Em
02.07.2014, foi realizada a Audiência Pública na Comissão de
Assuntos Econômicos do Senado (CAE) sobre o Projeto de Decreto
Legislativo (PDS) 275/2012, do Senador Paulo Bauer (PSDB/SC), que
susta os dispositivos da Resolução CGPC nº 26, de 29.09.2008, que
revertem os valores superavitários para os patrocinadores.
Foi
um evento concorridíssimo e demorado.
A
transcrição por escrito das falas do encontro abrange 41 laudas em
tipos pequenos.
O
vídeo da audiência também foi um trabalho de longa metragem. A
audiência iniciou-se às 14h18m e encerrou-se às 17h12m, portanto 2
horas e 54 minutos de duração.
Para
aqueles que queiram fazer uma análise mais aprofundada do assunto,
ao fim desta nota citamos os sites específicos onde estão as
transcrições dos discursos e o vídeo da audiência.
Para
não tornarmos esta nota enfadonha e extremamente detalhista,
destacaremos poucas mas relevantes citações proferidas pelos
líderes e companheiros que defenderam nossas posições.
Finalmente,
apresentamos o ambiente no Congresso Nacional onde se desenrolaram
tais debates e onde se decidem as questões relevantes que norteiam
o país.
É
dessa forma que o país muda. É assim o Congresso Nacional.
Nessa
audiência, em nossa visão, chegou a ser patético assistir
representantes de órgãos governamentais que, convidados como
expositores, sucediam-se a discorrer sobre uma série de iniciativas
e a expor argumentações sem qualquer embasamento constitucional,
para justificar uma pretensa legitimidade da ilegal e indefensável
Resolução CGPC nº 26 , de 29.09.2008.
O
jovem e brilhante Dr. Rogério Derbly que, naquele evento,
representou o Grupo em Defesa dos Participantes do Plano PETROS,
retratou com absoluta precisão a situação, comparando a falta de
amparo legal da Resolução CGPC 26, com o comprometimento dos
alicerces mal planejados de um prédio que desabou:
“Então,
a
Resolução
26 pode ter sido construída com todos os detalhes possíveis. Eu já
vi prédio de 30 andares cair na Barra da Tijuca depois de dez anos
de construído, excelência. Cai, porque não tem alicerce, não foi
benfeito. E
pode ter sido
aprovada por
quem for. Se
estiver contrariando a lei e a constituição, é nula.
É
nula
!!”
O Dr. Rogério Derbly
continuou:
“O
Judiciário talvez não esteja preparado para apreciar as questões
decorrentes da previdência privada.”
“O
STJ, recentemente, já deu notícia de que, efetivamente , está
agindo como se a previdência complementar fosse a previdência
oficial, o INSS, e não é.”
Nesse momento, compareceu à
audiência , a Senadora Ana Amélia (PP-RS), que estava em um jantar
promovido pela República Popular da China, em homenagem ao
Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
A Senadora Ana Amélia
(PP-RS), destacou a importância daquele evento , que contava com a
presença de vários Senadores, pela importância dos laços
econômicos e políticos entre o Brasil e a República Popular da
China, que é considerada a fábrica do Mundo.
A Senadora Ana Amélia
(PP-RS) foi efusivamente recepcionada pelo presidente da audiência,
Senador Paulo Bauer (PSDB-SC) .
A Senadora Ana Amélia
(PP-RS) ressaltou que antecipou sua saída daquela recepção para ir
àquela audiência em respeito à relevância que o tema tem não só
para as entidades de previdência complementar , mas especialmente
para as pessoas, para os participantes de todo o sistema de
previdência complementar, que é muito relevante.
A Senadora também foi
enaltecida pela Companheira Isa Musa de Noronha, como sendo a
Senadora de todos os brasileiros, embora fosse gaúcha.
Logo após, o Senador Paulo
Bauer (PSDB-SC) concedeu a palavra à Sra. Isa Musa de Noronha,
Presidente da Federação das Associações de Aposentados e
Pensionistas do Banco do Brasil - FAABB.
Antes de iniciar sua
exposição, a dirigente da FAABB pediu que os representantes das
associações que colheram os abaixo-assinados em favor do PDS
275/2012, os entregassem à Assessoria de Assuntos Econômicos, para
que ficasse registrado.
