Quando do
lançamento, em 02.08.2015, do Informe nº 1 desta série, recebemos comentários críticos
por estarmos repetindo chavões já conhecidos em relação à sustentabilidade da
CASSI e ao fato de ressaltarmos as opiniões dos dirigentes das associações e
não a visão pessoal deste blogueiro.
Esclarecemos
que não temos como fugir aos chamados “chavões”, que já foram “amplamente
divulgados em outros espaços”, e que continuarão a ser repetidos em qualquer
comentário que se faça sobre a sustentabilidade da CASSI.
Não podemos
abdicar das cláusulas pétreas, que são os chavões abaixo, que envolvem a
responsabilidade do patrocinador e que são a base do Plano Associados da CASSI:
-
Solidariedade e cobertura de assistência da CASSI para todos os associados,
sejam da ativa, aposentados, dependentes ou pensionistas;
-Compromisso
permanente do patrocinador em relação à CASSI.
É fundamental
que nossos representantes nas rodadas de discussões não percam o foco de que os
trunfos acima são fundamentais em nossa luta e não poderemos abrir mão deles em
qualquer negociação que venha a ser mantida com o Banco do Brasil.
Todos os
demais aspectos podem ser discutidos, como aviltamento salarial dos funcionários do BB (devido ao PCS de 1997) que gera contribuições irrisórias
para a CASSI, incremento da medicina preventiva e a assistência médica aos aposentados,
aperfeiçoamento gerencial e administrativo para diminuir custos da CASSI, formas
de enfrentar o aumento crescente dos custos médicos e hospitalares com a introdução
de novas tecnologias, eliminação de desperdícios com exames excessivos e
dispensáveis, redução de custos hospitalares abusivos, etc.
O que estamos
presenciando por parte do BB não é uma proposta. É, sem meias palavras, uma
ruptura contratual unilateral do BB com seu funcionalismo.
Sem rodeios,
é uma agressão, é uma ilegalidade.
Acabei de ler
no resumo 3842, da REDE-SOS@yahoogrupos.com.br,
o comentário “CASSI – Tática de Negociação”, da companheira Macilene Oliveira,
sobre a tática sórdida e covarde que o BB vem adotando nas rodadas de
negociação sobre a sustentabilidade da CASSI.
Que me perdoe
a colega , mas ela foi muito benevolente quando classificou o assunto como
“Tática de Negociação”. Isso que está ocorrendo é verdadeiramente uma “Tática
de Chantagem Covarde”.
O
representante do BB não apresenta qualquer proposta digna de apreciação nas
discussões com os representantes dos funcionários. Usa o fator TEMPO para
postergar qualquer entendimento, sempre marcando novas rodadas de negociações, as
mais espaçadas possíveis, de 20 ou 30 dias, com o objetivo de manter os mesmos
impasses inaceitáveis para a categoria.
O objetivo do
negociador é empurrar com a barriga qualquer solução razoável para as partes e
impor na marra as suas condições humilhantes para a parte contrária.
A sugestão da
FAABB, no nosso entender, de exigir do BB rodadas de negociação com intervalo
não superior a 1 (uma) semana para evitar a postergação das tratativas, tem forçosamente
de passar pela concordância de ambas as partes. Não é uma decisão unilateral.
O outro
aspecto que não foi abordado e, esse sim, pode ser exigido quando das
negociações, é não permitir que o representante do BB se debruce na discussão
interminável de firulas e detalhes de menor importância com o objetivo de
estender as discussões o máximo possível com o objetivo predeterminado de fugir
do foco básico das discussões.
Por fim, e aí
podemos nos vangloriar de nossas escolhas, estamos sendo muito bem representados
por companheiros do mais alto nível.
Citamos,
entre outros, as figuras de Isa Musa de Noronha, presidente da FAABB, que
dispensa comentários. Outros colegas são o Sérgio Riede, que preside com
sucesso a ANABB e que já foi presidente da CASSI e Célia Laríchia, presidente
da AAFBB, que é uma pessoa que tem qualidades pessoais extraordinárias para nos
conduzir ao sucesso nessa difícil negociação, da mesma forma que tem tido
atuação exitosa à frente da AAFBB.
O
patrocinador, nessa tática sórdida, sabe que procedimentos médicos estão sendo
recusados por falta de pagamento, pois o orçamento da CASSI está contingenciado
por não ter sido aprovado. Surgem mais e mais descredenciamentos e a carência
de assistência médica se alastra. Tudo isso faz parte do jogo sujo do
patrocinador nas negociações.
