quinta-feira, 28 de julho de 2016

TRANSIÇÃO


O mês de agosto na história do Brasil é notabilizado por episódios que marcaram profundamente a vida política do país. Entre esses, destacamos o suicídio de Getúlio Vargas (24.08.1954), renúncia de Jânio Quadros (29.08.1961), morte de Juscelino Kubitchek (22.08.1976), falecimento de Miguel Arraes (13.08.2005), e de Eduardo Campos, seu neto, em (13.08.2014). Esses acontecimentos causaram grande comoção e convulsão no país.
Agora, no mês de agosto de 2016, estaremos passando por um novo momento político que marcará uma mudança radical na história do país, que é o julgamento no Senado do impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
Essa decisão, que está dividindo a sociedade brasileira, pelo peso das transformações a serem implantadas, está sendo classificada como o mais importante marco na história contemporânea econômica e social do Brasil.
A perspectiva, a depender da aprovação do processo de impeachment, será a implementação de uma série de reformas visando a modernização da estrutura do estado brasileiro, com vistas a tornar o país mais desenvolvido, competitivo, e atraente a novos investimentos nacionais e internacionais.
Paralelamente, sob a pressão da sociedade brasileira, espera-se o prosseguimento da ação da Operação Lava-Jato, visando o saneamento e moralização da vida política no país.
Esse processo implicará em mudanças profundas que afetarão interesses importantes de toda a sociedade.
Esse é o preço a pagar pelo progresso e reestruturação da sociedade em que vivemos.
Outras nações já passaram por processos traumáticos como esse em que estamos prestes a mergulhar.
Felizmente, não seguiremos o que ocorreu em outros países e não passaremos por guerras.
Como não poderia deixar de ser, esse momento de mutações gera um sentimento de angústia e insegurança em todos, o que leva a divisões e choques acirrados de opiniões.
A Cidade do Rio de Janeiro, em meio a essa tensão política com a votação do impeachment, também estará sediando as Olimpíadas.
A ideia que é passada para o resto do país, é de que a cidade vive em clima de festa em relação às Olimpíadas.
Mas não é assim.
As mudanças que já estão se operando na cidade, antes do início das Olimpíadas, para abrigar esse grande evento de magnitude internacional, estão mexendo profundamente com a vida do cidadão carioca.
São obras em todos os lugares, são mudanças diárias de trajetos, são novos túneis e pistas, são fechamentos e mudanças de   vias públicas para priorizar os eventos olímpicos, são grandes congestionamentos, enfim, são mudanças súbitas em toda a cidade, que prejudicam a locomoção, e mexem com o dia-a-dia do cidadão comum.
De forma geral, o carioca espera que esse período de mudanças apressadas e de stress, reverta em benefícios permanentes para a cidade.
Por outro lado, após as Olímpiadas, já se prevê uma séria crise no mercado de trabalho, com a demissão de milhares de operários e técnicos, após a conclusão das obras.
Vou fugir desse tumulto na Cidade Maravilhosa e aproveitarei para tirar umas férias.
Irei para Recife, a Veneza brasileira, ficarei hospedado em uma casa de condomínio na tranquila Praia de Serrambi, e curtirei as águas mornas do Nordeste e a sombra dos coqueirais. Depois darei uma cochilada em uma rede e saborearei um churrasco.
Aproveitarei minha estadia em Recife para complementar a visita que fiz ao Museu Brennan, na primeira vez em que fui àquela cidade.
Muitos brasileiros nunca ouviram falar dessa maravilha, e poucos sabem que o Museu Brenann está classificado entre os 20 maiores museus do mundo, e é o primeiro museu da América Latina.  
                                           
                    MUSEU    BRENNAN                      
Quando me falaram da grandeza do Museu Brennan, pensei que fosse bazófia e bairrismo dos recifenses. Depois que visitei o museu achei que eles até foram modestos.
Para uma visita mais rebuscada ao Museu Brennan é preciso reservar pelo menos uns três dias.
É um empreendimento privado que fica no imenso Castelo São João em meio a uma vasta área verde.
É uma visita imperdível e uma experiência inesquecível.
Entre as diversas áreas do museu, ressalto a vasta coleção de peças chinesas em marfim. Muitas peças têm detalhes esculpidos de forma tão miniaturizada que devem ser examinados com lupa. Outra surpresa é a imensa coleção de armaduras e armas de todos os tipos, que vêm desde a Idade Média até os tempos modernos. Rivaliza e até supera as coleções mostradas nos mais famosos museus europeus.
A coleção de pinturas, esculturas e peças antigas, o acervo de livros sagrados e peças sacras autênticas desde a idade média, e a diversificada coleção de relógios, facas e canivetes de todo o mundo, também são atrações imperdíveis.
Sem qualquer exagero, somente a visita ao Museu Brennan já justifica uma visita ao Nordeste. Não entendo porque o Governo de Pernambuco não dá maior publicidade a esse valiosíssimo patrimônio do Recife. Não existe nada igual no gênero em todo o Brasil.
A costa pernambucana está repleta de praias belíssimas com resorts e hotéis do mais alto padrão, que contam com heliportos, marinas e restaurantes sofisticados que rivalizam com os melhores do país.
Aproveitarei para visitar as Salinas do Maragogi, em Alagoas, que dizem que também é um lugar sensacional.
Quando voltar, estarei um pouco sombreado só pelo calor (evito a exposição direta ao sol), estarei mais relaxado, o impeachment já terá sido votado, e a Olímpiadas já terão sido finalizadas.
Aí será a hora de voltar a curtir minha querida e amada Cidade Maravilhosa.
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB.

domingo, 24 de julho de 2016

O IMPEACHMENT E A ECONOMIA

Caro Companheiros,

Pelo realismo e objetividade em relação ao julgamento do impeachment da Presidente Dilma Rousseff e o papel desempenhado pela Operação Lava Jato nesse processo, transcrevo adiante o artigo “O Tempo como Adversário”, publicado pelo companheiro Leonel Ribeiro Campos, no grupo (bbfuncionários) Resumo 4248, de 24.07.2016.