Assim foi feito pelos
Companheiros Célia Maria Xavier Larichia, Presidente da AAFBB, por
Fernando Amaral Baptista Filho, Vice-Presidente da ANABB e por
Antônio José de Carvalho, Conselheiro Fiscal da ANABB e
recém-eleito Conselheiro Deliberativo da PREVI, totalizando mais de
80.000 assinaturas, incluindo colegas e participantes de outros
planos de previdência privada que apoiavam a iniciativa do Senador
Paulo Bauer (PSDB-SC).
Ressaltamos as colocações
muito objetivas da Companheira Isa Musa de Noronha, Presidente da
Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco
do Brasil (FAABB):
“Senador
Paulo Bauer, estamos
tentando que esta Casa devolva a si mesma o privilégio de legislar.
Entendemos
que a Resolução 26 extrapola as Leis Complementares nºs 109 e 108,
ao prever o instituto da reversão de valores que não está previsto
na própria lei.
A
Lei Complementar 109 em nenhum momento prevê que, em situação de
resultado superavitário de um fundo de pensão, o patrocinador se
transforme no maior aposentado do sistema.”
A Companheira Isa Musa de
Noronha continuou:
“Então,
no momento em que a Resolução
CGPC
26 exorbita a Lei
Complementar 109,
nós
acreditamos, Senador Paulo Bauer, que um órgão do Executivo está
interferindo no rito da Casa aqui do Legislativo. Aqui cabe prever
normas, prever revisões da lei e não num órgão executivo. Nós
podemos temer toda uma insegurança jurídica.”
E vai adiante Isa Musa de
Noronha:
“Essa
insegurança jurídica é causada não pelas normas e leis decididas
aqui nesta Casa e no Congresso, onde a sociedade intervém. Nós
podemos conversar com os Senadores, com os Deputados, trazer a eles
as nossas opiniões, debater com eles.
Quando
você coloca nas mãos de um conselho nacional, um órgão prevalente
do Executivo que tem a representação de uma só pessoa
representando o participante e o assistido, você tira o equilíbrio
da relação.”
Segue Isa Musa:
“...
Então, quando eu digo que a Resolução CGPC 26 agride é porque
pega um recurso que não pertence nem ao
patrocinador nem ao fundo de pensão, mas sim a quem contribuiu ao
longo de uma vida, e devolve ao ente patrocinador.
Nós temos tentado convencer no Judiciário. Temos
ações, sim, que foram derrotadas, mas existem argumentos que eu
tenho citado aqui com muito mais aprofundamento – o tempo aqui, não
me permite – e que mostram
com toda a clareza, com toda a convicção que nós, participantes e
assistidos, não
estamos defendendo privilégios. Estamos defendendo a segurança do
nosso plano de benefício, o futuro das nossas famílias, no momento
em que a própria previdência tem-se mostrado insuficiente para
prever essa segurança na velhice.
A
previdência complementar vem instituir para todos nós uma
possibilidade que é uma conquista de todos os trabalhadores.
A PREVI é o plano de previdência mais antigo
deste País.
Foi conquistado com o suor e o trabalho de todos
nós.
Nós
não estamos defendendo privilégios;
defendemos que o Congresso volte a assumir a sua
função de legislar.Deixe ao Conselho Nacional de Previdência
Complementar a sua função fiscalizadora.
Ao
Congresso cabe alterar as normas, as leis complementares,
E é isso que nós estamos pedindo e tentando convencer o Senador
Pimentel, tentando convencer a Senadora Ana
Amélia.”
O Companheiro Fernando Amaral
Baptista Filho, Vice-Presidente da ANABB, que estava presente ao
evento, fez falta naquela mesa.
Lembro, por oportuno, partes
do discurso que ele proferiu em 30.08.2012 , na Audiência Pública
no Senado Federal sobre Fundos de Pensão, promovida pelo Senador
Paulo Paim (PT-RS), que considero uma das mais brilhantes
participações pessoais que já tive oportunidade de ouvir sobre
fundos de pensão,
“A
contribuição do Patrocinador para um fundo de pensão não é
despesa deferida, é salário indireto.”
E mais:
“A
criação de uma lei é um ato de negociação política no
Congresso. O ato jurídico é verificar se a lei está sendo
cumprida.”
Portanto, carecem de
embasamento legal consultas a órgãos governamentais como à AGU ou
à OAB que confrontem a lei como, em vão, tentaram nos impingir os
representantes do Governo.
