Companheiros,
A invasão planetária
pela CHINA está se operando de forma cada vez mais acelerada, diversificada e
ousada.
Não são conquistas pela
força das armas, mas do dinheiro e de investimentos em várias áreas.
Diariamente nos
defrontamos com informes de novas investidas de grupos empresariais chineses em
negócios de vulto em todo o BRASIL.
São participações
acionárias em vários nichos de negócios, são compras de grupos empresariais
inteiros, são aquisições maciças de empresas estatais em leilões do governo,
são acordos com o governo e com grupos privados para construção de rodovias,
represas, construção civil, projetos na agricultura e pecuária, etc.
Muitos companheiros da
PREVI já me perguntaram, repetidamente porque, neste blog, que se propõe a
abordar, principalmente, a PREVI e a CASSI, sempre coloco notas referentes à
CHINA.
Volto a repetir que, o
leque de áreas que serão atingidas pela invasão chinesa é muito diversificado,
e aí estarão envolvidas parcerias com os
fundos de pensão, a começar pela PREVI.
Se as condições de
investimentos forem seguras e propiciarem bons rendimentos, principalmente nos
setores de commodities e infraestrutura, eles investem pesado.
São ágeis e não deixam
escapar uma única oportunidade.
Dinheiro é o que não
falta.
É sempre bom lembrar
que o Banco Central da CHINA tem uma reserva de mais de 3 trilhões de dólares
americanos.
Há algum tempo, tive a oportunidade
de conversar com um empresário que atua na área internacional, e ele me disse
que é extremamente exasperante e demorado fechar negócios com chineses.
Para tanto, existem
cursos especializados em orientar executivos para fazer negócios com empresários
chineses.
Os chineses são
extremamente objetivos, detalhistas e analíticos. Nada é feito com pressa.
Ouvem tudo com muita atenção
e, quando se pensa que está tudo esclarecido, voltam a disparar uma bateria de
perguntas para os interlocutores. Esses, por sua vez, precisam estar muito bem
preparados para enfrentar essa nova avalanche de questionamentos.
Agem em bloco e se
mantém em constante contato com suas sedes na CHINA.
Têm uma visão muito
precisa de seus objetivos e sabem muito bem onde vão aplicar seus recursos.
Nunca se deve tentar
iludir um chinês nos negócios; eles têm olhos fechadinhos, mas enxergam muito
bem. Mais do que nós.
Entre eles, só falam em chinês, mas, com os
interlocutores, usam o idioma inglês, com sotaque chinês, óbvio.
“Guanxi” é um termo
chinês que define a confiança entre as pessoas. E os negócios só são fechados onde
impera o “Guanxi”.
A ética, a seriedade e
a objetividade nos negócios são fatores fundamentais para se entabular
negociações com os chineses.
Para se ter uma ideia
de como os chineses são ágeis na corrida pelas oportunidades, segue a
transcrição da pequena nota “O boi de olho miúdo”, da Coluna de Ancelmo de
Gois, no jornal O Globo, de 21.10.2017:
“Chineses estão comprando médios e pequenos frigoríficos no
Centro-Oeste do BRASIL, e dizem no setor que há negociação para a compra da
JBS. Como a CHINA é a maior cliente da nossa carne bovina, o receio dos
criadores é que, com a venda dos frigoríficos, forme-se um cartel capaz de
achatar os preços. Será?”
Outro exemplo da
possibilidade de uma nova investida chinesa no BRASIL, é o esforço governamental
para a CHINA TELECOM assumir o controle da OI, a antiga Telemar, e
tirá-la da situação de insolvência em que
se encontra.
O buraco da OI está em
– pasmem – R$ 65,4 bilhões de reais.
Não dá para entender e
nem aceitar passivamente um rombo dessa magnitude.
Pergunta-se: - Numa
situação como essa, qual é o papel da Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL?
Já se fala em uma
ajudazinha do governo de plantão, ou seja, dos impostos de todos nós.
Entre as conversações para
atrair a CHINA TELECOM para descascar
esse abacaxi, o governo promete, entre outros incentivos, até flexibilizar a
legislação relativa às telecomunicações.
Tentativas anteriores
com fundos abutres e com um bilionário egípcio não tiveram êxito.
Reproduzo,
adiante, o excelente artigo “CHINA reitera ambição de ocupar lugar dos EUA”,
também publicado no Jornal O Globo, em 21.10.2017, à página 14.
É uma nota bem objetiva
e concisa, que apresenta um retrato atualizado da estrutura interna da CHINA,
de seu poderio militar, industrial e científico, do seu relacionamento com o
mundo, e de seus planos para o futuro.
