quinta-feira, 15 de outubro de 2015

SUSTENTABILIDADE DA CASSI - Informe 6

Em razão da importância da matéria   que, no presente momento, vem sendo abordada em segundo plano pelas associações e nas redes sociais em razão das eleições na ANABB, transcrevemos adiante uma exposição objetiva, concisa, atualizada e assimilável por qualquer associado da CASSI, mesmo os que não estão atualizados com as atuais discussões sobre o assunto, de autoria da Presidente da AAFBB, Célia Laríchia, sobre o andamento dos debates e a atual situação da Sustentabilidade da CASSI. O artigo de 15.10.2015, está no site da AAFBB, no título “Notícias”, sub-título “Cassi, Saúde e   Qualidade de Vida”.

Adaí Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB

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CASSI: NOVAS RODADAS DE NEGOCIAÇÃO

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Há alguns anos, a Cassi luta para reaver sua sustentabilidade, afetada, em grande parte, pelos custos crescentes como inflação da saúde, novos procedimentos e tecnologias, surgimento de novas doenças, elevação de expectativa de vida etc. Em 2014, com a falta de receitas extras, a crise se agravou e o déficit aumentou, alcançando no ano R$ 177 milhões. Para tentar buscar uma solução para o problema e garantir os direitos dos associados, foi formada, em maio, uma mesa de negociações composta pelo Banco do Brasil e por entidades representativas do funcionalismo da ativa, aposentados e pensionistas (AAFBB, Anabb, Faabb, Contraf e Contec). O objetivo dessas negociações é discutir medidas emergenciais de curto prazo e ações estruturantes de longo prazo que possam recuperar o equilíbrio econômico e financeiro da Caixa de Assistência.

Para Célia Larichia, presidente da AAFBB, alguns pontos em discussão são considerados fundamentais e inegociáveis para a instituição. O primeiro deles é a solidariedade. "Desde a sua concepção, a base do nosso plano de saúde é a solidariedade, ou seja, você paga na proporção de sua remuneração e usa conforme sua necessidade. Essa é uma característica muito importante para o nosso grupo de funcionários e aposentados e não aceitamos que ela seja quebrada", afirma Celia, que acrescenta: "Outra premissa inegociável é que todos os funcionários da ativa, aposentados e pensionistas continuem tendo direito à assistência à saúde pela Cassi. Não vamos permitir que qualquer segmento fique excluído ou perca os direitos adquiridos. O BB não pode se eximir de suas responsabilidades com os associados", defende Célia.

DEBATE NA MESA

De início, a discussão de todas as medidas (emergenciais e estruturantes) acontecia ao mesmo tempo, o que gerou um impasse muito grande. "Um dos temas mais polêmicos, proposto pelo Banco, é o que pretende transferir o valor de R$ 5,8 bilhões para a Caixa de Assistência. Isso representaria sua contribuição até o último associado aposentado da Cassi estar vivo. Mas nós, da AAFBB, não aceitamos esse fundo porque entendemos que o Banco está se eximindo de sua responsabilidade futura. Essa medida não é benéfica para os aposentados, pois pode significar que eles não teriam mais o plano de saúde, apesar de o Banco afirmar o contrário", explica Célia.

Outra questão que levantou um grande debate foi a proposta do Banco de, no caso de futuros déficits, a reposição do valor ficar a cargo somente dos associados. "Os integrantes da mesa também não concordam com essa premissa. A Cassi tem uma gestão paritária, em que eleitos e indicados dividem a responsabilidade dos resultados, sejam eles superavitários ou deficitários. Por isso, não achamos justo que, ao dividir o déficit, os associados paguem sozinhos", pondera Celia.

PROPOSTAS DE CURTO E LONGO PRAZOS

Com as reservas da Cassi se extinguindo, Célia acredita que é preciso adotar uma ação enérgica para reverter o resultado. "As reservas da Caixa de Assistência estão se exaurindo com muita rapidez, em razão de descasamento entre receitas e despesas, e a expectativa é de que cheguem apenas até o final do ano. Isso é muito complicado, pois se continuar assim corremos o risco de uma intervenção da ANS. Por isso, neste momento, passamos a discutir propostas de cunho emergencial fazendo todo o esforço possível para resolver o problema até dezembro", destaca Célia Laríchia.

