quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

CASSI - Visão de um Associado

Li a circular “CASSI sob a ótica de Denise Lopes Vianna e Graça Machado (ex-Diretoras e Conselheiras Deliberativas da CASSI)”.
Na condição de associado e usuário da CASSI, sinto-me inteiramente à cavalheiro para apresentar meu franco posicionamento em relação ao que é relatado pelas ex-dirigentes da CASSI.
Inicialmente as expositoras apresentam uma visão lastreada pela última reforma estatutária da CASSI de 2007.
Transcorreram-se 7 anos desde aquela reforma e, é claro, as medidas tomadas naquela época não atendem aos novos desafios de hoje enfrentados pela CASSI.
Os conceitos de que a CASSI tem de ser constantemente acompanhada e que não existem soluções definitivas não são esclarecimentos; são a repetição do óbvio ululante.
Causa-nos estranheza que as articulistas confessem que na época em que estavam no Conselho Deliberativo da CASSI a entidade não possuia mais reservas financeiras.
Faltou as ex-dirigentes explicarem as razões porque, durante a gestão das mesmas, a entidade ficou nessa situação aflitiva .
E, dentre as sugestões por elas apresentadas para reverter a stuação, quais foram as efetivamente aprovadas? Sugestões e palpites é que não faltam; o que fica e importa é o que foi aprovado.
O fato de que nem o BB, a Contraf-CUT, ANABB, AAFBB não terem sido “enfáticos” na defesa de propostas apresentadas não justifica acusar esses órgãos de terem como único objetivo ganhar eleições.
Atualmente, a despeito das novas e fortes intempéries que se abatem sobre a CASSI, a mesma possui uma reserva avaliada em R$ 1.500.000.000,00, o que não é pouca coisa e é um colchão que vem amortecendo a CASSI dos severos baques que a entidade vem sofrendo.
Só essa sólida reserva já é uma constatação da seriedade e competência da atual administração da CASSI.
As articulistas declaram-se “pasmas” com os termos das mensagens das negociações com o BB, por meio de manifestações da ANABB e da Contraf-CUT, que hoje detém as duas Diretorias eleitas da CASSI, e para isto contaram com o apoio do Presidente e de parte da Diretoria da ANABB e da direção da AAFBB.
Pasmas” por que? Esses órgãos estão defendendo os interesses dos associados da CASSI contra as propostas massacrantes de nossos direitos partidas do BB.
Palmas à ANABB pelo debate que está sendo promovido nesta data junto às entidades nacionais representativas dos funcionários do BB, da ativa e aposentados.
Fazemos votos para que tenham absoluto sucesso em suas gestões junto à CASSI e o BB para equacionar da melhor forma possível esses novos desafios.
A acusação de que a Contraf-CUT, ANABB, AAFBB estão comprometidas com a gestão mais ineficiente da história da CASSI é completamente descabida.
Então a gestão eficiente” da CASSI foi a exercida pelas expositoras Denise Lopes Vianna e Graça Machado em 2007 quando, na confissão das mesmas, “a entidade não possuia mais reservas financeiras ” e a gestão “ineficiente” é a atual que tem uma “reserva avaliada em R$ 1.500.000.000,00?”
