segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

CONSIDERAÇÕES SOBRE A OPERAÇÃO GREENFIELD


Caros Companheiros,

Segue introito de matéria sobre a Operação Greenfield, apresentado na internet:

“A Força Tarefa Operação Greenfield, do Ministério da Fazenda  denunciou 34 pessoas por operações irregulares no Fundo de Investimento em Participações Global Equity Properties (FIP-GEP), que  geraram prejuízos milionários ao fundo e a seus cotistas entre 2009 e 2014.
Todos os denunciados – gestores do fundo e ex-executivos dos fundos de previdência complementar, devem responder por gestão temerária.” 

A respeito do assunto, o blogueiro ARI ZANELLA, 
                            

publicou em 09 do corrente, no seu blog, o artigo “DENÚNCIA NÃO É CONDENAÇÃO.”
Em 10 deste mês, publiquei neste blog a nota “MANIFESTAÇÃO DEMOCRÁTICA E DIREITO DE CONTESTAÇÃO”.
A Companheira e também blogueira ROSALINA DE SOUZA, publicou nesse artigo um comentário que, por sua clareza e objetividade, reproduzo adiante.  
Junto ao seu comentário, publico minha resposta, onde abordo aspectos importantes do comentário de ROSALINA DE SOUZA.
É importante que os companheiros acompanhem com atenção o desenrolar dos acontecimentos sobre esse tema de alta relevância, e que diz respeito às aplicações de diversos fundos de pensão, entre os quais a PREVI.
Boa Leitura!!

ADAÍ  ROSEMBAK

Associado da AAFBB, ANABB e ANAPLAB

ROSALINA DE SOUZA – 11 de fevereiro de 2019 – 11.11h

Prezado Adaí,

A Força-Tarefa Greenfield denunciou 34 pessoas por operações irregulares no fundo de investimento em participações Global Equity Properties(FIP GEP), que geraram prejuízos milionários ao fundo e a seus cotistas, entre 2009 e 2014.

Aí temos alguns colegas conhecidos no nosso meio, e de destaque dentro das associações e sindicatos e, no corpo da denúncia, vão responder por gestão temerária, se acaso ficar comprovado a veracidade dos fatos ocorridos.

O que nos causa estranhamento é que sempre foi reconhecido dentro dos fundos de Pensão, no nosso caso a Previ, como o melhor corpo técnico, avaliações rigorosas, equipe de advogados altamente qualificados, e como não observaram o princípio da transparência, e sem falar na área técnica da previ (como isto passou desapercebido).

Não temos como julgar, nem emitir juízo de valor sobre os envolvidos, mas que muita coisa precisa de fato ser explicada dentro dos fundos de pensão e tudo começa com a falta de transparência e respeito a todos nós que lutamos a vida inteira para ter direito a receber nossa Aposentadoria e Pensão e hoje vivemos massacrados, sem esperança de saber como será o amanhã, pois casos como os da VALE(mortes de inocentes), Mariana e Brumadinho, e tantos outros investimentos micados, nos remete a certeza que, no mínimo, existe muito lixo debaixo dos tapetes do Palácio de Cristal em Botafogo no Rio de Janeiro.

