sábado, 28 de janeiro de 2017

UM RETRATO DA CRISE ATUAL NA RÚSSIA - 29.01.2017

Muitos já me perguntaram porque abordo assuntos relativos a política e economia internacionais, já que este blog deveria se focar em assuntos relativos à interesses dos funcionários da ativa do BB e aposentados e pensionistas da PREVI.
Respondo que não deixo de atender a esse objetivo, pois a previdência social,  os planos de previdência complementar e os planos de saúde,  se inserem no contexto da situação  financeira do país, e esta, por sua vez, se coloca dentro do posicionamento do país no ambiente da globalização financeira e econômica .
As finanças do país estão começando a se estruturar como retratam as últimas notícias na mídia especializada, como, por exemplo, a queda da inflação e a baixa dos juros pelo BACEN.
Apesar da crise econômica em que o Brasil foi lançado por seguidos desgovernos, as indústrias e empresas brasileiras, inclusive as estatais, estão se modernizando para enfrentar a competição internacional, e medidas rígidas estão sendo tomadas em várias áreas para disciplinar os gastos governamentais.
O FMI já fez uma previsão positiva da economia do Brasil e vê o país próximo de sair da crise.
Idem as agências internacionais de classificação de risco que estão prestes a voltar a elevar o nível de classificação do Brasil.
Por outro lado, a Operação Lava-Jato e outras, estão disciplinando e moralizando as relações governamentais e de políticos com o mundo corporativo o que, na opinião de especialistas na área econômica, contribuirá para a entrada de novos investimentos no Brasil e para a melhora do índice de Percepção da Corrupção do país, aferido pela ONG Transparência Internacional.
Atualmente, entre 176 países, estamos na 79ª posição, com 90 pontos.
Na América Latina estamos à frente da Argentina (95ª posição - 36 pontos) e atrás do Chile (24ª posição – 66 pontos).
Adicionalmente, em razão dos resultados positivos de várias operações promovidas pelas autoridades, grandes montantes de capitais desviados estão retornando para os cofres do país.
Ou seja, medidas adequadas e corretivas estão sendo tomadas pelo Governo, pelo Poder Judiciário e por outros órgãos públicos  para recolocar o Brasil no caminho do progresso, do equilíbrio financeiro, e para que o país seja respeitado internacionalmente por uma atuação íntegra, isenta de desvios e corrupção, em seu relacionamento financeiro e comercial com outros países.
Estamos apenas no início dessa virtuosa jornada.
Uma das consequências mais positivas desse novo rumo, embora seja um dos últimos benefícios dessa mudança geral do país, é o aumento geral do nível de empregos.
A propósito desse assunto, recomendamos  o excelente site www.politize.com.br.
Confesso que tive uma grande surpresa ao me deparar com um instrumento dessa grandeza, muito bem estruturado e alicerçado nas mais confiáveis fontes dentro e fora do país, que aborda uma gama imensa de assuntos referentes a economia, finanças, área governamental, política nacional e internacional, e diversos outros temas. É uma fonte valiosíssima para consultas, estudos e pesquisas.  
Para satisfazer minha curiosidade em uma área  pela qual tenho um especial interesse, não pude deixar de observar a posição da atual Rússia capitalista nesse índice da “Transparency International”. Lá estava a Rússia na 131ª posição, com meros 29 pontos.
Já abordei em vários artigos aspectos da implosão da ex-URSS e a mutação da Rússia do socialismo para o capitalismo, na década de 90.
No último artigo, “A Rússia Atual”, de 11.10.2016, foquei, principalmente, o caminho da militarização acelerada no presente período do Putinismo.
Arrisco-me neste artigo, mais uma vez, a ser futurólogo nesse assunto, para afirmar que, da mesma forma como subitamente aconteceu  na década de 90, teremos grandes surpresas em relação à Rússia muito em breve.
É preciso considerar nessa abordagem que, embora a Rússia seja um país disfuncional e desestruturado em vários aspectos, é a nação com o mais vasto território no planeta, conta com vastos recursos minerais e grandes depósitos de gás e petróleo. Cerca de 60% de sua renda de comércio externo, provém da exportação de gás e petróleo para abastecer a Europa Ocidental.
Como herança da ex-URSS e da atual corrida armamentista, suas forças armadas contam   com um grande número de ogivas nucleares (cerca de 8.500 em 2013), têm em torno de  12.000 toneladas de armas químicas, dispõem de armamento moderno  e   potentes forças  militares de ataque terrestre, marítimo e aéreo.
Mas a manutenção de seu   poderio militar tem um alto preço que afeta toda a sociedade e se reflete diretamente no empobrecimento da população.
Afora isso, a Rússia sofre com um alto nível de corrupção, ineficiência administrativa, fuga de capitais, tolhimento da liberdade de expressão e sua base econômica é dominada por um grupo de oligarcas submissos à figura de Vladimir Putin, entre outros fatores.
É sempre importante frisar que qualquer mudança na Rússia, pelo seu gigantismo, se refletirá em todo o planeta, inclusive no Brasil. Por essa razão, a mídia internacional deve estar atenta ao que ocorre na política e na economia daquele país.
Transcrevo adiante duas notas a respeito desse assunto.
Uma, é  a tradução do artigo “Unattainable Utopia: How Kudrin plans to Reform Russia’s Economy” (Utopia impossível de atingir: Como Kudrin planeja reformar a Economia Russa),   de autoria de Boris Grozovsky, jornalista especializado em economia, publicado em 23.01.2017, no insuspeito jornal “The Moscow Times”. Essa nota é extremamente interessante porque nos lembra, no Brasil, o trio de desatinados e incompetentes Dilma Rousseff, Guido Mantega e Arno Augustin que, mesmo contra todas as evidências, insistiram em implementar o mesmo receituário econômico falido, que acabou por afundar o país.
Outra nota, é a tradução da reportagem “Russia: Talking war in times of economic crisis” (Rússia: Falando de guerra em tempos de crise econômica), da jornalista Mariya Petkova, publicado no site www.aljazeera.com, em 01.01.2017.  
Ao final deste artigo, e ainda abordando a Rússia, faço um breve comentário sobre a obra “O fim do homem soviético”, de autoria da escritora Svetlana Aleksiévitch,  um calhamaço de 594 páginas que, finalmente, acabei de ler.
Confesso que poucas vezes em minha vida me deparei com um livro tão chocante.  Sua obra baseia-se em entrevistas com pessoas de diversas    áreas e níveis sociais, que passaram pelo período de transição dos anos 90.
Depois dessa leitura, minha visão sobre a Rússia mudou inteiramente, e hoje compreendo porque o povo russo encontrou no putinismo uma saída de sobrevivência.
ADAÍ  ROSEMBAK
Associado da ANABB, AAFBB e ANAPLAB

