Caros Amigos,
É importante que, de tempos em tempos, façamos uma reflexão de nossas
vidas.
Esses mergulhos interiores são necessários para efetuarmos
uma autoanálise que nos permita enxergar onde estamos errando, onde podemos
melhorar, de rever nossos pontos fracos e nossas virtudes.
O estágio avançado da idade nos traz o desapego e uma percepção mais
apurada de nossos semelhantes e de nós mesmos.
É nessa fase de nossas vidas que conseguimos mergulhar em nossa formação
básica adquirida na primeira infância, o que nos permite ter uma percepção clara de aspectos profundos de
nossa personalidade, o que nos possibilita disciplinar esses traços e reorientar
nossa conduta comportamental .
Mas é fundamental que tenhamos energia e determinação para essa viagem
ao interior de nosso ser.
É esse mergulho interior que nos permite ter uma visão mais realista em
relação aos conflitos do mundo exterior.
Em relação a esses conflitos, acabamos de atravessar momentos
conturbados com a recente greve de caminhoneiros.
A começar pela falta de união, de lideranças organizadas, de rumo e de
objetivos claros por parte dos grevistas, que mais pareciam uma turba de alucinados
despreparados para lidar com uma paralisação daquela magnitude, que trouxe tanta
violência, prejuízo, e que conseguiu emparedar
toda a sociedade.
De outro, um governo fraco, inábil, incompetente, desarticulado,
imprevidente, completamente perdido e enredado em denúncias de toda ordem.
Esperamos que essa experiência tenha gerado ensinamentos para casos
semelhantes no futuro.
É fundamental que consideremos qual é a causa básica de nossos
conflitos.
Ficar sempre culpando o governo pelas nossas mazelas é um exercício
inútil e equivocado.
O governo é o retrato e o resultado de nossas opções.
Nós somos os únicos responsáveis pelos nossos problemas e pelas nossas
virtudes.
Muitos descontentes poderiam perguntar que virtudes seriam essas.
Para responder a essa pergunta, vou me reportar às considerações de um
senhor americano que conheci tempos atrás, que veio para o Brasil durante o
Governo Kennedy para atuar no Programa Aliança Para o Progresso. Casou com uma
brasileira e residia em Botafogo no Rio.
Ele sempre gostava de rebater as pessoas que denegriam a imagem do
Brasil, principalmente os próprios brasileiros.
Ele sempre dizia que os Estados Unidos e o Brasil tinham suas qualidades
e suas falhas, mas que, por ser casado
com uma brasileira, e pelo espírito liberal do carioca, ele preferia viver no Brasil.
Ele falava que, se o Brasil tem seus problemas organizacionais e é um
país subdesenvolvido, os Estados Unidos são um país que nunca teve uma geração
sem guerras, que é um país onde o racismo e suas consequências, que persistem
até hoje, chegaram a níveis incompatíveis para uma sociedade avançada e
democrática. Criticava o doentio padrão de consumismo e competitividade dos
americanos, o nível intolerável de violência, os “serial killers”, o imenso
número de desajustados mentais e de presidiários, a posse livre de armamentos, o
alto consumo de entorpecentes, etc.
Confesso que, depois de suas falas, sentia alegria, orgulho e satisfação
por nascer e viver no Brasil.
Eu dizia, na ironia, que ele era o americano mais esquerdista que eu já
havia conhecido.
Como já repetimos várias vezes, estamos em um processo de mutação
profunda. As mudanças pelas quais passamos são as dores do parto para uma nova
sociedade.
Os problemas que atravessamos na recente greve com todos os seus
complicadores, não são exclusividade somente da categoria dos caminhoneiros.
Em nosso nicho, temos um imenso rol de desafios e problemas a enfrentar.
O mais recente é o caso envolvendo a eleição da diretora de Planejamento
da PREVI, PAULA GOTO, que foi habilitada para o exercício do mandato de
dirigente da entidade, mas que foi acusada de não ser habilitada para o
desempenho da função de Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado –
AETQ, e que,
antes do devido esclarecimento da
questão, foi alvo de um verdadeiro linchamento
contra sua pessoa, a chapa vencedora e seus componentes. Chegou-se a pedir o
cancelamento do pleito e novas eleições.