Nunca,
qualquer funcionário aposentado do BB, poderia imaginar que, para romper com
contratos celebrados com os servidores do BB e que constam de suas carteiras de
trabalho, o BB, que chamávamos de “Nossa Casa”, pudesse chegar a um nível tão
sórdido, covarde e impiedoso.
Pelas
informações que nos chegam, as reservas da CASSI devem se esgotar em novembro
quando, se não nos curvarmos às condições impostas pelo BB, haverá a
intervenção da ANS (Agência Nacional de Saúde).
Ou seja, na
mesa de negociações, o BB está jogando
a nossa saúde, as nossas vidas e as de nossos familiares, como trunfos para
impor suas inaceitáveis condições.
Já ouvi
comentários de funcionários mais antigos que foram forjados dentro do princípio
de total fidelidade ao BB, chegarem a comentar, por mais absurdo que soe aos
ouvidos dos mais novos e dos mais engajados e
informados que, “o que o BB faz é para o nosso bem. ”
Pertencem à
massa de desinformados que nada leem e não se atualizam sobre o que ocorre atualmente
na CASSI e na PREVI.
São a maioria
dos que não votam para os dirigentes de nossas entidades.
Foram vítimas
da perda do BET, sigla que muitos nem sabem o que significa, como não sabem o
que é a Resolução 26.
E já são os primeiros
atingidos pela crescente crise de assistência por parte da CASSI que está acontecendo
em vários lugares no Brasil.
Quando
comentamos com eles sobre essa situação, abrem as bocarras para exclamar:
“- Não é
possível, não acredito !!!”
É a essa
massa de associados que os dirigentes das associações têm de se dirigir e priorizar suas
mensagens.
Embora
possamos até ficar revoltados com a alienação e a acomodação desses companheiros,
precisamos deles para o sucesso de nossas causas.
É papel das
associações encontrar formas de captar esses participantes da PREVI como
associados. Os atuais associados podem ajudar nessa tarefa.
Lembro-me de
que, em uma oportunidade, quando estava no 11º andar, na sala dos aposentados
da AAFBB, entrou um companheiro que me disse que era associado da AAFBB há mais
de 15 anos e que aquela era a primeira vez que comparecia na sede da entidade.
Em lugar de o criticar, fiquei a me perguntar o que havia faltado à AAFBB para
mobilizar aquele associado para ser mais participativo.
Sobre esse
aspecto, parabenizamos a recente iniciativa da AAFBB com o lançamento da
publicação “Conexão AAFBB”. Penso que a associação terá absoluto sucesso com
essa nova revista. A publicação introduziu novidades que incentivam a uma maior
participação dos associados.
Uma campanha
digna de registro é a implementada pela AFABB-RS com o movimento “NÃO PASSARÃO”. Com
certeza a conclamação que nos traz à mente a luta de Dolores Ibárruri, La
Pasionaria, na Espanha, mobilizará muitos associados no Rio Grande do Sul e em
outros estados para o sucesso de nossa causa. Para incrementar o movimento,
sugiro ao Presidente da AFABB-RS, o companheiro José Bernardo de Medeiros Neto,
a confecção de camisetas com o mote do movimento: “NÃO PASSARÃO”.
Em relação às
críticas por expressar as opiniões dos dirigentes das associações e não a minha
própria, que sou o administrador deste blog, reitero que este é um espaço
democrático em que publico opiniões de outros companheiros, sem me restringir a
considerações de ordem partidária ou outras.
Aliás,
registro que, neste introito do artigo, já estou expressando minha própria
opinião.
Ainda em
relação aos dirigentes das associações, friso que eles não expressam suas
opiniões pessoais e sim “as
opiniões institucionais de suas respectivas associações”.
Antes de liberarem
suas mensagens em sites e jornais das entidades, eles conversam e trocam
impressões com associados, discutem intensamente com os demais dirigentes, consultam
outras associações, enfim, amadurecem suas ideias antes de as lançarem na mídia
e nos meios de comunicação das associações.
Por isso, priorizo
a publicação, neste blog, dessas mensagens corporativas ou institucionais por
representarem a visão dos milhares de membros dessas associações.
Já os blogs,
por expressarem a opinião pessoal de seus responsáveis, incorrem, com mais frequência,
em erros e equívocos por não terem o mesmo respaldo institucional das associações
e a mesma amplitude de informações que os dirigentes das entidades tem.
Por outro lado,
os blogs são muito impactantes por manifestarem denúncias e opiniões pessoais
sem qualquer limitação de expressão devido a influências pessoais, corporativas
ou políticas a que as associações estão sujeitas.