UTOPIA IMPOSSÍVEL DE ATINGIR: COMO KUDRIN PLANEJA REFORMAR A ECONOMIA RUSSA, Boris Grozovsky, The Moscow Times.
“Putin e seus aliados nunca darão aos liberais o direito de mudar um país que eles consideram como sendo somente deles. ”
O ex-Ministro das Finanças Alexei Kudrin merece respeito por ser admirado como o maior otimista da Rússia: ele mais uma vez está criando uma estratégia para o desenvolvimento do país. Encabeçando um grupo de eeconomistas, criado a mando do presidente Vladimir Putin, Kudrin está formulando um programa para apoiar a reeleição de Vladimir Putin em 2018, que visa o desenvolvimento futuro da economia do país. Ele e seu grupo tem o prazo até abril para completar essa tarefa.
Nesse aspecto, Kudrin é igual a um velho professor que tenta, pela enésima vez, explicar uma lição básica para um aluno.  O rapaz é viciado em drogas há muito tempo, anda com uma gangue local, e tem uma longa ficha criminal por roubos. Entretanto, o professor não vê o estudante como um marginal incorrigível, mas somente como um jovem de bom comportamento que está tendo um pequeno problema em uma  lição.
Kudrin renunciou ao cargo no governo em 2011, após um desentendimento sobre gastos militares  com o então Presidente Dimitry Medvedev. Naquele período, isso parecia mais um pretexto do que uma razão real para sua saída. 
Mas o que de fato aconteceu, é que Kudrin enxergou, com muita antecipação, para onde as coisas estavam indo. Gastos com a defesa, segurança nacional, e outros gastos com segurança interna, em 2011, tinham atingido 2,78 trilhões de rublos (US$ 46.9 bilhões), ou 25,4% do total de 10,93 trilhões de rublos, que era o total de gastos governamentais. A militarização da Rússia estava em plena escalada.
Mas isso foi apenas o começo. Tal gasto atingiu em 2014-2016 um aumento insustentável. 
O Ministério das Finanças tem provavelmente tentado cortar custos em algumas áreas, mas os gastos para as áreas de segurança em 2016 foram projetados para atingir 5,7 trilhões de rublos – um aumento de 34,2%, extremamente alto para um orçamento totalizando 16,64 trilhões de rublos.
O pêndulo atingiu sua mais ampla abertura.
Ao demonstrar suas capacidades militares, a Rússia fez o mundo inteiro temer cada movimento seu.
Agora, o líder russo tem de demonstrar não sua força, mas seu preparo para atingir seus objetivos e sua determinação em se modernizar.
É por isso que eles chamaram Kudrin de volta.
Sua última tentativa de implementar um novo plano de desenvolvimento econômico foi há cinco anos atrás.
Aquele projeto foi chamado Estratégia 2020.
Entretanto, autoridades governamentais pinçaram somente as partes que eles gostaram do sólido trabalho e deram início a uma estratégia oposta - abocanhando a Crimeia e entrando na Região de Donbass, na Ucrânia, refreando liberdades políticas, e entrando em confronto com o Ocidente.
Kudrin e seus associados estão muito conscientes da situação econômica na Rússia.  Em um recente artigo, eles escreveram que um dos principais obstáculos para o desenvolvimento da Rússia, é que,  na falta de visão do futuro, os russos se focam somente no imediatismo da situação.
Isso provém da visão da era soviética, quando o planejamento de longo prazo era muito popular, mas no fim sempre era desacreditado. Até que o povo russo “olhe para o futuro” de novo, eles nunca tomarão ações concretas. 
A atual miopia da Rússia leva ela a entrar em aventuras impulsivas como a Crimeia e o Donbass, satisfazendo desejos imediatos, mas reduzindo o desenvolvimento a longo prazo.
Falando no Fórum de Gaidar em Moscou, em janeiro, Kudrin explicou que o atraso tecnológico e o desenvolvimento lento da Rússia são consequências desse raciocínio limitado, e que o governo é responsável nesse aspecto. 
Ele argumentou que ao subsidiar a inovação, o governo em lugar de acelerar, inibe o desenvolvimento.
Mas é impossível formular uma meta de longo prazo enquanto o governo divulga uma barragem de propaganda contrária infindável e silencia a oposição.
Que discussão viável pode ter andamento, se as autoridades intitulam de extremismo quando alguém expressa a opinião de que a anexação da Crimeia foi um desastre político?
A cela de uma prisão não é o melhor lugar de onde extrair as melhores ideias para o futuro.
Em um estado policial, as vidas dos cidadãos repousam não em suas próprias mãos ou mesmo nas mãos da lei, mas nas mãos da polícia e de seus comandantes. Afirma-se que eles representam a melhor visão de Moscou e devem saber o que é o  melhor para a sociedade.
Mas tal visão se adapta perfeitamente aos líderes autoritários: isso dá a eles carta branca e os libera de qualquer responsabilidade.
Como resultado, todos os planos liberais de Alexei Kudrin, mais uma vez, resultarão em nada mais do que uma inatingível utopia.
Os autores dessas mudanças   afirmam que isso melhorará a atuação do estado. Talvez – embora não para servir às necessidades do povo, mas em o controlar.
Eles proclamam que isso pede reformas do sistema judicial.  Claro, mas os políticos e os dirigentes de empresas estatais sabem perfeitamente bem que mesmo que eles violem a lei, as cortes judiciais irão certamente atender a qualquer decisão que eles solicitem.
Eles dizem que o plano implementará iniciativas individuais e reduzirá a regulação governamental da economia e da sociedade. Certamente, mas o estado reterá a maioria dos mais rentáveis negócios para si mesmo ao ocupar os altos comandos da economia – incluindo óleo, gás, e defesa – enquanto continuarão a reduzir seus compromissos em setores não rentáveis como saúde pública e educação.
Eles dizem que o plano mudará a autoridade da centralização federal para as diversas regiões e promoverão o desenvolvimento regional.
Sim, mas Moscou continuará a reter o controle financeiro e político enquanto as regiões terão de arcar com a manutenção da estabilidade social.
Assim é como a estratégia liberal de Kudrin para o desenvolvimento econômico realmente parece, porque ele encontrará implementação não no vácuo, mas no apoio que fica ao critério do poder central  da Rússia de Putin.
Putin e seus apoiadores nunca darão aos liberais o direito de mudar um país que eles julgam  pertencer somente a eles.  No máximo, eles cederão aos liberais o controle sobre a parte dos negócios não rentáveis enquanto reterão “o controle principal” das partes rentáveis. Quando se entra em acordo para contratar um trabalho, sempre é  importante esclarecer exatamente qual tarefa seus empregadores querem que você cumpra, e o quanto de autoridade eles lhe darão para cumprir a tarefa.