Por essas razões, nas
palavras de Fernando Amaral e no depoimento de Rogério Derbly ,
constata-se que a Resolução CGPC 26 é uma aberração, é um ato
nulo !
Essa medida ilegal que nos
está sendo enfiada à força goela abaixo, não passa de um ato de
violência, que usurpa o poder e desrespeita o Congresso, é fruto da
obediência cega de burocratas subservientes a um governo que se diz
defensor das classes menos favorecidas mas que, em verdade, nos
espolia e age de forma antidemocrática e autoritária.
Reservamos o final das
apresentações para o magistral depoimento do Companheiro Dr. Ruy
Brito de Oliveira Pedrosa, ex-deputado e atual Assessor
Previdenciário da Associação dos Funcionários Aposentados do
Banestado (AFAB).
O Dr. Ruy Brito de Oliveira
Pedrosa, na sua longa e primorosa exposição, afirmou:
“...a
Resolução CGPC nº 26, ao recepcionar a reversão de valores, sob a
alegação suspeita de devolver ao patrocinador uma contribuição
por ele
já
repassada ao consumidor, de seus produtos ou serviços,
agrediu não só o ordenamento jurídico, mas também os fundamentos
econômicos e os valores éticos e morais que regem o plano de
benefícios, que é o próprio contrato de adesão celebrado entre o
fundo patrocinado e os participantes e assistidos ...”
E segue o Dr. Ruy Brito de
Oliveira Pedrosa:
“Aliás,
os próprios inventores do instituto da reversão de valores
confessam que usam o princípio da isonomia, simplesmente porque,
alegam eles, a Lei Complementar nº 109 é omissa no que tange ao
assunto da distribuição de superávits.
Ora,
é que eles não querem ler o art. 19 da Lei Complementar nº 109/01
– que, diga-se de passagem, não constou da justificativa que
apresentou a Resolução do CGPC nº 26; foi
omitido deliberada e sintomaticamente.”
Nesta
altura da exposição, permitimo-nos uma intrusão para acrescentar
ao raciocínio do Dr. Ruy Brito de
Oliveira Pedrosa que os
instituidores da reversão de valores omitiram
deliberada e sintomaticamente
os artigos 19 e 20
(especialmente seu
§ 2) da Lei Complementar nº 109/01 da justificativa que apresentou
a Resolução CGPC 26 , porque tinham nítida
consciência de que o Congresso Nacional não aprovaria tal reversão
de valores em detrimento dos participantes e assistidos!!
Sim, agiram à
sorrelfa porque não quiseram submeter ao Congresso essa deformação
imoral da Lei 109/01 porque tinham certeza de que o Parlamento não a
aprovaria !!
Contina o Dr. Ruy Brito de
Oliveira Pedrosa:
“Esse artigo é
precisamente aquele no qual o legislador dispõe no que quer que se
gaste as contribuições separadas como reservas, sejam elas de
qualquer tipo. Ei-lo:
Art.
19. As contribuições (e assinalo aqui todas: as normais e as
extraordinárias) destinadas à constituição de reservas terão
como finalidade prover pagamento de benefícios de caráter
previdenciário, observadas especificidades previstas nesta lei
complementar.
Quando
a lei fala que todas as contribuições têm uma destinação para
pagamento de benefícios, ela está se reportando, logicamente – é
um princípio de hermenêutica –
aos participantes ativos e segurados porque eles é que
são os titulares de benefícios e não o patrocinador, que é
patrocinador e não beneficiário, transformado que foi em
beneficiário por um passe de mágica da Resolução CGPC nº 26.”
Ainda o Dr. Ruy Brito:
“ -
É surpreendente
o que está
se passando na Previ. Poderia dizer a V. Exª,
Senadora, que
o Banco do Brasil
já
se apropriou de mais de R$40 bilhões
do plano de benefícios
da Previ,
e isso, evidentemente, causa preocupação.
Nós
precisamos, é
preciso
chamar a atenção
desta
Casa.”
Em relação à apresentação
do Dr. Ruy Brito de Oliveira Pedrosa naquela audiência pública,
poderíamos continuar a nos refestelar com a citação de diversos
trechos importantíssimos de seu discurso , mas vamos nos limitar
às quatro passagens acima, que são de uma objetividade e um
detalhamento perfeitos.
Preferimos reservar aos
interessados e estudiosos da matéria o prazer de ver o vídeo e a
transcrição por escrito do que foi dito na audiência, nos sites
indicados ao fim deste artigo.
