domingo, 5 de novembro de 2017

CHINA e o BRASIL - II

Caros Companheiros,

Ainda abordando o artigo anterior “CHINA e o BRASIL”, de 31.10.2017, transcrevemos adiante o artigo “PROBLEMA DA DÍVIDA CHINESA PODE SER O MAIS PERIGOSO”, do Professor DAVID SHAMBAUGH, da George Washington University, publicado no jornal O Globo, de 22.10.2017, em que ele comenta aspectos  da economia chinesa e de seus investimentos no exterior, que são importantíssimos para o conhecimento do governo brasileiro, empresas estatais,  grupos empresariais privados  e fundos de pensão, aí incluída a PREVI, que venham a se associar a investidores chineses em projetos no Brasil.
A respeito do assunto, tive a grata surpresa de receber um comentário, de 01.11.2017,   do companheiro NORTON SENG, que transcrevo abaixo, onde ele tece considerações muito realistas sobre o tema, em razão de sua experiência de quase 14 anos trabalhando na CHINA:

Norton Seng
Caro Adaí,
Obrigado pelo envio desta interessante matéria.
Estou de saída, mas farei uma pequena e modesta ressalva. Como você sabe, trabalhei e habitei na China continental mais de 13 anos e meio.
Elaborei, no período, centenas de relatórios sobre aquele país e seu vasto e complexo mercado.
Além de dezenas, dezenas, de palestras sobre a China e seus parceiros. Em especial, do Sudeste Asiático.
O que ocorre mesmo é que se trata de uma ‘estória’ a afirmação que corre entre executivos brasileiros de que “existem cursos especializados em orientar executivos para fazer negócios com empresários chineses" (uma forma de fornecer 'diplomas' e de jogar dinheiro nas mãos de alguns espertos) pois, na verdade, o que ocorre mesmo é que os chineses são, isso sim, profissionais. Técnicos competentes formados por uma maioria de engenheiros que também se encontram em postos-chave dirigindo o país e as suas maiores empresas.
São essencialmente pragmáticos. Hábeis negociadores e que, por vias claras e muito mais obtusas e secretivas, seduzem com facilidade impressionante os seus despreparados contendores negociais.
E ainda mais quando se trata do Brasil.
Um país tão cheio de discursos estéreis e de 'especialistas' que se julgam os 'reis da cocada preta' e que, assim, entregam por preços ridículos os melhores e maiores ativos nacionais.
E não só aos chineses, mas, também, como os sobejos fatos comprovam, aos demais compradores internacionais que, no Brasil, jocosa e estupidamente são chamados pelos nossos imbecis governantes e negociadores como 'investidores'. Afinal, tristemente, eles não vêm aqui como investidores, mas, sim, como compradores dos bens nacionais.
E, como disse antes, por preços irrisórios. Ridículos mesmo.
E segundo as informações que foram divulgadas à época, o nosso fundo de pensão jogou nas mãos de um grupo chinês (representados por um chinês que sumiu e ninguém sabe onde anda...) algumas centenas de milhões de reais no caso de 'investimento' da Invepar. Milhões que evaporaram no ar e, como de hábito, "não se fala mais no assunto".
Enfim, são tantos os outros maus negócios, uma lista imensa, mas que, como de hábito e é tão sordidamente usual no Brasil, ficam na gaveta do esquecimento.
Esperanças no futuro do Brasil? Segundo os aberrantes, imorais, surrealistas e repetitivos casos, em especial nestas últimas 6 décadas, quem as poderia ter?