RÚSSIA: FALANDO DE GUERRA EM TEMPOS DE CRISE ECONÔMICA, Mariya Petkova, www.aljazeera.com
“A retórica da guerra tem ajudado o Governo Russo a controlar a crise relacionada com o descontentamento, mas pode levar ao efeito oposto. ”
Quando as sanções atingiram a Rússia em 2014 e Moscou respondeu com um boicote comercial, Irina achou engraçado o povo começar a reclamar sobre o desaparecimento da variedade de queijos importados das lojas.
Irina, uma pesquisadora de educação de 32 anos, que pediu que somente seu primeiro nome fosse citado, diz que ela não sentiu o efeito das sanções em sua vida diária, nem nas suas escolhas de queijos.
No mesmo ano, quando os preços do petróleo tiveram uma queda dramática, o rublo entrou em colapso e a crise econômica atingiu a Rússia com força total.
Sendo uma integrante  privilegiada da classe média de Moscou, Irina não sentiu os fortes efeitos da crise, muito embora ela tenha limitado suas viagens ao exterior e tenha reduzido seus gastos com artigos de luxo.
Por mais que os prognósticos para a economia russa estejam sendo pessimistas, Irina diz que ela não está ansiosa sobre a segurança financeira de seu futuro. O que ela acha  ameaçador e perigoso  é a  crescente mudança agressiva da política governamental que tem acompanhado a crise.
“Eu fiquei chocada de ver as notícias sobre a extensão da militarização ... é como   eles estarem tentando preparar o país para a guerra. ” Ela diz. “Eu acho esse aspecto da crise o mais amedrontador. ”
A agressiva retórica do Governo e da mídia estatal intensificou-se com o Ocidente quando do choque da Ucrânia com a Rússia, enquanto ao mesmo tempo, a economia russa entrou em recessão.
Eliot Borenstein, Professor de Estudos Russos e Eslávicos da Universidade de New York, explicou o fenômeno. “Em muitos aspectos, as sanções americanas e europeias foram um presente para Vladimir Putin, a partir do momento em que elas permitiram o desvio do foco de críticas  na economia para  centrarem a atenção nos inimigos da Rússia,” ele disse à Al Jazeera, em uma entrevista telefônica.
“Entretanto, isso introduziu a percepção de que lidar adequadamente com dificuldades econômicas é um assunto relativo a patriotismo. ”
O apelo governamental aos sentimentos patrióticos dos russos parece ter sido efetivo para conter a insatisfação geral entre a população.
Muitos russos têm se preparado para uma longa recessão econômica. Apesar disso, existem alguns, como Irina, que não estão propensos a aceitar as consequências da política militarista do Kremlin.
Contornando uma crise econômica.
Quando o preço do petróleo entrou em queda no fim de 2014, o rublo russo perdeu 60% de seu valor frente ao dólar.  O valor da produção per capita caiu de US$ 15,000.00 para US$ 9,000.00 e a economia encolheu 4% ano a ano.
Cortes de gastos foram feitos e as taxas de pobreza aumentaram. Em 2015, a proporção de famílias pobres com uma renda suficiente somente para alimentação aumentou de 22 para 39%, de acordo com um estudo do Centro Russo de Pesquisas de  Opinião Pública, enquanto a classe média encolheu 16% de acordo com a área de Pesquisa do   Consumidor, do Sberbank.
O padrão de vida se deteriorou muito significativamente para os russos pobres ao redor dos grandes centros econômicos.
Em 19 de Dezembro de 2016, ocorreu um incidente em Irkutsk, uma cidade siberiana, em que mais de 70 pessoas morreram após beber uma loção de banho com 90% de etanol, o que demonstrou o desespero que grande parte do povo enfrenta. As vítimas – a maioria pobres e sem-teto  - beberam a substância porque uma garrafa custava somente 30 rublos (50 cents), seis vezes mais barata  do que uma garrafa de vodka.
A mídia local comentou que a crise econômica, juntamente com uma alta taxa de alcoolismo, induziu muitos russos a consumirem álcool produzido ilegalmente   e outros  produtos com álcool. Durante os dois últimos anos, o aumento da pobreza na Região de Irkutsk tem aumentado, atingindo mais que 21% da população, enquanto que o real valor dos salários tem caído mais que 10%.
Boris Grozovsky, um jornalista russo na área de finanças, disse à Al Jazeera que ele pensa que a crise econômica gradualmente também afetará a saúde pública e a educação.
Em 2015, a Rússia testemunhou o que a mídia local disse que foi a primeira greve de professores em 15 anos, após o pagamento dos salários terem atrasado na Região de  Zabaykalsky; médicos e professores de jardim de infância também se juntaram ao protesto.
Médicos tem reclamado que o real valor de seus salários tem caído, e que a falta de financiamento do serviço de saúde pode levar a um sério déficit de pessoal especializado na área.
Grozovsky diz que, apesar da Rússia estar em uma longa recessão, o padrão de vida não cairá aos níveis de 1990, quando o rendimento per capita foi de US$ 1,500.00 - US$ 3,000.00.
“O que está nos esperando é uma situação de estagnação. Enquanto outros países se desenvolvem, nós ficaremos para trás,” ele explicou.
O Primeiro Ministro da Rússia Dmitry Medvedev tem se dedicado a apresentações públicas para reassegurar ao público, com discursos, as formas de solucionar a crise.  Em setembro ele publicou um artigo mostrando a visão para reformar a economia russa “para fazer a Rússia atrativa para negócios”.