Saudações Cordiais,

Rosalina de Souza


Resposta

ADAÍ ROSEMBAK- 11 de fevereiro de 2019- l7.56h

Cara Rosalina de Souza,

Primeiramente não sou investigador da Operação Força Tarefa GREENFIELD e nem gostaria de o ser.
Não sei, em detalhes, quais foram as ditas operações irregulares no fundo de investimento em participações Global Equity Properties (FIP GEP), que geraram prejuízos milionários, num montante estimado de R$ 1,3 bilhão de reais, entre 2009 e 2014, a fundos de pensão e seus cotistas, entre os quais FUNCEF, PREVI e PETROS.
Li e continuo a ler muita coisa a respeito do assunto.
E quanto mais leio, mais emaranhado o tema se torna.
Inicialmente, até pela coincidência dos períodos e das características, até cheguei a considerar que essas operações pudessem ser um desdobramento da chamada crise do mercado imobiliário nos Estados Unidos, a chamada Subprime Mortgage Crisis, que levou vários bancos à insolvência e cujos efeitos negativos atingiram o sistema financeiro internacional e as bolsas de valores de todo o mundo.
Tudo resultado da prodigiosa criatividade de economistas, matemáticos, estatísticos, financistas e banqueiros, unidos pela ânsia desenfreada por lucros crescentes e incessantes, que criaram o fabuloso produto financeiro que prometia ser o mais sofisticado e rendoso à época, um tal de “derivativo hipotecário”, que revolucionaria o mercado imobiliário nos Estados Unidos, daria casas novas, grandes e lindas a todos e, para completar, tornaria todo mundo rico.
Tudo muito dentro do espírito fantasioso e crédulo dos americanos, que acreditam em tudo, até na lorota de Orson Welles de que o país estava sendo invadido por marcianos.
E os americanos foram às compras, gastando o que tinham e não tinham.
Aliou-se a isso a falta de regulação do sistema financeiro que permitiu a criação de um sistema sofisticado de créditos hipotecários e a transferência de riscos para o mercado imobiliário e bancário, em larga escala e ritmo vertiginoso, o que criou uma bolha artificial de créditos baseados em hipotecas.
De repente, em 08 de agosto de 2017, a bolha explodiu e espalhou seus efeitos para todo o planeta.
Pelo que li até o momento, obviamente guardadas as devidas proporções, as operações no fundo de investimento em participações Global Equity Properties (FIP-GEP), guardam muita similaridade com a chamada Crise do Subprime.
Também tiveram grande dose de audácia, criatividade, ganância, sofisticação financeira em operações arriscadas, e legislação frouxa em alguns aspectos e inexistente em outras.
Por mais bem planejadas e, digamos, até bem-intencionadas, essas operações financeiras, com tantos elementos envolvidos, eram de alto risco, isso sem considerar a natural instabilidade do mercado e o surgimento de elementos imprevisíveis.
Não gostaria de estar no lugar dos investigadores dessas operações.
Vão ter uma trabalheira sem fim.
E quem, depois de tudo isso, se atreverá a ser dirigente de fundos de pensão, principalmente na área financeira?
Talvez os investigadores não cheguem a lugar nenhum, embora faça votos para que cheguem.
Voltemos aos Estados Unidos.
Passados mais de 10 anos, o rolo da crise das subprimes, virou um emaranhado sem fim.
Muita gente mudou de ramo, outros mudaram de país, outros morreram e muitas empresas fecharam.
As editoras faturaram e continuam faturando horrores, o tema virou um filé para a indústria cinematográfica, para a TV e para a internet.
Best-sellers e livros de economia que versam a respeito do tema, ainda são de leitura obrigatória nos lares, nas universidades e bibliotecas.
O assunto não se esgotou: mais livros continuam a ser escritos sobre a matéria.
Já surgiram filmes e séries cinematográficas sobre o  assunto.  Algumas dessas obras foram premiadas no Los Angeles Film Festival.
Pelo que li, ninguém foi julgado e muito menos condenado (será que vai acontecer o mesmo na Operação Greenfield?), mas, como sempre, sobrou para os pobres, pois foram fechados 8,7 milhões de postos de trabalho à época.
O governo americano arrecadou multas que chegaram a US$ 325 bilhões.
E, o que é mais espantoso, 10 anos depois da crise dos derivativos imobiliários, a economia americana se recuperou e as grandes empresas lucraram mais de US$ 1 TRILHÃO.
Voltemos ao Brasil.
Cara amiga Rosalina de Souza, por tudo isso não me atrevo a acusar ninguém por nada.
Vai se desencadear um turbilhão de processos judiciais, sem prazo para terminar.
E chegaremos a algum lugar?
Há que considerar que as decisões que geraram esses investimentos, foram aprovadas pelo Corpo Consultivo das entidades em assembleias gerais.
São redigidas atas desses encontros que são registradas em cartório.
Todos os associados, presentes ou não às assembleias, estão sujeitos a acatar suas decisões.
Outra pergunta, entre outras, que certamente surgirão em um processo jurídico dessa magnitude: houve dolo dos dirigentes, caracterizaram-se quaisquer desfalques ou desvios que possam ser classificados como atos desonestos?
Isso tudo tem de ser considerado.
Li o posicionamento da PREVI sobre o FIP Global Equity Properties, de 07 do corrente.
Muito bem redigido.
Desvincula a atual administração de qualquer envolvimento no caso.
Vamos esperar o desenrolar dos acontecimentos.
Muita água ainda vai rolar por baixo dessa ponte.
Por isso, reitero que considero prematuro, descabido, e até passível de acusação de cometimento de calúnia, que se levantem hipóteses e se apontem nomes, sem que se desenvolvam investigações aprofundadas sobre a operação em foco, e a Justiça venha a avaliar e dar a palavra final sobre a aceitação  ou não desse processo para julgamento.
Como vovó dizia, caldo de galinha e cautela não fazem mal a ninguém.

Abraços deste Amigo e Admirador

ADAÍ  ROSEMBAK



14 comentários:

  1. Pô cara, tu és o advogado do diabo? Todo mundo da Previ é inocente? Será que o Lula, na tua visão, também não fez nada? Talvez tu sejas daqueles aposentados que não tá no sufoco, por isso não tá nem aí para o que vem acontecendo com nosso fundo.

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    1. Caro Ewerton,

      Vamos por partes.
      Não sou advogado do diabo e nem de Deus.
      Não disse em momento nenhum que ninguém da PREVI, ou de qualquer outro fundo de pensão, seja inocente ou culpado.
      O que afirmei e reafirmo é que ninguém pode ser tachado de culpado sem provas e sem que seja culpado.
      Em operações financeiras complexas e na Bolsa você, óbvio, joga para ganhar. Mas pode perder horrores, dependendo do comportamento do mercado ou da veracidade das informações que você tem. Por isso, não posso acusar o operador de ter sido desonesto comigo, se perdi,se quem deu as diretivas da operação fui eu.
      Esse mesmo princípio pode ser aplicado nesse tipo de operação complexa em que os fundos de pensão se meteram.
      Isso precisa ser analisado criteriosamente para que não se culpem inocentes e, por outro lado,
      se inocentem culpados.
      Essa é a base da questão.
      A propósito, vejo que essa é uma das poucas notas que você leu no meu blog.
      Se tivesse lido outras em que ataco o petismo, Lula, Gleice Hoffmann e outros, você teria visto que sou antei-petista doente.

