terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

RESPOSTA A UM COMENTÁRIO

 Caros Companheiros,

Quando escrevemos um artigo, normalmente recebemos muitos comentários. A grande maioria dessas considerações não publicamos por não registrarem referências mais relevantes.

Mas, em alguns casos, quando o texto contém um conteúdo mais rebuscado e relevante, reproduzimos o comentário e o expomos  de forma mais ampla e aprofundada.

É o caso do comentário abaixo, de 23.02.2024, às 10.56h, remetido por um “anônimo”, que aborda meu artigo “SE QUERES A PAZ, PREPARA-TE PARA A GUERRA”, de 10.02.2024.

Aliás, mais uma vez registro minha estranheza porque alguns leitores não colocam o próprio nome e optam pelo  “anônimo”.  Considero mais elegante e audaz a postagem do próprio nome.

Está feito o registro para futuros comentaristas.

Segue o comentário:

“Excelente abordagem colega Adaí.

Relacionamento Diplomático ou Econômico são do interesse DOS POVOS de QUALQUER NAÇÃO, alinhadas ou não ideologicamente.

Exemplo recente ocorreu no episódio dos Fertilizantes Russos, solucionado pelo interesse COMERCIAL e BILATERAL entre BRA e RUS, que comercializam INSUMOS x PROTEÍNA ANIMAL.

O que não se pode admitir é que o Dragão Oriental interfira em nossa SOBERANIA, MORAL e VALORES CRISTÃOS, IMPONDO SUA Ideologia Comunista, para isso corrompendo nosso LEGISLATIVO e JUDICIÁRIO, quiçá nas Forças Armadas...

Segue minha resposta a esse comentário:

 

Caro colega anônimo,

A sua abordagem em relação a comércio entre nações está perfeita.

Só vou fazer restrições em relação às suas falsas acusações sobre “pseudo-interferências” do “Dragão Oriental” em nossa SOBERANIA, MORAL e VALORES CRISTÃOS para impor sua ideologia comunista. E também às inverdades de CORRUPÇÃO dos poderes LEGISLATIVO, JUDICIÁRIO e das FORÇAS ARMADAS dos países com os quais a CHINA faz negócios.

A CHINA não se utiliza desses instrumentos.

A CHINA e os ESTADOS UNIDOS são nações onde prevalece o IMPÉRIO DA LEI.

Já visitei a CHINA há uns 10 anos atrás e verifiquei “in loco” o efeito deletério do peso da deletéria propaganda norte-americana em relação à CHINA.

Os Estados Unidos gastam bilhões de dólares em propaganda anti-chinesa.  

Existem escritórios especializados nesse tipo de atividade, que são muito bem remunerados pelo Departamento de Estado dos USA.

Acabei de ler um artigo que noticia que o Presidente BIDEN vai propor ao Congresso um pacote de US$ 40 bilhões de investimentos em dois arquipélagos no Pacífico para frear a influência chinesa.

A Província de XI JIANG, no Noroeste da CHINA, que tem uma parte da população de origem muçulmana, mas parte também é chinesa, foi alvo, durante muito tempo, de terroristas da minoria de origem muçulmana, que assassinaram muitos chineses da etnia HAN, que compõem cerca de 97% da população chinesa, que tem mais de 56 outras etnias, incluindo muçulmanos, que compõem os restantes 3%.

O governo chinês foi severo e condenou cerca de 17 terroristas assassinos à pena capital.

A partir daí, os assassinatos cometidos por terroristas cessaram.

A propaganda antichinesa nos USA inverteu a situação e noticiou que a CHINA mantém centros de detenção de chineses de origem muçulmana que são até torturados, quando, na verdade, são centros sofisticados de reeducação em que são ministradas aulas de dança, de canto, de pintura, de chines, de inglês, de esportes, de culinária, de urbanismo e inúmeras outras atividades.

Os egressos desses centros são empregados de imediato ou montam seus próprios negócios.

O incentivo ao turismo foi incrementado pelo governo chinês e hoje XI JIANG é uma região próspera, com indústrias, com grande incremento ao turismo, sofisticados restaurantes e outros negócios com influência muçulmana.

Talvez você esteja confundindo a economia de mercado com características chinesas com o que aconteceu no período da implantação sanguinária do comunismo na ex-URSS e da tentativa frustrada daquele bloco de  impor pela ditadura do proletariado e pela violência  o comunismo em todo o Mundo.

A CHINA quer é fazer bons negócios. Quer ordem e paz para dinamizar o progresso.