Também público o importantíssimo e elucidativo artigo “Mudança de Sinais”, da jornalista Míriam Leitão, publicada no O Globo, de 23.07.2016, em que ela faz uma exposição realística sobre a atual situação econômica no Brasil, e sobre o que poderá “ocorrer” ou “não ocorrer”, dependendo da aprovação ou não do impeachment da Presidente Dilma Rousseff pelo Senado.

ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB


“O tempo como adversário”

O empenho do PT em protelar o desfecho do impeachment, coadjuvado por manobras ritualísticas patrocinadas pelo STF, está saindo pela culatra.
O partido apostou no desgaste de Michel Temer, na impossibilidade de apresentar bons resultados em curto prazo. De fato, não se reverte instantaneamente um quadro de caos econômico, como o legado pelo PT, nem é possível fazê-lo sem medidas impopulares.
O novo presidente estaria, portanto, fadado ao insucesso, o que abriria espaço para o retorno da velha (des) ordem.
Faltou, porém, considerar um detalhe: a Lava Jato.
Enquanto o Senado consumia semanas repetindo o rito já aprovado na Câmara – a admissibilidade do processo -, e na sequência, ouvindo nada menos que 40 testemunhas, a turma de Curitiba colhia mais e mais delações comprometedoras, que viriam (estão vindo) à tona, antes da votação final.
O tempo, ao contrário do desejado, trabalha contra.
Estão em curso, entre outras, delações da diretoria da Odebrecht, que confirmam a origem criminosa de recursos eleitorais e não eleitorais, envolvendo Lula e a própria Dilma, pela primeira vez citada diretamente – e pelo próprio dono da empresa.
A íntegra dessas delações ainda virá à tona, mas a prévia já é demolidora.
Esta semana, mais uma bomba veio de Curitiba: o depoimento do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura.
Eles confirmaram ter recebido 4,5 milhões de dólares, de caixa dois, da campanha de Dilma. A confissão somou-se à do operador Zwi Skornicki, de que se tratava de dinheiro roubado da Petrobras, pago a pedido do então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Pior: estava depositado em conta no exterior. Bastam esses dois fatos, capitulados como crimes pela legislação eleitoral, para que o próprio registro partidário do PT seja cassado.
Dilma, como responsável pela campanha, pode até alegar que não sabia (inclusive, já o fez), mas não adiantará nada. A lei é implacável: o candidato é responsável pela campanha.
O ex-senador Eduardo Azeredo, candidato tucano ao governo de Minas em 1998, fez a mesma alegação, diante de fatos análogos, e foi condenado a 20 anos de prisão – aliás, sob os aplausos do PT.
A diferença é que Azeredo foi derrotado e Dilma elegeu-se.
O caso dele, portanto, esgotou-se nele.
Já o caso Dilma, a pega no curso do mandato, interrompido por razões bem mais amenas, e terá repercussão na votação final do impeachment.
O processo no Senado, graças a Eduardo Cunha, atém-se a delitos apenas administrativos, os tais crimes de responsabilidade.
Mas o prontuário, como as delações premiadas e a Lava Jato têm mostrado, é bem maior e invade a esfera do Código Penal.
Cunha poupou a presidente do pior – não por amor, é claro, mas por medo de alguma bala perdida o atingir. Afinal, foi parceiro, ainda que menor, na rapina da Petrobras. Escolheu o pedido de impeachment mais brando, mas é improvável que os senadores deixem de considerar o conjunto da obra na hora de votar. Os ainda indecisos (se é que os há) dificilmente ousarão afrontar os fatos, de pleno conhecimento do público, na hora de definir seu voto, que será aberto e transmitido pela TV. O julgamento será no final de agosto, lá pelo dia 26. Até lá, novas delações virão à tona, novas prisões devem ocorrer, não se excluindo a hipótese da do próprio Lula.
Outro efeito colateral adverso do adiamento do impeachment são as eleições de outubro, que este ano terão praticamente um mês apenas de campanha.
A dura exposição da administração petista, sobretudo a ilegalidade de algumas de suas práticas, irão repercutir fortemente no eleitorado.
O recurso terrorista ao fim do Bolsa Família, na hipótese de vitória do adversário, já não terá a eficácia de antes. Ele mudou de mãos – e Temer, não obstante os conselhos de sua equipe econômica, acaba de conceder-lhe aumento de 12,5%.
O único risco que Temer corre deriva dele próprio, se insistir em nomear para sua equipe gente carimbada por atos praticados na gestão de sua antecessora.
Leonel Ribeiro Campos


“Mudança de Sinais”

