Caros Companheiros,
Quando acompanhamos a
situação política atual do país, observamos que os comentários na mídia são
sempre radicais e exaltados, tanto em relação a Temer ou a Lula, em que os críticos
tentam demonizar um dos políticos e endeusar o outro.
O que se esquece é que,
nesse campo, não existem vestais e nem salvadores da pátria.
Temer e Lula são
farinha do mesmo saco.
Tanto Lula, que foi
condenado pelo Juiz Sérgio Moro por acusações que lhe foram imputadas quando
exerceu o cargo de presidente da República, e Temer que, se for salvo temporariamente
pelo Congresso de acusações que lhe são assacadas, com certeza será
julgado após cumprir seu mandato
presidencial.
O que não se vê, ou
melhor, que não se quer ver, é que ambos os personagens representam vertentes
políticas opostas do mesmo putrefato sistema político brasileiro.
A propósito, reproduzo
adiante o artigo “Os inocentes”, de autoria da Jornalista Míriam Leitão, em sua
coluna no jornal O Globo, de 14.07.2017, à pg. 20.
O mal que se abate
sobre o país é resultante de um estado perdulário, inchado, desorganizado, inoperante,
ineficiente, burocratizado, emperrado, corrompido e corruptor, do qual,
desavergonhadamente, se servem, à sorrelfa e articuladamente, líderes e próceres
políticos de esquerda e direita, para serem eleitos e, adicionalmente, abarrotarem
suas burras.
Os de esquerda, ao
contestarem a condenação de Lula pelo Juiz Sérgio Moro, não apresentam nenhuma plataforma
viável para tirar o país da crise econômica em que ele se encontra, até porque foi
durante os governos do PT que o país foi levado à situação calamitosa atual.
Defender Lula não é
programa político de nada.
O que seus apoiadores
de fato defendem, por trás da figura mítica de Lula, são teses políticas falidas,
que já se provaram ideologicamente superadas face aos desafios do moderno
capitalismo.
A implosão da ex-URSS,
na década de 90, é a constatação inquestionável do fracasso dessa utopia. A
Rússia atual, que é um arremedo enjambrado de capitalismo selvagem, foi
construída sobre a carcaça do que restou do antigo império soviético.
Aqui no Brasil, tivemos
seguidos governos esquerdistas, liderados pelo PT, que conseguiram jogar o país
no abismo econômico, financeiro e social, do qual ainda não conseguimos sair.
O desmonte de nossa
economia se abateu principalmente sobre as grandes empresas estatais, que foram
deixadas em estado deplorável.
Quem realmente lucrou
nos governos petistas foram grandes grupos privados, “premiados como vencedores
pelo BNDES”, que cresceram desmesuradamente, aquinhoados com vultosos
financiamentos, a juros ínfimos e condições privilegiadíssimas, que foram
beneficiados com programas bilionários de isenção fiscal, à custa de corrupção política desenfreada para apoiar o
PT e
partidos que sustentavam a base política do governo, tudo sob o comando
econômico da troika petista, composta por Dilma Rousseff, Guido Mantega, e Arno
Augustin.
Por isso, fico pasmo
quando me defronto com servidores de
empresas estatais que defendem a candidatura do Lula.
Tive a audácia de perguntar
a um deles, o que esperava que Lula viesse
a fazer pelo Brasil, e se não tinha medo de que a Petrobrás e outras estatais, que
estão, aos poucos, conseguindo se recuperar, quebrassem de vez, se Lula voltasse a ser eleito, caso escape das garras da
Justiça.
As respostas, sempre
exaltadas e inflamadas pelo radicalismo político, são sempre chavões ideológicos
superados pela realidade dos fatos e, como sempre, acrescidas de agressões e desqualificações pessoais, como se,
os que contestam suas teses, fossem demônios reacionários incorrigíveis a
quererem destruir um sonho maravilhoso de justiça social e de sociedade
perfeita.
Para não os irritar
ainda mais, abstenho-me de dizer que esse “sonho tão idealizado” nunca se
concretizou, e que, o que mais se aproximou da tentativa de o construir, acabou
quando a ex-URSS implodiu.
Para não dizer que o
pesadelo sumiu de vez, existe na Venezuela um arremedo de tentativa de construção
de um “socialismo bolivariano” que, se não encontrar uma saída rápida para sair
da crise econômica e social, pode levar o país a uma guerra civil.
Tudo isso nos leva a
crer que, o maior risco que ameaça o Brasil, é a vitória de Lula apoiado por
uma esquerda radical e retrógrada.