A um certo ponto de sua
exposição, aquiescendo ao alerta do Presidente da Audiência,
Senador Paulo Bauer (PSDB-SC) sobre haver excedido em muito o limite
de tempo deferido a todos os palestrantes, o Dr. Ruy Brito,
interrompeu sua apresentação, deixando registrado por escrito os
tópicos que não puderam ser abordados em seu enfoque.
O conteúdo integral dessa
sua matéria que não foi abordada em seu discurso na audiência,
além de outras considerações relevantes , estão no blog
“CECILIAGARCEZ.BLOGSPOT.COM.BR”, no final da nota “As Notícias
da Semana”, de 06.07.2014.
Extraímos desse arrazoado do
Dr. Ruy Brito, que não foi apresentado na audiência,
e que está
no blog de Cecília Garcez , o seguinte trecho:
“Deixei
de focalizar a transgressão dos fundamentos de ordem econômica
representadas pelo fato de que a empresa, no processo de
comercialização de bens ou de produção de serviços atua como
agente repassador dos custos aos preços, o que significa que no
momento da venda de seu produto ou serviço incorpora ao preço
cobrado do consumidor todos os gastos efetuados, acrescidos do lucro
e dos impostos indiretos, com o que “zera” seus gastos, inclusive
salários e encargos sociais.
Que,
no regime de economia de mercado em estado de livre concorrência, ao
reduzir seus custos reduz também seus preços, transferindo o
benefício para o consumidor.
Esse
é o fundamento pelo qual o legislador autoriza a redução da
contribuição patronal, na hipótese de ocorrência de superávits,
na expectativa de que essa redução beneficiará o consumidor. De
outro lado, não autorizou, na LC 109/01, a reversão de valores para
efeito de devolver as contribuições vertidas pela empresa, mas
transferida nos preços para o consumidor, para não promover um
enriquecimento ilícito do patrocinador.
Como
se vê, ao repassar nos preços ao consumidor o valor da sua
contribuição a empresa “zera” o custo de sua contribuição.
Além disso, antes da apuração do lucro líquido para efeito de
tributação, a empresa é beneficiária da renúncia fiscal,
autorizada que é a abater até 20% das contribuições vertidas à
previdência complementar inclusive ao PIS/PASEP, a título de
estímulo pelo patrocínio.”
Não
poderíamos deixar de noticiar a desagradável e absolutamente
descabida reação do ilustre Senador José Pimentel (PT-CE), que
pediu respeito à sua pessoa pelo fato do Dr. Ruy
Brito solicitar que aquele parlamentar esclarecesse se ainda
prevalecia o artigo do Regimento Interno do Senado Federal, que
impedia o exercício da relatoria pelo autor de um projeto, no caso a
Resolução CGPC nº 26.
E, se assim ainda o fosse,
seria o caso de, por um princípio de ética, o Senador José Barroso
Pimentel (PT-CE) declarar-se impedido de exercer a relatoria de um
projeto de sua própria autoria.
Tal impedimento fazia parte
do regimento interno daquela Casa quando o Dr. Ruy Brito de Oliveira
Pedrosa era parlamentar e era um direito absolutamente oportuno e
legítimo do Dr. Ruy Brito levantar aquela questão naquele debate.
O Senador Paulo Bauer
(PSDB-SC) aparteou o debate e esclareceu que aquela norma não
existia mais.
Após a interferência do
Senador Paulo Bauer (PSDB-SC), presidente daquela audiência, o
assunto foi pacificado e os trabalhos na audiência retomaram seu
curso normal.
Não poderíamos deixar de
registrar as considerações finais da Senadora Ana Amélia (PP-RS),
que retratou com muita objetividade e fidelidade a posição dos
demais Senadores :
“Queria também
agradecer a forma equilibrada de V.Exª, Senador Paulo Bauer, nos
momentos mais tensos desta audiência e renovar aquilo que V. Exª
fez em relação ao Senador Pimentel. Aqui nós não estamos
discutindo pessoas. Não discutimos a atuação das pessoas. Nós
discutimos o mérito de uma matéria que será, como disseram os
Senadores, examinada do ponto de vista técnico. E nós teremos a
responsabilidade e o poder de aprovar ou de rejeitar o mérito
daquilo que ele trouxer a exame nesta Comissão. É para ficar bem
claro.