Após o orçamento do estado em 2017 ter sido votado, ele apareceu em canais da TV estatal, assegurando  que haveria dinheiro suficiente para cobrir benefícios sociais e que era esperado crescimento da economia para o próximo ano. Essas propagandas da mídia também incluíram reportagens com uma positiva visão da crise, focando, por exemplo, na baixa inflação e nos gastos   em consumo durante a temporada de férias.
Mas Marina Krasilnikova, uma socióloga do Centro de Pesquisa Levada em Moscou, diz que os russos têm aceitado a crise econômica e tem ajustado suas expectativas e seus hábitos de consumo.
De acordo com o Centro Nielsen de Confiança do Consumo Global, 73% dos russos que atenderam à sua pesquisa, disseram que eles tiveram de cortar suas despesas, e 82% declararam que este não é um período adequado para gastar dinheiro.
Retórica Agressiva
Enquanto o Governo tem procurado aliviar os temores da sociedade, por outro lado ele também tem deixado claro que a defesa é uma prioridade e que está reservando uma parcela considerável do orçamento para assegurar a modernização das forças armadas.
No orçamento de 2017, o Governo alocou US$ 43 bilhões, 4,7% do Produto Nacional Bruto da Rússia, ao setor de defesa – o que muitos analistas chamam de “gasto recorde” para um país que, até o momento, não está em guerra.
Vladimir Putin, pessoalmente, tem falado repetidamente sobre a importância das forças armadas.
No último dezembro, ele alertou que a Rússia é atualmente mais forte que qualquer “potencial agressor”, mas que isso é somente uma parte do esforço na “modernização das forças armadas e da frota ou na sua preparação para que isso ocorra”.
Este tipo de retórica alarmista não é somente efetivo para justificar o aumento do orçamento da defesa para o público, mas é também uma forma de desviar a atenção da crise econômica.
Krasilnikova diz que “a ideia de que a Rússia é um grande país que tem muitos inimigos é bastante popular” e isso tem mitigado a insatisfação o povo com o atual estado de problemas na economia.
Essa retórica tem sido constantemente usada nos canais da TV estatal, tal como a “Russia 1”.
“A Rússia possui um poder militar suficiente para destruir os Estados Unidos no mínimo 10 vezes. Nós somos o único país que representa um desafio existencial para eles,” afirmou o Membro do Parlamento Vyacheslav Nikonov, em um dos mais populares programas políticos  na Rússia 1,  “A Tarde com Vladimir Solovyov”.   O apresentador do programa é conhecido por sua linguagem beligerante e suas entrevistas pessoais com Vladimir Putin.
Alegando que os Estados Unidos financiam políticos liberais na Rússia, Nikonov também afirmou que após a introdução de uma lei para atingir diretamente a influência de “agentes estrangeiros”, o financiamento para esses agentes cresceu 10 vezes.
Novos programas também oferecem retórica similar. 
Russia 1 apresentou seguidas reportagens no meio de dezembro sobre a situação em Aleppo, cobrindo extensivamente as bem-sucedidas operações do exército russo naquela área, enfatizando a ausência do envolvimento militar do Ocidente  mesmo que fosse para oferecer socorro e, também, a indiferença da mídia ocidental ou a deliberada esquiva de noticiar o sucesso russo.
Ansiedade Crescente
De acordo com Vlad Strukov, Professor associado em Filmes e Cultura Digital na Leeds University, enquanto linguagem antagônica não é nada de novo na mídia russa, sua intensidade tem crescido significativamente nos últimos anos.
“Há cinco ou dez anos atrás, poderiam haver discussões sobre o desafio da NATO -  North Atlantic Treaty Organization (OTAN - Organização do Tratado do Atântico Norte), mas isso era considerado um tipo de desafio distante.
Agora  é como se a guerra estivesse prestes a acontecer. 
A propaganda oficial diz  que a OTAN está planejando ação militar, ” ele disse à Al Jazeera.
Esta intensa retórica de preparo militar para a guerra tem inevitavelmente afetado o espírito da população em geral.
Um recente estudo mostra que 48% dos russos pensam que a piora das relações com o Ocidente é devida à crise na Síria, e pode desencadear a Terceira Guerra Mundial.
O assassinato do embaixador russo em Ankara em 19 de dezembro, chocou a sociedade russa, e enquanto a mídia estatal cobria a “heroica” morte de Andrey Karlov, haviam outros que achavam isso revoltante e inaceitável.
“O surgimento de protestos anti-Rússia no Oriente Médio após a tomada de Aleppo, que foi o motivo que levou ao assassinato do Embaixador Andrei Karlov, mostra que, enquanto a Rússia estava retomando sua influência na região, isso também fez a Rússia tomar dos Estados Unidos o papel de principal inimigo imperialista”, escreveu Vladimir Frolov, um analista político russo.
Ele frisou que essa mudança nos acontecimentos  foi negativa  para a Rússia e que isso poderia desencadear mais ataques terroristas.  
Mesmo antes do assassinato, o entusiasmo geral da população russa pela intervenção militar no Oriente Médio tinha começado a esfriar. 
A operação militar na Síria tem custado quase US$ 1 bilhão por ano e comenta-se secretamente sobre um crescente aumento de mortos e feridos entre militares russos e mercenários.
Em outubro de 2015, uma pesquisa do Centro Levada, apontou que 72% dos entrevistados apoiavam bombardeios aéreos na Síria; em outubro de 2016, aquele nível de aprovação caiu para 52%.
Para Irina, a promoção da política de guerra do governo, é mais preocupante que a situação da economia.
“Eu gostaria de ver menos desse inflamado militarismo. Eu gostaria de ver um caminho de volta desse armamentismo a favor de um desenvolvimento pacífico, ” ela diz.
Fonte: Al Jazeera