Uma pesquisa feita no setor de eletrônicos mostrou que 42% dos associados esperam aumento das vendas neste segundo semestre, percentual maior do que os 33% que esperam queda. A confiança na indústria subiu pelo quinto mês. Os sinais de mudança de humor, como temos dito, estão espalhados pelo mercado e pela economia real. Mas ainda são frágeis e dependentes do quadro político.
A sondagem foi feita pela ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Eletrônica) em junho, mas ainda não havia sido divulgada.
Além desse sinal positivo, houve desaceleração nas demissões do setor em maio, que caíram ao menor nível desde fevereiro de 2015, segundo a entidade.
“- Há muito tempo não víamos indicações de vendas superarem as de queda em nossas sondagens. Esta semana ouvi de um empresário que ele já está com crescimento das encomendas. A melhora de ânimo que se vê no mercado financeiro pode estar começando a chegar na economia real” – afirmou Humberto Barbato, presidente da ABINEE.
Na visão do executivo, a partir de setembro será possível medir a intensidade desse processo, porque nesse mês a indústria começará a receber os pedidos para o Natal. Ele avalia que a interinidade do governo Temer é um impeditivo para a volta mais forte da confiança porque a incerteza continua elevada.
Além disso, ainda não houve a aprovação de nenhuma reforma relevante no Congresso.
“- Mesmo com a melhora da confiança, ninguém vai tirar da gaveta projetos de investimento em um governo interino” -afirmou.
No setor de papelão ondulado, que é considerado um termômetro do nível de atividade, o mês de junho apontou alta de 3% sobre o mesmo mês de 2015, e tudo indica uma nova alta em julho, segundo Sérgio Ribas, diretor da ABPO - Associação Brasileira do Papelão Ondulado. Mas ele ressalta que a base de comparação é muito fraca e não está claro se esses números são uma nova tendência.
Ele também avalia que a interinidade do atual governo é um entrave para a recuperação.  
“ – Tivemos dois meses estáveis, em abril e maio, crescimento em junho, e acredito que julho terá nova alta. Percebo que há uma vontade muito grande do empresário de que a recuperação dê certo.  É muito importante que o governo deixe de ser interino e apresente propostas concretas. Se acontecer, acredito que a recuperação pode se intensificar – disse Sérgio Ribas.
Outro problema para a retomada, na visão da ABPO é o medo do desemprego. O consumo vai demorar a reagir porque mesmo quem está empregado tem preocupação de perder a vaga. Com isso, evita as compras e os financiamentos. Além disso, avalia que as empresas estão com muita ociosidade e vão tentar aumentar a produção com as equipes mais enxutas.
“- O desemprego não vai cair na mesma intensidade que subiu, e isso vai afetar o consumo, e consequentemente, os investimentos” – disse Ribas.
O setor de máquinas continua sofrendo muito com os juros elevados, a pouca confiança para os investimentos e, agora, a valorização do real. O presidente da ABIMAQ – Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, José Velloso, acha que o governo Temer está emitindo sinais ambíguos na questão fiscal e isso está impedindo a redução dos juros, como ficou claro na decisão do COPOM desta semana.
“- O governo está aceitando dar aumento de salários para vários grupos. Quanto mais tempo demorar para equilibrar o Orçamento, mais tempo levará para derrubar a SELIC. Meu setor está sem capital de giro e asfixiado pelas taxas de financiamento” -  disse.
Os três executivos ouvidos pela coluna temem que o BC utilize a valorização do real no combate à inflação. Isso tiraria a competitividade dos exportadores e aumentaria a presença dos importados.
“ – Já há empresas levando prejuízo porque exportaram com câmbio de R$ 3,60 e agora a taxa voltou para R$ 3,25. Uma forma de crescer na crise é tentar substituir as importações. Meu setor já perdeu mais 80 mil postos de trabalho em quatro anos. Com esse câmbio e esses juros, não vai se recuperar” – explicou Velloso.
Há as reclamações de sempre dos empresários, e as preocupações novas. Os sinais de melhora precisam se consolidar. A confiança está voltando, mas com um pé atrás.

Miriam Leitão

quinta-feira, 21 de julho de 2016

AAFBB em FOCO - 21.07.2016

Ontem, dia do “Amigo”, compareci ao almoço mensal da AAFBB dos associados aposentados e da ativa do BB.  Tivemos o prazer de abraçar efusivamente amigos e companheiros de todas as áreas.
Esse é o tipo de congraçamento que deveríamos repetir todos os dias. Todos os dias são dias dos amigos.
Lembrei-me do “Encontro do Riso” promovido na Índia. É um local de encontros em que as pessoas comparecem para rir. Somente rir. Sem motivos.
Dizem os estudiosos que, através do riso, mesmo que sem motivo, como no “Encontro do Riso”, as pessoas curam problemas de ordem emocional e física.
Não importa que nos chamem de malucos por rirmos sozinhos. Vamos rir. Malucos são os que ficam sérios e amargurados.
Assim fica registrado. Vamos passar a fazer cada vez mais amigos, abraça-los e vamos rir!!
O outro motivo que me levou à AAFBB, foi discutir com meu amigo Mário de Oliveira Bastos, 2º Secretário do CODEL, um assunto sobre golpes de estelionato aplicados contra aposentados e pensionistas, para reajustes de pensão e benefícios junto ao INSS, promovidos por escritórios de advocacia inidôneos. As autoridades policiais já invadiram escritórios como esses, mas, depois de pouco tempo, eles voltam a funcionar. Eu, o Mário Bastos e sua filha, a advogada Marilene Maria Tavares Bastos, estamos à frente de um movimento destinado a atacar e denunciar esse esquema delituoso. Posteriormente, como já dissemos em outros artigos, essa matéria será alvo de artigo mais amplo e específico neste blog.
O almoço mensal da AAFBB, como sempre, foi muito concorrido e bem servido. O prato principal era um saborosíssimo peru à Califórnia.
O vinho tinto seco foi um complemento fundamental ao repasto, e que também serviu para aplacar o frio e a chuva fina, que se abatiam sobre o Rio.
Eu me encontrava em estado febril, com respiração ofegante, garganta inflamada e, para culminar, com dor de ouvido, o que prejudicou minha atenção aos discursos.
Na saída da AAFBB, me encontrei com o companheiro José Mauro, que estava muito abatido e apresentava os mesmos sintomas. Aproveitei o ensejo para cobrar do José Mauro, a tão prometida e não cumprida promessa de publicar um artigo sobre benefícios e seguros, do qual o colega é um especialista. O José Mauro é muito escorregadio, mas ele pode estar certo que voltarei a cobrar. Sou tinhoso.
Mas, apesar de minha precária situação, não me permiti ausentar daquele evento, pois sabia que novidades importantes nos seriam comunicadas por Célia Laríchia, Presidente da AAFBB, e por Loreni de Senger, Vice-Presidente do CODEL.
Célia Laríchia foi a primeira a falar.
                                           