Entendo também que é
evidente que, como é um tema que envolve muita carga emocional de
pessoas que estão cuidando da sua aposentadoria, que trabalharam o
tempo todo, a vida toda, então esse é um momento crucial de
sentimento que as pessoas têm em relação aos riscos do futuro.
Essa ponderação, tudo que disse o Senador Pimentel, também no que
ele fez de aperfeiçoamento da Previdência, não o Regime Geral da
Previdência Social, que é o maior volume de pessoas, que hoje nós
temos aí uma outra questão, eu entendo esse momento, esse clima, em
função do sentimento que envolve a questão da reversão para quem
está no sistema.
Também, em nenhum
momento, faltamos ao respeito a um Senador com a qualidade , com o
empenho e o compromisso. Hoje, acho que poucas comissões funcionam.
Esta funcionou integralmente com os três protagonistas que
requereram esta audiência pública de um tema relevante.
Renovo a V.Exª os
cumprimentos pela forma equilibrada e republicana, a forma
absolutamente correta com que conduziu esta audiência pública,
mesmo nos momentos mais tensos dela. Eu saio daqui enriquecida pela
atitude que tiveram os palestrantes e os Parlamentares. E tenho a
honra de conviver e conhecer o Senador, agora, a partir de 2011,
quando cheguei aqui no Senado Federal. Então, não estava no Senado,
esta legislação entrou agora. Tudo isso que estou aprendendo aqui.
Então, agradeço a todos
pela aula que eu tive e dizer que nós vamos continuar batalhando
para encontrar uma solução, uma alternativa.
Aqui não se trata de
trabalhar em conveniência, mas de convergências em torno de um
assunto tão relevante.
Muito obrigada.
O Sr. Presidente, Senador
Paulo Bauer (PSDB-SC):
- Muito obrigado.”
Para que os companheiros
tenham uma idéia da complexidade e da carga de trabalho executada
pelo Senado da República e, também, da prioridade que foi dada ao
assunto em pauta de nosso interesse discutido naquela audiência,
transcrevo a mensagem do ilustre Senador Paulo Bauer (PSDB-SC):
“Eu quero apenas
registrar que o Senador José Pimentel fez um comentário
absolutamente adequado e pertinente: o Brasil muda muito. O Brasil
muda muitas vezes, muda em muitos setores, e chega a ser difícil
para esta Casa acompanhar e promover e aprovar a legislação que
esteja adequada a cada momento.
Para que os senhores,
principalmente visitantes ilustres que chegaram de longe para
acompanhar, terem uma ideia, aqui, no Senado, onde trabalham 81
Senadores, tramitam nas comissões técnicas, aguardam para serem
votadas no Plenário, estão aguardando relatórios a serem
apresentados por Senadores, cerca de 25 mil projetos de lei, projetos
de lei complementar, projetos de emenda constitucional, projetos de
decreto legislativo. E nós estamos tratando de um só, e estamos
fazendo isso desde às duas e quinze da tarde; são 17 horas e 11
minutos. Se nós tivéssemos de dedicar para cada assunto três horas
só de audiência pública, nós estaríamos terminando daqui a dez
anos, com certeza.
É uma Casa que cuida dos
assuntos com zelo, com responsabilidade, mas que tem que tratar
sempre as prioridades primeiro. Este assunto foi elevado à condição
de prioridade, e eu acho que isso já é uma grande conquista para
que a gente possa avançar daqui para frente.”
Naquele importantíssimo e empolgante debate,
registramos a presença de relevantes representantes de várias áreas
e das mais importantes associações de aposentados do BB.
A AAFBB esteve representada por Célia Larichia,
Presidente do CADMI- Conselho Administrativo, José Odilon Gama,
Vice-Presidente de Assistência ao Associado e de Representações e
Felinto Amorim, representante da AAFBB em Brasília (DF).
A ANABB contou com a presença de Teresa Godoy,
Vice-Presidente de Relações Funcionais, Fernando Amaral,
Vice-Presidente de Relações Institucionais , Graça Machado e Ilma
Peres, Conselheiras Deliberativas e Antônio José de Carvalho,
Conselheiro Fiscal.
Para finalizar esta nota,
pontificamos nossas impressões e nossos sentimentos em relação ao
ilustríssimo Senador José Barroso Pimentel (PT-CE), natural de
Picos (CE).