Só usando o vernáculo na sua forma mais coloquial: “Me Poupe !!”
É leviano levantar a tese de que os atuais interlocutores e representantes da CASSI tentam servir a dois senhores – governo e trabalhadores.
Para que não pairem dúvidas de que não sou defensor do governo ou de hostes governistas como PT, Contraf-CUT ou outros, esclareço que votei no Aécio Neves, do PSDB (para constatar leiam artigos em meu blog).
Aqui não se discute filiação partidária; isso é opção política de cada um.
O que importa é o papel de cada um dentro da CASSI.
O que não se pode é tripudiar impunimente sobre a atuação, a seriedade e as qualificações pessoais dos atuais dirigentes da CASSI, pelo fato de ex-dirigentes não participarem da atual administração da CASSI e por se considerarem as pessoas mais qualificadas e com poderes mágicos para solucionar todos os problemas do órgão, por terem exercido posições de chefia há 7 anos atrás e não terem resolvido os problemas da CASSI quando a administravam.
Fui a vários debates com Mirian Fochi e William Mendes, diretores da CASSI, Adriana Franck Sarmento, Gerente da Unidade CASSI-Rio, Loreni de Senger e Mário Fernando Engelke, Conselheiros Deliberativos da CASSI e Douglas Leonardo Gomes, Coordenador do Conselho de Usuários da CASSI.
São todos dirigentes atuantes, preparados, experientes e de atuação ilibada.
Se a CASSI tem problemas? Sim, tem e sempre surgirão problemas novos.
A medicina sempre vai ter custos crescentes.
Em uma palestra recente, Dráuzio Varella, médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, fez uma observação muito perspicaz:
A evolução tecnológica e científica quando aplicada na indústria baixa custos; quando aplicada na medicina eleva custos”.
Hoje os médicos recorrem em escala crescente a exames e técnicas cada vez mais sofisticadas e dispendiosas.
Novos remédios lançados no mercado alcançam preços exorbitantes.
Afora esses aspectos, no caso específico da CASSI, temos de considerar a perda do BET, o aviltamento do salário do funcionalismo, a recusa do BB em acompanhar esse aumento na escala de custos.
Esse fórum promovido pela ANABB é absolutamente oportuno e de suma importância para discutir os problemas da CASSI e as sugestões apresentadas para os solucionar.
Alguns dizem que a CASSI tem de passar por uma auditoria.
Particularmente não vejo motivo para tanto. Nenhuma acusação ou mera suspeita de irregularidade foi apresentada, a CASSI tem implementado um programa consistente de implantação de modernos sistemas de administração e modernização tecnológica. O atendimento pessoal e on-line tem sido eficiente.
O problema fundamental da CASSI reside no crescente custo no atendimento aos associados pelas razões acima expostas e a dificuldade de mobilizar o BB para cooperar de forma mais efetiva para minorar esse problema.
Reiteramos nossos parabéns à ANABB pela iniciativa de promover esse debate sobre a saúde da CASSI e também conclamamos as entidades representativas dos funcionários do BB, da ativa e aposentados, a apresentarem suas melhores contribuiçoes para o engrandecimento da instituição.