COMENTÁRIOS SOBRE O LIVRO “O FIM DO HOMEM SOVIÉTICO”, DE SVETLANA ALEKSIÉVITCH.

Sobre a formação da URSS:
“Devemos arrastar conosco 90 milhões dos cem que povoam a Rússia Soviética. Com os demais é impossível falar: é preciso destruí-los.” (Zinóviev, 1918).

“Moscou está literalmente morrendo de fome.” (professor Kuznetsov a Trótski).
“Isso não é fome. Quando Tito tomou Jerusalém, as mães judias comeram seus próprios filhos. Quando eu fizer suas mães comerem os próprios filhos, aí você pode vir e dizer: “Estamos morrendo de fome.” (Trótski, 1919).

Sobre o fim da URSS e a ida da Rússia do socialismo para o capitalismo:
“A Rússia mudou, e odiou a si mesma por ter mudado.”

Comentários introdutórios sobre o livro “O Fim do Homem Soviético”, de Svetlana Aleksiévitch.
Acostumado a uma cultura de guerras, revoluções e grandes reviravoltas políticas, o povo russo assistiu com espanto ao imprevisto silêncio que acompanhou a queda do Império Soviético e a passagem ao capitalismo. A população se dividia entre os que apostavam em um horizonte de democracia e os que viam com desolação a derrocada da ideologia que por anos dirigira suas vidas.
Em O Fim do Homem Soviético, Svetlana Aleksiévitch olha para esse cenário interessada na vida das pessoas afetadas pela súbita imposição de um capitalismo selvagem e imaturo: “Não faço perguntas sobre o socialismo, mas sobre o amor, o ciúme, a infância, a velhice”.
Entre 1991 e 2012, a autora entrevistou centenas de pessoas. Mestre na arte da conversação, ela procurou, na intimidade das cozinhas russas, as vozes daqueles que acreditaram, dos que foram céticos, dos que insistiram em lutar por um ideal de democracia. Em cada uma das personagens está um pouco da história russa – a mãe cuja filha morreu em um atentado; a antiga funcionária do Partido Comunista que coleciona as carteiras abandonadas dos ex-filiados; o velho militante que passou dez anos em um campo; mãe e filha que acabaram nas ruas depois de perder o apartamento para golpistas; o caso de amor entre uma dona de casa que abandona a família para viver com um homem condenado à prisão perpétua.
Nesse caleidoscópio, há muito sobre o papel da ideologia soviética para a manutenção da URSS – ideologia que funcionou por décadas como a cola que fazia o império soviético permanecer em pé, derramada em cada mínimo detalhe da vida cotidiana.

Svetlana Aleksiévitch nasceu na Ucrânia, em 1948. Jornalista e escritora, refinou ao longo de sua obra uma escrita única, desenvolvida a partir da observação da realidade e ostentando as melhores qualidades narrativas da tradição da literatura em língua russa. Em 2015, recebeu o prêmio Nobel de Literatura. Dela, a Companhia das Letras publicou “Vozes de Tchernóbil” e “A guerra não tem rosto de mulher.”

sábado, 21 de janeiro de 2017

MOMENTO DE ESCLARECIMENTO

Em meio a tantas notícias negativas que fogem ao nosso controle, por vezes sentimo-nos compelidos a colocar antolhos e passar a cuidar unicamente de nossos interesses sem tomar conhecimento do que ocorre ao nosso redor.
É por essa razão que muitos deixam de ler jornais e de ouvir noticiários na TV. E esse comportamento não deixa de ser justificável pois, no linguajar popular, jornal que vende bem é aquele que a gente espreme e “sai sangue”.
Embora seja uma posição considerada egoísta por muitos, é uma maneira de procurarmos viver de forma equilibrada e sadia sem nos contaminarmos por tanta violência, desigualdades e absurdos.
Estava envolto nessas elucubrações, quando fui obter informações sobre um assunto de meu interesse junto ao Escritório de Advocacia do Doutor Hugo Jerke, que presta assistência jurídica aos associados da AAFBB.
                                         

Essa não foi a primeira vez em que recorri ao serviço de assistência jurídica da AAFBB.
Sempre fui atendido de forma atenciosa, objetiva e eficiente.
Em uma consulta anterior, foi com o auxílio das preciosas orientações    do serviço de assistência jurídica da AAFBB, prestadas pelo Doutor Hugo Jerke,  que consegui resolver, de forma amigável  com a parte contrária, assunto   de extrema gravidade que evitou o caminho litigioso por  processo jurídico,  que demandaria altos custos  e longo tempo para uma conclusão que nem poderia atender ao sucesso desejado.
Desta feita, novamente,  recorri ao serviço de assistência jurídica da AAFBB.
Fui atendido pela Doutora Amyne Jerke, que é a esposa do Doutor Hugo Jerke, e também é uma das sócias do Escritório Hugo Jerke Advogados.
A Doutora Amyne Jerke é uma profissional jovem, atenciosa, paciente, boa ouvinte, e que procura entender e enquadrar acuradamente dentro dos meandros legais, os assuntos apresentados pelos que recorrem aos seus préstimos.
Pelas informações limitadas que forneci, em razão do não fornecimento de cópias de extratos de depósitos judiciais de instituição bancária, ela deduziu, à priori, que se tratava de saldo de FGTS envolvendo   algum processo judicial, mas que isso precisaria ser pesquisado diretamente no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. 
Para tanto, recomendou-me que fosse ao Escritório do Doutor Hugo Jerke,  que   faria essa consulta  no TJRJ.
Fui ao escritório do Dr. Hugo Jerke.
Fui atendido com alegria, cordialidade e simpatia contagiantes.
De imediato, o Dr. Hugo Jerke, com seu olhar analítico e objetivo, deduziu que se tratava de ação contra o BB, falou sobre a natureza do mesmo, mas disse que só depois de consultar o assunto no TJRJ, poderia dar maiores detalhes sobre o caso.
Eu o elogiei pelo ambiente acolhedor e a excelência do atendimento aos associados na AAFBB, e da atenção, simpatia, conhecimento e presteza dos causídicos que colaboravam na associação.
O Dr. Hugo Jerke também se descontraiu e disse  que seu pai, também de nome Hugo Jerke, era um dos sócios do escritório.
A conversa transcorria tão solta e agradável que perdemos a noção do tempo.
Só quando a secretária o alertou sobre a presença de outro cliente, percebi que já tinha excedido o meu tempo, e me lembrei que o Dr. Hugo Jerke estava trabalhando.
Naquela altura, eu estava alegre e de bem com a vida, pois o alto astral do Dr. Hugo Jerke  havia se impregnado em minha alma.
É pela convivência com pessoas como essas que a vida ganha sentido.
A propósito, lembro que  Abraham Lincoln, em uma de suas máximas disse:
“A melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades.”
Na despedida, disse ao Dr. Hugo Jerke que fazia questão de registrar neste blog um resumo da atuação do Escritório Hugo Jerke Advogados junto à AAFBB e que, nessa oportunidade, também comentaria  nosso encontro.
Transcrevo, adiante, ipsis litteris, o resumo encaminhado pelo Dr. Hugo Jerke, que contemplou não só a amplitude do trabalho desenvolvido pelo Escritório Hugo Jerke Advogados junto à AAFBB, como também apresentou uma excelente matéria que já se encontra no site do escritório (www.hugojerke.com.br) sobre o projeto de reforma da previdência social, de autoria do Dr. Rodrigo Monteiro, sócio do Escritório Hugo Jerke Advogados.
Informo que criaremos neste blog, coluna específica em nome do Doutor Hugo Jerke, para a publicação dos   comunicados de seu escritório e de sua pessoa, e que são de vital interesse para a nossa comunidade.
Por último, registro com gratidão e humildade os encômios distinguidos a este blog pelo Doutor Hugo Jerke.
ADAÍ  ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB e ANAPLAB

Mensagem do Doutor Hugo Jerke encaminhada à minha pessoa.

