Ao acompanhar o noticiário político, perguntei-me até onde irá essa
purgação pela qual estamos passando.
Hoje mesmo, Eduardo Cunha que seria a manchete do dia passou o bastão
para Delcídio do Amaral. As TVs não param de comentar o assunto. Que coisa
massacrante !!
Não conseguimos sair desse círculo vicioso, não conseguimos sair dessa
mediocridade !!
Parece que nunca chegamos ao fundo do poço.
A situação na área política está tão tumultuada que decidi somente abordar
a área econômico-financeira transcrevendo ao final desta nota o excelente
artigo “Difícil Missão”, da jornalista Miriam Leitão, publicada no O Globo, de 03.03.2016,
à página 22 , onde ela aborda com realismo a conjuntura em
que estamos mergulhados. Esse artigo vem
a calhar justamente hoje em que o IBGE apurou que a queda do PIB do Brasil em
2015, foi de 3,8%, a maior em 25 anos.
Como rir é o melhor remédio, ao nos defrontarmos com tudo isso,
lembramo-nos do conhecido adágio popular: “A situação
está ruim. Mas vai piorar. ”
Ou da piada (dizem que de origem italiana) do forasteiro que chegou a
uma cidade e perguntou a um cidadão muito risonho e otimista como estava a
situação. De pronto, o cidadão respondeu: “A situação
está uma merda.” Chocado, o forasteiro comentou com seus
botões: “Se o
otimista diz isso, que dirá o pessimista? ”
Logo adiante
ele se se defronta com uma pessoa que, pela expressão se revelava ser
pessimista. O forasteiro não se contém e repete a mesma pergunta sobre como
estava a situação na cidade. Resposta: “A situação está uma merda. E o pior é que a
merda não vai dar para todo mundo. ”
É isso: a situação sempre pode piorar. Ou, a m... pode não dar para todo
mundo.
Então, mesmo que a atual situação política seja o assunto do momento e o
prato predileto dos comentaristas e blogueiros, decidi mudar para temas ligados
aos nossos interesses.
Tomei conhecimento dos nomes dos componentes das 3 chapas que
concorrerão à CASSI.
Fiquei dividido e conflitado. O ideal seria fisgar as pessoas que conheçemos
pessoalmente e que são respeitadas em nossa área e formar o time dos sonhos.
Da Chapa “CASSI SEMPRE”, escolheria pela ordem: Fernando Amaral Baptista
Filho (está sempre risonho - acho que é “o otimista” da piada acima - e é bom
de discurso), José Odilon Gama da Silva (amigão da AAFBB), Isa Musa de Noronha
(minha musa suprema) e o outro amigão da AAFBB, Ari Sarmento do Valle Barbosa.
Da Chapa “JUNTOS PELA CASSI”, selecionaria: Mirian Cleusa Focchi (de
quem sou fã desde criancinha), Mário Fernando Engelke (um tanto sisudo, com sobrenome
de pronúncia complicada, mas com histórico brilhante na CASSI).
Como não dá para juntar as duas chapas e escalar o time dos sonhos terei
de fazer a “Escolha de Sofia”. Essa escolha eu não revelo para
ninguém porque vai ser um sofrimento para mim.
A situação lembra-me uma máxima de Manuel Bandeira: “A
vida não é completamente boa nem má. É entremeada de momentos bons e momentos maus.
”
Assim também é com as escolhas que temos de fazer.
Um outro assunto que tenho me preservado de abordar é o processo movido
contra o amigo e blogueiro Ari Zanella. Mas como a blogueira e querida amiga Rosalina
de Souza já abordou o assunto em seu blog na nota “O
que você pode fazer”,
de 20.02.2016, sinto-me liberado para também falar sobre o assunto.
