Pela
relevância do assunto abordado, transcrevo o comentário do
Companheiro Júlio César Alt e a resposta deste blogueiro em relação
ao assunto Extração de Gás e Petróleo do Xisto.
Prezado
Adai,
Existem
ainda muita polêmica em torno dessa matriz energética. Veja na
mensagem abaixo alguns aspectos negativos a resistência que poderá
haver caso o seu uso seja implementado. (Fonte - Exame.com - de
27/11/2013)
Abr.,
Julo
Alt
A
extração do gás de xisto tem sido questionada pelos riscos e danos
que pode gerar ao meio
ambiente,
principalmente à
poluição de lençóis freáticos
,
e ao uso de
grande quantidade
de água
na técnica de exploração chamada de faturação hidráulica (do
inglês, "hydraulic fracturing", ou simplesmente
“fracking”).
Na esteira
do desenvolvimento dessa indústria, que além dos EUA, já ganhou
escala comercial no Canadá, cresce o número de estudos que
relacionam o método de fraturação a graves problemas ambientais.
Conheça a seguir os principais riscos já identificados.
Contaminação
da água
A técnica
de extração do gás não convencional consiste na injeção de
toneladas de água misturadas a produtos químicos e areia para gerar
fraturas na rocha. Toda a água usada no processo de extração
retorna à superfície, poluída por hidrocarbonetos e por outros
compostos e metais presentes na rocha e pelos próprios aditivos
químicos.
Além do
risco de contaminação de áreas vizinhas, o processo pode permitir
que os gases acumulados nas rochas atinjam aquíferos. Um estudo
feito por cientistas da Universidade Duke, da Carolina do Norte,
encontrou níveis elevados de metano e etano em mais de 100 poços
privados que abastecem as casas situadas na bacia de gás de xisto de
Marcellus, no nordeste da Pensilvânia e no sul do estado de Nova
York.
As
concentrações de metano na água potável das residências situadas
a menos de um quilômetro dos locais de perfuração eram, em média,
seis vezes maiores às da água das casas que estavam mais distantes,
enquanto as concentrações de etano eram 23 vezes superiores.
Tremores
de terra
Estudos
recentes também relacionam a injeção de água residual no subsolo
ao aumento da ocorrência de tremores no país. Um deles, realizado
pelo Serviço Geológico dos EUA (USGS ) indica que o número de
terremotos
aumentou dramaticamente ao longo dos últimos anos, na região
central e leste do país.
Mais de 300
terremotos acima de magnitude 3,0 ocorreram a cada três anos entre
2010-2012, em comparação com uma taxa média de 21 eventos por ano,
observadas entre 1967 e 2000. Os cientistas da USGS descobriram que
em alguns locais o aumento da atividade sísmica coincide com a
injeção de efluentes em poços de descarte.
Um segundo
estudo, feito pelo Earth Observatory da Universidade de Columbia, em
Nova York, indica que pelo menos metade dos terremotos de magnitude
superior a 4,5 que atingiram o interior Estados Unidos na última
década ocorreram perto dos locais de injeção de fluídos.
A suspeita é
de que o aumento da atividade em poços de gás natural alterou
tensões em áreas suscetíveis a terremotos, aumentando a pressão
de poros fluidos nas rochas subterrâneas, lubrificando falhas
pré-existentes e deixando-as mais propensas à ruptura.
Mortandade
animal
Os fluidos
poluídos do fraturamento hidráulico são apontados como a causa da
morte de espécies aquáticas em rios de Kentucky próximos à áreas
de exploração onde foram verificados vazamentos.
Estudo
realizado pelo USGS e o Serviço de Pesca e Vida Selvagem Americano
(Fish and Wildlife Service) mostra que os fluidos liberados no
ambiente degradaram a qualidade da água ao ponto de causar lesões
nas guelras dos peixes e no fígado e baço.
Emissão
fugitiva de metano
Apesar de
poluir menos que o carvão, a extração de gás de xisto pode emitir
na atmosfera, de maneira fugitiva, volumes nada desprezíveis de
metano, um gás efeito
estufa 20
vezes mais potente que o CO2.
Embora os
Estados Unidos tenham visto suas emissões globais de gases efeito
estufa declinarem com a expansão dessa fonte na matriz energética,
em cidades onde ocorrem operações de fracking, tem se verificado um
aumento das emissões de metano.
Vazamentos
na exploração de petróleo e gás, na produção e no processo de
distribuição são suspeitos de ser uma das principais fontes de
emissão desse gás.
Incertezas
no Brasil
O leilão
que ocorre nesta quinta-feira se desenrola num contexto nada
convencional. A busca pelo gás de xisto no território brasileiro
vai ser inaugurada sem que existam ainda uma legislação ou marco
regulatório claro sobre como as explorações devem ocorrer.