Abraços,

NORTON SENG

Considerações deste blogueiro sobre os comentários do colega NORTON SENG:

Primeiramente, fico gratíssimo ao companheiro e amigo NORTON SENG por honrar este blog com seu tão esclarecedor comentário.
Como afirmei no artigo anterior, e corroborando as palavras de NORTON SENG, os chineses são negociantes habilidosíssimos. São profissionais de primeira linha.
No BRASIL, temos cursos que preparam altos executivos para negociar com chineses.
Se tais cursos são inúteis, fica a critério dos que receberam os “canudos”. Mas penso que esses treinamentos sempre agregam conhecimentos valiosos.
Para quem se propõe a negociar com chineses, sejam empresários ou funcionários do governo, qualquer informação adicional sobre o “Planeta CHINA” é importante.
É preciso deixar claro e aí, eu e NORTON SENG voltamos a concordar, que os chineses vêm aqui para fazerem bons negócios e obterem a maior margem possível de lucros em seus investimentos.
Dentro da visão de qualquer investidor, em qualquer lugar do mundo e em qualquer área, esses são princípios básicos a serem seguidos.
Por isso, discordo de NORTON SENG, e considero que, apesar de não ser governante e nem me considerar “imbecil”, os chineses que vêm fazer negócios no BRASIL, são, de fato, Investidores.
Se os negócios são atraentes ou não, é uma apreciação de cada uma das partes que estão avaliando as perspectivas da negociação.
É importante lembrar a máxima de que “negócio só é bom quando é bom para todas as partes”.
Na minha visão, e sempre respeitando o contraditório, penso que esses investimentos abrirão empregos em massa, pagarão impostos ao estado, e ampliarão a oferta de bens no mercado interno, abaixando os preços pela concorrência.  
Quando forem produtos para exportação trarão divisas para o Brasil.
Quanto ao destino a ser dado aos impostos arrecadados, esse não é um problema que deva e nem possa ser resolvido pelos chineses.
É um assunto inteiramente nosso. Somos nós que devemos cobrar isso aos políticos que elegemos.
Não cabe aos chineses fazer o nosso dever de casa, digo erradicar o alarmante nível de corrupção entre políticos, fazer cessar a violência que assola o país, prestar boa assistência de saúde e dar educação de alto nível aos cidadãos.
Essas são tarefas de Hércules que cabem inteiramente a nós, brasileiros, enfrentar.
Não devemos esperar qualquer interferência nessa área por parte de investidores externos, sejam eles chineses ou de qualquer outra nacionalidade. 
Cabe a eles -  sim – avaliarem  esses aspectos quando de seus investimentos no BRASIL, além de terem de encarar uma burocracia governamental ultrapassada e emperrada, extorsão por parte de agentes públicos inescrupulosos,  baixa produtividade, desmazelo, despreparo e incompetência da mão de obra local,   e outros problemas próprios de nosso país.
Quanto ao mau negócio (negócio ou arapuca ??) com a INVEPAR, citado por NORTON SENG, esse não passa de mais um, entre tantos outros projetos inúteis e mal elaborados, de interesse de políticos, que só foram implementados em razão de gerarem propinas, favores e desvios de toda ordem.
Acabaram jogando o BRASIL na atual situação de falência generalizada.
Apesar de tudo isso, me considero um otimista obstinado e incorrigível.
Penso que temos qualidades extraordinárias que nos capacitam a mudar e evoluir como seres humanos, para sairmos do buraco em que o Brasil foi colocado, e sermos bem-sucedidos como povo e como país.
Esse é o objetivo comum de todos os brasileiros, a despeito da diversidade de opções ideológicas e de erros nas nossas escolhas   de políticos e de governantes.
Apesar de tudo que está ocorrendo, estamos em pleno processo de mudança.
Todos os índices da economia atestam isso.
Em determinados momentos poderemos resvalar e ter um momentâneo recuo. Mas temos a capacidade e a sabedoria de reencontrar o caminho para nossa redenção.
Em relação à CHINA, país em que depositamos a esperança de que nos beneficie com vultosos investimentos, finalizamos este arrazoado, reproduzindo adiante, o artigo “Novas ideias na CHINA”, do Sr. LI JINZHANG, embaixador da CHINA no BRASIL, publicado no jornal O Globo, em 26.10.2017, em que ele transmite sua visão do processo de transformação pelo qual passa a CHINA, em que XI JINPING foi entronizado como o supremo dirigente daquele país para o próximo quinquênio, no XIX Congresso do Partido Comunista  Chinês (PCC).

ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB e ANAPLAB

Entrevista de DAVID SHAMBAUGH, Professor da GEORGE WASHINGTON UNIVERSITY, que veio ao Brasil em 24.10.2017, para ministrar palestra no CEBRI – CENTRO BRASILEIRO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS.

“PROBLEMA DA DÍVIDA CHINESA PODE SER O MAIS PERIGOSO”

“UM CINTURÃO, UMA ROTA’ É O PROJETO DE CONSTRUÇÃO MAIS AMBICIOSO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE”

Entrevista dada ao jornalista RENNAN SETTI, e publicada em 22.10.2017, no jornal O GLOBO.

Jornalista - O senhor notou alguma mudança substancial no discurso de XI JINPING no Congresso do Partido Comunista, na semana passada?

Professor DAVID: No geral, achei o discurso de XI JINPING uma reafirmação de várias outras declarações políticas.
Mas também houve novidades, particularmente no que diz respeito ao seu desejo de aumentar o papel da CHINA no mundo e transformá-la em uma potência global.
Ele priorizou claramente a liderança do Partido Comunista em tudo.
Ele também admitiu alguns desafios que a CHINA ainda enfrenta – pobreza, estratificação social, meio ambiente e corrupção.
Mas o discurso foi notável por causa da visão confiante que XI manifestou sobre o futuro da CHINA.

Jornalista - XI chamou a iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota” o “projeto do século”. No que ele consiste?

Professor DAVID: “Um Cinturão, Uma Rota” é, de longe, o projeto de construção e desenvolvimento mais ambicioso da história da humanidade e resultará em um gasto estimado entre US$ 12 trilhões e US$ 14 trilhões em dez anos. A ideia básica é construir vários tipos de infraestrutura – trem de alta velocidade, estradas, portos, redes elétricas, banda larga, parques industriais, etc. – da Ásia ao Norte da Europa. Ele vai seguir dois caminhos: o primeiro através da Eurásia (Ásia Central) e o segundo, do Sudeste asiático, passando pelo Sul da Ásia e pelo Norte da África e pelo Sul europeu.

Jornalista - Essa iniciativa terá impacto na América Latina?

Professor DAVID: Até onde sei, a América Latina não deve ter nenhum papel nesse projeto. Mas os chineses têm dito recentemente que é uma iniciativa global. Então, quem sabe?
Eu a considero muito positiva, e espera-se que ela leve a vários países um desenvolvimento de infraestrutura há muito tempo necessário.
Sem dúvida, haverá desafios e erros ao longo do caminho. Mas só conseguiremos avaliar os sucessos e fracassos do plano daqui a uns cinco anos.

Jornalista - Quais efeitos a mudança de narrativa chinesa, que passou a apresentar o país como uma grande potência mundial, terá, especialmente quando os EUA, sob DONALD TRUMP, parecem desempenhar um papel mais isolado?

Professor DAVID: A retórica de XI e o papel cada vez maior da CHINA no mundo são notáveis.
Mas isso é ainda mais notável dada a mentalidade isolacionista de TRUMP e seu desapego ao compromisso americano, de longa data, de multilateralismo e engajamento no restante do mundo.
Os EUA sob TRUMP estão criando, muito infelizmente, um vácuo que a CHINA poderia preencher. A questão é: ela fará isso?
Tenho minhas dúvidas, por várias razões. Muitos países estão desconfortáveis com a CHINA, e isso servirá para limitar a influência global da CHINA.

Jornalista - Muitos analistas estão preocupados com o alto nível de endividamento da CHINA. Como o senhor tem visto a economia chinesa hoje?