Tanto que a CHINA não vende armas para a RÚSSIA, que está em guerra com a UCRÂNIA e nem para o IRÃ, país muçulmano xiita que dá apoio ao IEMEN e aos terroristas houtis, e se atrita com a ARÁBIA SAUDITA, de linha muçulmano sunita.   

A CHINA negocia com o Mundo todo e seu maior parceiro comercial são os Estados Unidos.

Então não se preocupe com boatos de corrupção por parte da CHINA de Poderes Legislativos e Judiciários em qualquer país.

A CHINA é como o BRASIL: Quer ORDEM E PROGRESSO!!!

Aí vai uma dica: VISITE A CHINA.

É uma viagem fantástica ao futuro e você voltará maravilhado.

Foi a melhor viagem que já fiz na vida.

BOA SORTE E SEJA FELIZ!!

Boa leitura para todos.

Atenciosamente

 

ADAÍ ROSEMBAK

Associado da AAFBB e ANABB

 

 

  

 

domingo, 18 de fevereiro de 2024

SE QUERES A PAZ, PREPARA-TE PARA A GUERRA

Caros Companheiros,

Em referência ao artigo anterior “CONVERGENCÊNCIA DE INTERESSES ENTRE A CHINA E OS ESTADOS UNIDOS”, de 10.02.2024, recebi diversas críticas.

Entre esses comentários, separei dois deles, que considero os mais relevantes.

O primeiro deles, foi por qual razão eu não fiz abordagens condenatórias   à CHINA pelo seu rearmamento acelerado atual, mas fiz apreciações depreciativas sobre previsões de guerra contra CHINA por parte dos ESTADOS UNIDOS, feitas por estudiosos de geopolítica e por um general norte-americano.

Essa crítica, rebato com a máxima do escritor e militar do Império Romano, do século lV, PUBLIUS FLAVIUS VEGETIUS RENATUS, a qual diz “SI VIS PACEM, PARA BELLUM” que, em português, é “SE QUERES A PAZ, PREPARA-TE PARA A GUERRA”, que intitula  este artigo.

De fato, se a CHINA não estiver adequadamente preparada para enfrentar qualquer outra potência,   em termos de igualdade ou até de superioridade,  a CHINA  correrá o sério risco de ser novamente  arrasada e passar  pelas guerras e massacres  que passou durante o Século XlX, o “século da humilhação”, principalmente pelas duas guerras do ópio promovidas pela Inglaterra, a invasão e tomada de partes de seu território por outras nações, e pelo massacre de cerca de 27 milhões de chineses  pelos japoneses, na ll Guerra Mundial,  com destaque para o “Estupro de NANQUIM”.

Essas são as razões pelas quais XI JIN PING conclama as forças armadas chinesas a se prepararem rapidamente para a guerra.

A outra crítica, é uma constante quando não escrevo sobre assuntos que são relacionados diretamente à CASSI, à PREVI e ao BB.

Isso posto, esclareço enfaticamente, que abordo qualquer assunto que atinja os interesses   do Brasil e de seu povo, aí incluídas, as instituições citadas no parágrafo anterior.

Os temas que ora comento, nos atingem diretamente pois, tanto os Estados Unidos como a China, são nações com as quais mantemos fortes ligações e interesses comerciais.

Boa leitura.

Atenciosamente

 

ADAÍ ROSEMBAK

Associado da AAFBB e ANABB                                                                                                

 



sábado, 10 de fevereiro de 2024

CONVERGÊNCIA DE INTERESSES ENTRE A CHINA E OS ESTADOS UNIDOS

Caros Companheiros,

Uma de minhas predileções é o estudo de geopolítica.

Penso que as decisões baseadas no estudo aprofundado dessa área de conhecimento, que está em constante evolução, são o caminho para a salvação da humanidade de um conflito nuclear.

Fico absolutamente pasmo com opiniões descabidas de muitos estudiosos de geografia política, principalmente no Youtube, que preconizam guerra, principalmente entre ESTADOS UNIDOS e CHINA, e até lançam previsões de prazos para esses embates que, se de fato ocorressem, levariam ao fim da humanidade.  

Já li em um site americano, um general declarando que esse choque ocorreria em 2025.

Esse militar, de máxima patente, não é um cidadão desinformado.  Pelo contrário, é uma pessoa com sólida e ampla formação em sua área de atuação.

É um general formado em West Point, a mais respeitada instituição acadêmica das Forças Armadas dos Estados Unidos. 