Paralelamente às medidas emergenciais, um importante projeto de longo prazo já está sendo debatido. Trata-se da ampliação do modelo assistencial na Estratégia de Saúde da Família, que vai agir muito mais na prevenção do que somente na cura.

Hoje, o programa já existe e atende a cerca de 160 mil pessoas, mas a intenção é aumentar esse número para 400 mil atendidos, público total do Plano Cassi Associados. "Sabemos que é um projeto longo, que deve demorar de dois a três anos para ser completamente implantado, mas queremos começar conscientizando as pessoas sobre sua importância. Afinal, é melhor investir na prevenção, garantindo mais saúde e qualidade de vida aos associados, com um custo menor para a Caixa de Assistência, o que promove a sustentabilidade da Cassi e a assistência a todos os associados", conclui Célia.

As reuniões da mesa de negociações em defesa dos associados da ativa, aposentados e pensionistas continuam em foco pela AAFBB, que vem desempenhando um papel relevante nas negociações com o Banco. Representada pela presidente Célia Larichia e pela vice-presidente do Conselho Deliberativo e Conselheira da Cassi, Loreni de Senger, a associação luta sempre por decisões que favoreçam a todos os associados.

Após várias rodadas de negociações (veja matérias no site da AAFBB) entre maio e setembro, em que foram aprofundadas as discussões entre as entidades representativas e o BB sobre as propostas apresentadas, até o momento não há consenso e conclusão nos debates.



Por isso é importante registrar que a unidade entre as entidades representativas e dirigentes eleitos e a mobilização de todos os associados são fundamentais para o sucesso das negociações pela busca do equilíbrio da Caixa de Assistência.

7 comentários:

  1. Prezado Adaí:

    Estratégia de Saúde da Família (ESF): como será que isto vai ser implantado no resto do país? Em Brasília, no Rio de Janeiro, em grandes centros com certeza pode funcionar, mas e nos mais afastados rincões deste imenso Brasil?
    Alguém tem que explicar isto claramente. Vai haver credenciamento de clínicas particulares, médicos idem? Ou será necessário o deslocamento para estes grandes centros?
    São dúvidas cruciais. Enquanto isto, continuam os descredenciamentos de médicos em números jamais vistos.
    Um abração e espero que o senhor esteja se recuperando muito bem. Bola pra frente!

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    1. Caro Anônimo,

      Como você observou a meta de implantar o ESF para os 400.000 associados abrangeria um período de 3 a 4 anos.
      É um período razoável.
      Evidente que o atendimento dos associados que vivem nos grandes centros, será sempre muito mais facilitado do que para os associados que vivem em rincões afastados e em pequenas cidades no interior.
      Eu próprio me lembro de que, quando morei e trabalhei em Maragogipe no Recôncavo Baiano,, tive um problema sério e fui obrigado a me deslocar para Salvador BA para resolver o assunto..
      Não há como resolver esse problema de forma genérica. Atendimentos mais complexos exigirão o deslocamento dos pacientes para grandes centros.
      Gostaria de reiterar que temos na CASSI dirigentes experientes, muito bem qualificados e determinados em resolver os problemas do órgão.
      Mas estamos em uma situação muito difícil em que os custos médicos sobem cada vez mais e os salários são cada vez mais achatados.
      É muito difícil lidar com uma situação dessa por mais determinados, qualificados e bem intencionados sejam nossos dirigentes.
      A equação não bate.
      As conversações com o BB continuam mas se o banco não aceitar a partilha dos custos entraremos em uma situação insustentável para a sobrevivência para a CASSI.
      Os aposentados serão os mais prejudicados.
      Vamos ver aonde essas discussões nos levarão.
      Confio muito na diplomacia, no preparo pessoal, na firmeza nas discussões e no carisma pessoal e simpatia das nossas representantes da AAFBB na mesa de debates, Célia Laríchia e Loreni de Senger.
      É dentro de um ambiente de bom entendimento, respeito mútuo e diplomacia que conseguiremos ser bem sucedidos nesses embates.
      É isso.