Neste informe
2, de “Sustentabilidade da CASSI”, registramos, sob sugestão de Isa Musa de
Noronha, presidente da FAABB, a opinião do diretor da CASSI, William Mendes, que
registra os mesmos “chavões” contra a investida do patrocinador de se livrar de
sua responsabilidade com os aposentados e pensionistas do Plano de Associados
da CASSI. É um depoimento franco, importante e muito esclarecedor, de autoria de um diretor da CASSI.
Adaí Rosembak
Associado da
AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB
Às
Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil
e colegas.
Prezados,
POSIÇÃO DO
DIRETOR WILLIAM MENDES reforça o entendimento da FAABB contra a aceitação da
premissa de transferência do BB para o Plano de Associados da Cassi do risco
atuarial pós-laboral de contribuir com 4,5%, hoje fixado pelo BB em R$ 5,830
bilhões.
Precisamos
continuar insistindo para que o Banco do Brasil retire da mesa sua chantagem
explícita e negocie em bases éticas. Multipliquem esta mensagem a todos os seus
contatos.
Isa Musa de
Noronha – Presidente da FAABB
LEIAM A ÍNTEGRA DA POSIÇÃO DO DIRETOR WILLIAM MENDES
“ - Informo que o Diretor eleito de Saúde e Rede de Atendimento não participou
da mesa de negociação com o BB, nem da reunião prévia da comissão negociadora.
A coordenação e as entidades representativas sabiam da agenda de Conferências
de Saúde em 23 e 24, respectivamente em Roraima e Amazonas. A reunião foi a
data possível, segundo a coordenação da comissão.
- Informo ainda minha opinião e preocupação em relação aos relatos da matéria
desta 5ª mesa com o BB:
1- Eu, como diretor eleito pelo patrocinador Corpo Social, não estou convencido
da premissa estabelecida pelo patrocinador BB, que exige só haver negociação se
a proposta dele for adiante, ou seja, aceitar a premissa de transferência do BB
para o Plano de Associados da Cassi do risco atuarial pós-laboral de contribuir
com 4,5%. O risco hoje, estatutariamente, é só do banco e ele quer transferir
para a Cassi. Não vislumbro documento formal que garanta que no futuro os
associados (ativa e aposentados) possam cobrar do banco caso o fundo não dê
conta de fazer as contribuições mensais dos aposentados para o Plano de
Associados. Hoje, a própria exigência da CVM 695 é prova pública de que o BB
tem obrigações com os aposentados. E depois?
2- Também me preocupa como representante do Corpo Social ter que assumir novo
risco, o risco financeiro nas próximas décadas em manter o fundo criado com
valor que dê conta de contribuir com 4,5% mensalmente ao Plano de Associados
pelo conjunto de aposentados. Somado ao risco anterior, a proposta do
patrocinador BB para o Plano de Associados da Cassi cria dois riscos que hoje
não existem. O risco que temos, que é inerente à Caixa de Assistência, é de
déficits operacionais ao final dos exercícios por diferenças entre receitas e
despesas assistenciais (risco, aliás, de toda operadora de saúde, que visa
lucro ou de autogestão).
3- Como a própria matéria sobre a negociação de 24/07 diz e o banco também, se
o banco aceita fazer aportes para as iniciativas estratégicas que focam
melhorias de gestão na área de regulação e rede de prestadores, e aprofunda o
modelo assistencial da Cassi de Atenção Integral à Saúde, trazendo a novidade
de fazer dois pilotos em 100% do modelo para o banco ver melhor retornos
econômico-financeiros (porque nós da área de saúde não temos dúvidas da
eficácia do modelo), enfim, se o banco aceita fazer aportes e inclusive
participar de rateios de déficits operacionais da Cassi (afinal, ele também é
responsável como gestor), não há que se falar em transferência de risco
atuarial pós-laboral dele banco para o Plano de Associados da Cassi. A proposta
de aportes extraordinários como nós eleitos propusemos, enquanto a Cassi
realiza as medidas estruturantes é bastante razoável e, na nossa leitura, não
impacta na obrigação de aumentar provisões de pós-laboral porque o efeito de
aporte é em vez única e impacta no resultado do exercício do banco.
4- Quanto às próximas datas e reuniões de negociação, vou informar com bastante
antecedência à coordenação minha agenda e espero que possamos contribuir nas
próximas etapas negociais. Entendo que a consulta das entidades nacionais às
suas bases, no caso das confederações, equivalha a chamar reunião formal de
seus sindicatos e federações, e dentro desses, de suas correntes políticas.
Quanto mais unidade for construída em fóruns democráticos, entre associados da
ativa e aposentados, maior será o acerto na tomada de decisões sobre esse tema
tão importante em nossas vidas: a Caixa de Assistência.
William Mendes
Diretor
eleito de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi”