Caros Companheiros,
Após tomarmos conhecimento
dos excelentes resultados da PREVI em 2018, ficamos eufóricos mas, logo após,
caímos na realidade da situação financeira ultrajante em que nos encontramos, e
nos indignamos.
É um paradoxo inaceitável.
Vamos ter um aumento
de 3,3% em nossos rendimentos.
Porque esse aumento
tão irrisório frente a resultados tão bons?
Isso é degradante e
revoltante.
Nossos benefícios estão,
a cada mês que passa, mais defasados em relação ao custo de vida.
E ainda ousam nos dizer
que somos os “donos da PREVI”.
Venho expressando
seguidamente neste blog a admiração pelos companheiros que atuam na PREVI.
Defendo – para
indignação de muitos companheiros aposentados – os elevados rendimentos dos que labutam na PREVI.
Acho justo que
ganhem bem.
O sucesso da PREVI depende da boa atuação desses
companheiros bem preparados em suas áreas específicas, para que tenhamos
segurança e bons rendimentos na aplicação de nossos recursos.
Por isso não vejo
motivo para que os associados da CASSI não
sejam aquinhoados com um aumento mais generoso em seus benefícios.
Como justificar
essa posição frente a companheiros que trabalharam a vida inteira no BB, em cargos
de alta relevância, e que hoje se
defrontam com penúrias injustificáveis?
Tenho conhecido
aposentados que estão passando por situações extremamente precárias.
Essa equação está
errada.
É desumana. É
vergonhosa e é humilhante.
Argumento com os
aposentados que vivemos novos tempos e que a realidade do BB e do funcionalismo
é completamente diverso do de nossos velhos tempos.
Lamentavelmente,
não somos mais jovens mas sim idosos – nunca velhos – mas com extrema lucidez e
consciência da deplorável e descabida situação a que estamos sendo submetidos.
O que impera hoje é
a lei do mercado, da oferta e da procura.
Agora mesmo lemos
sobre a revoada de 50 dirigentes do BB, que abandonam a “nave” BB, para
assumirem oportunidades mais bem remuneradas na iniciativa privada.
Bem no estilo
americano.
Não deixarei de continuar
a elogiar os colegas da PREVI pela sua atuação.
Mas seria muito
salutar para todos nós que houvesse uma visão mais humana e respeitosa com os aposentados.
Isso dignificaria e
traria felicidade a todos.
Não só aos
aposentados mas também aos dirigentes da PREVI.
A propósito desse
assunto, transcrevo adiante o artigo “O Balancete da PREVI em FOCO” (Algumas
Observações sobre o Balancete da PREVI de 30.11.2018), de autoria do Professor
JOÃO ROSSI NETO.
Essa matéria foi
extraída do Blog do Ari Zanella de hoje.
À Vossa Reflexão.
Feliz e Próspero Ano
Novo para Todos
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB,
ANABB E ANAPLAB
O BALANCETE DA
PREVI EM FOCO
Algumas Observações
sobre o Balancete da PREVI de 30.11.2018
Redação do
Professor JOÃO ROSSI NETO
Parabéns às Bolsas
de Valores que mês a mês vêm se superando, mercê de resultados altamente
positivos em termos de rentabilidade.
No balancete de 30.11.2018,
divulgado hoje, isso foi ratificado e o fundo de pensão apresentou o superávit técnico de R$ 17,089
bilhões e um saldo acumulado de superávit de R$ 12,79 bilhões, o que foi ótimo.
O Patrimônio total
atingiu a importante marca de R$ 183,4 bilhões.
O ativo de
melhor desempenho foi o segmento de Renda Variável, onde estão alocados R$ 91,9
bilhões que produziram 32,41% de rentabilidade.
O ativo
total aplicado rendeu, em média, 19,89%, contra uma meta atuarial de 8,01%, o
que é um resultado para ser festejado, sobretudo pela Diretoria Executiva,
exclusivamente, dado que os assistidos não verão sequer o cheiro dele.
Havia a
informação de que a Diretoria Executiva pretendia fazer desinvestimento de
algumas ações, mas ao que tudo indica não o fez, porque seria uma estratégia
equivocada.
Efetivamente
o saldo em Rendas Variáveis em novembro/2018 subiu para R$ 91,4 bilhões e as
aplicações da Vale S.A., através da LITEL, tiveram incremento de R$ 1,2
bilhões, já que eram de R$ 45,4 bilhões em outubro/2018 e este saldo fechou em
R$ 46,6 bilhões no balancete de novembro/2018.
Tudo que
está bom pode ser otimizado, porém, convém ressaltar que todos os segmentos dos
ativos bateram a meta atuarial.
O próprio
volume em Rendas Fixas de R$ 74,9 bilhões que estava em dificuldades em meses
anteriores, conseguiu 10,19% de rentabilidade, contra a meta de 8,01%.
Assim, as
duas maiores concentrações de recursos (Renda Variável e Renda Fixa) com
rentabilidade sobrando, acabaram por puxar os demais segmentos, redundando em
um superávit expressivo no balancete de novembro/2018.
Os quatro
maiores ativos da PREVI, o que não deixa de ser uma concentração de dinheiro em
poucas mãos, são: Vale S.A., via da
LITEL, com R$ 46,6 bilhões, equivalente a 50,77% do total das Rendas Variáveis
(R$ 91,9 bilhões) e 25,45% do patrimônio total (R$ 183,4 bilhões); A Neoenergia
S.A., com R$ 8,4 bilhões; O BB S.A. com R$ 8,1 bilhões e a Petrobrás com R$ 6,2
bilhões.