Adaí Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB

9 comentários:

  1. Ricardo da Silveira Mendes23 de janeiro de 2015 às 07:38

    A não ligação com partido político sempre soará importante para a realidade que vivemos há muitos anos.
    Infelizmente por outras razões emocionais, um tanto consegue torcer por esse ou aquele partido, todos de péssima conduta.
    Os partidos procuram apenas se eternizarem no poder, atrás de gordos bons negócios para eles mesmos.
    A tão comemorada constituição de 88, um adeus a criminosos e corruptos oriundos do movimento que gerou um golpe, não por patriotismo e sim por interesse dos Estados Unidos, foi feita com festa, inclusive minha. Mas a verdade, é que somos desatentos e mantidos à distancia pelos que estão no poder e pelos que esperam a vez de ocupar o mesmo poder. Hoje percebemos ou deveríamos perceber que a constituição de 88, foi a criação de imensas vantagens pelos que tinham poder (políticos) e pelos que tinham influencia(advogados(não todos) e muitos outros tipos de predadores). Criaram benesses, acho que até para juízes não serem escolhidos pela carreira mas sim pela escolha desses mesmos políticos, que acredito que se tornam voto ao qual o vencedor fica devendo.
    Desculpem tudo o que tinha a dizer. No entanto, não consegui entender o que faz a Contraf-CUT, acho que é parte da CUT/PT, não tenho conhecimento, no ambiente da CASSI que não tem nada a ver com essa pouca vergonha que é o sindicalismo predador em causa própria.
    Salvação é coisa que eu acho que não teremos, a não ser que se procure criar uma nova estrutura em que ninguém possa se eternizar na vida política. Para o legislativo, em todos os três níveis, não pode se reeleger, mesmo que não sendo contínuo, uma vez vereador nunca mais poderá se candidatar a vereador, valendo para todos os municípios do pais. Para o executivo, os cargos de prefeito, governador e presidente, uma vez eleito nunca mais poderá se candidatar ao cargo para o qual foi eleito, e na eleição seguinte nem o partido que o elegeu poderá apresentar candidato para o mesmo cargo. Juízes só os de carreira, poderiam ser nomeados, pelo mérito de capacidade e de honestidade, controlado por um órgão superior de magistrados.
    A ficha limpa, faria com que políticos e magistrados, perdessem todos os direitos, ao se portarem de maneira indigna com o cargo. Demitidos sem aposentadoria e sem outras vantagens, e como tal estariam afastados da vida publica em caráter definitivo.
    Infelizmente, não sei se estivéssemos debatendo o assunto para essas modificações, um grande movimento já estaria infiltrado para tentarem virar o leme das intenções, criando artifícios que os enchessem de poder, novamente.
    Desculpem ocupar o tempo de vocês todos, bem intencionados ou não, em verdade é um desabafo por ver tantas coisas sendo feitas de má fé que se fossem feitas com o desejo de justiça para todos, teria feito desse Brasil algo bem melhor. É muito triste.

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    1. Ricardo da Silveira Mendes,

      Eu concordo plenamente com você sobre essa esculhambação que é a política no país.
      A maior decepção da história deste país no que tange à política aconteceu com o PT.
      Antes de assumir o poder era venerado como a salvação da pátria e, no final, elevou a corrupção no país a níveis nunca vistos antes. Conheço pessoas que eram petistas de fé, de carteirinha e hoje são os que tem mais raiva do PT.
      O que importa é colocarmos na CASSI pessoas decentes, competentes e atuantes sejam de que facção política forem.
      E no que tange a esse aspecto acho que, felizmente, temos dirigentes na CASSI que atendem a essas premissas.
      Esse movimento liderado pela ANABB para discutir os problemas que se abatem .sobre a CASSI veio em boa hora.
      Esse é meu ponto de vista.
      Temos de procurar soluções para os problemas da CASSI e não ficarmos com picuinhas procurando desqualificar os atuais dirigentes da CASSI que são pessoas sérias e que estão fazendo o possível para auxiliar a instituição.
      Temos de incentivar esse movimento .

      Um abraço

      Adaí Rosembak

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  2. Francisco da Cruz Lima23 de janeiro de 2015 às 10:52


    Sr. Adaí, boa tarde.

    Por obséquio nos mande uma cópia da circular “CASSI sob a ótica de Denise Lopes Vianna e Graça Machado”, referente ao e-mail CASSI – Visão de Um associado que foi enviado pelo Senhor, pois após ser efetuada pesquisas na internet não encontramos a circular que citada.

    Atenciosamente.

    Francisco da Cruz Lima

    Vice-Presidente
    AFAGO

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Caro Francisco da Cruz Lima (AFAGO),

      Tentei lhe repassar neste veículo a circular das ex-diretoras da CASSI. Mas o texto excedeu o número de caracteres permitidos.
      Assim, lhe mandei a circular por e-mail.
      Registro que houve uma falha de minha parte ao não anexar o texto da circular da ex-diretoras da CASSI junto à minha manifestação.

      Um grande abraço

      Adaí Rosembak

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  3. Boa tarde Adaí, não entro em discussão sobre quem administra ou administrou a Cassi nesse ou em outro período. Acho que, desde que vivemos sob um regime capitalista, não podemos exercer a administração da Cassi amadoristicamente praticando a chamada "solidariedade". Sei do caso de uma jovem moradora do meu condomínio, aprovada em concurso para o banco. Logo casou, colocou o marido como dependente na Cassi, teve um filho, colocando-o também como dependente. Pergunto: que plano de saúde aguenta uma carga dessas?