Sobre o assunto, publico abaixo o parágrafo 11, do comentário de 13.08h,
“O que está por trás da tentativa de impedir a posse de PAULA GOTO na PREVI?”, do
Companheiro JOÃO ALVES, aposto no artigo de 03.06.2018, no respeitado blog do
Companheiro ARI ZANELLA:
“11. A PAULA GOTO também apresentou o
Certificado de Investimentos CPA 20, da ANBIMA, e o certificado de investimentos
do ICSS, ambas as instituições referenciadas pela própria PREVIC;”
A PREVIC também alegou que a análise curricular de PAULA GOTO não
demonstrou experiência de 3 anos na área de investimentos, muito embora o BB tenha
afirmado que enviou declaração oficial à PREVIC, atestando de forma enfática,
que PAULA GOTO tem experiência de 8 anos na área de investimentos, inclusive
com substabelecimento de poderes de subsidiárias do BB, como BBDTVM, BRASILPREV e BB Banco de Investimentos.
Dada a extensão do comentário de JOÃO ALVES, do qual reproduzi somente o
parágrafo 11 acima, recomendo ao leitores que acessem o Blog do ARI ZANELLA, e
leiam essa importantíssima nota na sua inteireza.
Todo esse episódio é triste e degradante para o BB, a PREVI e a PREVIC, e
deve ser devidamente apurado, com os responsáveis arcando com o peso das
sanções cabíveis.
Poderia me alongar e abordar outros tópicos de nossa área, mas prefiro encerrar
este artigo transcrevendo a magnífica nota “CHACOALHADA GERAL”, da Jornalista
MARLI GONÇALVES, que aborda com maestria e sensibilidade a greve dos caminhoneiros
e suas repercussões em nossa sociedade.
Boa Leitura, Saúde e Felicidade para
todos.
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB e ANAPLAB
CHACOALHADA GERAL
MARLI GONÇALVES
Ainda está aí sentindo o tremor, não é mesmo? Viu?
Percebeu as quão tênues e surpreendentes estão as linhas, os limites, os
acontecimentos? Não dá para se acomodar, que tem muito pó-de-mico na cadeira.
É hora séria, de a gente pensar juntos qual estrada pegaremos sem
bloqueios.
E sem bloquear a liberdade.
Não foi no primeiro dia, mas lá pelo terceiro a coisa começou a ficar
bem feia e então todos percebemos que estávamos parados ou parando nas
encruzilhadas e nas quebradas, e que as cidades viraram ilhas.
O governo demorou mais do que nós, porque lá onde vivem é uma espécie de
Olimpo, e só quando baixaram na Terra é que perceberam que aqui estávamos no
Inferno, abaixo dela, terra, alguns dedos, se é que me entendem.
Pagamos uma tal de Inteligência, uma agência inteira, a ABIN, que só
serve para nos atazanar, porque ajudar que é bom...
Mas nem precisava, porque soubemos também que há mais de ano havia essa
ameaça de greve exposta em cartinhas dessa categoria carga pesada - ou melhor,
de todas as cargas - e os ouvidos continuaram moucos.
E aí juntou tudo, patrões, empregados, gasolina com preço fervendo,
diesel com sangue azul.
De tudo que reivindicaram, realmente houve uma coisa que chamou a
atenção: não vimos ninguém pedindo na listinha que fizessem melhorias no lugar
onde andam, e nós também, propriamente, as estradas, que são a bagaceira em forma
de asfalto ruim e terra enlameada.
Caminhos que gastam mais combustível, energia, vida, os caminhões,
treminhões, pneus, levam vidas.
Estranho. Muito estranho também não terem listado outro aspecto:
segurança. Isso com tantos assaltos e roubos de carga, cotidianos.
Talvez essas cobranças sobrem agora para nós fazermos, ou numa eventual
greve geral que já não acho tão impossível, ou na plataforma dos candidatos que
estão aí e que ainda parecem flanar sobre nossas cabeças e problemas.
Assim, precisaremos fazer nossas listas de reivindicações – urgente.
Podemos também começar reclamando do absurdo preço da gasolina, mas
enquanto maioria devemos nos preocupar muito em exigir transportes públicos de
qualidade e vias alternativas de escoagem de produtos de primeira necessidade,
como ferrovias.
Esses dias todo mundo lembrou do “trem bão”.
