segunda-feira, 21 de agosto de 2023

O NOME DA MORTE

 Este artigo está no “Blog do Adaí Rosembak”.

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Caros Companheiros e Amigos,

Quando somos jovens, queremos mudar o Mundo e somos revolucionários. 

Esquecemos de que, para mudar o Mundo, temos de começar a mudar a nós mesmos.

Ao envelhecer – ou, mais adequadamente, amadurecer - descobrimos essa verdade, mas, aí, o tempo voou e não temos mais energia   para darmos andamento aos nossos projetos.

Nessa etapa nos tornamos guias ou conselheiros dos mais jovens, muito embora, apesar de já estarem voando com as próprias asas, eles devam estar cometendo os mesmos erros e percorrendo as mesmas trilhas pelas quais  passamos anteriormente.

E, assim, segue a Humanidade. Geração após geração, civilização após civilização.

Desde meus 16 anos, apoiado, principalmente, pela herança genética, pelo espírito aventureiro e visão humanista de meu pai, queria mudar o Mundo.

Era um leitor voraz e, como não podia deixar de ser, também era um esquerdista sonhador, utopista e, como todo jovem, desejoso de mudar o Brasil para ser uma sociedade mais desenvolvida e mais justa.   

Entrei no BB e, nas férias, fui fazer um curso de inglês na University of South Florida, em Tampa, Florida – USA, organizado pelo Curso Yázigi.

A USF é uma universidade moderníssima.

À época da “guerra fria”, além de ser universidade, a USF também era abrigo atômico (após o fim da URSS não sei se ainda tem essa função).

Além das aulas  de inglês, podíamos participar de atividades físicas e exercícios militares dentro do campus, promovidos por forças militares destacadas para tanto.

Os Estados Unidos estavam em um período de mudanças radicais e turbulências internas de toda ordem.

Haviam conflitos raciais  violentos como os “black panthers”, movimentos de liberação sexual, de protestos   contra a guerra, contra  o  conservadorismo da sociedade, com hippies nas cidades e “drop-outs” (fugitivos do sistema) acampados nas áreas rurais e nas regiões montanhosas, aumento desenfreado no uso de drogas (algumas novas  como LSD), festivais de música  como o famoso Festival de Woodstock, mudanças radicais de costumes, movimentos de liberação dos gays, conflitos intensos contra e a favor da Guerra do Vietnam, dentro e fora das  universidades.

Nunca, como em qualquer outra época, um país com a grandeza e o poder dos Estados Unidos, passou por tantas mudanças tão radicais e profundas ao mesmo tempo.

Como brasileiro, aquilo tudo me assustava e, ao mesmo tempo, que me maravilhava.

Foi uma experiência e tanto.

Para completar, eu e um amigo cubano que também estudava na USF alugamos um carro e atravessamos o país até San Francisco, onde o tio do cubano tinha um posto de gasolina.

Trabalhei no posto por uma semana trocando pneus. Ganhei uma graninha razoável com o serviço, além de uns bons trocados com gorjetas. Os Estados Unidos são o país onde se paga gorjeta para tudo.

 Isso me ajudou bastante pois o dinheiro que eu tinha já estava no fim.

A última coisa que se poderia pensar no meio daquela revolução interna e aparente loucura pela qual passavam os Estados Unidos, era que os USA estavam no auge da Guerra do Vietnam, com cerca de 500.000 soldados deslocados para combate no Sudeste Asiático.

Voltei para o Brasil impactado com as mudanças, a força e a grandeza da democracia, e o império da lei dentro dos Estados Unidos.  

 Mas estava consciente de que aquele não era o modelo de sociedade para o Brasil.

 No Brasil, sonhávamos em mudar o país.  

Mas não sabíamos como e nem que modelo seguir.

Decidi conhecer o outro lado da moeda e comecei a me preparar para ir estudar na URSS.

Naquela época, a URSS se apresentava como um modelo de sociedade mais igualitária e mais avançada. 