Professor DAVID: A CHINA tem desafios econômicos significativos hoje.
Entre eles estão: o problema da dívida; a supercapacidade industrial; a necessidade de reestruturação do setor industrial, particularmente a reforma das estatais; a inexistência de reforma do mercado de trabalho e do “hukou” (registro que dificulta a migração de trabalhadores dentro do país); mercados de ações inflados; necessidade de reestruturação do setor financeiro; bolhas imobiliárias; protecionismo e barreira para empresas estrangeiras; e fuga de capitais.
Esses são alguns dos principais desafios econômicos no presente. Todos eles são significativos e estruturais, mas você tem razão, o problema da dívida (agora cerca de 282% do PIB) pode ser o mais iminentemente perigoso.
Mas há várias outras tendências positivas na economia.

Jornalista - Por exemplo?

Professor DAVID: O PIB ainda cresce entre 6% e 7%; a CHINA segue no caminho para se tornar a maior economia do mundo em 2025; o setor privado está liderando o crescimento, com 70% do PIB; há agilização regulatória e redução da burocracia; a CHINA está construindo cidades ecológicas, criando centros de inovação em SHENZHEN, CHONGQING e BEIJING; há a iniciativa “Um Cinturão, uma Rota” e a Parceria Regional Econômica Ampla (acordo de livre comércio entre 16 países da ÁSIA e da OCEANIA). 
Logo, é preciso ter uma visão equilibrada sobre o desenvolvimento da CHINA. Tem notícias positivas e notícias preocupantes.
Mas o principal desafio será controlar o crédito, reduzir a dívida, construir menos infraestrutura e investir em indústrias de valor adicionado e em tecnologia, enquanto se expande o papel do consumo e do empreendedorismo privado e do setor de serviços na economia.

Artigo do Sr. LI JINZHANG, embaixador da CHINA no BRASIL, publicado no jornal O Globo, em 26.10.2017:

NOVAS IDEIAS NA CHINA.

Resultados esplêndidos foram alcançados. O PIB chinês subiu de US$ 8,5 trilhões em 2012 para US$ 12 trilhões, contribuindo para 30% do crescimento mundial

Com as mudanças profundas e fundamentais implementadas ao longo dos últimos cinco anos, a CHINA alcançou amplas realizações, aprofundando a sua interação com o mundo.
Quais são as perspectivas do seu futuro desenvolvimento?
O que vai guiar suas ações?
Qual será a estratégia para governar o país?
A comunidade internacional espera obter uma “sabedoria chinesa” e um “projeto chinês”, bem como uma alternativa inédita rumo à modernização.
O recém-concluído 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da CHINA trouxe respostas.
Os Pensamentos de XI JINPING sobre o “Socialismo com Características Chinesas na Nova Era”, incluídos no Estatuto do Partido, servirão como ideologia balizadora do futuro desenvolvimento.
Na ocasião, também foram definidas as metas e as estratégias para o crescimento.
O Politburo e seu Comitê Permanente eleitos após o Congresso constituem um firme núcleo de liderança para a modernização do país.
Nos últimos cinco anos, com trabalhos árduos realizados pelo povo chinês e sob o comando do Comitê Central do Partido Comunista da CHINA com o camarada XI JINPING como núcleo, resultados esplêndidos foram alcançados.
O PIB chinês subiu de US$ 8,5 trilhões em 2012 para US$ 12 trilhões, contribuindo para 30% do crescimento mundial.
Foram concluídas obras como a mais extensa e mais rápida malha ferroviária de alta velocidade, a maior ponte sobre o mar e o maior terminal portuário automatizado.
Além disso, foram lançados importantes programas na área da ciência e tecnologia, como voo espacial tripulado, jato de grande porte e comunicação quântica.
Os pensamentos de XI JINPING para a Nova Era estabelecem oito questões essenciais para o futuro da CHINA como a principal missão, a disposição geral e a principal contradição, além de apresentar 14 diretrizes básicas como persistir na liderança do Partido, no aprofundamento das reformas, nos novos conceitos de desenvolvimento, na implementação do estado de direito, na rigorosa auto governança do Partido.
A diplomacia evidencia as conotações do novo modelo de relações internacionais baseadas em “respeito mútuo, equidade, justiça, cooperação e benefício recíproco”, defendendo uma comunidade de destino comum da humanidade e a construção de um mundo limpo e belo com “paz duradoura, segurança universal, prosperidade comum, abertura e inclusão”.
O desenvolvimento da CHINA encontra-se numa nova posição histórica.
As metas são divididas em dois estágios: entre 2020 e 2035, a CHINA ampliará significativamente seu poder econômico e científico, assumirá uma posição na vanguarda dos países orientados à inovação, modernizará o sistema e a capacidade de governança. De 2035 até meados deste século, a CHINA será um país socialista modernizado, próspero, democrático, ético, harmonioso e belo.
Maiores nações em desenvolvimento dos hemisférios Oriental e Ocidental, a CHINA e o BRASIL vêm se dedicando a aprofundar a confiança política mútua e o entendimento entre seus povos, reforçar a complementaridade de suas estratégias de desenvolvimento e formar uma cooperação sustentável e abrangente.
Tenho plena convicção de que o 19º Congresso do Partido não apenas abrirá um novo capítulo no desenvolvimento da CHINA, como também trará novos impulsos à construção de destino comum dos dois países.      