Face a uma espúria,
inconsequente e até ilegal manifestação
separatista que surgiu recentemente no sul do BRASIL, é importante que façamos
uma comparação com a ordem marcial que o presidente chinês XI JINPING
deixou em
seu em seu discurso no XIX Congresso
Quinquenal do Partido Comunista da CHINA (PCC)
contra tentativas de emancipação
de HONG-KONG, MACAU e de outras áreas com minorias étnicas. Unidade da CHINA
acima de tudo e a qualquer preço!!
É um exemplo a ser
seguido por nossas autoridades no BRASIL.
Outro alerta importante
de XI JINPING para o povo chinês foi sua promessa de continuar lutando
obstinadamente contra a corrupção.
A CHINA é o país com
mais execuções em todo o mundo, e que se centram, principalmente, nas penas por
casos de corrupção nos quadros do Partido Comunista Chinês (PCC) e em empresas
estatais. O método adotado é um tiro na nuca e a família do executado tem de pagar
pela bala.
Evidente que, na
reestruturação do Brasil e na condenação de corruptos, não chegaremos a esse
extremo.
Mas para que mudemos
como nação, devemos tomar a atitude determinada que a CHINA tomou, desde o
período de DENG XIAOPING,
de não recuar do caminho do desenvolvimento e
resistir, a qualquer preço, a movimentos espúrios que promovem distúrbios de toda ordem e prometem
a justiça social através da violência e da desordem social.
O que vai levar o
BRASIL à redenção, à justiça social e ao desenvolvimento, são ordem e
progresso, justamente os princípios de nosso estandarte.
Boa Leitura!!
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB,
ANABB e ANAPLAB
Artigo “CHINA REITERA AMBIÇÃO DE OCUPAR
LUGAR DOS EUA”, publicado no jornal O Globo, em
21.10.2017, à página 14:
Presidente
chinês consolida autoridade no XIX Congresso do PCC e anuncia “nova era” de uma
potência mundial que cresce no vácuo americano.
O discurso de três
horas e meia diante de 2.300 delegados deu o tom das propostas do presidente
chinês, XI JINPING, na abertura do XIX Congresso Quinquenal do Partido
Comunista da CHINA (PCC), na quarta-feira. Principal arquiteto do regime que
levou o país ao posto de segunda maior economia do mundo – o que lhe valeu a
classificação de “o homem mais poderoso do mundo”, de acordo com a influente
revista “ECONOMIST”, XI JINPING afirmou que o desenvolvimento chinês entrou em
uma “nova era”, com maior abertura econômica para construir uma “grande e
moderna nação socialista”, de forte influência internacional, consolidando-se
como um líder global até 2050.
Defendeu valores
tradicionais e maior controle sobre a política interna, indicando que a
abertura se restringe ao campo dos negócios.
Em outros aspectos da
vida civil, como nas áreas de cultura, moralidade e religião, todos devem se
submeter à liderança e à disciplina do partido.
“O partido exerce
liderança geral em todas as áreas de atuação e em todas as partes do país”,
disse XI JINPING.
“Cada um de nós deve
fazer mais para defender a atualidade do partido e do sistema socialista chinês
e opor-se decididamente a qualquer palavra e ação para miná-los”.
O congresso deve
reconduzir XI JINPING à liderança do país, como presidente da CHINA e
secretário-geral do PCC.
XI JINPING não foi
modesto ao posicionar a CHINA como superpotência mundial, inclusive em termos
geopolíticos. E preocupou o fato de o presidente chinês invocar, no rol das
“conquistas” dos últimos cinco anos, algumas iniciativas controversas,
inclusive a construção de ilhas artificiais no Mar do Sul da CHINA, onde
instalou bases militares.
A região é uma
importante rota comercial internacional reivindicada por inúmeros países do
Sudeste Asiático e tem sido foco de conflito diplomático.
XI JINPING também
avisou aos movimentos separatistas em HONG-KONG e MACAU que a CHINA manterá
“ampla autoridade central” sobre os dois territórios. E acrescentou, sendo
longamente aplaudido, que “nunca permitirá que qualquer um, a qualquer hora ou
de qualquer forma, separe alguma parte do território da CHINA.”
O mandatário chinês
reforçou a promessa de lutar contra a
corrupção, consolidando-se como o mais poderoso líder chinês desde MAO
TSÉ-TUNG.
No hibridismo do
regime, ele defendeu a abertura a mercados, empresas privadas e investimentos
estrangeiros, ao mesmo tempo em que prometeu tornar as estatais chinesas mais
“fortes”.
Segundo ele, o destino
principal dos investimentos de centenas de bilhões de dólares será o setor de
infraestrutura, com foco em tecnologia limpa, inclusive veículos movidos a
energia elétrica.