Aplaudimos a ascensão
rápida e vitoriosa de sua carreira política , plena de
conquistas importantes para a sociedade brasileira.
São 20 anos como
Parlamentar, 16 anos na Câmara de Deputados e 4 anos como Senador
da República em uma jornada coberta de méritos e de realizações
em prol do povo brasileiro.
O Senador José Barroso
Pimentel (PT-CE) é advogado , foi funcionário do Banco do Brasil
onde assumiu em 1975 e hoje é um companheiro aposentado pela PREVI.
Iniciou-se na política em
1979 como filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Foi Ministro de Estado da
Previdência Social durante o Governo do Presidente Lula (2008-2010).
Foi eleito deputado federal
por quatro mandatos consecutivos (1995-2011) e foi o relator-geral do
Orçamento Geral da União em 2008.
Tem inúmeras obras
publicadas a respeito de diversos assuntos pertinentes à conjuntura
de nosso País.
Selecionamos entre a vasta
riqueza de registros sobre suas realizações e sua atuação para o
engrandecimento de nosso país, somente estas limitadas informações
que já bastam para aquilatarmos a dimensão da vida desse homem
inteligente, dinâmico, laborioso, culto, articulado e vitorioso.
Por todas essas virtudes
pessoais e por se tratar de um colega aposentado que ombreou
conosco no Banco do Brasil, sentimo-nos tristes, frustrados e até
deprimidos, pela sua sistemática e radical objeção e sua luta
acirrada, dura e constante contra nossos direitos adquiridos e
nossas legítimas e justas demandas.
O digníssimo Senador, na
defesa da Resolução 26, de 29.09.2008, de sua autoria, coloca como
uma de suas argumentações que somente os assistidos pelos planos BD
(Benefício Definido) são os alvos da Resolução 26 e não os
incluídos nos planos CD (Contribuição Definida).
A propósito, registramos
aqui – pelo que temos conhecimento - que, no momento, o único
plano de fundo de pensão BD com superávit passível de divisão
com o patrocinador pela Resolução 26, é justamente o PB1 da PREVI.
Perguntamos: Qual a razão
dessa discriminação e perseguição contra os participantes do PB1
da PREVI? Qual é o delito (alguns já falam em sina ou karma)
cometido pelos idosos do PB1 que contribuiram durante toda sua vida
laboral e ainda continuam contribuindo como aposentados, para ter uma
aposentadoria digna e não depender somente do INSS?
Porque levar ao desespero e
desestruturar as famílias e as vidas de seus companheiros pela
defesa incondicional de uma regulamentação injusta, ilegal e que
afronta o Congresso - a sua Casa?
A respeito, reitero as
palavras de Isa Musa de Noronha que, em sua exposição, frisou por
mais de uma vez:
“...não estamos defendendo
privilégios. Estamos defendendo a segurança do nosso
plano de benefício, o futuro das nossas famílias, no momento em que
a própria previdência tem se mostrado insuficiente para prever essa
segurança na velhice.”
“ Nós
não estamos defendendo privilégios;
defendemos que o Congresso volte a assumir a sua função de
legislar. Deixe ao Conselho Nacional de Previdência
Complementar a sua função fiscalizadora.”
Outra razão levantada pelo
eminente Parlamentar é que grande parte dos fundos de pensão
tiveram administrações temerárias, desastrosas e desonestas que
causaram sérios prejuízos a participantes, patrocinadores e ao
Governo.
Com todo o respeito devido ao
Senador José Barroso Pimentel (PT-CE), perguntamos porque mesclar
os assuntos já que a função de supervisão e controle dos fundos
de pensão é um assunto de competência da PREVIC, que falhou
completamente em sua missão ?
Sacar ilegalmente metade do
superávit de fundos de pensão, pertencentes aos participantes e
assistidos, conforme dispõe a Lei Complementar 109/01, não poderia
nem deveria ser confundido, misturado ou comparado com a
incompetência da PREVIC no cumprimento de seu papel fiscalizador,
pois este é um assunto de natureza completamente diversa do problema
aventado pelo ilustre Senador.
Finalmente, rogamos ao
insígne Senador José Barroso Pimentel (PT-CE) , por quem nutrimos o
maior respeito e consideração, que reavalie seu enfoque sobre esse
tormento que se abateu sobre nossas vidas com um espírito de
justiça e humanismo.