Consideramos improvável
que Lula, se eleito, apesar de sua visão e faro político apurados, conseguirá
seguir a máxima política de “pegar o violino
com a mão esquerda e o tocar com a mão direita”, como o fez quando redigiu a
“Carta aos Brasileiros”, em sua primeira eleição em 2002.
A eleição da radical Senadora
Gleisi Hoffmann como Presidente do PT, que, no dia 11 da corrente, junto com
outras cinco senadoras da oposição, ocuparam a mesa do plenário para impedir, na
marra, a análise da reforma trabalhista, é o retrato do tipo de radicalismo que
impediria Lula de exercitar sua habilidade política à frente do governo.
Isso sem contar com o fanatismo
político de João Pedro Stédile, do MST, de Guilherme Castro Boulos, do MTST, e
de outros agitadores profissionais, que pretendem mudar o país no grito e até na
força das armas, se necessário for.
Já vimos esse filme em
1964, e amargamos a opressão de uma
ditadura militar por 21 anos, como resultado desse desatino.
Não são com atores como
esses, que são verdadeiros apóstolos do apocalipse, que conseguiremos resolver
nossos problemas econômicos e sociais.
Essas receitas são
velhas conhecidas que, até agora, só nos levaram a permanecer no atraso e incitaram
o povo à convulsão social.
Temer é um político
comprometido com a corrupção? É sim!! E
sua hora chegará!!
Mas, por enquanto, esse
é um mal menor frente à ameaça de um governo liderado por uma esquerda
violenta e radical, que não mede as consequências para atingir seus objetivos,
e que pode mergulhar o país em um confronto violento de classes, derramamento
de sangue, falência econômica e financeira em todas as áreas, fuga de capitais,
inflação, fechamento de empresas, desemprego em massa, fome , pobreza e atraso generalizados.
Para essa esquerda
alienada, os princípios democráticos não passam de meros instrumentos para a
implantação de seu objetivo real, que é uma ditadura comunista violenta, sanguinária
e aterrorizante.
Aí está o exemplo da
Venezuela A NÃO SER SEGUIDO!!
Não é esse o caminho
para resolver os problemas do Brasil.
A massa esclarecida da
sociedade, experiente e desgastada por esse falso canto de Ulisses, tem plena consciência
disso.
Para soerguer o país, precisamos
de soluções criativas dentro de um clima de paz, ordem e progresso!!
Precisamos das reformas
trabalhista, previdenciária, tributária, política e outras tantas, para modernizar
o país e o tornar competitivo em pé de igualdade com os países desenvolvidos, para
o tornar atrativo para investimentos externos, e com uma estrutura social de
primeira linha.
Precisamos encarar os
problemas do país de forma realista, e criar, o mais rápido possível, um estado
moderno, ágil, enxuto, eficiente, dinâmico, e cujas prioridades sejam a prestação
de serviços públicos de alto nível com eficiência, honestidade e agilidade.
Um exemplo claro da
péssima atuação do Estado, são os serviços
prestados pelo INSS.
É notório o caso de
pessoas com baixa renda que, em lugar de apelarem para a demorada,
burocratizada e ineficiente assistência médica do INSS, recorrem aos serviços
de pequenas clínicas, que prestam um serviço médico eficiente, barato e rápido.
Ou seja, paga-se em
dobro pelo mesmo serviço.
Pagamos ao INSS, para
NÃO receber a assistência eficiente e rápida que deveríamos receber, e pagamos às
clínicas privadas, onde somos efetivamente atendidos de forma satisfatória e à
baixo custo.
O que o povo realmente
quer são empregos de qualidade, boa assistência social, segurança, e educação de
alto nível para seus filhos.
E não é o Estado que
vai cumprir esse papel.
À medida que tivermos
uma real revolução capitalista e democrática, propiciando atração maciça de capitais e investimentos pesados em todas as áreas, tornando o país um
polo competitivo no cenário internacional, criando empregos em massa de alto nível e bem remunerados, aumentando a renda do país para
propiciar educação e saúde de
qualidade, o progresso irá se
interiorizar e, nesse momento, as saturadas, poluídas e violentas megalópoles deixarão de ser centros atrativos
para populações desassistidas e necessitadas, e o povo voltará a migrar para
cidades médias e pequenas, tranquilas, seguras, desenvolvidas, e com boa
assistência social.
E aí o progresso se
espraiará por todo o Brasil.
É sonhar demais e muito
alto? É sim!!
Mas são sonhos
factíveis, e temos condições de os tornar em realidade!!
Essa é a revolução que
queremos para o Brasil!!
É esse o país com o qual
sonhamos!!
Tudo isso faz parte da
“Revolução Sem Fim”.
Mãos à Obra!!