Prezado Adaí Rosembak,

Agradeço suas simpáticas palavras, mas destaco que a honra foi toda minha em poder lhe servir.  Sua credibilidade, retrato da condução séria, imparcial e técnica, se consubstancia na marca indelével de seu blog, um sucesso absoluto. Espero poder contribuir com o senhor de todas as formas.
Nosso escritório é o resultado de gerações de advogados engajados em promover a defesa dos direitos daqueles que pedem socorro à Justiça.
Advogar é um sacerdócio, requer dedicação, paciência, coragem e amor ao próximo.
Somos obstinados por Justiça e cremos que somente respeitando o direito das pessoas é que alcançaremos uma sociedade justa, fraterna e igual. 
O serviço de Orientação Jurídica da Associação dos Aposentados e Funcionários do Banco do Brasil - AAFBB é um sucesso. Já foram realizados mais de quinze mil atendimentos, tanto presenciais, quanto por telefone e e-mail. A equipe de advogados é formada por profissionais capacitados, especialistas e atenciosos, o que proporciona um atendimento humanizado, rápido e eficiente.
As áreas jurídicas de abrangência são Direito do Consumidor; Direito de Família (separação, divórcio, partilha, guarda de menor, pensão alimentícia); Responsabilidade Civil (danos morais e materiais); Direito de Sucessão (Inventário e Testamento); Cassi; Previ; Carim (Carteira Imobiliária da Previ); Direito do Trabalho (Bancário); Direito de Condomínio; Direito de Vizinhança; Direito Tributário – IPTU; Contrato de compra e venda de bens imóveis e acompanhamento processual de ações eventualmente propostas por associados.
Os atendimentos podem ser feitos por telefone, por e-mail e ou pessoalmente, desde que agendado com antecedência.

Funcionamento: Dias úteis, das 14 às 18h
Telefones: 0800-7010805 – Ramais:780/788 ou (21) 3861-0780 e (21) 3861-0788
E-mail: orientacaojuridica@aafbb.org.br

Endereço: R: Araújo Porto Alegre, 64, 11° andar, Centro, Rio de Janeiro (RJ) – CEP 20030-015
Muitos associados desconhecem, mas além da comodidade, segurança e demais facilidades, o benefício proporcionado pela AAFBB também se reveste em grande economia, eis que, pela tabela da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Estado do Rio de Janeiro, o valor da consulta verbal a um advogado custa R$ 982,04 (Novecentos e oitenta e dois reais e quatro centavos) (vide em http://www.oabrj.org.br/arquivos/169_tabela_honorarios_janeiro_2017.pdf).  
Todo associado da AAFBB pode ter este benefício sem pagar nada a mais por isso.
Posso lhe asseverar que o combustível da equipe de advogados é a satisfação de poder auxiliar o associado, intervindo positivamente em sua vida de forma a lhe proporcionar um alívio e amparo imediato. Sentimo-nos realizados em poder servir aqueles que tanto fazem ou fizeram pelo Banco do Brasil.
Segue, abaixo, a matéria que já se encontra em nosso site (www.hugojerke.com.br) referente ao projeto de reforma da previdência social, de autoria do Dr. Rodrigo Monteiro, sócio do escritório Hugo Jerke Advogados.
Outra questão relevante nos dias atuais é a isenção de imposto de renda para quem tem visão monocular, bem como a desnecessidade da comprovação da contemporaneidade da doença grave para fins de manutenção da isenção de imposto de renda. Estas questões tributárias também estão apresentadas em nosso site.
Também em nosso site, o senhor poderá, se for conveniente, avaliar novas matérias para que juntos possamos aprofundar e desenvolver um artigo para seu blog.
Permaneço à disposição do senhor para esclarecimentos.