É uma iniciativa de absoluta
altivez , engrandecimento e mérito para qualquer ser humano , ainda
mais tratando-se de uma pessoa que atingiu, com nossos votos, o
elevado patamar de Senador da República, mudar o curso de sua
visão para semear o bem, a felicidade e o amor.
À Vossa Apreciação
Adaí Rosembak
Associado da AAFBB e ANABB
Observações :
1 - As notas por escrito do
que foi dito na audiência podem ser acessadas no site:
O vídeo do evento pode ser
acessada no site:
2
– Apesar do
aviso
de 12.07.2014
de que
o blog ADAIROSEMBAK.BLOGSPOT.COM.BR estaria em recesso
até a segunda semana de agosto, face
à importância da Audiência Pública no Senado sobre o PDS 275/2012
do Senador Paulo Bauer (PSDB-SC),
em um supremo esforço e
em condições completamente adversas,
usando
colírios e com ambas as vistas embaçadas e
até
colocando em risco o sucesso de uma delicada cirurgia,
consegui redigir este artigo.
Espero
ter agradado
os leitores e contribuído
para a vitória de nossa luta contra a Resolução CGPC 26, de
29.09.2008.
Sr. Adai,
ResponderExcluirGostei muito do seu artigo . O assunto foi muito bem exposto e seus comentários foram muito bons.
Só estranhei uma coisa: ao final o Sr. elogiou muito o Senador Pimentel, que é o autor da Resolução 26 que vem nos atormentando.
E não falou sobre a violência que foi a expulsão de um colega a pedido do Senador Pimentel.
Isso me deixou uma péssima impressão.
Foi o ponto fraco do seu artigo.
O que o Sr. tem a dizer sobre isso?
Caro Anônimo,
ExcluirObrigado pelos elogios à nota que deveriam ser dirigidos aos magníficos expositores que nos representaram naquela audiência, particularmente ao Dr. Ruy Brito de Oliveira Pedrosa, à Isa Musa de Noronha e ao Dr. Rogério Derbly.
Em relação ao que você chama de elogios ao Senador José Pimentel (PT-CE) devo frisar que nada mais foram do que uma descrição exata de parte da atuação daquele parlamentar em sua trajetória política.
O mais importante que você deixou de comentar , foi que salientei a minha decepção com o enfoque inflexível do Senador José Pimentel em relação à nossa categoria, particularmente à sua defesa incondicional da ilegal Resolução 26, de sua autoria, que tanto nos prejudica.
Considero um parodoxo, o Senador José Pimentel , que tem uma carreira política brilhante e vitoriosa com feitos tão importantes para o Brasil e que é um colega aposentado do Banco do Brasil, ser o mais intransigente defensor de uma proposta que tem trazido tanta infelicidade e tanto desestruturamento familiar a todos nós.
Nessa posição do Senador José Pimentel , que vai contra a autonomia do Congresso Nacional – a sua Casa – penso que o ilustre Senador não tenha analisado com apuro, equilíbrio e aprofundamento o sentido de suas iniciativas. Não encontro outra explicação para o seu posicionamento.
O ponto mais tenso e desagradável daquela audiência - que você aborda em seu comentário – e que eu não quis comentar em meu artigo, pelo aboluto constrangimento da ocorrência, foi o pedido de retirada do recinto de um colega que, levado pelas emoções, deixou escapar que o Senador José Pimentel precisava de um reparo em sua exposição. Achamos que foi um excesso o pedido do Senador José Pimentel que, interrompendo a fala do Senador Paulo Bauer (PSDB-SC), pediu a retirada do companheiro que fez a observação.
Consideramos que, embora o colega tenha cometido um deslize ao fazer aquele aparte, o Senador José Pimentel poderia ter sido mais sensível e tolerante no trato do episódio. O Senador poderia ter relevado o descuido do companheiro face à carga emocional que perpassava nas mentes dos presentes àquela audiência, grande parte atingida pelos efeitos da deletéria Resolução 26. Achamos que pedir ao Senador Paulo Bauer que somente alertasse os presentes sobre o impedimento de manifestações intempestivas teria sido uma atitude absolutamente comedida e apropriada.