 Comecei a estudar russo no Brasil, no Curso Berlitz, com o objetivo de cursar economia na Universidade Patrice Lumumba em Moscou, e conhecer ao vivo uma “sociedade socialista”.

À época, não se sabia o que ocorria intramuros na URSS.

Não existia internet, não havia celulares, não haviam drones e nem satélites espiões e, nada real era divulgado pela imprensa oficial da URSS.

O esquema de encobertamento do que ocorria nos porões da URSS era brutal e total.

Mas eu estava decidido em conhecer a Rússia pessoalmente.

Inicialmente, tentei uma aproximação maior com minha professora de russo, VERA NEVEROVA, muito embora não houvesse a mesma reciprocidade por parte dela.  

  Achei que a razão fosse a diferença etária (ela tinha cerca de 65 anos e eu beirava os 20), mas estava errado.  Havia uma barreira por parte dela que nunca consegui decifrar.  

  Em nossas conversas fora das aulas, eu crivava VERA NEVEROVA com inúmeras perguntas e dúvidas de toda ordem sobre a vida real, os paradoxos e conflitos na URSS.

  VERA NEVEROVA sempre se esquivava de respostas diretas e objetivas. Era uma pessoa absolutamente discreta, escolhia cada palavra com cuidado e, raramente, dava uma resposta convincente e conclusiva às minhas indagações.

Confesso que nunca consegui decifrar com exatidão que tipo de personalidade era VERA NEVEROVA.

Ela era uma excelente professora de russo, alemão, espanhol e dominava o português com perfeição. Era educadíssima, cortês e culta.

Era uma russa autêntica, de compleição sólida, nariz pontudo e empinado, de risos contidos, gestos medidos e sem espontaneidade.  

Ela era convidada para eventos culturais de toda ordem, era muito amiga de Otto Maria Carpeaux, austríaco naturalizado brasileiro, judeu, pessoa de vasta cultura, autor de vários livros, inclusive o clássico “História da Cultura Ocidental”, poliglota que dominava vários idiomas e editor do Jornal Correio da Manhã, que encerrou suas atividades logo após a Revolução de l964.

 Ela morava na Rua Paula Freitas, em Copacabana e, eventualmente, íamos jantar juntos, mas, apesar de ser uma pessoa educadíssima e agradável, VERA NEVEROVA sempre foi    reservada e enigmática.

 Às vezes, ela estava acompanhada de algum estrangeiro, os quais ela nunca me apresentou formalmente e, dos quais, nunca soube qual era a nacionalidade.

 Nesses momentos, sempre conversávamos sobre assuntos triviais.

Seus olhos brilhavam quando falava da URSS.

Lembro-me de uma oportunidade em que, em um restaurante, ela enxergou uma pessoa no outro extremo do estabelecimento, que estava lotado, e me disse em voz baixa que, com certeza, aquela pessoa era russa. Pedi que ela fosse conversar com a pessoa para confirmar a nacionalidade. De repente, de forma súbita e séria, aborrecida, e parecendo despertar para a realidade, ela se calou e se recusou terminantemente a falar com o indivíduo.

Não tocamos mais no assunto.

Mas aquela passagem me deixou chocado e  passei a ver VERA NEVEROVA com outros olhos.

Depois da Revolução de 1964, ela parou de dar aulas, mudou de endereço e eu não a vi mais.

Hoje percebo que VERA NEVEROVA nunca foi minha amiga.  Efetivamente, foi um enigma.

Li muito sobre a criação do “Homem Soviético” e pouca coisa sobre a formação de agentes da KGB, o serviço secreto da URSS.  

Por isso, apesar da convivência com VERA NEVEROVA, não posso afirmar nada de conclusivo sobre sua formação política ou sua ligação com qualquer órgão governamental da então URSS.

Acabei não indo estudar na Rússia pois o consulado, após a Revolução de 1964, parou de dar vistos para estudantes.