Começo por enaltecer o companheiro Odali Dias Cardoso, que conheço desde quando assumiu a presidência da
AABB em 1990. Considero, como tantos outros associados da AABB, que Odali Dias Cardoso
foi o presidente que teve a atuação mais exitosa e realizadora à frente daquela
associação. É dito por muitos que a AABB-Lagoa é marcada por dois períodos : A.OC (antes de Odali Cardoso) e D.OC (depois de Odali Cardoso). Além
de ser um gestor bem sucedido, é uma pessoa querida, respeitada e amiga de
todos os associados e servidores da AABB.
Assim, sinto-me a cavaleiro para solicitar a Odali Dias Cardoso e à sua suplente Diusa Alves de
Almeida, que revejam a continuação desse processo
contra Ari Zanella. Até porque Ari
Zanella já fez uma “Retratação Pública” em seu blog, em 04.08.2015,
reconhecendo o seu erro na edição da nota “Van da Alegria na PREVI? ”, de
02.06.2015.
Em sua retratação ele declara que foi induzido a erro por comentários de
terceiros e pede desculpas públicas por sua falha.
Quantas vezes eu próprio já cometi erros baseado em informações
equivocadas e falei demais em meus comentários.
Isso me serviu de lição e, hoje, não me atrevo a falar sobre assuntos
sobre os quais não tenho amplo domínio. E, mesmo assim, vira e mexe, estou
cometendo erros.
Estamos em uma fase da vida, caro amigo Odali Dias Cardoso, em que a
saúde não é mais a mesma, os sentidos não são mais os mesmos, a memória falha frequentemente
deixando-nos em situação vergonhosa, nos cansamos facilmente, os membros tremem
e a força é escassa. O coração fraqueja, respiramos com dificuldade, temos
insônia, caímos e tropeçamos facilmente. Temos dores aqui e dores acolá. Nada é
como antes e tende a piorar.
Mas é justamente nesse período avançado de nossa existência que
ficamos mais sábios, mais sensíveis, mais humanos e, apesar das falhas
eventuais de nossa memória, temos “insights” mais profundos sobre nós mesmos,
sobre os que nos cercam e sobre toda a humanidade. Isso só é possível nesse
período da vida.
É nessa etapa que Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach, atinge o seu
clímax e alça os seus voos mais arrojados, longínquos, seguros e belos.
É nesse ponto de nossa existência que nossa mente se torna mais audaciosa,
desbravadora, maravilhosa, criativa e sensível.
Em razão disso tudo, caro companheiro Odali Dias Cardoso, permita-se tomar
a iniciativa de renunciar a essa ação.
Esse gesto de grandeza se somará à sua já brilhante biografia. O
contrário disso será um gesto de apequenamento que só lhe trará vergonha, remorsos,
amargura e infelicidade.
Mudando de tema, caros companheiros, apelo para que tenham uma
consideração mais humanizada e objetiva sobre o papel de nossas associações.
Por inúmeras vezes, ouvimos protestos contra um alegado imobilismo e
acomodação dessas associações em relação aos problemas pelos quais passamos.
Essa é uma visão errônea. Tudo que está ocorrendo ou não está ocorrendo
nas associações é resultado da situação geral do país. As associações são provocadas
e reagem às mudanças que ocorrem na sociedade.
E tudo que está ocorrendo é resultado das escolhas que fizemos e do que
deixamos de fazer para cessar os erros que estavam à vista de todos nós.
E, o processo não cessa pois, o que aconteceu de errado no passado vai
continuar acontecendo no futuro em razão da visão equivocada que ainda temos e
ainda teremos da realidade que está à nossa frente.
Portanto, não se lamentem, não reclamem e não culpem outrem pelo que
ocorre.
Olhem-se no espelho e verão os culpados.
Aos novos que estão entrando na arena, repasso as palavras de uma raposa
vivida e respeitada na área:
“Enquanto
berram, formam grupos e atacam companheiros e associações, o governo vai passar
o rodo em todo mundo”.
É o que vai irremediavelmente continuar acontecendo se não tivermos a
maturidade de enxergar a realidade dos fatos e de não lutarmos da forma adequada
e correta a ser lutada.