Além disso,
o país ainda carece de estudos aprofundados sobre os riscos
socioambientais da extração de gás não convencional.
Resposta deste
blogueiro
Júlio
Cesar Alt,
Como toda fonte de energia, a exploração do xisto tem riscos sérios.
A exploração do xisto já foi proibida em alguns lugares nos USA por risco de contaminação de lençóis freáticos.
Um dos maiores esforços dos centros de pesquisa e universidades nos USA tem sido justamente o de evitar esse tipo de problema.
Mas existem áreas praticamente desérticas nos USA em que a exploração do xisto tem crescido muito.
Como toda fonte de energia, a exploração do xisto tem riscos sérios.
A exploração do xisto já foi proibida em alguns lugares nos USA por risco de contaminação de lençóis freáticos.
Um dos maiores esforços dos centros de pesquisa e universidades nos USA tem sido justamente o de evitar esse tipo de problema.
Mas existem áreas praticamente desérticas nos USA em que a exploração do xisto tem crescido muito.
O
mesmo acontece no Brasil com depósitos de xisto no Maranhão onde a
exploração do xisto não oferece grandes ameaças ao meio ambiente
e nem a lençóis de água. Resta saber como levar a água para
explorar o xisto no interior daquele estado.
Isso
já é matéria para especialistas do ramo.
No Brasil temos artigos muito bons sobre o tema. Tem o site da SBPC. da Globo.Com , da CGN, da Outra Política, da Exame.com, da Veja.com e por aí vai.
No Brasil temos artigos muito bons sobre o tema. Tem o site da SBPC. da Globo.Com , da CGN, da Outra Política, da Exame.com, da Veja.com e por aí vai.
É
preciso observar que em todas as áreas existem blogueiros e
articulistas que são absolutamente do contra e os que são
totalmente a favor.
Cada
grupo tem seus interesses específicos e, para afirmarem suas
ideias, forjam estatísticas, deturpam informações, inventam
problemas e apelam para todo tipo de desinformação possível.
A
exploração do xisto é um tema que não foge a essa regra,
Existem
grupos empresariais que só olham o rendimento de seus
empreendimentos e existem os ambientalistas ortodoxos radicais que
lutam pelo retorno à natureza na sua forma original.
Para
esses terem suas teses plenamente atendidas , teríamos de voltar à
idade da pedra.
Nessa matéria, também temos de considerar o risco de exploração de outras fontes de energia.
A energia nuclear, por exemplo. A Alemanha proibiu usinas nucleares em seu território.
Já a França tem grande parte de sua energia baseada em usinas nucleares.
A usina de Chernobyl na Ucrânia foi um dos maiores desastres ambientais pelos quais o mundo já passou. Nos USA, também já houve vazamento em usinas nucleares.
Quando foram jogadas as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, alguns cientistas na época previram que a vida não se restauraria naquela área.
Logo se tornaram duas cidades prósperas.
A mesma coisa com as explosões nucleares americanas no Atol de Bikini e francesas no Atol de Mururoa, no Pacífico.
A natureza também se refez por lá.
Agora mesmo no Japão, com os efeitos de uma tsunami, uma usina nuclear contaminou vastas áreas.
A energia elétrica extraída de represas também já causou desastres seríssimos.
Represas já se romperam e causaram grandes desastres.
A construção da usina de Belo Monte é acusada também de desequilibrar o meio ambiente e invadir reservas indígenas.
E a exploração de petróleo?
Talvez nenhuma outra área tenha causado tantos desastres ambientais.
O desastre com o petroleiro Exxon Valdez, em 24.03.1989, inundou 40 milhões de m2 do oceano com petróleo crú como também 2.000 km da costa do Alasca, matando centenas de milhares de aves marinhas, focas, lontras e outros animais, causando o maior desastre ambiental daquela região.
No Golfo do México, o rompimento da plataforma Deepwater Horizon, da Transocean e operada pela britânica BP-British Petroleum , causou o maior desastre ambiental daquela área. O petróleo cobriu grande parte das praias da Flórida.
Depois que a plataforma foi consertada, a natureza recompõs o meio ambiente em 6 meses.
De modo que problemas ambientais sempre existiram e sempre existirão na exploração de energia em qualquer área.
É fundamental tomar as cautelas necessárias para evitar esses problemas pois a humanidade continua a precisar cada vez mais de energia.
Muita coisa vem sendo descoberta na exploração do xisto até porque é a fonte mais nova de exploração de gás e petróleo.
Vários elementos químicos já foram substituídos. Em diversas áreas foi proibida a exploração para evitar contaminação de aquíferos.
