A semana que passou foi pródiga em acontecimentos que nos forçam a rever
nossas perspectivas de vida e de expectativas em relação ao futuro da
humanidade.
A sequência de ataques terroristas em Paris desencadeados em 13.11.2015,
foram os atos geradores dessas mudanças.
A UE-União Europeia está vivenciando os primeiros desdobramentos e
consequências dessa carnificina perpetrada por um grupo minoritário, fanático e
sanguinário que defende a implantação de uma reinterpretação maléfica e radical
do islamismo que, como outras religiões, prega o amor e a paz entre os homens.
Uma apreciação isenta do assunto, leva-nos também a analisar que o
catolicismo já teve o seu período negro durante a Inquisição na Idade Média.
A posição da UE-União Europeia – não só da França – não poderia ser
outra que não fosse seguir o exemplo do Estados Unidos por conta dos ataques
perpetrados pelo terror islâmico, e se tornar mais um poder no planeta a
recorrer ao uso da força para combater o EI-Estado Islâmico.
É o que está acontecendo.
O primeiro passo foi a Declaração de Guerra da França ao EI-Estado
Islâmico. Daqui para a frente veremos o incremento do investimento acelerado e
maciço por parte da UE-União Europeia em sistemas e equipamentos de espionagem
avançada e em sofisticados e dispendiosos armamentos de alta tecnologia.
Outra consequência imediata é a extrema cautela que passará a ser
adotada para a admissão em território europeu de refugiados provindos de países
árabes.
Medidas radicais de prevenção e combate ao terrorismo e que atropelam
direitos humanos, consagrados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da
ONU, já estão sendo adotados por parte de forças policiais para vigorarem por
anos.
Medidas radicais como essas, também foram adotadas pelo Governo Bush, em
consequência da destruição das Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001.
Passados 14 anos daquele atentado, muitas daquelas medidas de exceção ainda estão
em vigor e continuam a ser discutidas no Congresso Americano, a começar pela
Base de Guantanamo, em Cuba.
Com o surgimento do EI-Estado Islâmico, podemos esperar por novas
medidas de segurança, prevenção e ataque ao terror islâmico, em âmbito
internacional.
E aí se inclui o Brasil, em razão
das Olímpiadas de 2016, a serem disputadas no Rio de Janeiro.
Adaí Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB
Outro assunto, que não tem sido devidamente noticiado, e que é de
interesse prioritário para o Brasil, é a manipulação da taxa de câmbio pelos
maiores bancos globais.
Para meu absoluto espanto, face à importância do assunto, a matéria
mereceu somente um pequeno e modesto artigo “Só o BC não viu” , de autoria de José Casado,
publicado em 17.11.2015, no jornal O Globo, e que transcrevemos abaixo:
“Só o BC não
viu.
Grandes
empresas industriais e exportadoras brasileiras decidiram ir à Justiça contra
alguns dos maiores bancos globais. Durante seis anos, essas instituições
financeiras manipularam um dos principais indicadores econômicos do Brasil – a
taxa de câmbio, preço-chave para contratos de comércio e investimentos.
Empresas e
governo pagaram uma conta pesada demais, e estamos falando de centenas de
bilhões – diz o empresário Roberto Giannetti da Fonseca, presidente do Conselho
Empresarial da América Latina. Aqui, em 2011, os negócios com derivativos
cambiais chegaram a 24 bilhões de dólares por dia.
Entre 2007 e
2013, 30 operadores de bancos estrangeiros conspiraram para influenciar o
câmbio do real em relação ao dólar. Combinaram cotações falsas, compartilharam
lucros de 30% e dados sigilosos de clientes. Dividiam-se em dois grupos de chat:
um autodenominava-se “A Máfia”, outro identificava-se como “O Cartel”.
Representavam Citigroup, Bank of America, Barclays, Deutsche,
HSBC, Merril Lynch, Morgan Stanley, JP Morgan Chase, Royal Bank of Canada,
Nomura, Tokyo-Mitsubishi, Royal Bank of Scotland, Standard, Credit Suisse e UBS.
Estão sob
investigação no Brasil, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.
Cinco (JP
Morgan, Citigroup, Barclays, RBS e UBS) já admitiram culpa em processos nos
EUA. As primeiras multas americanas somam US$ 6,4 bilhões.
A
investigação brasileira é comandada pelo Conselho Administrativo de Defesa
Econômica.
O CADE
aceitou acordo proposto pelo suíço UBS que, em julho, confessou, entregou
provas contra outros bancos e delatou 30 pessoas físicas envolvidas na fraude
do câmbio do real.
A Associação
Brasileira de Comércio Exterior decidiu participar da ação conduzida pelo CADE:
- Estamos levantando subsídios para um processo-, conta José Augusto de Castro,
presidente. – Essa manipulação ajudou a
destruir a nossa estrutura. Somente em vendas de produtos manufaturados
perdemos US$ 50 bilhões e a chance de criar dois milhões de empregos.
A trama para
supervalorizar a moeda brasileira incentivou importações. Até 2005 o país tinha 17 mil empresas de
exportação e 22 mil de importação. Ano passado contavam-se 19 mil exportadoras
contra 44,3 mil importadoras.
A
especulação, favorecida pela taxa recorde de juros, deixou o país no lado
oposto das nações industrializadas: no Brasil, o volume de negócios diários no
mercado futuro de câmbio passou a ser cinco vezes maior do que no mercado de
câmbio à vista. Segundo o banco dos bancos centrais (BIS), o real se tornou a
segunda moeda mais negociada no mercado futuro internacional. Só perde para o
dólar.
Em recente
audiência no Senado, um diretor do Banco Central, Aldo Mendes, minimizou os
efeitos da conspiração sobre o real, apesar da confissão de participantes como
o UBS.
Mendes não
admitiu falhas na vigilância e considerou impossível a manipulação da taxa de
câmbio (Ptax) no Brasil: - Nosso modelo é o melhor que existe.
- Ele mentiu
ao Senado – diz Giannetti da Fonseca.
- As provas
estão no CADE, entregues, em confissão, por um dos participantes.
Castro
complementa:
- Fiscalizar
seria a obrigação do BC, que nada fez.
Para os
empresários, durante seis longos anos o “cartel” e a “máfia” ajudaram a
desindustrializar o Brasil. Só o Banco Central não viu. ”
José Casado -
Colunista do Jornal O Globo
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