Por isso, fiquei chocado com sua declaração irresponsável e descabida, que não foi contestada por nenhuma autoridade civil ou militar dos Estados Unidos.

No Brasil, outro estudioso respeitado na mídia e no YouTube, com relevante e sólida formação acadêmica, Professor HOC, já fez amplas afirmações em seus artigos no YouTube, afirmando que, a partir de algumas premissas, a guerra entre China e Estados Unidos, seria inevitável.

Será que nenhuma dessas personalidades pensou que, dentro da conjuntura internacional, essa possibilidade de destruição da humanidade, sob diversos aspectos, seria uma hipótese, poderíamos dizer, impossível de ocorrer, pois seria repudiada em todas as esferas de forças armadas da humanidade, por todos os círculos de decisão e de autoridade, civis, militares, jurídicas  e políticas,  por todos os poderes parlamentares e legais de todos os países do Mundo?

Se essas reflexões tivessem sido amadurecidas, certamente esses personagens tão relevantes não teriam feito previsões tão descabidas e cataclísmicas.

Para confirmar essas premissas, discorreremos sobre alguns eventos recentes.

Primeiro, citamos a posição da CHINA que, desde o início da invasão da UCRÂNIA pela RÚSSIA, recusou-se, terminantemente, a vender equipamentos bélicos para a RÚSSIA.

Segundo, a CHINA alertou o IRÃ para que não desse qualquer apoio logístico, econômico ou militar ao YEMEN e nem ao grupo terrorista HOUTIS, enquanto persistissem ataques desse grupo a embarcações internacionais de comércio que transitam pelo  Mar Vermelho e pelo Canal de Suez, em retaliação pelos ataques de ISRAEL aos palestinos na faixa de Gaza. 

Note-se que o IRÃ vende 90% de seu petróleo para a CHINA e essa quantidade representa apenas 10% do petróleo importado pela CHINA.

Ou seja, a CHINA – sem maiores dificuldades - pode retaliar o IRÃ se embarcações comerciais continuarem a ser atacadas no Mar Vermelho.

Por outro lado, o IRÃ encontraria grande dificuldade para vender 90% de sua produção petrolífera, o que colocaria o país em crise econômica.

Terceiro, chamo a atenção para a recente visita de XI JIN PING, em 14.11.2023, aos Estados Unidos, na Cidade de SAN FRANCISCO, onde o dirigente chinês fez um longo discurso no Hotel SAINT REGIS, no jantar para a nata empresarial e dirigentes dos ESTADOS UNIDOS, incluindo o Presidente JOE BIDEN.

O magistral e empolgante discurso de XI JIN PING, foi aplaudido de pé, entusiasticamente, durante longo tempo, pela seleta platéia presente naquele evento.

Sem qualquer exagero, podemos dizer que a fala do Presente XI JIN PING, foi o mais importante pronunciamento de aproximação proferido por qualquer outro dirigente chinês em prol da aproximação da CHINA com os ESTADOS UNIDOS.

Como XI JIN PING ressaltou, as economias dos dois países nunca estiveram tão entrelaçadas.

Os interesses são mútuos.

Existem importantes interesses econômicos, culturais e políticos entre as duas superpotências, que devem ser incrementados.

Essa aproximação entre China e Estados Unidos trará benefícios para todo o Mundo.

Boa Leitura!

 

ADAÍ ROSEMBAK

Associado da AAFBB e ANABB

 

 

 

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

DEMOGRAFIA NA RÚSSIA

 Caros Companheiros,

Normalmente preferimos abordar assuntos pertinentes ao BRASIL.

Mas a situação internacional está tão turbulenta, com conflitos de guerra pipocando em várias partes do mundo, que não podemos deixar de abordar esses temas internacionais, visto que, direta ou indiretamente, eles nos atingem.

É o caso, por exemplo, do tema que abordo adiante – a intervenção da RÚSSIA na UCRÂNIA – visto que mantemos vínculos importantes de comércio com aqueles países, notadamente na área de fertilizantes, que afeta diretamente a área de agricultura, que é o carro chefe da pauta de exportações do BRASIL.

Parabenizo o site “BRASIL DE FATO” que publicou a excelente matéria.

Boa Leitura.

Atenciosamente

ADAÍ ROSEMBAK

Associado da AAFBB e ANABB

 

BRASIL DE FATO -      Opinião      Internacional

DEMOGRAFIA NA RÚSSIA

Guerra, pandemia e fuga de cérebros:
RÚSSIA enfrenta perspectiva de crise demográfica.