Cordialmente,

Hugo Jerke

"Entendendo a Reforma da Previdência”
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sobre a Reforma da Previdência, anunciada pelo Governo Federal no último dia seis de dezembro prevê inúmeras mudanças nas regras de aposentadoria dos trabalhadores.
A principal mudança defendida pelo governo é o estabelecimento da idade mínima de 65 anos para concessão da aposentadoria. Nesta oportunidade, trataremos dos pontos mais relevantes para os trabalhadores da iniciativa privada, que contribuem para o Regime Geral de Previdência Social (INSS), vejamos:
NOVA IDADE MÍNIMA PARA A APOSENTADORIA
Atualmente, os segurados do regime geral podem se aposentar com 35 anos de tempo de contribuição ou 65 anos de idade, se homem, e 30 anos de tempo de contribuição ou 60 de idade, se mulher, além das regras diferenciadas que atualmente existem para professores, produtores rurais e trabalhadores com direito à aposentadoria especial. Agora, segundo a nova proposta, homens e mulheres deverão atingir uma idade mínima de 65 anos e ter pelo menos 25 anos de contribuição.
Para amenizar a situação dos segurados que já têm idade mais avançada e contribuem há muito tempo para o sistema, a proposta traz uma regra de transição. Nela estarão enquadrados os homens com mais de 50 anos de idade e as mulheres com mais de 45, que não necessitarão atingir a idade mínima, mas deverão contribuir com 50% a mais do tempo de contribuição que faltaria para a aposentadoria na regra atual. Podemos citar como exemplo, um homem de 50 anos de idade e 33 anos de contribuição, que necessitaria trabalhar por mais dois anos para se aposentar por tempo de contribuição. Com a aplicação da regra de transição, ele deverá trabalhar por mais três anos, os dois anos que faltariam para atingir 35 anos de contribuição, mais 1 ano que corresponde a 50% sobre o tempo que restava para se aposentar.
FORMA DE CÁLCULO
Nas regras da aposentadoria por tempo de contribuição atuais, calcula-se a média aritmética dos salários de contribuição desde o mês de julho de 1994 até a data da concessão da aposentadoria e, ainda, temos a aplicação do fator previdenciário ou da regra de pontuação 85/95, dependendo de cada caso concreto.
A mudança na forma de cálculo propõe a extinção do fator previdenciário e da regra de pontuação 85/95. Dessa forma o valor da aposentadoria passaria a corresponder a 51% (cinquenta e um por cento) da média dos salários de contribuição, acrescidos de 1 (um) ponto percentual para cada ano de contribuição do segurado, até o limite de 100%. Por exemplo: um trabalhador com 65 anos de idade e 25 anos de tempo de contribuição terá a aposentadoria igual a 76% do seu salário de contribuição.
Deste modo, só será possível receber a aposentadoria integral (100% da média dos salários de contribuição), contribuindo para o INSS por pelo menos 49 anos.
PENSÃO POR MORTE
São três as principais mudanças nas regras de concessão da pensão por morte, quais sejam: (a) a forma de cálculo; (b) a desvinculação do salário mínimo como piso de valor do benefício; e (c) a impossibilidade de acumulação com aposentadoria.
A nova forma de cálculo prevê que o(s) dependente(s) passaria(m) a receber 50% do valor do benefício recebido pelo segurado falecido, mais uma quota de 10% para cada dependente. Pois bem, imaginemos uma situação em que o trabalhador faleceu e deixou uma viúva e um filho menor de idade. Neste caso, como são dois dependentes, a pensão por morte equivalerá a 70% do benefício do falecido: 50% por cento da quota fixa mais 10% de cada dependente.
Além disso, o valor da pensão não precisará respeitar o piso do salário mínimo e poderá ser menor do que este. O governo argumenta que a aposentadoria é uma substituição da renda, enquanto a pensão por morte funciona com uma lógica de seguro, o que permitiria a desvinculação desse benefício com o piso do salário mínimo.
Outra novidade é a proibição da acumulação de aposentadoria e pensão por morte, pois daqui para frente os segurados que tiverem direito aos dois benefícios deverão escolher qual o mais vantajoso para receber. Vale lembrar, que essas alterações só valem para as pessoas que fizerem jus à aposentadoria e pensão após o início da vigência da Emenda Constitucional, resguardados todos os direitos adquiridos."

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domingo, 1 de janeiro de 2017

UMA BOA PERSPECTIVA PARA 2017?