      Um abração

      Adaí Rosembak

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  2. Prezado Adaí,
    A matéria por você divulgada é superficial e contém afirmativas infundadas. Afirmar que a sustentabilidade será alcançada através da extensão da ampliação do modelo assistencial na Estratégia de Saúde da Família, projeto que, segundo afirma a autora da matéria, levará de 2 a 3 anos para estar concluído, não tem qualquer embasamento técnico ou estudo. E a matéria também não revela como as medidas “emergenciais” garantirão a sobrevivência do plano associados até lá. Sequer cogita que medidas emergenciais poderiam ser adotadas.
    O fato é que circulou informação de que até o momento nossos representantes na mesa de negociação não apresentaram contraproposta ao Banco, apesar de as Associações de aposentados, em assembleia realizada em Xerém há meses atrás, terem consolidado uma contraproposta que atende nossas necessidades e proporciona alternativas para o Banco não ser obrigado a reforçar a Provisão para as contribuições que terá que verter em relação aos aposentados.
    A matéria está mais para propaganda eleitoral, no momento em que as citadas dirigentes da AAFBB são candidatas à ANABB, do que informação relevante para tranquilizar os associados da CASSI, amedrontados com toda razão quanto à real possibilidade de o plano começar a atrasar pagamentos a prestadores de serviço de saúde e provocar as previsíveis consequências nefastas ao cuidado com a nossa saúde.
    Abs
    Faraco

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    1. Caro Faraco,

      Primeiramente permito-me expressar minha admiração pelas suas aprofundadas e esclarecedoras intervenções.
      Aliás, estive prestes a elaborar um artigo citando uma de suas notas quando sofri um sério acidente.
      Estou lhe respondendo de uma cama hospitalar em um lap-top que está apresentando problemas.
      Não sei o que é pior, se é a cama hospitalar ou o lap-top que não funciona adequadamente.
      Vamos ao assunto em foco.
      Não considero a matéria superficial e nem concordo que contém afirmações infundadas.
      A matéria não é superficial porque o ESF já é uma realidade. Ele já existe. A autora da matéria afirma que a expansão do ESF é um assunto que ainda está sendo debatido. Portanto ela não fez afirmações in fundadas.
      Estamos em um momento de relativa euforia com as alternativas aprovadas para o ES. Os tomadores desses empréstimos devem estar estudando qual a melhor alternativa para seus casos.
      Quanto à CASSI continuamos nessa discussão com o BB que parece não ter fim enquanto muitos colegas em várias partes do Brasil já se deparam com dificuldades para o atendimento de seus casos.
      E nós, ao invés de nos unirmos para a defesa de nossos interesses nos debruçamos a analisar se as manifestações dos dirigentes de nossas associações são superficiais ou contém afirmações infundadas.
      Patético.
      Óbvio que medidas emergenciais precisam e vão ser achadas pois, caso contrário, a alternetiva é fechar a CASSI.
      O próprio ESF já é uma dessas medidas. Agora falta incrementar esse sistema. E, nesse aspecto, Célia Larichia foi muito feliz em suas colocações.
      A presidente da AAFBB redigiu somente um artigo sobre a CASSI para ser assimilado pela maioria dos associados.
      Não fez um tratado sobre a CASSi que, certamente seria um trabalho maçante, entediante e que, certamente, a maior parte dos associados, já bem idosos, não iria analisar com a devida profundidade.
      Esse foi o mérito que enxerguei na nota de Célia Laríchia e, por isso, o transcrevi neste blog.
      Repito que, da forma que o artigo foi elaborado, para a maioria dos associados, a matéria foi bem objetiva, concisa e atingiu plenamente o público para o qual foi dirigido.
      Se o assunto está mais para propaganda eleitoral não me debruço sobre esse mérito, senão teria de enquadrar qualquer nota de qualquer dirigente da mesma forma.
      Assim nos tornaríamos um bando de mudos.
      Seria um mundo de medrosos, um mundo de silêncio sepulcral . A ditadura perfeita.