Abordou a maratona de encontros com deputados em Brasília, junto com o companheiro José Odilon Gama da Silva, Vice-Presidente da AAFBB, com o objetivo de aprovar emendas para o aperfeiçoamento do Projeto PLP 268/2016, que altera a Lei Complementar 108, de 29.05.2001.
Falou do esforço em conjunto da AAFBB, ANABB e FAABB, junto às lideranças dos partidos na Câmara dos Deputados, para entregar carta de manifestação das 3 entidades, em que é mostrada a posição contrária quanto à aprovação do texto original, da forma como foi aprovado no Senado.  
Disse que é inaceitável que os associados da PREVI percam sua representatividade na direção da instituição, que é de propriedade exclusiva de seus participantes e assistidos da PREVI, que são os beneficiários exclusivos do fundo de pensão.
Falou do sucesso da PREVI, que teve sua gestão exitosa elogiada na CPI dos Fundos de Pensão, e que foi considerada um exemplo a ser copiado pelos demais fundos de pensão no Brasil.
Sobre o assunto, transcrevemos ao final deste artigo, o comunicado “AAFBB na luta pela aprovação de emendas para o PLP 268/2016”, de 06.07.2016, que é um resumo da matéria, e está no site da associação.
Apesar do tempo de associado à AAFBB, e dos eventos dos quais já participei na associação, aquela foi a primeira vez em fui a um encontro no qual Célia Laríchia discursou. Confesso que fiquei estupefato com o fôlego, a energia, o entusiasmo, e o conhecimento de causa, que a colega Célia imprime às suas falas.
Logo após, Célia Laríchia começou a abordar o tema “Sustentabilidade da CASSI” e, em seguida, passou a palavra a Loreni de Senger, titular do Conselho Deliberativo da CASSI, e Vice-Presidente da AAFBB, que passou a discorrer sobre o assunto.
                                            

Loreni de Senger iniciou sua exposição fazendo um sutil e elegante elogio ao brilhantismo, à capacidade oratória, e à abrangência da apresentação de sua amiga e companheira Célia Laríchia, que transcendeu as limitações de sua atuação em relação à aprovação de emendas para o PLP 268/2016 e abordou a sua participação na Mesa de negociação da CASSI, em encontro de 18.07.2016.
Inicialmente, Loreni de Senger lembrou a necessidade de que os associados informem à CASSI, com antecedência, o pedido e o valor da anestesia, em caso de qualquer cirurgia, para que a CASSI efetue o ressarcimento integral do procedimento. A CASSI dará o número de protocolo, informação suficiente para que a CASSI ressarça o associado.
Loreni de Senger abordou diretamente as exaustivas rodadas com representantes do BB, em que estão sendo rediscutidos aspectos sobre a sustentabilidade da CASSI.
Voltou a falar da queda de braço com o BB, que é a   discussão sobre a obrigação e a responsabilidade do patrocinador na sustentabilidade da CASSI. 
Ressaltou que, apesar da dureza dos entendimentos, várias medidas estão sendo avaliadas junto com o BB para eliminar esse óbice, e acabar de vez com a necessidade de novos encontros para a solução de cada dificuldade que venha a surgir sobre esse assunto.
Ainda sob esse aspecto, Loreni de Senger elogiou a iniciativa do BB de analisar com mais profundidade os projetos de atuação da CASSI.  Disse que, essa análise, embora em seu estágio inicial, já está rendendo resultados positivos importantes, principalmente no que tange ao setor de recursos de usuários da CASSI.
Sobre o aporte de novos recursos financeiros, citou a iniciativa do BB através da antecipação do 13º salário que, até o momento, foi a primeira medida nesse sentido proposta pela Mesa de Negociação.
Também transcrevemos ao final desta nota, o resumo do tema “Entidades de representação retomam negociação da CASSI com o BB”, de 20.07.2016, publicada no site da AAFBB.
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB

“AAFBB na luta pela aprovação de emendas para o PLP 268/2016
6 de julho de 2016
A AAFBB, representada pela presidente Celia Larichia e pelo Vice-Presidente Odilon Gama, está acompanhando atentamente em Brasília a tramitação na Câmara dos Deputados da aprovação do PLP 268/2016.
                                       

Desde ontem a AAFBB, ANABB e FAABB estão entregando às lideranças dos partidos na Câmara dos Deputados Carta de manifestação com o posicionamento das 3 entidades, demonstrando a grande preocupação sobre a possível aprovação do Projeto, na forma do texto original, como aprovado no Senado.
O PLP 268/2016 compromete a gestão do patrimônio pelos verdadeiros donos, que são os participantes e assistidos, certamente os maiores interessados, pois a eles se destinam exclusivamente os benefícios de um Fundo de Pensão.
O interesse da AAFBB e das demais entidades é que o Projeto seja aperfeiçoado, especialmente em relação aos dispositivos referentes à composição da Diretoria Executiva, paridade nos 3 níveis de Governança (Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva) e eleição de representantes dos associados da ativa e aposentados.
Nosso posicionamento se fundamenta nos resultados apontados pela CPI dos Fundos de Pensão, que reconheceu a forma de gestão da PREVI como um modelo a ser seguido. Atualmente, a gestão da Previ é paritária tanto nos Conselhos Deliberativo e Fiscal, quanto na Diretoria Executiva. Isso tem proporcionando a obtenção dos resultados reconhecidos na CPI, que transforma a Previ, fundada há 112 anos, no maior fundo de pensão da América Latina, com mais de R$ 160 bilhões de ativos.
Expondo nossa experiência exitosa na Previ sugerimos que os deputados apoiem e defendam as emendas que preveem:
– Paridade entre patrocinador e participantes e assistidos na composição da Diretoria Executiva e dos Conselhos Deliberativo e Fiscal;
– Realização de eleição para a escolha dos representantes dos participantes e assistidos, respeitados os critérios de capacitação, qualificação e experiência definidos na Lei Complementar 108/2001;
– O direito dos participantes e assistidos de participarem da seleção à Auditoria Interna;
– Definição, no Estatuto da entidade, do valor de alçada para investimentos para a Diretoria Executiva, limitado a 5 % (cinco por cento);
– Fim do voto de Minerva nos Conselhos Deliberativo e Fiscal.
Acreditamos que com essas modificações, será possível obter um modelo de gestão melhor para os fundos de pensão. Uma gestão mais transparente e profissionalizada é de suma importância para os participantes e assistidos, pois isso representa para eles a segurança do pagamento presente e futuro de benefícios.
A AAFBB conclama a todos os participantes da ativa e aposentados a continuarem a mobilização para o aperfeiçoamento do PLP 268/16, enviando e-mail para as lideranças partidárias e deputados de suas regiões, pedindo apoio para a emenda 14, do Deputado Arnaldo Faria de Sá, que, de forma concisa e objetiva, atende aos interesses dos associados, pois garante a paridade nos Conselhos Deliberativo, Fiscal e Diretoria Executiva, e escolha mediante eleição direta dos dirigentes dos Fundos de Pensão.
Registramos, por oportuno, que diversas outras entidades (ANAPAR, ABRAPP, CONTRAF, CONTEC, SINDICATOS, AFABB-DF) e lideranças representativas dos aposentados e funcionários da ativa, estão se empenhando no aperfeiçoamento do PLP 268/2016, de forma à adequá-lo aos reais interesses dos participantes e assistidos das Entidades Fechadas de Previdência Complementar. ”