Atenciosamente
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da
AAFBB,ANABB e ANAPLAB
Artigo “Os Inocentes”, publicado no O Globo, de 14.07.2017, à pag.
20:
“OS INOCENTES”
A vitória do presidente
Temer na CCJ não representa força. Talvez, apenas a força bruta.
O que houve ontem é
absolutamente anormal. O governo derrotou o relatório do deputado Sérgio
Zveiter, e apresentou outro texto, instantâneo, favorável a Temer. Qual é o
nome que se dá ao uso do poder para se proteger de um procedimento judicial?
Obstrução de Justiça.
Para forçar a sua
vitória, o governo trocou duas dezenas de correligionários que poderiam votar
contra Temer. Essas trocas fazem parte das regras do jogo parlamentar. Os
partidos decidem os seus representantes nas comissões e podem mudá-los. Mas
isso acontece quando há matéria sendo votada de interesse do partido e existe
alguma dissidência. Este caso, contudo, é totalmente diferente.
Ele usou o poder sobre
os partidos fiéis da sua base em favor de si mesmo, e não de um projeto ou de
uma reforma, e assim forjou um resultado favorável.
Nesse estranho tempo
que vivemos, o Brasil viu no mesmo dia o ex-presidente Lula condenado por
corrupção, enquanto na Câmara, a CCJ discutia a denúncia por corrupção contra o
presidente Temer.
Os dois, hoje inimigos
políticos, têm a mesma linha de defesa.
Dizem que foram
acusados sem prova e investem contra procuradores e, no caso de Lula, o juiz
Sérgio Moro.
Os discursos dos
defensores de Temer ontem na CCJ e o discurso do ex-presidente Lula na sede do
PT em São Paulo eram absolutamente semelhantes.
- Este é um estado
quase de exceção. O estado de direito e a democracia estão sendo jogados no
lixo – disse Lula sobre a sentença do Juiz Sérgio Moro que o condenou por
corrupção.
- Este é um golpe
contra a República, contra a democracia, contra o estado de direito – disse o
deputado Alceu Moreira, do PMDB, atacando o procurador geral da República
Rodrigo Janot em defesa de Temer, acusado de corrupção.
- A única prova é a
prova da minha inocência – disse Lula aos militantes.
- Vão punir um inocente
– disse o deputado Aguinaldo Ribeiro, referindo-se a Temer, e em seguida citou
a Bíblia.
“Não julgueis para que
não sejais julgados”.
Logo após, falou o
líder do PT que criticou o “punitivismo” do Ministério Público e Justiça.
Lula acusou Moro de ter
decidido previamente que ele deveria ser condenado e que, após a decisão, saiu
à procura dos elementos, ignorando todas as provas da sua inocência.
O deputado Alceu
Moreira, da tropa de choque de Temer, na CCJ, acusou Janot de ter se reunido com
Joesley antes da reunião com Temer, mandado o empresário gravar o presidente
para, em troca, perdoá-lo de todos os crimes.
Lula e PT, Temer e sua
base acusam a existência de supostas conspirações, mas não dão explicações
convincentes dos seus atos.
Havia tanto em comum
entre governo e oposição que o deputado José Mentor, do PT, produziu uma cena
de confundir. Ele concordou em vários pontos com a fala do advogado de Temer,
Antônio Cláudio Mariz, criticou procuradores e juízes, mas concluiu dizendo que
que votaria a favor do relatório de Sérgio Zveiter.
Um desavisado não entenderia
o que era aquilo, mas no Brasil estamos todos avisados. Os adversários
políticos têm um inimigo comum: a Lava-Jato.
Os dois lados constroem
a mesma versão de que há conspiração do Ministério Público e da Justiça contra
eles, os inocentes. O problema é que se acusam mutuamente de participação nos
tais golpes e conspirações. Aí a história não fecha.
Lula disse que está
sendo condenado na “teoria do powerpoint”, referindo-se à denúncia do
Ministério Público que o colocou como chefe da organização criminosa. Na
sentença, o juiz Sérgio Moro inverteu o raciocínio e focou primeiro nas provas
materiais da propriedade do triplex, para depois ampliar o escopo para a
corrupção da Petrobrás.
Lula mantém o discurso
de que é uma vítima política e um candidato imbatível, mas enfrentará até o fim
do ano o julgamento da ação sobre o apartamento que ele ocupa ao lado do dele,
sem ter até agora transferência bancária, ou qualquer documento que prove que
ele paga aluguel.
Temer venceu ontem na
CCJ e aposta na dificuldade de seus adversários terem 342 votos contra ele no
plenário. Mas no plenário não poderá trocar deputados e, além disso, será
apresentada contra ele nova denúncia.