Hoje, vejo que não ir para a Rússia foi uma coisa boa na minha vida pois, com certeza, eu não teria me adaptado à vida naquele país.

Ademais, eu havia passado pelo chamado “choque das ideologias”, fenômeno que ocorreu com muitos jovens naquela época, que se desencantaram com as teorias do “paraíso socialista”.

Nada mais verdadeiro do que a frase “entre a teoria e a realidade existe um abismo”.

Hoje surgiu uma nova superpotência – a CHINA – uma civilização de 5000 anos, baseada nos princípios do taoísmo, confuncionismo e budismo que está sabendo, com sua experiência milenar, extrair o melhor dos princípios da convivência humana, do dinamismo e da criatividade do capitalismo, junto com a ajuda e organização de um estado socialista forte, organizado e poderoso,  que visa universalizar e expandir o progresso, a educação, a saúde , a solidariedade e a felicidade para todos os extratos da sociedade chinesa e para todo o planeta.

Nada é perfeito e, hoje, da ex-superpotência URSS, restou a CEI-Comunidade de Estados Independentes, que inclui a RÚSSIA, um país que se encontra enfraquecido e com um povo humilhado, revoltado e amargurado, envolvido em uma série de problemas internos e externos, de difícil solução e, em meio a uma guerra estúpida e sanguinária, sem qualquer razão plausível para ser iniciada, e sem qualquer perspectiva fácil e rápida para ser encerrada.

A situação da RÚSSIA é um perigo para toda a humanidade pois, a despeito de sua caótica situação econômica e financeira, o país tem, em seu poder, mais de 6000 bombas atômicas.

Essa é a maior concentração de armas nucleares do planeta.

É fundamental que os dirigentes e autoridades de todo o Mundo empenhem o melhor de seus esforços e o máximo de diplomacia para evitar que se desencadeie um cataclisma nuclear que pode aniquilar toda a humanidade.

Li uma vez um conto que procura mostrar um lado perigoso da natureza russa.

Aí segue:

Um cidadão alemão chega à beira de um profundo abismo, olha, se assusta e recua.

Um cidadão inglês chega à beira do mesmo abismo, olha, se assusta e recua.

Um cidadão russo chega à beira do abismo, olha, fica fascinado e ... pula no abismo.

Uma outra passagem – está verídica – fala de uma entrevista de Lenin a um jornalista, quando este lhe pergunta o que ele, Lenin (Vladimir Ylyich Ulianov), sentiu quando foi confirmada a vitória da Revolução Russa de Outubro de 1917.

A resposta de Lenin foi bem reveladora do espírito mercurial russo:

- VERTIGEM!!

Em outro episódio recente, o falecido economista Mário Henrique Simonsen fez uma análise muito objetiva e aprofundada sobre a Revolução Russa.

Ele disse que a Revolução Russa ocorreu no país errado e na hora errada, mas que Karl Marx estaria satisfeito porque parte de suas teorias teriam sido confirmadas com a Revolução Russa de 1917.

De fato, as afirmações de Karl Marx, entre elas a de que um movimento socialista bem-sucedido só ocorreria em um país de capitalismo avançado estavam corretas.  Em 1917, quando ocorreu a Revolução, a Rússia era um país agrícola atrasado.

Essa é a real razão do fim da URSS e da crise que a Rússia passa atualmente.

Karl Marx (05.05.1818/14.03.1883), apesar de sua genialidade, não poderia ir mais além em suas previsões e projeções s a partir do Século XIX até o Século XXI.

Boa Leitura.