“Entidades de representação retomam negociação da Cassi com o BB
20 de julho de 2016
Nesta segunda-feira, dia 18, a AAFBB representada pela presidente da AAFBB, Celia Larichia, participou da reunião de retomada da Mesa de Negociação da Cassi com o objetivo de buscar alternativas para a sustentabilidade da Caixa de Assistência.
Os representantes das Entidades do Funcionalismo da ativa e aposentados do BB que compõem a Mesa de Negociações (AAFBB, ANABB, FAABB, CONTRAF e CONTEC) cobraram do BB informações sobre o andamento dos projetos de ações estruturantes e ações emergenciais de reforço de caixa para a Cassi, a fim de evitar que se tenha corte de benefícios, falta de atendimento e possíveis descredenciamentos. Na ocasião, a conselheira deliberativa da Cassi, Loreni de Senger, esteve presente representando a FAABB.
A mesa reafirmou que os projetos não são de uma ou outra diretoria da Cassi, mas da Entidade, e que devem ter continuidade. Os projetos fazem parte do Programa de Excelência no Relacionamento, desenvolvido pelas diretorias da Cassi, que tratam de aperfeiçoamento dos mecanismos de regulação, gestão da rede de prestadores, acesso qualificado através do sistema integrado de saúde, gestão integrada de informações de estudos estatísticos e atuariais, aperfeiçoamento dos processos orientados ao sistema de saúde Cassi e novos planos.
As entidades também cobraram do BB que apresente proposta de sustentabilidade de longo prazo para ser debatida.
Foram reafirmados os princípios balizadores da negociação e consensos construídos ao longo do processo de negociação:
– O princípio da solidariedade;
– Investimento no Modelo de Atenção Integral à Saúde através da Estratégia Saúde da Família;
–A garantia de atendimento para ativos, aposentados, dependentes e pensionistas;
– Corresponsabilidade entre BB e associados.
Propostas de cunho emergencial foram apresentadas para análise do BB, de forma a garantir reforço de caixa, considerando o fim das reservas livres. Os representantes do funcionalismo da ativa e aposentados apresentaram a proposta de antecipação do SiBET, valores oriundos de contribuição patronal e pessoal, a partir do resgate do saldo do BET na Previ, referentes aos funcionários do Plano 1 ainda em atividade.  Esta medida anteciparia os recursos e não traz nenhum prejuízo aos associados.
Foi sugerido novamente que se tenha contribuições para a Cassi nos acordos judiciais e extrajudiciais trabalhistas e que o Banco analise a antecipação de contribuições.
O Banco informou que parte das análises dos projetos estão sendo conduzidas dentro do próprio banco, com a avaliação dos dados disponíveis até o momento e que o BB está estudando a forma de se fazer o investimento nos projetos.
Sobre as propostas de cunho emergencial, o BB afirmou que ainda nesta semana fará reuniões com a Diretoria da Cassi para discutir algumas medidas que foram propostas e estão sendo analisadas técnica e juridicamente, reiterando o Banco que todas as medidas sugeridas preservam os benefícios e mantém o atendimento integral aos associados.
Sobre antecipação de recursos, o BB afirmou que o fez com a antecipação do 13º proposto pela Mesa de Negociação e que esta foi a única medida possível de antecipação, até o momento.

As entidades cobraram que as negociações sejam aceleradas e foi acordado que teremos rodadas em menor tempo entre uma e outra a partir de agora, sendo a próxima rodada agendada para o dia 1º de agosto. ”

quinta-feira, 14 de julho de 2016

AAFBB em FOCO - 14.07.2016

Domingo, tomei o café da manhã, e dei uma olhada nas manchetes do jornal.
A temperatura estava baixa e decidi ficar em casa.
Fui para o computador, mas estava sem inspiração para escrever.
Decidi arrumar estantes e armários pois o escritório estava uma mixórdia.
É impressionante como guardamos e acumulamos coisas e miudezas de toda ordem:  livros, revistas, cartas, retratos, roupas que não usamos mais, quinquilharias e objetos de toda espécie, CDs e DVDs que não ouvimos e nem vemos mais, souvenirs, etc. Só de máquinas fotográficas e filmadoras com defeito, tinha quatro. E também uma máquina de escrever velha, que não consegui consertar. Relógios enguiçados e jóias de fantasia velhas. E por aí vai.
Com o tempo, percebemos que nos falta espaço para guardar coisas novas que, depois de um período, também vão fazer parte daquele amontoado de coisas que não sabemos que fim dar.
Fui separando tudo em sacos plásticos.
O trabalho já estava bem adiantado quando, de repente, me deparo com um álbum de fotografias.
Eram fotos de 35 anos atrás, quando trabalhava na CACEX - Rio.
Ao as examinar, esqueci da arrumação das tralhas, e fiz uma viagem ao passado.
A cada foto uma lembrança.
Em um retrato, estavam o saudoso Santa Rita, o Mário de Oliveira Bastos, e o Waldyr Argento.