Adaí Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB
Difícil Missão
O que pode fazer a política monetária de um país que está com inflação
elevada, recessão forte, queda de arrecadação, dívida bruta em alta e déficit
público? Pouca coisa. Usar mais palavras do que os juros, e por isso ontem a
Selic foi mantida. A primeira coisa para agir em situação tão hostil é saber
qual é o mandato que recebeu. O BC brasileiro tem como missão combater a
inflação e neste ponto é que tem que focar.
É por isso que, mesmo diante do aprofundamento da recessão e dos sinais
de alguma queda da inflação nos próximos meses, o presidente do Banco Central
avisou que os juros não poderiam cair. O problema é que para combater a inflação
seria necessário outro aperto da política monetária, o que não pode acontecer
pelos outros sintomas da doença econômica brasileira: a recessão se
aprofundando e os dados fiscais cada vez piores.
Enfrentar uma recessão com inflação alta e com o país em meio à crise
fiscal é um dos piores cenários que podem acontecer. O ideal, tendo em vista o
quadro de encolhimento do produto, seria o Banco Central reduzir o aperto
monetário e usar estímulos para reativar a economia: ampliar crédito, diminuir
juros, liberar recolhimento compulsório dos bancos ao BC. Nada disso pode ser
usado. O PT tem proposto algumas dessas medidas. O problema é que no passado o
governo foi leniente com a inflação, e quem sugeriu maior aperto para evitar a
alta dos preços foi desqualificado. Hoje, o governo que semeou ventos colhe
esta tempestade. Tempestade perfeita, na verdade. Aquela sobre a qual alguns
economistas falaram que podia se abater sobre o Brasil. Tudo o que podia dar
errado deu. Para completar o desastre econômico, o país vive uma das piores
crises políticas de sua história e isso impede que sejam encaminhados ao
Congresso projetos para a solução da crise. Isso se a atual equipe econômica
tivesse capacidade de formular alguma solução consistente.
Quando se diz que tudo deu errado não se pense que foi má sorte. Foi
fruto de decisões tomadas pelo governo, ou por omissões na hora certa para
agir. O mundo inteiro está com inflação baixa. Alta de preços aflige apenas uma
meia dúzia de países que a fabricaram em casa. O contexto internacional é
deflacionário. Ontem, a OCDE divulgou um relatório dizendo que a inflação anual
entre os países do grupo subiu para 1,2% em 12 meses. Em dezembro, havia ficado
em 0,9%. Isso porque a deflação de energia perdeu um pouco da força. Na zona do
euro, a inflação anual foi para 0,3%.
Eles estão tentando se livrar do risco da deflação.
O que acontece no Brasil na inflação é totalmente na contramão do mundo,
mas quem acompanha a cena brasileira não se surpreendeu quando a taxa chegou
perto de 11%. Em 2010, a inflação começou a subir, o Banco Central alertou para
esse risco, e a resposta do Ministério da Fazenda, vocalizada na época pelo
atual ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, foi dizer que o BC estava fazendo
terrorismo. “E com terroristas não se negocia”, disse Barbosa, na ocasião.
Hoje, ele tem que negociar com a realidade e na condição de principal condutor
da economia. As projeções são de que a
inflação, mesmo caindo a golpes de recessão, chegará ao fim do ano acima do
teto da meta novamente.
O governo foi também imprudente diante do crescimento da dívida e da
piora dos indicadores fiscais. Quando o superávit começou a cair, o governo
Dilma pedalou. Quando a dívida começou a subir, o governo negou que isso
estivesse acontecendo, exibindo a dívida líquida. O conceito já é uma
jaboticaba, porque o índice que o mundo inteiro compara é o da dívida bruta.
Mas os “empréstimos” de meio trilhão de reais ao BNDES, que passaram a ser
contados como ativos, apesar da pouca probabilidade de esse dinheiro voltar aos
cofres do Tesouro, tornaram o indicador da dívida líquida no Brasil ainda menos
significativo do que realmente acontece com as contas públicas.