Senão, nada impedirá que novamente sejamos chacoalhados e fiquemos
pendurados em alguma brocha como essa que pintou o sete nos hospitais,
mercados, linhas de produção.
Foram momentos nos quais não soubemos de tiroteios nem de balas perdidas
no Rio de Janeiro; da febre amarela, dengue, e do absurdo das campanhas contra
vacinas feitas por ignorantes.
Talvez esses e outros tipos de ignorantes estivessem preocupados em sacudir
bandeiras desajeitadas pró uma intervenção que eles não têm noção do que é, do
que poderia ser, do que foi quando ela aconteceu e nos chacoalhou, bloqueou e
feriu por 21 anos.
Aprendemos muito observando esses dias.
Vimos o medo, a loucura, a ganância e o egoísmo em suas piores formas, o
descontrole e o exagero.
O corre-corre desnecessário.
Cada um por si, ninguém por todos.
Um país inteiro de joelhos, cada um rezando um credo.
Ficamos com o bumbum na janela.
E dela avistávamos as ruas vazias, sem trânsito, muita gente andando,
muitas bicicletas enfim ocupando as ciclovias, e sentimos o estranho (mas muito
bom) silêncio.
Poluição pela metade.
Incrível como tudo pode ter um lado bom.
Mas mais do que tudo isso, sentimos o tremor e o temor.
Externamos nossas preocupações com o futuro, com o que aconteceria, e
com o que pode acontecer.
Fomos pegos num redemoinho, e ainda estamos bem tontos.
Esperamos soluções, e que não são soluços grandes de um choro que não queremos
mais ter.
Muito menos por estarmos engasgados com tantas coisas para dizer.
--------------------------------
 - Marli Gonçalves, jornalista - Vivendo um
momento de transição etária nesse momento e que lembra quantos anos rodados de
estrada.
E a tristeza por todos que foram ou já estão parando nos acostamentos.
Saindo literalmente para fora do caminho.
marligo@uol.com.br /marli@brickmann.com.br
São Paulo, beliscada, junho de 2018

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Caro Amigo,
ResponderExcluirAdorei seu artigo.
O texto de Marli Gonçalves realmente é muito bom. Com seu estilo pessoal ela disse tudo de forma bem colocada e sincera.
Mas o que mais gostei no seu artigo foi o problema da eleita Paula Goto.
Acho que o senhor deveria ter colocado todo o texto da matéria. Acessei o blog do Ari Zanella e a matéria principal do artigo foi uma manifestação do Sr. Aristophanes, que o Ari Zanella, chama de eterno diretor. O Ari Zanella, até o momento que acessei o seu blog, não tinha dado resposta ao comentário do João Alves.
Não seria importante o senhor transcrever todo o comentário do João Alves ? Esse assunto, pelo visto, ainda vai render muito.
Caro Anônimo,
ExcluirJá deletei alguns comentários ofensivos em relação ao assunto sobre a Paula Goto.
Mas esse tema continua a carecer de uma apuração conclusiva.
Sinto-me em uma situação extremamente incômoda pois extrai informações do Blog do Ari Zanella.
Mas, por outro lado, considero que, a partir do momento em que o assunto entra na internet, é de domínio público.
Já estive na posição do Ari Zanella em relação a notas que postei neste blog.
Até pelo fato de cometermos um pequeno equívoco e, por essa razão a matéria propiciar uma interpretação diferente da que desejaríamos, somos criticados e ridicularizados.
Mas o Ari Zanella não cometeu nenhum erro ou equívoco. Ela apenas publicou matérias de terceiros e que já eram de conhecimento público.
Isso posto, estou analisando a situação com mais cuidado e estudarei a sua sugestão de publicar o comentário de João Alves na íntegra.
Grande abraço
Adaí Rosembak
Companheiro,
ResponderExcluirEstou de acordo com a posição da pessoa acima.
O senhor de publicar o comentário do Sr; João Alves.
Essa fofoca está muito estranha e está indo longe demais.
Isso tem de ser apurado completamente.
Tem bicho aí...
Caro Anônimo,
ExcluirRepito para você a mesma resposta que dei ao comentarista acima.
Concordo com você que esse assunto está inconcluso e que deve ser devidamente apurado sejam quais forem suas consequências.
Grande abraço.
Adaí Rosembak