TOLEDO,  MARIO  BASTOS  e   WALDYR  ARGENTO

                                               
       SANTA  RITA,  MÁRIO  BASTOS e WALDYR 
                                  ARGENTO

 Todos magrinhos, de cabelos pretos e sem barriga.
O Waldyr Argento foi meu primeiro chefe na área   de emissão de guias de exportação.  O Waldyr é, aparentemente, reservado e introspectivo. Mas quando convivemos com ele, vemos que é uma pessoa divertida,  e que também, para surpresa de muitos, adora contar “causos”.
O Waldyr Argento é um pé-de-boi na hora do trabalho. Mergulha na labuta de forma compulsiva. Aliás, não havia outra alternativa naquela área.
Lembrei-me das imensas pilhas de guias de exportação. Uma papelada sem fim. Uma trabalheira danada. Uma luta contra o tempo.
Eram cinco grupos, e cada grupo analisava uma média de 400 a 600 guias de exportação por dia. Ou seja, a área analisava e emitia, diariamente, uma média de 2000 a 3000 guias. E a emissão de cada guia, devido à complexidade da análise do produto exportado, tinha uma variação muito grande de tempo de emissão de uma guia para outra. Os despachantes não compreendiam esse aspecto de nosso trabalho, e as discussões sobre demora para a emissão de guias eram uma constante.
 Muitas vezes, não tínhamos hora para sair, pois grande parte das guias tinha de ser emitida no próprio dia.
O sistema não era informatizado. Ainda usávamos máquinas de escrever, que hoje são peças de museu. E haja papel carbono.  E ainda tinha a barulhenta máquina autenticadora de guias.
Cada produto tinha seus normativos específicos e legislação diferenciada. Trabalhávamos com fichas para cada produto e, no meio daquela azáfama, recebíamos continuamente longas mensagens de telex com novas normas sobre produtos específicos, em especial sobre commodities e produtos de origem agrícola e pecuária.
Tinham guias casadas, guias em consignação, guias atreladas a financiamentos, guias de prestação de serviços, produtos controlados, suspensos, proibidos, e até exportações secretas (armamento), etc., etc. Muitas guias tinham de vir com licenças de exportação de vários órgãos governamentais. Tudo isso tinha de ser minuciosamente analisado. E ainda tínhamos de confirmar o código internacional de cada produto em imensos almanaques que eram diariamente atualizados.
Os chefes da área –  o Waldyr Argento e, depois, o Mário de Oliveira Bastos -  ainda tinham o “abacaxi” de reanalisar e firmar, de próprio punho, os “certificados de origem”, para cada guia de exportação. Muitas vezes tínhamos de estender o trabalho para além do horário de expediente. Com o detalhe de que não recebíamos hora extra.
Uma tourada. E ainda trabalhávamos, como se diz na gíria, em cima de um fio de navalha. Constantemente surgiam inquirições sobre casos singulares, e ordens para apresentar justificativas em relação a  relatórios de inspetores, de setores da Direção Geral, e de outros órgãos do governo.
Mas, apesar do rojão, o ambiente era muito amigável e salutar.
Tinham os tipos exóticos e divertidos.
Um deles era o Grou que está em uma foto.

   O  GROU   e  ADAÍ  ROSEMBAK

                                           

    Mais outra do GROU com este articulista             
                                           
    ABRANTES, GROU e outros colegas

   MARIO BASTOS, ADAÍ ROSEMBAK e colegas                                                                                            
Esse era o seu nome artístico.
Atuava em fotonovelas (uma vez nos mostrou uma revista de romance em quadrinhos em que ele fazia o papel de mordomo), e era cantor. Gravou um CD com duas músicas: “Cigana Bandalheira” e “Vá Embora Daqui”.
Nas festas de fim de ano, os festeiros - Julinho Alt, Bira, Pedro Albano, Alexandre Quartarone, José Carlos, Paulo Roberto, e outros -  tiravam “fotos” e fingiam “filmar” o Grou, com as máquinas de escrever e isqueiros, quando ele cantava.  Pena que não filmamos aqueles momentos. Todo mundo se embolava de tanto rir.
                                           

JÚLIO ALT "conversando" com uma colega
                                            

JÚLIO ALT tomando uma cervejinha com este articulista

ALEXANDRE QUARTARONE e este articulista 
                                            

  JÚLIO ALT brincando de "palmadinha" com colega


  ADAÍ ROSEMBAK com colegas


 ADAÍ  ROSEMBAK e  COLEGA

                                                 