Atenciosamente

ADAÍ  ROSEMBAK

Associado da AAFBB e ANABB

 

P. S. :Aproveito o ensejo para transcrever adiante o artigo “Nome da Desgraça”, de autoria do Escritor PAULO LACERDA, que me foi encaminhado pelo blogueiro, também escritor e  ex-colega de BB, JOÃO CARLOS PEREIRA LAGO NETO:

 

O NOME DA DESGRAÇA

É injusto, a esta altura do balanço trágico da invasão da Ucrânia, pela Rússia --- com milhares de mortos, feridos, milhões de deslocados e exilados e destruição de lares, de cidades inteiras e de fontes de água e energia elétrica ---, avaliar VLADIMIR PUTIN, um comunista implacável, cruel e ambicioso, como o “Nome da Desgraça” no mundo civilizado?

      Nesta nossa etapa contemporânea, há registro de personagem --- responsável, comprovadamente, pelo assassinato de centenas de pessoas ---, alcunhado de “Nome da Morte”.

      Tanto mais graves, porém, são os atos criminosos de VLADIMIR PUTIN--- já condenado pelo TPI por crimes de guerra e ou contra a humanidade e responsável por essa inventada guerra e suas funestas consequências.

Não bastasse tamanha desgraça, VLADIMIR PUTIN, do seu trono de poder absoluto, planejou maliciosamente o bombardeamento de depósitos ucranianos de grãos destinados à exportação, com propósito insano de provocar catástrofe humanitária, inimaginável, sob qualquer aspecto, muito menos para sobrepor interesse em disputa de poder entre países hegemônicos.  

E, como que em um êxtase de insensibilidade humana, segue dia após dia com ataques e ou ameaças de ataques a navios graneleiros que cruzam o Mar Negro e na região de Odessa, bombardeando diversos armazéns de grãos na Ucrânia, ameaçando de fome populações mais vulneráveis.

Então, VLADIMIR PUTINn é ou não o “Nome da Desgraça”?

Paulo Lacerda (Rio).

 

 

 

 

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

RETRATO DE UMA VENCEDORA


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Caros Companheiros,

Fui admitido no BB em uma época em que as mulheres ainda não trabalhavam na Casa, mão existia internet e muito menos computadores pessoais.

Trabalhávamos em máquinas de escrever, usando carbono para reproduzir várias cópias e usávamos borracha para apagar erros em cada cópia.

No fim do dia, os dedos doíam de tanto bater forte nas teclas das máquinas de datilografia.

Distraído contei isso para um rapaz de novíssima geração na minha agência e, ele, espantado, me perguntou: “mas porque o senhor não usou a impressora?” Não pude conter o riso.

Imperavam os cursos técnicos curtos e, para meu espanto, esses cursos especializados de pouco tempo voltaram a ser recomendados na atualidade para admissão em diversos segmentos industriais e administrativos. Se antes eram cursos de datilografia, hoje são cursos de TI e outras especialidades;

Os cursos superiores e suas pós-graduações, são exigidos para estágios mais elevados em segmentos profissionais específicos.

Lembro-me de que um dos principais problemas a serem resolvidos quando as mulheres foram admitidas, eram as instalações sanitárias.

Nas agências menores, não existiam banheiros para mulheres e, muito menos, os ultrapassados “bidés” (as jovens nem sabem o que é isso) e os chuveirinhos.

Muitas vezes, as mulheres chegavam a receber um tratamento desairoso por parte de muitos colegas, mesmo que fosse por brincadeira.  Tal como dizer que iam arrumar um tanque ou um fogão para elas trabalharem.

Isso durou pouco e logo elas se destacaram.

Hoje, em qualquer grande grupo empresarial, encontramos mulheres brilhantes, cultas, desenvoltas e bem-sucedidas liderando essas organizações.  

Como exemplo, no BB, a atual presidente é a companheira TARCIANA PAULA GOMES MEDEIROS.

Na PREVI, atuam a ISA MUSA DE NORONHA e a CECÍLIA GARCEZ.

Na AAFBB, associação da qual sou associado, a Presidente do CADMI é LORENI DE SENGER e a Presidente do CODEL, é CÉLIA MARIA XAVIER LARICHIA.

Vou me restringir a esses nomes para redigir um texto  sucinto.

