Caros Companheiros,
Reproduzo adiante o texto “Consumismo
nas Datas Comemorativas”, de autoria do escritor, filósofo e espiritualista HUGO
LAPA.
Às vezes você compra um livro
somente pela importância de um único capítulo ou até por uma única frase,
assiste e grava por toda a vida a uma passagem de um filme ou um noticiário na
TV, um
encontro rápido torna-se inesquecível, ou passa uma noite insone refletindo sobre
um acontecimento aparentemente desimportante.
Na verdade, todos esses são
episódios que encerram profundos ensinamentos que chegam até a mudar o rumo de
nossas vidas.
Foi essa a sensação que tive ao ler
a peça “Consumismo nas Datas Comemorativas”, de autoria de HUGO LAPA, que me
foi encaminhada pelo Companheiro JOÃO CARLOS PEREIRA LAGO NETO.
Considero que os ensinamentos e
reflexões desse artigo são tão importantes, profundos e abrangentes, que atingem
praticamente todas as dimensões de nossas existências e que, se aplicados com sabedoria
em nosso dia-a-dia, podem mudar o rumo
de nossas vidas para nossa felicidade e para um aprimoramento de nossos
relacionamentos com todos que nos cercam.
Sejam felizes.
Atenciosamente
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB e ANABB
CONSUMISMO NAS DATAS COMEMORATIVAS
Acho errado o que se faz em dias
especiais, como Dia das Mães, Páscoa, Dia dos Pais, Natal, Ano Novo, etc.
Esses dias são apenas comerciais,
nada mais são do que datas que estimulam o comércio, estimulam as dívidas,
estimulam que você compre, consuma e gaste seu dinheiro.
São datas em que você tem a
obrigação social de dar presentes.
A mídia, como instrumento dos
grandes empresários, criou uma obrigatoriedade de consumo.
Você não tem a opção de não dar
presentes.
Se você não dá, você passa a ser
visto como uma pessoa sem consideração; uma pessoa que não dá valor a outra;
que não se importa com o outra.
É um dia que foi criado para os empresários
lucrarem, para um rico ficar ainda mais rico e o pobre ficar mais endividado.
Se existe uma data como Dia das Mães,
por exemplo, o ideal seria que apenas passássemos o dia com a pessoa em
questão, sem a necessidade de dar coisas materiais.
Para que dar presentes?
Quando entramos nesse jogo de
consumo, o ganho material acaba tomando espaço do afeto, da atenção, do
carinho, da presença e do convívio que deveria ser destinado à pessoa.
Muitos podem dizer:
“Mas eu dou o presente e também dou
o carinho”. Minha pergunta é: para que dar presentes?
Será que o carinho, o amor e a
atenção não bastam? Para que gastar dinheiro com presentes?
Será que o melhor presente não é
estar presente? Outros podem perguntar:
“Mas qual o mal de dar uma simples
lembrança?” Será que a melhor lembrança não é se lembrar do outro ou ligar pra
pessoa para que ela se lembre sempre de nós?
Ou será que é melhor o outro
lembrar de você pelo presente que você deu?
De que adianta dar presente apenas
um dia e não estar presente?
De que adianta cumprir um protocolo
social e dar uma “lembrancinha” e depois nem se lembrar do outro, ou não falar
com o outro fazendo com que ele nem lembre de nós?
O consumo não pode sobressair, não
pode ser a substituição do que há de essencial nessas datas.
O ideal seria abolir os presentes
materiais, para que essas datas não tenham um viés comercial, mas que seja
apenas um dia de convivência, de abraço, de conversa, de estar junto…
O consumo atrapalha e muito…
Ele cria uma barreira entre as pessoas, acaba por desviar o foco daquilo que é o principal, o essencial.
A
maioria pode não sentir esse desvio de finalidade, mas o “dar material” acaba
tomando um espaço muito maior do que se costuma enxergar.
E aquelas pessoas pobres que não
podem comprar um presente?
Como elas ficam nessas datas?
E aqueles que gastam o dinheiro que
não têm para comprar alguma coisa?
É justo fazê-los se passar por
pessoas sem consideração só porque não podem comprar presentes?
Por outro lado, para aqueles que
tem mãe, o Dia das Mães pode ser bom; para aquele que tem um pai, o Dia dos Pais
pode ser positivo, mas e aqueles que não tem mãe e não tem pai?
Essas datas acabam sendo um
sofrimento pela lembrança daqueles que já se foram.
Um homem que não tem pai nem mãe
fica muito triste nessas datas.
Aqueles que acabaram de perder seus
pais podem ficar ainda piores nessas comemorações.
Vejo muito sofrimento, por exemplo,
no Dia dos Pais numa pessoa cujo pai faleceu há 2 anos, ou mesmo daqueles que
nunca tiveram um pai.
Como ficam essas pessoas?
Alegria para uns e sofrimento para
outros?
Não vejo isso com bons olhos…
Precisamos parar de ser tão
manipuláveis, tão influenciados pela mídia, pelo mundo consumista, pelas posses
materiais.
O que as pessoas querem afinal?
Querem viver como robôs teleguiados
para serem apenas um produto do que a mídia diz que elas devem ser?
Será que não é melhor romper de uma
vez por todas com esse mundo e sermos apenas o que somos, ou o que desejamos
ser?
Precisamos mesmo comprar tantas
coisas?
Nossas necessidades básicas são
poucas.
Para que ficar criando expectativas
de consumo que em nada nos acrescentam?
Para que seguir tantos padrões?
Para que se preocupar tanto com o
que os outros pensam de nós?
Não querer agradar a platéia é uma
libertação imensa…
Tiramos um peso enorme dos nossos
ombros quando admitimos aquilo que somos e não passamos a vida inteira tentando
nos ajustar.
Aliás, se ajustar para que?
Para perder a nós mesmos e viver
sendo apenas algo para o outro nos aceitar?
De que vale perder a si mesmo para
só então poder ser aceito pelo outro?
Vale a pena nos modificar tanto
para conviver com pessoas que não aceitam nossos desajustes?
Ou podemos perguntar: será saudável
estar bem ajustado a uma sociedade doente como a nossa? Não é melhor ser um
desajustado numa sociedade tão hostil, mesquinha e atrasada como a que vivemos?
Será que ganhamos alguma coisa
sendo a imagem daquilo que esperam que sejamos?
Amar é aceitar os desajustes do
outro… é aceitar o outro exatamente como ele é…
Se você convive com pessoas que não
te aceitam, repense seus relacionamentos…
Vamos refletir sobre esses pontos…
O que vale é ser feliz… e não
corresponder aquilo que os outros esperam de nós.
HUGO LAPA
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