A CHINA de XI JINPING
pretende, assim, expandir sua presença mundial, caminhando na direção inversa
do isolacionismo do rival DONALD TRUMP.
O exemplo chinês impõe
um alerta ao BRASIL sobre a necessidade de avançar nas reformas estruturais, do
contrário ficará reduzido, cada vez mais, à posição de exportador de
commodities.
OBSERVAÇÕES deste blogueiro:
Em relação ao artigo
acima, do O Globo, lamentamos que o mesmo tenha sido tão limitado, e que não
tenha sido citado o líder DENG XIAOPING, e nem descrito o seu papel decisivo na
criação da chamada “NOVA CHINA”.
Em 04.06.1989, durante
o auge das manifestações violentas de mais de 5.000 pessoas, em sua maioria
estudantes e intelectuais, que provocavam o caos em BEIJING, a capital da
CHINA, DENG XIAOPING ordenou que o exército chinês esmagasse, a qualquer custo,
os protestos que já começavam a se
espalhar por outras partes do país, e que ameaçavam a segurança e a
estabilidade de toda a CHINA.
DENG XIAOPING, à época,
foi muito criticado no mundo inteiro, principalmente em países europeus e nos
ESTADOS UNIDOS, por sua decisão que provocou um grande número de vítimas
fatais.
Mas, com sua ordem,
DENG XIAOPING evitou o caos que já ocorrera antes, em 1969, no período de MAO
TSÉ TUNG, na Revolução Cultural, que
segundo estimativas, causou a morte de 1,4 a 1,6 milhões de cidadãos, pela
violência promovida pela Guarda Vermelha, composta por grupos organizados de
jovens empunhando o Livro Vermelho, que deixou
a economia arrasada e levou o país à completa anarquia.
Menos mortífera, mas
mais devastadora que a rebelião Taiping (1851-1864) contra a dinastia Manchu,
que deixou 30 milhões de mortos, a Revolução Cultural desencadeou uma
verdadeira guerra civil em nome da “luta de classes” contra a nova “burguesia
vermelha”.
O próprio DENG XIAOPING e sua família, foram vítimas da
Revolução Cultural. Seu filho, DENG PUFANG, que foi jogado da janela de um
edifício da universidade onde estudava, ficou paralítico.
Dizia-se, no período da
Revolução Cultural, que a CHINA enlouquecera.
Apesar das críticas
recebidas pelo Massacre da Praça da Paz Celestial, em 04.06.1989, que resultou
em cerca de 1.500 vítimas fatais, DENG
XIAOPING hoje é reconhecido como o homem que impediu que a CHINA mergulhasse em
outro período de caos e violência, que
causaria milhões de mortos, como
foi a Revolução Cultural.
Hoje, DENG XIAOPING é
chamado pelos chineses de “O homem que mudou a CHINA – e o Mundo”.
De fato, DENG XIAOPING
abriu as portas da CHINA para o mundo, criou as Zonas Econômicas Especiais
(ZEES) na costa leste do país, que atraíram investimentos pesados e a
implantação de centros industriais de todo o mundo, que levaram a CHINA a um
nível acelerado de desenvolvimento, durante quase 30 anos, nunca visto antes na
história da humanidade.
Devido à política
arrojada de DENG XIAOPING, com o moto “Não
importa se um gato é preto ou branco, contato que ele cace gatos”, ele
levou a CHINA a sair da completa ruína
econômica e da desorganização social, para ser, hoje, a segunda nação mais
desenvolvida do planeta.
Por essa razão, podemos
considerar o programa atual de XI JINPING uma continuação, talvez até mais
radical, da política desenvolvimentista de DENG XIAOPING, só que voltada para o
interior da CHINA, abrangendo um mercado de cerca de 900 milhões de pessoas, e
com tentáculos se estendendo por todo o mundo.
Nota:
Devido à extensão deste
artigo, publicaremos em outra nota, a importantíssima entrevista do Professor
DAVID SHAMBAUGH, da George Washington University, “Problema da dívida chinesa
pode ser o mais perigoso”, em que ele aborda aspectos atuais da economia
chinesa, que devem ser acompanhados com extremo cuidado pelas autoridades econômicas brasileiras e por
grupos empresariais que desejem entabular negócios com a CHINA, para que não venhamos a ficar
aprisionados e dependentes das diretivas da economia chinesa.
Nesse mesmo artigo, também
transcreveremos o artigo “Novas ideias na CHINA”, do embaixador da CHINA no
BRASIL, Sr. LI JINZHANG, em que ele passa sua visão do processo de
transformação pelo qual passa a CHINA, principalmente depois do XIX Congresso
Quinquenal do Partido Comunista da CHINA.
Atenciosamente
ADAÍ ROSEMBAK