NOVELO, ADAÍ ROSEMBAK com a "MIGNON" no colo e colegas

Lembro-me de uma cena que presenciei, muito característica do ambiente de descontração que o Grou causava.
O início do expediente era silencioso e de concentração. O pessoal tinha de começar trabalhando duro porque, logo que a porta do setor abria, o balcão ficava cheio de despachantes aduaneiros, que vinham pegar guias de exportação emitidas.
Aí entrava o Grou na estória.
Ia na bancada do café, que ficava no centro da sala, e pegava a xícara com dois dedinhos. Os outros dedos ficavam esticados. Detalhe: as unhas eram arredondadas e pintadas com esmalte brilhante incolor.
Era uma figura.  
Usava vários anéis, um deles com uma pedra imensa. Pulseira dourada larga e um colar idem. Sapato de verniz com salto carrapeta. Camisa colorida de seda esvoaçante, calça “boca de sino” sob medida, com uma fileira de botões brilhantes na braguilha, e cinto largo com fivelão. Tinha uma testa calva com chumaços de cabelos de cada lado da cabeça. E sempre estava perfumado.
Nessa altura do campeonato, todo mundo já estava com a atenção voltada para o Grou.
Aí, um levantava e ía tomar café com ele. Me lembro bem do Pedro Albano.   Era um gozador emérito. Começava perguntando ao Grou se ele ía gravar   um CD, ou se ía se apresentar em algum show. Depois vinha   o Júlio Alt, que dizia que, com certeza, ele ía era gravar uma fotonovela, porque estava muito bonito e cheiroso. Em seguida, era o Bira para perguntar o nome e o telefone do alfaiate que tinha feito a calça, pois ele ia mandar fazer uma igual.
Nessa altura, a gozação era geral.
O Waldyr Argento, normalmente sereno, reservado, e concentrado no trabalho, ficava desesperado com aquela agitação, e reclamava com o Grou que era só ele chegar para começar a bagunça.
O Grou retrucava: “- Mas Chefe, eu só vim tomar um cafezinho. Quem começou a bagunça foram os outros!!”
                                               

CORDEIRO, PEDRO ALBANO, ABRANTES e outros colegas


DALVA (a ABELHA) com os netos


   TIME  FEMININO  ANIMADO

               CONJUNTO   MUSICAL

Uma vez, o Grou chegou atrasado e, para que o Waldyr não o flagrasse, entrou junto com os despachantes pela porta de entrada do público, e pulou o balcão para dentro da seção. Mas se deu mal. Acabou se estatelando no chão. Todo mundo viu, inclusive o Waldyr. 
As festas e comemorações eram animadas com um conjunto musical do pessoal da área.
Era sambão e forró em alto som. Vinha gente de todos os andares.
As moças traziam salgadinhos e a rapaziada refrigerantes e muita cerveja.
Em um retrato, estamos eu e o Júlio Alt tomando cerveja.
E, em outro, está a Dalva com os netos. A Dalva era uma colega querida por todos e muito divertida, a quem o Júlio Alt, sempre brincalhão, chamava de “Abelha”, porque, quando não estava “voando”, estava fazendo “cera”.
Depois, a CACEX mudou para a Rua Senador Dantas, no Edifício SEDAN, que era, na época, o prédio mais alto do Rio.
Após o Waldyr Argento, o Mário de Oliveira Bastos assumiu a chefia da área de emissão de guias de exportação.
O Mário, em comparação ao Waldyr Argento, é mais descontraído, irônico e brincalhão. Cada um dentro de seu jeito.
Desde o primeiro momento que conheci o Mário, vi que seríamos amigos, e que teríamos uma relação de trabalho respeitosa, com entrosamento, e confiança mútuas.
Eu estava certo.
Eu e o Mário Bastos temos uma sólida relação de amizade que perdura até hoje.
Devo ao Mário Bastos, a minha efetivação como comissionado na área, quando ele recomendou meu comissionamento ao Santa Rita, que era o gerente da área de exportação da CACEX-Rio.
Mas amizade à parte, o Mário tem qualidades natas de liderança.
É uma pessoa que sabe ouvir, é companheiro, é leal, é sincero. Não é de fofocas, e é direto nas críticas e nos elogios.
Com sangue português, é uma pessoa que tem um dom nato para negócios e tem espírito de liderança.
O Mário Bastos, também é um advogado muito bem preparado, articulado, e tem uma capacidade de trabalho impressionante.
A sua filha, a Doutora Marilene Maria Tavares Bastos, seguiu os passos do pai e, hoje, é uma advogada muito bem-sucedida.
Íamos, muitas vezes, almoçar em restaurantes naquela área, e eram momentos de descontração e alegria.
Eu me lembro que, uma vez, fui a Niterói e visitei o Mário Bastos e um outro colega, que trabalhava em nosso setor, o Quaresma, alcunhado de Quá-Quá.  Isso já faz muito tempo. O Mário Bastos, se não me falha a memória, morava na cobertura, e o Quá-Quá em um andar mais baixo (5º andar?).
Haviam outras figuraças na área.
Um era um colega que não vou dizer o nome. Quem trabalhou naquele setor sabe quem é. Era uma pessoa simpática, divertida e culta, que escrevia muito bem. Era bacharel em direito. Com um bigode cortado rente, cabelos já meio encanecidos, sempre trajava um terno bem talhado e com gravata. Um galã.  Para cada namorada dava um nome diferente. Assim, quando telefonavam para a área, perguntando por um dos nomes que ele fornecia, ele   já sabia qual moça estava ligando. Diziam as boas línguas que ele já tinha namorado até a Lady Laura, a progenitora do ídolo Roberto Carlos.  Uma vez, em um dia chuvoso, ele estava almoçando com uma rapariga em um restaurante da periferia, quando sua mulher o viu. Ela saiu correndo atrás dele pela rua com um guarda-chuva em riste. Ele entrou em disparada pela porta do banco, e avisou ao guarda para barrar a entrada de uma mulher que o perseguia.
Tinha um outro colega, já bem idoso, que tinha a mesma queda pela libidinagem.
Chamavam-no de “Vovô Tarado”. Vira e mexe tinha uma colega que falava das investidas do personagem.
Uma vez ele me contou que, quando mais jovem, arrumou uma namorada morena que morava em um morro perto do Centro.  Ela era casada, mas o convidou a ir no seu barraco, pois o marido trabalhava fora e só vinha nos fins de semana. Ele foi lá algumas vezes “bater o ponto” e se deu bem.
Mas surgiu um problema em razão de uma greve na fábrica onde o marido da jovem trabalhava. Ele foi dispensado do trabalho e antecipou sua volta ao lar.
Nosso colega foi surpreendido pelo marido da moça no auge dos “trabalhos”.  Teve de correr morro abaixo, nu, com as roupas embaixo do braço, e com o maridão da manceba atrás dele, armado com um pedaço de pau.
Imaginei a cena. Eu sugeri que ele escrevesse um livro sobre suas aventuras.  
Depois de 35 anos, posso contar essas estórias sem comprometer ninguém, até porque não cito nomes.
Tínhamos um outro companheiro que era alcoólatra. Tinha feito vários tratamentos, mas não conseguia largar o vício. Acabou falecendo em razão da bebida.
Havia um que era pródigo.  Conseguia gastar o salário de um mês em poucos dias. Comprava tudo que encontrava, promovia farras homéricas, e lá se ía o dinheiro do sustento familiar.
A mulher recorreu à Justiça, e o Juiz interditou   50% dos rendimentos do colega, que passaram a ficar somente à disposição da mulher. Depois, soube que ela entrou com novo pedido de interdição de 75% dos rendimentos do esposo. Sua alegação era que, além do sustento dela e dos filhos, ainda tinha de sustentar o marido.
Quando me lembro de outro colega e amigo, o Bira, fico com o coração apertado. Ele não tinha comissão e era pai de três filhos. Levava uma vida humilde e morava em uma casa bem simples em Bangu, aonde eu o levei uma vez de carro, por um problema urgente de saúde de um filho dele.
Foi comissionado como subgerente em um posto do BB no Ministério da Fazenda, e se suicidou com um tiro dentro da casa forte com o revólver de um vigilante.
Era muito inteligente, simpático e brincalhão. Como conversava muito com ele, eu o conhecia muito bem e sabia de um lado obscuro, triste e revoltado em sua personalidade. Foi uma perda que me abalou profundamente, pois eu era muito amigo dele.  Ainda hoje, quando percebo em alguém essa tristeza entranhada na alma, que os negros americanos chamam de “blues”, sinto calafrios.
Tinha um outro colega que admirava muito. Depois de aposentado, o encontrei algumas vezes, mas não o vejo há muito tempo.
Esse é um amigo bem-sucedido, e digo seu nome com muita satisfação e orgulho: Paulo Lamas. (na foto abaixo)
                                         

