sábado, 30 de setembro de 2023

A APROXIMAÇAO DO BRASIL COM A CHINA

Caros Companheiros,

Fiquei surpreso e feliz com o bem-sucedido encontro de uma comitiva do PT-Partido dos Trabalhadores com um grupo de dirigentes do PCC- Partido Comunista da China.

Parabéns ao PT-Partido dos Trabalhadores e que tenham sucesso nessas conversações.

Os entendimentos provenientes dessa iniciativa certamente gerarão um fabuloso incremento de investimentos chineses no Brasil.

Como “aperitivo” para a enxurrada de investimentos que poderão vir da China, cito a compra pelos chineses de uma fábrica da Ford em Camaçari-BA, onde, a partir de 2025, os chineses fabricarão carros da BYD.

Parabéns à Bahia, estado que amo e onde trabalhei por quase 3 anos.  

Esse aporte de capitais chineses, certamente não implicará em qualquer estremecimento de nossos laços com os Estados Unidos.

Até porque, o maior mercado para produtos “made in China” são os Estados Unidos.

Se os USA atualmente fazem negócios com a China e foram os primeiros e maiores investidores nas primeiras ZEEs no Leste daquele país, o que possibilitou o soerguimento da moderna China,  porque o Brasil não poderia fazer negócios com aquele país?

Vários amigos já me perguntaram se os USA não tomarão qualquer medida de ordem militar para evitar qualquer ameaça militar da China dentro do território brasileiro, como aconteceu na crise entre os USA e a ex-URSS, na década de 60, com a criação de instalações para misseis soviéticos em Cuba.

Essa hipótese é completamente inadmissível.

Recentemente, houve uma declaração de um general americano (formado em West Point) que previu uma guerra entre os USA e China em 2025.

Infeliz declaração! Esse militar certamente está “queimado”.

Principalmente, porque a China não é a Rússia e não está interessada em guerras, e sim em “business” e, para tanto, dispõe de imensos recursos humanos e materiais e, aparentemente, inesgotáveis aportes de capitai para implementar seus projetos ao redor do Mundo, e para a consecução de seus objetivos estratégicos.

A China não almeja impor, pela força, seu sistema de governo a nenhum país do Mundo, ao contrário do que fazia a  ex-URSS e faz a atual Rússia,  mas procura, tenazmente,  criar   uma conexão em  rede planetária, de paz, união, felicidade, criatividade e progresso e, dessa forma, retornar ao seu original papel de “Império do Meio”, depois de sua luta sanguinária para se libertar  do “século da humilhação”, que se estendeu de 1840 a 1940, em que morreram dezenas de milhões de chineses, em embates promovidos por algozes nações europeias, incluindo a Rússia.

Também houve a invasão do Japão, que promoveu uma terrível carnificina contra o povo chinês. 

Para completar, a Inglaterra promoveu duas guerras contra a China para implantar o comércio do ópio, que viciou grande parte do povo chinês.

Inúmeras indagações já me foram feitas sobre a razão do sucesso chinês no cenário mundial.

Hoje cientistas sociais se debruçam sobre estudos das civilizações do Oriente e Ocidente para encontrar respostas plausíveis para o sucesso da China.

Usando o jargão norte-americano, essa é a pergunta cuja resposta vale “um milhão de dólares”.

De fato, os Estados Unidos não conseguem encontrar soluções para freiar o progresso da China.

Tomemos o exemplo da fábrica de automóveis BYD EM Camaçari-BA.

Pergunta-se: por que a fábrica da Ford não teve sucesso e, certamente, a BYD vai ser bem-sucedida?

Outro exemplo: Um dos primeiros e vitais projetos já engatilhado pelas autoridades chinesas é a construção de uma linha férrea que unirá o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico no meio da América Latina e que passará pelo meio do Brasil.

Por que os USA não tomaram a dianteira nesse projeto?

Não é nosso objetivo fazermos a análise aprofundada de matéria tão vasta e complexa, que é alvo de pesquisas minuciosas em centros de estudos de sinologia e universidades renomadas ao redor do Mundo.

Faremos observações superficiais.

Vamos começar pelo estudo   do homem ocidental, que, nos meios acadêmicos, é qualificado de   “homem atomizado”.

Esse homem, como o próprio termo “atomizado” diz, é movido pelo sucesso individual junto a outras pessoas e à sociedade, pela vaidade, pelo sexo, pela riqueza, pelo individualismo, pela usura, pelo poder, pelo prazer, pelo perfeccionismo, criatividade, pela ambição e por uma diversidade de outros fatores.

E essas são as razões pelas quais o homem atomizado é enaltecido no Ocidente.

Essas são as forças motrizes e a razão do progresso, das disparidades, e de desequilíbrios nas sociedades ocidentais.

Volto a repetir que faço uma análise limitada.

Os estudiosos no ramo, ao analisar o espírito oriental, principalmente o chinês, apesar das diferenças intelectuais e pessoais de cada cidadão de per si, o classificam como “o homem conectado em rede”.  

O primeiro nível de rede é a família, que une solidamente membros próximos e distantes.

As redes familiares se conectam umas às outras.

Há níveis de ética e disciplina nessas conexões.

Em outras palavras, a união familiar é extremamente forte e, para muitos estudiosos, essa é a razão do nível de trabalho intensivo “9.9/6”, ou seja, de 9.00h da manhã até 21.00h da noite, 6 dias por semana.

Apesar dessa dura jornada de trabalho, é comum os chineses também trabalharem aos domingos, para ganharem um “extra”.

Também ocorre de famílias se juntarem e se cotizarem para   patrocinar os estudos dos que mais se destacam nos estudos. Eles vão para universidades no exterior, onde passam anos se aperfeiçoando. E, depois, movidos pelo espírito da conexão em rede, retornam para a pátria mãe China.

E os que não seguem essa linha de disciplina de conexão em rede pagam um alto preço.

Exemplo disso foi à chamada à realidade pelo PCC-Partido Comunista Chinês, do empresário Jack Ma, do Grupo Empresarial Alibaba Group, que se vangloriava, até na imprensa estrangeira, de seus sucessos e méritos individuais.

De lá para cá, Jack Ma fugiu da notoriedade.

A notoriedade de tudo que acontece na China cabe ao PCC, que representa e zela pelo bem de toda a sociedade chinesa, da melhor forma possível.

O PCC tem 97 milhões de membros e segue uma disciplina rígida de comportamento.

Não existem condições para se implantarem condições de vida, de trabalho e de disciplina tão duras como essas em sociedades ocidentais.

Mas a China não interfere e nem deseja mudar qualquer sociedade com a qual ela faz seus negócios.  Mas exige seriedade em suas tratativas.

Parabéns e Boa Sorte para o PT-Partido dos trabalhadores.  Espero que esse encontro traga bons frutos para o Brasil.

Abraços em todos

 

ADAÍ ROSEMBAK

Associado da ANABB e AAFBB

 

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