    Nunca ouvi falar que a Cassi tivesse esse colchão de R$ 1.500.000.000,00. Quem lhe deu essa informação? Se for verdade, como justificar os médicos e hospitais que voluntariamente se desligam da Cassi? Agora mesmo, a Clínica São Lucas deixou de ser credenciada.

    Para encerrar e a título de colaboração, a expressão não é "estou a cavalheiro", é "estou a cavaleiro".

    um abraço

    calado

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    1. Caro Cleto Veiga Calado,

      Em minha abordagem não pude deixar de frisar meus pontos de vista em relação a críticas que considerei descabidas em relação à atual diretoria da CASSI que foi o ponto básico da abordagem das ex-diretoras e, para tanto, fui obrigado a fazer uma comparação entre os dois períodos da CASSI.
      Concordo com você que a CASSI deva passar por reformas urgentes.
      Como você bem disse, funcionários jovens que, dentro da politica atual de achatamento salarial do BB, ganham pouco e, em consequência contribuem pouco, em lugar de serem contribuintes da CASSI, acabam se tornando um peso para ao sistema.
      Muitos já chegam com família formada; outros, como é o caso da jovem moradora de seu condomínio, que se casou e colocou o marido e o filho como dependentes , passam a usufruir dos serviços da CASSI sem limitações.
      A conta não vai bater.
      Não há plano de saúde que se mantenha dessa forma.
      Por isso as empresas de saúde privada tem planos diferenciados com serviços diferenciados.
      Não vejo outra forma de sairmos dessa encruzilhada.
      É a velha estória do cobertor que é curto para cobrir a todos.
      Nessa disputa, os aposentados, que são os que mais contribuem e que mais precisam de assistência médica, serão os mais prejudicados.
      E aí surgem ideias criativas como um tipo de “franquia” para intervenções cirúrgicas, cortes assistenciais em diversas áreas, etc.
      Aliás, esses aspectos já foram abordados em diversas rodadas sobre a CASSI.
      Por essa razão enfatizo o mérito e a oportunidade desse amplo debate promovido pela ANABB e outras conversações que deverão ser encetadas por aquela associação junto ao BB e à CASSI.
      Não há outra saída: temos de discutir às claras e detalhadamente todos esses aspectos senão isso vai acabar virando mais um INSS da vida.
      Em relação à reserva de R$ 1.500.000.000,00 é uma cifra que já ouvi de vários companheiros e, inclusive, foi citada no último debate sobre a CASSI promovida na AAFBB em 28.08.2014 (o vídeo do evento está no site da AAFBB).
      Por último, agradeço-lhe a correção de “cavalheiro” para “cavaleiro” muito embora já tenha lido vários textos em que essa falha é cometida.
      Ficam os parabéns pelo seu domínio aprofundado do vernáculo.

      Um agrande abraço

      Adaí Rosembak

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  4. Não nos esqueçamos que o "colchão" de R$ 1 bi e 600 não é só do plano "associados". R$ 800milhões pertence ao plano Cassi Família. São dois planos em separado e o Cassi Familia não está em crise como o seu "irmão. Já fizeram as contas para saber o custo beneficio do PAF, do PAC e das CliniCassi ? Todos que hoje discutem Cassi e Previ , um dia, em algum tempo já estiveram lá...

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    1. Caro Anônimo,

      Você está correto.
      Aliás essa matéria da Reserva Financeira está muito bem colocado em uma matéria de autoria de Isa Musa de Noronha, Presidente da FAABB.
      Transcreveremos a nota muito esclarecedora de Isa Musa de Noronha sobre a crise que se abate sobre a CASSI em artigo em separado.
      Um abração
      Adaí Rosembak

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