brasil, ao
contrário do que ocorreu na Itália, esse processo ganha cada vez mais apoio,
energia, abrangência e velocidade.
Quais serão os novos
atores e as novas mudanças políticas, econômicas e sociais que nos serão
colocadas à frente? São incógnitas sobre as quais nos aventuramos a fazer apenas
conjecturas.
O que podemos afirmar é
que, apesar das surpresas que a Operação Lava-Jato constantemente nos
proporciona, estamos apenas no início dessa epopeia.
Mas a política não segue
um caminho linear; muitas vezes toma um desvio ardiloso até entrar novamente nos trilhos.
As reformas e reestruturações
econômicas e sociais necessárias para o crescimento do país serão prejudicadas e
retardadas pelos efeitos das ações saneadoras contra a corrupção que grassa em
instituições governamentais.
São, na linguagem
militar, os chamados danos colaterais.
É o preço a pagar pela
mudança.
Da mesma forma que
ocorreu com o somatório de prejuízos deixado pelas delações das empreiteiras, o
saldo de arrasamento resultante da delação da JBS atingirá profundamente a
pecuária no Brasil.
Certamente, em breve, perderemos
o cetro de maior exportador de proteína animal no Mundo.
As manchetes econômicas
já noticiam que a China substituirá o Brasil pelos Estados Unidos na compra de
proteína animal.
Preventivamente, a
China está tomando medidas para garantir o suprimento de proteína animal para
sua população, em razão da desorganização da pecuária no Brasil, causada pelas
ações de revide dos políticos contra as delações da JBS.
Como a mídia já noticia,
o comércio de gado no país está sentindo os efeitos paralelos dos problemas que
estão atingindo a JBS.
Esse é o resultado que
foi previsto e anunciado quando foi implantada a política concentradora,
equivocada e deletéria, praticada no Governo Dilma Rousseff, pelo ex-ministro
Guido Mantega, auxiliado pelo Secretário do Tesouro, o trotskista Arno
Augustin, criador da “contabilidade criativa”.
Foi durante os governos
do PT, que a JBS foi escolhida como uma das empresas “campeãs” junto ao BNDES,
para obtenção de grandes financiamentos a juros ínfimos e facilitações
operacionais de toda ordem.
Em curto prazo, essa
política econômica corrompida e prejudicial ao país, enriqueceu a JBS, e a transformou
em um gigante que monopolizou a comercialização de proteína animal no Brasil.
Com a JBS encurralada,
estão surgindo sérios problemas na área da pecuária, que trarão mais
desemprego, mais miséria e mais prejuízo para o Brasil.
À medida que novas investigações
e delações surgirem, aparecerão outras “campeãs do BNDES”, com seus corolários
de problemas a se abaterem sobre o país.
Não foi sem razão que
Maria Sílvia Bastos abdicou da presidência da instituição quando percebeu que
não tinha apoio e nem poder para mudar esse estado de coisas.
Ela fez muito bem. Não
maculou sua biografia.
É impressionante como,
nesse cenário que retrata a degradação
de nossos políticos, os opostos se unem contra o inimigo comum.
O Presidente Michel
Temer declara que entrará com ações civil e penal contra Joesley Batista, e Lula
diz que a entrevista do empresário não tem valor jurídico.
Ainda mais chocante é
ver como sectários fanáticos do PT atacam jornalistas, em aeroportos e aviões,
pelo fato desses profissionais da mídia denunciarem esse mar de lama que cobre
o país.
Será que essa gente não
tem um mínimo de autocrítica?
Será que são cegos e não
enxergam o triste papel a que se prestam, e não avaliam a dimensão do mal que
fazem para si mesmos, para o país, e para seu povo?
Tudo isso é degradante
e triste, mas, inexoravelmente, essa é a Via-Crúcis pela qual teremos de passar
para a redenção do país e o soerguimento de uma nova sociedade.
Parte de nós não viverá
para presenciar o nascimento desse novo Brasil mas, desde já, poderemos partir orgulhosos de
termos criado as fundações para um país mais justo, humano e desenvolvido para as gerações futuras.
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB,
ANABB e ANAPLAB