País registra índices de queda na população há cinco anos consecutivos; pandemia e guerra agravam tendência.
Serguei Monin

 = Rio de Janeiro RJ |  27 de abril de 2023,  às 17:14h


Apesar de ser o maior país do mundo em extensão territorial, a RÚSSIA enfrenta um histórico problema demográfico, com diminuição das taxas de natalidade e expectativa de vida.

O país ocupa o nono lugar entre os mais populosos do mundo, com 146 milhões de pessoas.

Contudo, dados do órgão federal de estatística da RÚSSIA (Rosstat) mostram que estes indicadores vêm caindo há cinco anos consecutivos.

De janeiro a junho de 2022, nasceram 635,2 mil crianças na RÚSSIA, o que representa 42,9 mil, ou 6,3% a menos que o resultado do mesmo período de 2021.

Antes disso, a taxa de declínio do número absoluto de nascimentos desacelerava desde 2019.

Em 2023, a Rosstat revelou que ao longo do último ano a população da RÚSSIA diminuiu em mais de 550 mil.

O agravamento desse quadro teve a pandemia da Covid-19 como umas das principais causas, deixando mais de 1,1 milhão de mortes.

Mas mesmo com a crise do coronavírus controlada, os índices demográficos permaneceram preocupantes, mantendo a tendência em baixa desde 2019.

Agora, a guerra que a RÚSSIA iniciou na UCRÂNIA em 2022, projeta um novo capítulo nebuloso para os índices demográficos do país.

Em entrevista ao BRASIL DE FATO, o demógrafo independente Aleksey Raksha (Nascimento: 14 de setembro de 1978), MOSCOU, RÚSSIA = Formação: HSE University = Demógrafo, economista, (especialista em estatísticas de fertilidade e mortalidade), que é um dos principais nomes das análises estatísticas na RÚSSIA, declarou que ainda não se pode falar em uma grave crise demográfica, mas destacou que a “situação está constantemente piorando”.

“Houve uma grande crise durante a Covid-19", observou.

"E isso foi drástico, mas agora a Covid-19 terminou e nós voltamos aos patamares anteriores, que também não eram positivos. A situação piorava lentamente”.

O estatístico explica que o “acúmulo da inércia das ondas demográficas é um problema que não deixou de existir”.

“Então, por inércia, nós estamos indo cada vez mais baixo e, com a guerra, o mais provável é que isso se acelere”, acrescentou.

De acordo com o analista, ainda não é possível mensurar os efeitos da guerra para a demografia do país.

Em primeiro lugar, porque o número de mortes, apesar de ser impactante do pontos de vista humanitário, não alterou drasticamente os indicadores demográficos.

Fora o fato de que, no contexto do conflito, não há como mensurar precisamente quantas pessoas morreram entre civis e soldados, considerando que os números oficiais, quando são divulgados, tendem a maquiar a realidade do campo de batalha.

No entanto, ao comparar a mortalidade da pandemia com a da guerra até o momento atual, o demógrafo Aleksey Raksha observa que existem particularidades sociais que diminuem as distorções que os dados apontam à primeira vista.

“No que diz respeito à mortalidade, eu acredito que na guerra morreram com certeza não mais do que 60 mil pessoas, pode ser até que não mais do que 50 mil mortes, e é claro que são cifras enormes do ponto de vista da guerra, mas, se compararmos com a Covid-19, que teve 1,1 milhão de mortes, isso é 22 vezes menos.

No entanto, se considerarmos que em média essas pessoas ainda viveriam uns 40 anos e que com a Covid-19 morreram pessoas que tinham 10 a 15 anos de vida em média [pela frente], então a diferença não será em 22 vezes, mas em torno de seis ou sete.

E se pegarmos a diferença só de homens, a diferença cairá para três ou quatro”, explica.

Além disso, as estatísticas não dão conta do principal efeito que a RÚSSIA sofreu em termos de número durante o período da guerra: o fluxo migratório.

O início do conflito já causou uma onda significativa de pessoas deixando o país.

Mas o anúncio da mobilização de novos soldados para a UCRÂNIA em setembro de 2022 provocou uma saída em massa de homens entre 20 e 40 anos, em sua grande maioria.

Na ocasião, o Ministério da Defesa anunciou que o objetivo da medida era recrutar 300 mil novos soldados.

Como a mobilização não foi revogada, apenas desacelerada, de lá pra cá foram cerca de 450 mil homens chamados para a guerra, segundo estimativas.