As técnicas de fraturamento hidráulico (fracking) evoluíram muito. As pesquisas continuam a avançar cada vez mais.
Passei alguns dias pesquisando sites no Brasil e ao redor do mundo sobre esse tema. É um universo de discussões e ideias. O número de universidades, empresas e centros de pesquisas que abordam esse assunto é impressionante.
É, de fato, um caminho sem volta.
Os USA, que sofriam com as ameaças de corte de suprimento de petróleo, hoje estão cada vez mais autosuficientes - ainda não de todo - e estão revertendo a posição política da OPEP , diminuindo o custo da energia e fortalecendo a evolução da indústria e da agricultura.
Nessa matéria, também temos de considerar o risco de exploração de outras fontes de energia.
A energia nuclear, por exemplo. A Alemanha proibiu usinas nucleares em seu território.
Já a França tem grande parte de sua energia baseada em usinas nucleares.
A usina de Chernobyl na Ucrânia foi um dos maiores desastres ambientais pelos quais o mundo já passou. Nos USA, também já houve vazamento em usinas nucleares.
Quando foram jogadas as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, alguns cientistas na época previram que a vida não se restauraria naquela área.
Logo se tornaram duas cidades prósperas.
A mesma coisa com as explosões nucleares americanas no Atol de Bikini e francesas no Atol de Mururoa, no Pacífico.
A natureza também se refez por lá.
Agora mesmo no Japão, com os efeitos de uma tsunami, uma usina nuclear contaminou vastas áreas.
A energia elétrica extraída de represas também já causou desastres seríssimos.
Represas já se romperam e causaram grandes desastres.
A construção da usina de Belo Monte é acusada também de desequilibrar o meio ambiente e invadir reservas indígenas.
E a exploração de petróleo?
Talvez nenhuma outra área tenha causado tantos desastres ambientais.
O desastre com o petroleiro Exxon Valdez, em 24.03.1989, inundou 40 milhões de m2 do oceano com petróleo crú como também 2.000 km da costa do Alasca, matando centenas de milhares de aves marinhas, focas, lontras e outros animais, causando o maior desastre ambiental daquela região.
No Golfo do México, o rompimento da plataforma Deepwater Horizon, da Transocean e operada pela britânica BP-British Petroleum , causou o maior desastre ambiental daquela área. O petróleo cobriu grande parte das praias da Flórida.
Depois que a plataforma foi consertada, a natureza recompõs o meio ambiente em 6 meses.
De modo que problemas ambientais sempre existiram e sempre existirão na exploração de energia em qualquer área.
É fundamental tomar as cautelas necessárias para evitar esses problemas pois a humanidade continua a precisar cada vez mais de energia.
Muita coisa vem sendo descoberta na exploração do xisto até porque é a fonte mais nova de exploração de gás e petróleo.
Vários elementos químicos já foram substituídos. Em diversas áreas foi proibida a exploração para evitar contaminação de aquíferos.
As técnicas de fraturamento hidráulico (fracking) evoluíram muito. As pesquisas continuam a avançar cada vez mais.
Passei alguns dias pesquisando sites no Brasil e ao redor do mundo sobre esse tema. É um universo de discussões e ideias. O número de universidades, empresas e centros de pesquisas que abordam esse assunto é impressionante.
É, de fato, um caminho sem volta.
Os USA, que sofriam com as ameaças de corte de suprimento de petróleo, hoje estão cada vez mais autosuficientes - ainda não de todo - e estão revertendo a posição política da OPEP , diminuindo o custo da energia e fortalecendo a evolução da indústria e da agricultura.
Em
pouco tempo esse progresso se espraiará ao redor do mundo.
Mas os alertas, como o seu, são absolutamente indispensáveis para evitar desastres ambientais e a contaminação do meio ambiente.
Um abração
Adaí Rosembak
Mas os alertas, como o seu, são absolutamente indispensáveis para evitar desastres ambientais e a contaminação do meio ambiente.
Um abração
Adaí Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB
É bom que esse assunto seja bem debatido.
ResponderExcluirSão tantas coisas acontecendo em função disso: crises na Venezuela e Rússia, inviabilidade do pré-sal, corrupção na Petrobrás, OPEP entregando os pontos, crescimento dos Estados Unidos, união de Rússia e China e por aí vai.
Muita coisa séria acontecendo ao mesmo tempo.
Aprofundem essas discussões.
Caro Anônimo,
ExcluirEsse processo tende a se acelerar cada vez mais.
Dia a dia as cotações estão baixando.
Isso vai ter reflexos seríssimos na política mundial.
É esperar para ver.
Um abraço
Adaí Rosembak