      Abraços

      Adaí Rosembak

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  2. Unknown

    11 de fevereiro de 2019 11:58
    nao confio no Sasseron nem na Cecilia Garcez.

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    1. Caro Anônimo,

      Qual a razão para você confiar ou não confiar nessas pessoas?
      Isso é o que chamo de condenação gratuita e por antecipação.
      Óbvio que entre a Cecília e o Sasseron, prefiro conversar com a Cecília.
      É uma mulher bonita, inteligente e simpática.
      O Sasseron só é inteligente e simpático e é homem.
      Não os condeno e nem os inocento por coisa nenhuma.
      Não sou juiz e não tenho acusações, suspeitas e nem provas de qualquer delito contra eles.
      Essa é a questão.
      Vamos esperar o desenrolar dos acontecimentos.
      Não nos antecipemos em qualquer acusação sem ter qualquer prova.

      Abraços

      Adaí Rosembak

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  3. O senhor fez um artigo sobre o que ocorre no Brasil ou nos Estados Unidos?
    Não vejo razões para censurar a Operação Greenfield.
    O senhor está tentando salvar a pelo de alguém da PREVI?

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    1. Caro Anônimo,

      Primeiramente, procurei fazer um paralelo entre a Operação Greenfield no Brasil e a crise das subprimes que guardam semelhanças nas operações, guardas as devidas diferenças, e o período em que tudo conheceu.
      Acho que a Operação Greenfield é importante para o país mas não concordo que pessoas sem acusação formada tenham seus nomes revelados na mídia.
      Não estou tentando salvar a pele de ninguém, até porque não tenho poder para tanto.
      Mas gostaria que pessoas que lutam pelos nossos interesses há tantos anos sejam acusadas sem provas e sejam achincalhadas na mídia e junto à população.
      É isso.

      Adaí Rosembak

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  4. Acho que esse assunto vai se estender por muitos anos.
    Muito blá-blá mas nada mais do que isso.
    Como provar que uma operação financeira ou na Bolsa é irregular?
    E quando os operadores erram e vem pedir que os investidores cubram o prejuízo que eles causaram?
    Alguém deixa recibo de suborno?
    Na Lava-Jato haviam inúmeras gravações, fotos e documentos a comprovar os delitos mas isso existe na Greenfield?
    Vou ficar por aqui.

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    1. Caro Anônimo,

      Concordo inteiramente com seus argumentos.
      Disse tudo.
      Nada a acrescentar.
      Parabéns.

      Abraços

      Adaí Rosembak

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  5. Caro blogueiro,

    Existem assuntos mais importantes e urgentes no momento.
    Como o senhor mesmo disse, esse rolo em que a Greenfiel está se metendo, se sair mesmo, vai demorar muitos anos.
    E depois começam as lutas jurídicas.
    E aí só Deus sabe quando isso vai acabar.

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    1. Caro Anônimo,

      Você tem absoluta razão.
      Temos assuntos urgentíssimos para resolver e que são de fundamental interesse para nossa categoria.
      Agora mesmo acabo de ler no O Globo declarações de Salim Mattar, Secretário de Desestatização do Ministério da Economia, que fala em "reprivatizar a Vale", em razão de diversas EFPCs investirem na Vale.
      Essa é uma luta para já.

      Abraços

      Adaí Rosembak

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  6. Não creio que os investigadores da Operação Greenfield tenham feito acusações a essas pessoas sem não existissem motivos ou pistas para isso. De qualquer forma, concordo que as pessoas não podem ser condenadas por antecipação e ficarem desmoralizados junto à opinião pública sem serem efetivamente julgados. Assim não dá.

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    1. Caro Anônimo,

      Você tem absoluta razão.
      Se existem desvios, isso tem de ser apurado.
      Só não concordo, como você diz, é que pessoas sejam condenadas por antecipação, sem antes de investigações e sem decisão judicial.
      Isso não pode acontecer.
      Não podemos atropelar a Justiça.

      Abraços

      Adaí Rosembak

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  7. Há um secretário do governo que quer esfacelar, que quer "Mattar" a Previ e vários fundos de pensão.
    Fala em privatização sem enxergar que os maiores investidores na iniciativa privada são os fundos de pensão.
    Vamos discutir isso que é de suma importância para nós.

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    1. Caro Anônimo,

      Esse secretário quer aparecer.
      Antes partiu contra o BB.
      Agora está atacando investimentos dos fundos de pensão.
      Temos de reagir contra isso.

      Abraços

      Adaí Rosembak

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