Em todo Reveillon fazemos um levantamento do que ocorreu no ano que se finda.
E, principalmente, fazemos planos para que o ano entrante seja Feliz e Bem-sucedido.
“Sonhar é preciso”, já disse o citador Augusto Cury.
O que podemos esperar para 2017?
No Brasil, mudanças continuarão a ocorrer de forma cada vez mais radical e profunda.
Estamos mergulhados em um processo revolucionário.
As mutações serão políticas, econômicas, administrativas, sociais e, o que é fundamental, levarão a uma mudança de mentalidade que atingirá todos os extratos da sociedade.
A varredura será, usando os mesmos jargões do período pós-ditadura, “ampla, geral e irrestrita”.
A expressão “A Revolução engole seus filhos”, de Pierre Vergniaud, revolucionário francês guilhotinado em 1793, se enquadra exatamente no contexto brasileiro, ao agrupar em “seus filhos”, que serão atingidos pelo ímpeto revolucionário, não só os partidos políticos e seus representantes, mas também o Parlamento como um todo, os Poderes Executivo e Judiciário, instituições governamentais, grupos empresariais e representações da sociedade em todos os seus segmentos.
Tudo isso se desenvolverá em um ambiente de abertura democrática e com a participação de toda a sociedade.
A mídia – o Quarto Poder – continuará a dar a mais ampla cobertura a tudo que vai ocorrer.
O processo de mutação da matriz de pensamento do povo, que norteará o caminho da sociedade, é um processo gradual, traumático, contínuo e abrangente.
Quando se tratam de processos pessoais que demandam introspecção mais aprofundada, essa mudança poderá ser reflexiva, elaborada e mais lenta, mas será constante.
Como exemplo pessoal, cito o recente caso da funqueira Tati Quebra Barraco, cujo filho morreu em um confronto com a polícia. 
Após a morte do filho, que já tinha sido apreendido anteriormente pela polícia, a cantora se perguntava:
“Mas meu filho... porque isso com a mãe? Em que eu errei? Em que não fui rude? O que eu deixei faltar? Me desculpe se fui uma péssima mãe ou se ensinei da maneira errada, eu só queria o seu melhor !!”
Fiquei abalado com a confissão dessa mãe.
Embora ela estivesse sendo alvo de críticas massivas na mídia pelo seu “papel fracassado como mãe”, ela também era uma vítima do mesmo processo que envolveu seu filho, e estava sendo absolutamente sincera em suas declarações!!
Friso que não estou aqui fazendo apologia da criminalidade, e muito menos criticando a ação policial, que foi absolutamente legítima, tempestiva e correta.
Mas como poderia aquela mãe ter agido de forma diferente? Ela repassou a seu filho os mesmos padrões de conduta que embasaram sua formação emocional básica desde a primeira infância até a vida adulta.
Ela não poderia ter dado ao seu filho   o que não recebeu, e nem poderia ter ensinado ao seu filho o que não lhe foi ensinado.
O drama dessa mãe é o mesmo das mães de comunidades miseráveis, privadas de condições minimamente dignas de sobrevivência, e de falta de orientação básica para mudarem suas próprias vidas e darem um novo rumo nas vidas de seus filhos.
Tati Quebra Barraco prometeu a si mesma que os dois filhos que lhe restaram não teriam o mesmo destino do filho que morrera. Que seja bem-sucedida em sua epopeia!!
Esse poderá ser um exemplo de revolução pessoal.
Outro caso, notório no Brasil, foi o do jogador de futebol Adriano, o “Imperador”. Atleta destacado, teve sua carreira destruída pela indisciplina e pelo envolvimento com bebidas e drogas. Foi estrela do Miami United e acabou voltando dos USA por problemas de conduta. Conseguiu sucesso na Itália, no Internazionale, de Milão. Era bem remunerado, vivia suntuosamente, e fazia parte da elite do futebol europeu.
Subitamente interrompeu os treinos sem autorização dos dirigentes do clube. Voltou ao Brasil e foi encontrado, dias depois, no Morro da Chatuba, no Complexo do Alemão, de chinelos, tomando cerveja em uma birosca com amigos da comunidade.  
A explicação dada por psicólogos é que Adriano tinha entrado em um processo de depressão pela distância dos amigos, dos familiares e do ambiente do Complexo do Alemão, onde fora criado.  Atualmente, não se tem notícias dele.
Esse exemplo causou grande impacto à época, pois foi uma prova de que somente o sucesso profissional e financeiro, não são elementos garantidores para uma vida bem-sucedida e estruturada.
Desde há muito, pergunta-se como romper esse ciclo diabólico da má formação básica.
Mais importante do que a ação do Estado, são os exemplos e as mudanças que ocorrem dentro dos núcleos familiares.
Outro exemplo claro desse problema é o de muitos negros americanos, que se consideram vítimas da truculência policial, e que criaram o movimento “Black lives matter” (Vidas de negros importam).
Diversos representantes negros, proeminentes nos USA, contestam essa vitimização que parte dos negros americanos alegam em sua defesa.
Essas autoridades negras dizem que, se fosse apenas um problema de ordem econômica e social, o “Programa de Ação Afirmativa”, que existe desde o Governo Kennedy, teria mudado a realidade da vida dos negros que ainda são discriminados e que vivem em guetos e comunidades pobres dentro da sociedade americana.
Esses líderes alegam que, mais do que leis e programas governamentais, é preciso que surja um movimento de conscientização, de reação e de mudança dentro dessas comunidades no sentido de modificar o comportamento das pessoas, principalmente os jovens e as crianças.  
O sucesso desse plano está baseado na formação emocional básica, com boa orientação, dentro das unidades familiares dos negros, atingindo principalmente os mais jovens.
Entre diversos comentaristas que abordam esse assunto, que podem ser acessados pelo Google ou YouTube, ressaltamos o apresentador negro da CNN, DON LEMON.
Também destacamos ORLANDO PATTERSON, do Sunday Review. Seu excelente artigo de 09.05.2015, “The Real Problem With Americas’s Inner Cities” (O real problema com cidades do interior da América), é uma descrição real da vida e dos problemas dentro dos guetos negros nos USA, que pode ser equiparável ao que acontece nas favelas das grandes cidades brasileiras.
Outro articulista de renome é WAYNE ALLYN ROOT, que, em 29.04.2015, lançou o impactante artigo “It’s Time for Black America to Blame Black America” (É hora da América Negra culpar a América Negra), no site www.theblaze.
Diversas matérias de outros comentaristas, a respeito do assunto, podem ser acessadas pelo Google ou pelo YouTube.
Todas essas mudanças, que já ocorrem dentro das comunidades negras, são consideradas, por sua abrangência e profundidade, verdadeiras revoluções na sociedade americana.
Voltemos ao nosso Brasil.
Estamos em pleno processo revolucionário.
Nunca poderíamos pensar que ocorreria no Brasil o que ocorreu em 2016.
E podemos afirmar que nos espantaremos muito mais, pois a revolução avançará em 2017, de forma muito mais arrojada do que avançou em 2016.
A Operação Lava-Jato não vai parar.
A PF, o MPF, e o STF continuarão cada vez mais ativos e atuantes.
As delações continuarão à toda carga e os resultados aflorarão ainda em 2017.
Mudanças que ainda são consideradas divagações absurdas, irrealizáveis e inaceitáveis,  ocorrerão  de forma cada vez mais  rápida, cabeças rolarão, e a crise econômica ainda se aprofundará por um bom período.  
É o preço a pagar para purgar o país desde a medula dos males que o acometeram durante tanto tempo por seguidos governos.
Sim, teremos um 2017 tumultuado e que nos reservará grandes surpresas e, justamente por isso, podemos afirmar que será um ano muito gratificante para a reestruturação do país e do povo.
Como nunca antes, a democracia e a liberdade de expressão se afirmarão como instrumentos dessas mudanças.
A propósito, transcrevo adiante o artigo “Precisa-se de matéria-prima para construir um País”, que circulou pela internet em novembro de 2005, e foi atribuído ao escritor João Ubaldo Ribeiro, embora ele sempre tenha negado a autoria desse arrazoado.
À época, essa nota causou profundo mal-estar pelo seu realismo, e a sensação foi como a de um soco no estomago; desde aquele período, eu mantenho esse texto na seção de prediletos. Agora é o momento adequado para sua reprodução.
Hoje, depois das mudanças que passamos em 2016, e principalmente do que está por vir em 2017, podemos afirmar com orgulho e satisfação que estamos mudando o país e mudando como povo.
Decididamente não somos mais as mesmas pessoas descritas nesse artigo que causou tanto impacto e mal-estar.
Mas ainda temos um longo caminho a percorrer para melhorarmos ainda mais como país e nos transformarmos e nos aprimorarmos como seres humanos.
Portanto, não tenhamos dúvidas. As perspectivas para 2017 são as melhores possíveis!!
Feliz Ano Novo para Todos.

ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ABABB e ANAPLAB                                                       

“PRECISA-SE DE MATÉRIA-PRIMA PARA CONSTRUIR UM PAÍS” – novembro de 2005
A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique.
Agora dizemos que Lula não serve.
E o que vier depois de Lula também não servirá para nada.
Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no larápio que foi Collor, ou na farsa que é o Lula.
O problema está em nós.
Nós como POVO.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA’ é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO. 
Pertenço ao país onde as “EMPRESAS PRIVADAS” são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos …e para eles mesmos. 
Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu “puxar” a tevê a cabo do vizinho.
Onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito.
Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano.
Onde há pouco interesse pela ecologia.
Onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.
Onde pessoas fazem ‘gatos’ para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros.
Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual Presidente, que recentemente falou que é “muito chato ter que ler”) e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica.
Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns. 
Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser “comprados”, sem fazer nenhum exame.
Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.
Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre.
Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem “molhei” a mão de um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro, apesar de ainda hoje de manhã ter passado para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não.
Já basta.
Como “Matéria-Prima” de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa.
Esses defeitos, essa “ESPERTEZA BRASILEIRA” congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS.
Nascidos aqui, não em outra parte.
Me entristeço.
Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada… 
Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa.
E enquanto essa “outra coisa” não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados…. Igualmente sacaneados!!!
É muito gostoso ser brasileiro.
Mas quando essa brasilidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda…
Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.
Nós temos que mudar.
Um novo governante com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada.
Está muito claro…
Somos nós os que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez. 
Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ.
NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO. 
E você, o que pensa? …
MEDITE!!!