Hoje vou me debruçar sobre a trajetória vitoriosa da Diretora de Planejamento da PREVI, a querida PAULA GOTO, por quem nutro uma imensa admiração e um sentimento de apreço que, sem exagero, diria quase paternal.  

Aliás, registro que PAULA GOTO ainda não cumpriu a promessa de me mostrar seu filhinho MIGUEL JUN e o felizardo maridão que soube fazer uma escolha magistral.

Quando de sua nomeação, criou-se uma polêmica muito acirrada em torno de uma questiúncula burocrática que, na minha visão pessoal, considerei absolutamente descabida e injusta.

Confesso que fiquei revoltado com tudo aquilo e decidi entrar na briga. Coloquei dois artigos neste blog sobre o assunto que foram bem acessados.

À época, PAULA GOTO tinha uma formação superior brilhante, inclusive mestrado, havia ocupado várias áreas administrativas importantes no BB, havia sido chefe de mesa de operações de negócios internacionais e, o mais importante, já havia sido nomeada para a posição de diretora pela própria PREVI.  

Também tinha, além de fluência em inglês, um bom domínio de japonês, pois era sansei (neta de japoneses) e trabalhou durante dois anos no Japão.

PAULA GOTO finalmente foi confirmada como Diretora de Planejamento da PREVI.

Desde então teve uma atuação brilhante.

PAULA GOTO, essa garota admirável (para mim é garotinha pois tenho 80 anos) acaba de galgar outro degrau de sucesso em sua trajetória empresarial ao ser nomeada Presidente do Conselho Administrativo da TUPY.

Parabéns, renovados a PAULA GOTO e Parabéns PRINCIPALMENTE    à TUPY pela EXCELENTE escolha de PAULA GOTO para a Presidência do Conselho Administrativo do bem-sucedido Conglomerado Empresarial TUPY.

Abraços em Todos.

ADAÍ ROSEMBAK

Associado da AAFBB e ANABB


Segue adiante o relato de PAULA GOTO sobre o artigo no Jornal VALOR ECONÔMICO sobre diversidade de gênero, em que ela foi escolhida como destaque pelo LINKEDIN, o que a levou a  refletir  sobre a trajetória de sua vida até a presente data:

 

“Sou Sansei, da terceira geração de japoneses no BRASIL.

Aos 17 anos percorri o caminho inverso de meus avós e fiz uma viagem para o JAPÃO no movimento que ficou conhecido como “dekassegui”.

Trabalhei lá como operária em uma indústria do setor automobilístico por dois anos.

Voltei para o BRASIL em 1997 e, desde então, uma vida inteira aconteceu.

Fiz o concurso para o BANCO DO BRASIL, e entrei na faculdade e no mestrado, construí uma carreira e, desde 2018, sou a Diretora de Planejamento da PREVI.

Em 2023 fui a primeira mulher a assumir a Presidência do Conselho Administrativo da TUPY.

A TUPY é uma companhia multinacional que desenvolve e produz componentes estruturais em ferro fundido de alta complexidade, inclusive para a indústria automobilística.

Ao visitar uma das plantas foi impossível não lembrar do tempo como operária e me perguntar:

“Quantas pessoas conseguem seguir esse caminho, de operária à presidência? Quantas delas são mulheres?”

Os números da reportagem, em que conversei com a JULIANA SCHINCARIOL, comprovam o quanto poucas mulheres conseguem chegar na alta liderança: menos de 1%.

Eu sou uma delas.

Na matéria estou orgulhosamente ao lado de mulheres que também percorreram um longo caminho e lutam por mais diversidade, assim como eu.

TARCIANA PAULA GOMES MEDEIROS, do BANCO DO BRASIL, LUIZA HELENA TRAJANO, da MAGAZINE LUIZA, e PATRICIANA RODRIGUES QUEIRÓS RODRIGUES,  da FARMÁCIAS PAGUE MENOS.