O resto está
pulverizado em diversas empresas.
Outra
concentração que deve ser considerada está em Rendas Fixas, com uma carteira de
R$ 74,9 bilhões, mas com risco menor, porque o tomador é o Governo Federal, na
qual foram feitas compras no valor de R$ 63,2 bilhões em títulos do Tesouro
Nacional (NTN-B), destes R$ 49 bilhões para aguardar o vencimento final para
resgate e R$ 14,2 bilhões apartados para negociação.
O fundo de
pensão de outubro para novembro deu um salto quantitativo e qualitativo no
volume dos superávits, subindo de R$ 14 bilhões de outubro para R$ 17 bilhões
em novembro, com um incremento de R$ 3 bilhões em um único mês.
A prevalecer
essa trajetória de sucesso, o resultado do Balanço Patrimonial de 2018 deverá
fechar em R$ 20 bilhões de superávits.
A par de
toda positividade experimentada e enormes esperanças para o futuro, emerge o
paradoxo esdrúxulo que deveria ser analisado pela Diretoria de Seguridade da
PREVI é que a excelente saúde financeira da EFPC, enquanto que na miséria
pecuniária e psicológica estão os assistidos, à mingua, internados nas UTIs das Financeiras (Cooperforte) da vida
e respirando com ajuda de aparelhos.
Nem tanto ao
céu e nem tanto à terra, todavia, é preciso consertar fórmulas para repartir o
bolo, conquanto se fosse uma empresa privada, 40% dos lucros seriam
distribuídos como dividendos aos acionistas.
Uma saída
para beneficiar os assistidos, seria a volta do IGP-DI que vigorou até 2004, no
lugar do INPC, no reajuste dos benefícios.
A reforma do
Regulamento em 17.05.2004 foi feita exclusivamente para mudar o IGP-DI para o
INPC, com sérios prejuízos para os aposentados e para quem vai se aposentar,
porquanto é utilizado na correção monetária de salários-de-participação.
Este índice
não desfruta da nossa confiança, porque é medido pelo dono do galinheiro (IBGE-Governo).
Devemos
lutar por um indexador que seja calculado por órgão independente, como a FGV.
Que o Governo
corrija os benefícios da Previdência Social oficial pelo INPC é uma decisão governamental
que nada podemos fazer, mas, agora, aceitar esse insuficiente e deficitário
índice para ser aplicado sobre os benefícios PREVI, isso ultrapassa todos os limites
do bom senso e do que é justo.
Tudo de ruim
que acontece na PREVI, em relação a não concessão de melhor qualidade de vida
aos aposentados, sem dúvida, decorre da falta de sensibilidade para estruturar um
plano de saneamento sobre os débitos com prestações elevadas, mediante um
reescalonamento confissão/ composição de dívidas para baixar o valor das
prestações mensais, em especial do ES, com alongamento do perfil dos saldos devedores
através do desfiamento em longo prazo ou mesmo através da simples, fácil e viável ampliação
do prazo de reposição do ES para 240 meses.
Como a PREVI
opera com o Governo no horizonte de longo prazo nos títulos públicos (NTN-B),
por que não conceder prazo maior nas “Operações com os Participantes e
Assistidos”?
Vale
comentar que o ES da PREVI é o único empréstimo simples do mercado que exige
garantias para a sua concessão, e aí, estamos falando do ônus financeiro que
nos acarreta o velho e inseparável FQM.
A despeito dessa riqueza firme e com viés
ascendente (sobra robusta e bilionária),os associados ficam como aquele pedinte
de rua que vê pelo vidro da assadeira elétrica do comércio, o frango pronto
para consumo, contudo, fora do seu alcance, como uma miragem ilusória no
deserto, barreira praticamente intransponível, que consiste na trava técnica prevista
no artigo 20 da LC 109/2001, chamada Reserva de Contingência-RC.
O cálculo
dessa RC nos leva a valores altíssimos, sujeito aos dois parâmetros previstos
no artigo 15 da Resolução CNPC 30/2018, portanto, dificílima de ser cumprida, dado
que se trata de um processo teratológico da aplicação de reserva da reserva,
criada na medida e encomendada para dificultar e alijar os donos dos recursos aos
frutos (rendimentos) produzidos pelas
aplicações financeiras das poupanças que estocaram ao longo da vida para
respaldar as suas aposentadorias.
Estamos no
pressuposto de que a meta atuarial de rentabilidade proposta pelo fundo, não serve de régua ou sarrafo
para medir nada, porquanto, vem sendo repetida ano a ano, independe dos
resultados apurados serem de déficits ou de superávits.
Ao que
consta, a parte invariável e obrigatória da equação são os 5% fixados pela
PREVIC e a outra parte, do indexador inflacionário, é móvel e não tem
necessidade de ser a mesmice do INPC.
Aliás, a
meta atuarial integra a tática da gestão por resultado e deve ser atrelada
unicamente à obtenção de ganhos para garantir o pagamento dos benefícios em
dia.
Um elemento
de relevância que deveria ser inserido nos balancetes da PREVI, para nosso
acompanhamento, é o montante previsto para as Provisões Matemáticas, bem como a
informação dos ativos que tiveram valorizações mais expressivas nas
precificações e o prazo de duração do passivo (o duration).
Sei que o duration
de 2017 foi de 11,47 anos.
Conhecer a
duração do passivo do fundo de pensão é dado fundamental para ser inserido na
fórmula matemática capitulada no artigo 15 da Resolução CNPC-30/2018 para o
cálculo da RC.