Caro Anônimo, permito-me abrir um espaço nesta resposta , para encaminhar uma mensagem àquele colega que foi tão humilhado naquela situação:
“Caro Colega,
Sei exatamente como você se sente pois já passei por uma situação parecida à que você passou. Em uma assembléia de uma associação de aposentados, à qual fui convidado por um dos participantes, onde entrei pela porta principal e à vista de todos, fui chamado , no meio da assembléia, a me retirar pois aquela era uma assembléia reservada a “conselheiros”, o que não sabia. Já que havia entrado no recinto de forma normal, poderiam ter me avisado no intervalo daquela reunião, que a mesma era reservada a conselheiros. Eu teria saído sem qualquer constrangimento. Até porque não tinha o intuito de aconselhar ninguém. Estava lá como mero assistente.
Não dormi naquela noite apesar de ter tomado um tranquilizante. Poucas vezes, em minha vida adulta, passei por uma situação tão deprimente.
Aceite os ensinamentos que extraí desse ultrage: não se amofine, não se deprima , levante a crista.
Você sairá mais forte desse episódio e aprenderá a ter maior respeito por si mesmo e, consequentemente, pelos demais.
Um abração deste já amigo. Adaí Rosembak.”
Caro Anônimo, espero que minha resposta tenha esclarecido seus questionamentos.
Felicidades e um abração
Adaí Rosembak
Em 7/24/2014 5:31 PM, Ricardo da Silveira Mendes escreveu:
ResponderExcluirEu me sinto agredido com tudo o que aconteceu com você e com a pessoa, cujo caso você citou. O que acontece toda vez , que vejo alguém usar do poder de uma maneira cega, contrariando a lógica e a decência, para atingir fins sem se importar com esses valores, apenas levar vantagem. Sabemos que quer usar para empregar recursos para ações do governo, sem levar em questão dos direitos dos associados da PREVI. Essa é a sina que nós associados iremos enfrentar, qualquer que seja o governo. Todos estão dispostos, a criarem mecanismos não legais, para poderem usufruir dos direitos alheios.
Todos os governos farão grandes negociatas e projetarão os seus nomes e como estamos vendo, dificilmente conseguiremos parar com esses ataques. Infelizmente, o legislativo existe hoje, para propiciar atos sujos para atendimento dos seus e do executivo e o judiciário para dar respaldo a esses vândalos dos dois poderes.
Toda vez que acompanho esses atos, me faz ter uma perda de segurança, pois sei que são muito fortes e cínicos para podermos enfrentar esses abutres.
Força a você e a pessoa citada, ali é a revolta de quem percebeu as más intenções desse crápula e entende que ele tem o poder e o cinismo para se sentir, supostamente, como agredido.
É só mais um cara de pau, ao nível dos malufs, dos henriques, dos lulas, dos sarneys, dos serras, dos aecios, das dilmas, todos com grande planos sobre os recursos da PREVI, já que do INSS, eles e outros mais antigos já fizeram a festa, deixando-o em situação precária.
Um abraço fraterno, aos dois, pois merecem pela agressão que sofreram.
Ricardo,
ExcluirSinto-me muito sensibilizado pela sua compreensão.
Tudo que você falou está absolutamente correto.
Lutamos contra forças muito fortes e temos de reagir.
O meu blog está à sua inteira disposição.
Transcreva tudo isso que você colocou abaixo na coluna "comentários" do artigo.
O blog é ADAIROSEMBAK.BLOGSPOT.COM.BR
Tenho outros artigos bem interessantes e, gradativamente, colocarei outros que estavam no meu espaço como articulista do blog Olhar de Coruja.
Um grande abraço.
Adaí Rosembak
Em 7/25/2014 10:25 PM, Wallas Morais escreveu:
ResponderExcluir> Caro Adaí,
> Entendo seu posicionamento, diplomático, a respeito do Senador José Pimentel (PT-CE). Para quem tem (teve) uma
> folha robusta de serviços prestados ao País, na minha modesta opinião, cometer um deslize dessa magnitude e insistir
> nesse desiderato, coloca-o, no mínimo, em suspeita, pois a Resolução 26 é absurdamente inconcebível, principalmente,
> partindo de um egresso do BB. Não consigo entender o fato de outra maneira.
> Sds,
> Wallas Alves de Morais
> Matr, 9.676.400-7
Wallas Alves de Morais,
ExcluirVocê está coberto de razão.
É realmente difícil de entender o raciocínio desse Senador.
Não creio que ele esteja sob suspeita de ter tido algum favorecimento pessoal.
Ele, com certeza, não precisa disso.
É difícil para nós aceitar esse posicionamento.
Um abraço
Adaí Rosembak