Foi o governo que inflacionou o país, provocou o déficit público e levou
o PIB à recessão. Agora, é difícil atuar sobre esse conjunto de problemas. Cabe
ao Banco Central tentar influenciar as expectativas, mesmo diante da
dificuldade de usar a taxa de juros para disciplinar os preços. O que o BC
podia fazer foi feito ontem: manter a Selic.
Miriam Leitão – Jornalista do O Globo
Adaí,
ResponderExcluirParabéns pelo seu didático e sensato texto.
Abraços,
Norton
Caro Norton Seng,
ExcluirGrato por sua apreciação.
É nossa obrigação abrir os olhos de companheiros mais afoitos e idealistas para a realidade em que vivemos.
Considero isso um papel dos blogs.
Um grande abraço
Do já amigo
Adaí Rosembak
Concordo plenamente, estou enojado de tudo. Já vi muita coisa, tinha 18 anos e estudante de 2° grau, quando ocorreu o suicídio do Getulio. Tenho vergonha do meu País. Eloy Severo de Rosário do Sul
ResponderExcluirCaro Eloy Sevwero,
ExcluirEu cursava o primário no Colégio Municipal Rodrigues Alves que ficava na esquina oposta ao Palácio do Catete (hoje é uma saída do metrô) quando Getúlio Vargas se suicidou.
Foi um tumulto generalizado com quebra-quebra , muita violência, roubos generalizados e a atuação violenta da polícia da época.
Logo que minha mãe ouviu a notícia no rádio (poucos tinham TV) ela foi correndo me pegar no colégio.
Apesar de tudo que estamos passando não chego ao ponto de ter vergonha de meu país.
Já disse em outros artigos que estamos predestinados a ser bem sucedidos.
Temos todas as condições para tanto.
Estamos passando pela "Fase de Choque" a que se refere este artigo.
A situação ainda pode piorar mais e é bem possível que possamos cair ainda mais no poço.
Só depois ganharemos impulso e senso de realidade para mudar o país.
Temos de aguentar o tranco.
Até porque não temos outra alternativa.
Um abração
Adaí Rosembak
Amigo,
ResponderExcluirParabéns pelo artigo.
Muito lúcido.
Estou saturado de tudo isso.
Não sei o que fazer.
E como me arrependo de ter contribuído para isso tudo quando votei nesse canalha Lula.
Dá vontade de sair deste país. Se eu fosse mais jovem, eu o faria.
Caro Anônimo,
ExcluirGrato pelo reconhecimento ao artigo.
Não é só você que está saturado de tudo isso.
E também não é só você que se arrepende de ter votado no Lula.
Os erros fazem parte do crescimento.
É preciso extrair lições dos erros cometidos no passado para não cair na mesma situação.
Quanto a sair do país não se iluda, pois o mundo todo está em ebulição.
Aqui pelo menos não temos guerras, terrorismo, existe integração racial de fato, não temos castas, etc, etc.
Tenha fé de que o período de mudanças está perto.
Depende só de nós.
Um abração
Adaí Rosembak
Amigo,
ResponderExcluirNão entendi seus comentários.
O senhor não acha que devemos discutir a situação política atual?
Qual é o tipo de reação para o novatos que estão entrando na arena? Não protestarem?
Caro Anônimo,
ResponderExcluirClaro que devemos discutir a situação política atual.
Nunca disse o contrário.
Quanto ao tipo de reação para os novatos é que não insistam em caminhos que não levam a nada.
Adaí
Amigo,
ResponderExcluirEssa turma do PT tem saudades do tempo dos velhos comunas.Só que comuna é igual a cachimbo: Só serve para levar fumo.
Eles não aprendem.
É uma corja repugnante.
Li um artigo na UOL de que a oposição vai cobrar justificativas do governo para a visita de Dilma ao investigado Lula.
ResponderExcluirEssa mulher está ficando louca? É ela que governa o país?
Aonde isso vai parar?