Quando se chega em uma posição de liderança, existem duas formas básicas de agir.

Empurrar a escada que você construiu e te levou até lá, para que ninguém te alcance.

Ou manter a escada e ajudar quem quiser trilhar o mesmo caminho.

Eu escolhi a segunda opção.

E, por isso, é tão gratificante poder ser uma das mentoras do PROGRAMA EXECUTIVAS DO AMANHÃ da EXEC, em parceria com o 30% CLUB BRASIL.

Um dos conceitos fundamentais do feminismo é a sonoridade, empatia, confiança, cooperação e acolhimento entre mulheres.

“SEJAMOS MULHERES QUE LEVANTAM OUTRAS MULHERES!!”

Não será fácil.

Citando ANGELA DAVIS:

 “VOCÊ TEM QUE AGIR COMO SE FOSSE POSSÍVEL TRANSFORMAR RADICALMENTE O MUNDO. E VOCÊ TEM QUE FAZER ISSO O TEMPO TODO”.

Mas juntas, somos mais fortes.

E vamos continuar!  

PAULA GOTO

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 13 de agosto de 2023

CONSUMISMO NAS DATAS COMEMORATIVAS

Caros Companheiros, 

Reproduzo adiante o texto “Consumismo nas Datas Comemorativas”, de autoria do escritor, filósofo e espiritualista HUGO LAPA.

Às vezes você compra um livro somente pela importância de um único capítulo ou até por uma única frase, assiste e grava por toda a vida a uma passagem de um filme ou um noticiário na TV,    um encontro rápido torna-se inesquecível, ou passa uma noite insone refletindo sobre um acontecimento   aparentemente desimportante.

Na verdade, todos esses são episódios que encerram profundos ensinamentos que chegam até a mudar o rumo de nossas vidas.

Foi essa a sensação que tive ao ler a peça “Consumismo nas Datas Comemorativas”, de autoria de HUGO LAPA, que me foi encaminhada pelo Companheiro JOÃO CARLOS PEREIRA LAGO NETO.

Considero que os ensinamentos e reflexões desse artigo são tão importantes, profundos e abrangentes, que atingem praticamente todas as dimensões de nossas existências e que, se aplicados com sabedoria  em nosso dia-a-dia, podem mudar o rumo de nossas vidas para nossa felicidade e para um aprimoramento de nossos relacionamentos com todos que nos cercam.

Sejam felizes.

 

Atenciosamente

 

ADAÍ ROSEMBAK

 

Associado da AAFBB e ANABB

 

 

CONSUMISMO NAS DATAS COMEMORATIVAS 

Acho errado o que se faz em dias especiais, como Dia das Mães, Páscoa, Dia dos Pais, Natal, Ano Novo, etc.

Esses dias são apenas comerciais, nada mais são do que datas que estimulam o comércio, estimulam as dívidas, estimulam que você compre, consuma e gaste seu dinheiro.

São datas em que você tem a obrigação social de dar presentes.

A mídia, como instrumento dos grandes empresários, criou uma obrigatoriedade de consumo.

Você não tem a opção de não dar presentes.

Se você não dá, você passa a ser visto como uma pessoa sem consideração; uma pessoa que não dá valor a outra; que não se importa com o outra.

 É um dia que foi criado para os empresários lucrarem, para um rico ficar ainda mais rico e o pobre ficar mais endividado.

Se existe uma data como Dia das Mães, por exemplo, o ideal seria que apenas passássemos o dia com a pessoa em questão, sem a necessidade de dar coisas materiais.

Para que dar presentes?

Quando entramos nesse jogo de consumo, o ganho material acaba tomando espaço do afeto, da atenção, do carinho, da presença e do convívio que deveria ser destinado à pessoa.

Muitos podem dizer:

“Mas eu dou o presente e também dou o carinho”. Minha pergunta é: para que dar presentes?

Será que o carinho, o amor e a atenção não bastam? Para que gastar dinheiro com presentes?