      Um abração deste companheiro que o admira

      Adaí Rosembak



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    2. Faraco,
      Desculpe-me por alguns erros gramaticais. O lap-top é o culpado.
      Adaí Rosembak

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  3. Prezado Adaí,

    Agradeço seu retorno. Seu acidente foi com automóvel? Espero que se recupere o mais rápido possível.

    Faço as observações que se seguem para que você as leia quando estiver em condições, recuperado do acidente.

    Eu considero superficial a abordagem da Célia porque há vários meses atrás estivemos, ela, a Loreni, vários outros colegas e eu em Porto Alegre, a convite da AFA-RS, para discutirmos os problemas da CASSI. Posteriormente estivemos em Brasília com a ANABB, a FAABB, a AAFBB e outras entidades com o mesmo objetivo. Em maio, as AFAs reunidas em assembleia em Xerém sob a coordenação da FAABB, a que compareci como convidado, elaboraram, com minha participação, uma contraproposta substanciosa e viável para ser apresentada ao Banco para equacionar perenemente os problemas do plano associados. Célia lá estava representando a AAFBB. Vi a dias atrás a notícia de que nossos negociadores (AAFBB, FAABB e outros) ainda não havia apresentado qualquer contraproposta ao Banco. A Célia, em sua mensagem, não explicou por que não a apresentaram, mais do que isso, não fez qualquer referência a essa contraproposta.

    O comportamento de nossos negociadores, que inclui a AAFBB, é passivo. Até agora se limitaram a repetir inúmeras vezes que são contra a proposta do Banco de transferir os R$ 5,8 bi mas não disseram ao Banco na mesa de negociação quais medidas exigem sejam tomadas para viabilizar a sustentabilidade da CASSI, sendo que tais medidas fizeram parte da proposta consolidada pelas AFAS. O Banco e os eleitos da CASSI, que fazem parte da mesma força que controla o BB, estão ditando o encaminhamento da questão sem reação de nossos negociadores. Não podemos aceitar isso. Temos que exigir um posicionamento mais ativo, que mostre ao Banco o que é necessário ser feito e que mobilize os associados da CASSI para que pressionem o Banco, os sindicatos e as demais forças.

    Desculpe-me tomar seu tempo no hospital mas era necessário que você tomasse ciência do encaminhamento que deveria ter sido dado e que não o foi até agora.

    Abs

    Faraco



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    1. Faraco,

      Em relação ao meu acidente que foi sério - rompi os ligamentos da musculatura de ambas as na altura dos joelhos.
      Levei 20 pontos em cada joelho e coloquei 3 âncoras de titânio em cada joelho.
      Mas já estou bem recuperado. Agora acredite: esse acidente aconteceu quando entrei no elevador do prédio que estava fora do nível do solo. Cerca de meio metro.
      Vou processar o condomínio.
      Vamos ao assunto.
      Conheço a força e a garra da Célia e da Loreni.
      São duas batalhadoras.
      Volto a repetir o que disse: de fato não existe nada ainda definido devido à intransigência do BB. A única coisa real é o que a Célia disse. É o ESF para 160.000 pessoas.
      Todas as outras propostas ainda não passam de propostas não aceitas ou em discussão, ou seja, ainda não tem nada definido.
      E o tempo passa. E é esse o jogo do BB. Levar a CASSI à lona para haver a intervenção da ANS. E aí seja o que Deus quiser.
      Não vejo saída fácil para essa situação pois dependemos de uma mudança de comportamento por parte do BB.
      E por isso não enxergo a utilidade de atacarmos nossos representantes.
      Em relação `Célia e a Loreni confio muito na capacidade e determinação de ambas mas mais ainda no estilo diplomático, suave, fala mansa, carismático e envolvente de ambas.
      Não é colocando um casca grossa grosseiro e cabeça dura para nos representar que chegaremos a bom termo nas tratativas e conseguiremos algum êxito.
      Estou cansado com esses tipos. Não vou citar nomes.
      Mas você é uma figura inteligente e sabe onde quero chegar.
      Uma figura assim só vai provocar um ambiente de atrito, discórdia, antipatia e vai acabar virando o balde de vez.
      Faraco, essa é a minha posição em relação ao assunto.

      Um abração

      Adaí Rosembak

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