4 comentários:

  1. Temas em um timing perfeito agora que nosso (des)governo publicou decreto que permitirá vender o “filé mignon” das empresas estatais ( http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/325670 ). Devemos, a meu ver, dar a devida atenção aos dizeres dos prós e contras e, entendo, fazer o possível para que possamos encontrar defesas em favor da nossa Previ. Creio que a melhor – e talvez única – solução é o que sugeriu sabiamente o prezado colega Tollendal: lutar para que a Previ adquira o Banco do Brasil. (mcrv)

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    1. Caro Mário Vercesi,

      Esse decreto veio embolar ainda mais o jogo.
      Tem muita estatal que não serve mais para nada mas tem muitas que são absolutamente necessárias para o país, como é o caso do Banco do Brasil. Se o BB for passado para a iniciativa privada o governo estará dando um tiro no pé.
      Não é porque uma empresa seja estatal que ele tenha de ser ineficiente e seja um cabide de empregos para afilhados de políticos. Não é o caso do BB, que é uma empresa eficiente, enxuta e lucrativa.
      O que realmente falta no país é ética e um poder judiciário forte.
      Isso impediria injunções políticas no BB.
      Ou seja, o foco da avaliação está equivocado.
      Em relação ao Arthur Tollendal, por quem tenho o maior respeito e admiração, acho que, em último caso, a PREVI poderia adquirir o BB. Mas será que a PREVI, que é especializada em gerir o nosso fundo de pensão, tem a expertise de gerir o BB?
      Penso que a ideia precisa ser amadurecida, muito embora, inicialmente, ela seja atraente.
      Mas antes disso temos de procurar, por todos os meios, impedir a privatização do BB, que é uma ideia atabalhoada e só vai atender aos interesses da banca privada.

      Abraços

      Adaí Rosembak

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  2. Senhor,

    Gostei de seu artigo mas o senhor acha que os chineses vão investir aqui com toda essa corrupção no meio político e com a violência?

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    1. Caro Anônimo,

      A sua pergunta é muito pertinente.
      Um dos maiores problemas que impedem investimentos externos é a insegurança jurídica.
      O outro é o custo dos encargos sociais.
      É dito que aqui no Brasil se paga R$ 100,00 de salário e R$ 110,00 de encargos sociais. São dados apresentados e que sofrem contestações.
      Em países com legislação trabalhista mais flexível diz-se que se paga R$ 100,00 de salário e R$ 40,00 ou menos de encargos sociais.
      A disparidade é grande e todos esses fatores somados, obviamente, são razões impeditivas para novos investimentos.
      Os outros problemas sérios são justamente a corrupção de representantes do governo e a violência generalizada.
      Por óbvio, muita coisa precisa ser mudada para a atração de investimentos externos da China ou de qualquer outro país.

      Abraços

      Adaí Rosembak

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