Será que o melhor presente não é estar presente? Outros podem perguntar:

“Mas qual o mal de dar uma simples lembrança?” Será que a melhor lembrança não é se lembrar do outro ou ligar pra pessoa para que ela se lembre sempre de nós?

Ou será que é melhor o outro lembrar de você pelo presente que você deu?

De que adianta dar presente apenas um dia e não estar presente?

De que adianta cumprir um protocolo social e dar uma “lembrancinha” e depois nem se lembrar do outro, ou não falar com o outro fazendo com que ele nem lembre de nós?

O consumo não pode sobressair, não pode ser a substituição do que há de essencial nessas datas.

O ideal seria abolir os presentes materiais, para que essas datas não tenham um viés comercial, mas que seja apenas um dia de convivência, de abraço, de conversa, de estar junto…

O consumo atrapalha e muito…

Ele cria uma barreira entre as pessoas, acaba por desviar o foco daquilo que é o principal, o essencial. 

A maioria pode não sentir esse desvio de finalidade, mas o “dar material” acaba tomando um espaço muito maior do que se costuma enxergar.

E aquelas pessoas pobres que não podem comprar um presente?

Como elas ficam nessas datas?

E aqueles que gastam o dinheiro que não têm para comprar alguma coisa?

É justo fazê-los se passar por pessoas sem consideração só porque não podem comprar presentes?

Por outro lado, para aqueles que tem mãe, o Dia das Mães pode ser bom; para aquele que tem um pai, o Dia dos Pais pode ser positivo, mas e aqueles que não tem mãe e não tem pai?

Essas datas acabam sendo um sofrimento pela lembrança daqueles que já se foram.

Um homem que não tem pai nem mãe fica muito triste nessas datas.

Aqueles que acabaram de perder seus pais podem ficar ainda piores nessas comemorações.

Vejo muito sofrimento, por exemplo, no Dia dos Pais numa pessoa cujo pai faleceu há 2 anos, ou mesmo daqueles que nunca tiveram um pai.

Como ficam essas pessoas?

Alegria para uns e sofrimento para outros?

Não vejo isso com bons olhos…

Precisamos parar de ser tão manipuláveis, tão influenciados pela mídia, pelo mundo consumista, pelas posses materiais.

O que as pessoas querem afinal?

Querem viver como robôs teleguiados para serem apenas um produto do que a mídia diz que elas devem ser?

Será que não é melhor romper de uma vez por todas com esse mundo e sermos apenas o que somos, ou o que desejamos ser?

Precisamos mesmo comprar tantas coisas?

Nossas necessidades básicas são poucas.

Para que ficar criando expectativas de consumo que em nada nos acrescentam?

Para que seguir tantos padrões?

Para que se preocupar tanto com o que os outros pensam de nós?

Não querer agradar a platéia é uma libertação imensa…

Tiramos um peso enorme dos nossos ombros quando admitimos aquilo que somos e não passamos a vida inteira tentando nos ajustar.

Aliás, se ajustar para que?

Para perder a nós mesmos e viver sendo apenas algo para o outro nos aceitar?

De que vale perder a si mesmo para só então poder ser aceito pelo outro?

Vale a pena nos modificar tanto para conviver com pessoas que não aceitam nossos desajustes?

Ou podemos perguntar: será saudável estar bem ajustado a uma sociedade doente como a nossa? Não é melhor ser um desajustado numa sociedade tão hostil, mesquinha e atrasada como a que vivemos?

Será que ganhamos alguma coisa sendo a imagem daquilo que esperam que sejamos?

Amar é aceitar os desajustes do outro… é aceitar o outro exatamente como ele é…

Se você convive com pessoas que não te aceitam, repense seus relacionamentos…

Vamos refletir sobre esses pontos…

O que vale é ser feliz… e não corresponder aquilo que os outros esperam de nós.

 

HUGO  LAPA