Em relação ao fluxo migratório, análises dão conta de que entre 500 mil a 800 mil pessoas saíram do país - não existem dados oficiais sobre o número de pessoas que emigraram da RÚSSIA, logo eles não entraram em nenhuma estatística demográfica.

De acordo com Aleksey Raksha, só será possível analisar os efeitos da mobilização nos índices demográficos quando forem divulgados os números de natalidade a serem divulgados a partir de junho, quando o recrutamento de cidadãos russos para a guerra terá completado nove meses.

“A demografia é algo inercial, que não nos permite ver ainda baques graves desde a Covid.
Aparentemente ainda não é o momento, mas estamos aguardando com atenção até a metade do ano”, explica.

EFEITOS NA ECONOMIA

Por outro lado, também houve um grande fluxo de pessoas fugindo da UCRÂNIA por conta da guerra, com destino à RÚSSIA.

De acordo com estudos, entre 500 mil a um milhão de pessoas chegaram no país.

No entanto, como observa Aleksey Raksha, são contingentes muito distintos.

“Foram embora, em sua maioria, homens jovens com escolaridade, e chegaram, em grande parte, idosos e mulheres com crianças da UCRÂNIA.

Então em número esses fluxos são parecidos, mas sua composição é completamente diferente.

Então a guerra teve um reflexo mais negativo no mercado de trabalho, no nível de escolaridade e na economia, mais que na demografia”, esclarece o analista.

Esse diagnóstico já foi refletido em uma declaração oficial do presidente russo, VLADIMIR PUTIN, no início de abril.

Sem falar em crise demográfica, muito menos citar os efeitos da guerra na UCRÂNIA para a economia russa, PUTIN declarou que o país enfrenta um déficit de trabalhadores em várias áreas.

Ele observou que, mesmo com uma “taxa de desemprego historicamente baixa de 3,5% no país como um todo, simplesmente não há trabalhadores suficientes em muitas áreas”.

Os problemas demográficos do país não são de agora.

A RÚSSIA iniciou uma tendência de agravamento da situação demográfica ainda na profunda crise econômica que assolou o país após o fim da UNIÃO SOVIÉTICA, nos anos 1990.
A explosão no consumo de álcool e cigarros, fluxos migratórios saindo do país e falta de perspectiva no mercado de trabalho, iniciaram uma tendência de baixa natalidade e queda da expectativa de vida, que só começou a melhorar em 2012 a partir de certas medidas do governo.

Mas o ciclo de indicadores positivos só durou até 2016.

A partir de 2018, as estatísticas oficiais registraram uma diminuição da população por cinco anos consecutivos.

Uma outra projeção, publicada pela revista THE ECONOMIST, aponta que, entre 2020 e 2023, a RÚSSIA perdeu entre 1,9 milhão e 2,8 milhões de pessoas, somando a pandemia, as baixas da guerra e a fuga de cérebros durante a mobilização.

A publicação destaca que esse estudo não contempla o encolhimento natural da população, que é resultante de uma taxa de natalidade baixa e de mortalidade alta, tendência que a RÚSSIA já havia retomado antes mesmo da pandemia.

O que dificulta vislumbrar um cenário preciso sobre as tendências demográficas na RÚSSIA é a falta de transparência dos dados estatísticos oficiais, sobretudo no contexto da guerra.
Os estudos são embasados basicamente nos dados de natalidade e mortalidade oficiais.

Já os fluxos migratórios e de mortes da guerra não possuem números oficiais, ou confiáveis.

Mas mesmo as estimativas mais elementares já garantem aos estudiosos um prognóstico negativo para a demografia da RÚSSIA.

“Foram mobilizados em torno de 450 mil a 500 mil homens, e o mesmo número ou mais fugiram do país, chegando a quase um milhão.

E no total, o número de homens entre 20 a 40 anos na RÚSSIA é de cerca de 20 milhões.

Isso significa que por volta de 5% dos homens foram afastados de suas famílias.

Então só por isso, a natalidade deve cair em não menos do que 5%, e isso sem considerar os fatores psicológicos.

Esse é o prognóstico.

Outras previsões não existem, porque depende de como irá transcorrer a guerra e o que irão fazer as autoridades russas”, completa.

Edição: Patrícia de Matos

https://www.brasildefato.com.br/2023/04/27/guerra-pandemia-e-fuga-de-cerebros-russia-enfrenta-perspectiva-de-crise-demografica