Estudamos inglês no Curso Yázigi e praticamos dança de salão na Companhia Aérea de Dança.
Ele tem o toque de Midas. Em qualquer negócio em que se mete, é bem-sucedido.
É uma pessoa observadora, inteligente, detalhista e calculista.
Sabe tudo em termos de investimentos e negócios.
E faz os cálculos de suas operações de cabeça.
O Paulo Lamas é natural de Juiz de Fora. Seu pai tinha uma família numerosa, e tirava o sustento da prole de um pequeno armazém. Ele me contou que começou a trabalhar desde pequenino com o pai no pequeno empreendimento, e que foi lá que adquiriu as bases de sua habilidade como negociante, através dos ensinamentos do pai, e das dificuldades pelas quais viu seu progenitor passar.
Hoje, Paulo Lamas, pelo dinamismo e sucesso nos diversos negócios, deve ser um bilionário muito bem-sucedido.
Monopolizou o mercado de fabricação e distribuição de gelo no Rio de Janeiro. Dominou com êxito, no Saara, no centro comercial do Rio, um ramo de negócio em que muitos falharam:  o “factoring”.
Em Juiz de Fora, é um dos maiores empreendedores na área imobiliária, com diversos prédios lançados.
É um investidor bem-sucedido na Bolsa de Valores.
Faz negócios rentáveis com pedras e metais preciosos, no mercado de produção agrícola e industrial, e com operações de arbitragem de câmbio no país e no exterior.
Sempre me deu boas dicas de investimentos.
Para completar, é um pai dedicado e amoroso. Tem uma filha maravilhosa de um relacionamento com uma namorada, e a encaminhou para estudar em uma das mais renomadas universidades na Europa.
Ouvi dele alguns princípios fundamentais, que, se eu tivesse seguido, não teria tido prejuízos em negócios em que me meti na vida.
Eis um:
“A primeira coisa que faço quando negocio com alguém, não é analisar o negócio em si, mas sim com quem estou negociando. Um gesto, uma palavra, as sugestões, as feições , o olhar, a maneira de se comportar e até de se vestir, dizem tudo da personalidade de uma pessoa. Se perceber qualquer problema nessa área, encerro a conversa.
 Já fiz excelentes negócios com pessoas preocupadas e nervosas. Podem estar nervosas em um determinado momento, justamente porque estão tensas, amedrontadas e tem seriedade e escrúpulos no que fazem. Normalmente, sempre me dou bem com essas pessoas. Mesmo quando surge um problema, ele é contornável quando a pessoa é séria e honesta. ”
Outro:
“Nunca me fio em recomendações alheias. Tenho de me certificar pessoalmente do caráter da pessoa com quem vou fechar um negócio. ”
Mais outro:
“Se tem insegurança e medo de entrar em um negócio, não entre. Se tem dúvidas sobre o caráter da pessoa, não entre. Analise tudo muito bem. Nos mínimos detalhes. Não se apresse e nem se force a nada. Procure se informar, entender e resolver todos os pontos impeditivos. Se não conseguir, não entre. Tudo tem de estar às claras e perfeitamente entendido e estabelecido. Caso contrário, você estará entrando em um campo minado.”
Por último:
“No atual estágio em que estou, não posso trabalhar sozinho. Preciso da ajuda de outras pessoas. Então tenho de analisar com apuro as pessoas que vão trabalhar para mim e que vão me representar. ”
Parecem recomendações óbvias, mas a maioria das pessoas leva prejuízos e é malsucedida, justamente por não seguir esses princípios.
Qualquer dia desses, vou tentar reencontrar o Paulo Lamas.
Vendo as fotos, lembrei-me de outros tantos colegas: O Cordeiro (o nome retrata o próprio colega, tranquilo, calmo,  e educado. Entrou no primeiro PDV e montou um negócio em Niterói), o Novelo (eu o encontrei com sua família no Mercado Modelo, em Salvador, sempre alegre e afável), o Paca (começou a correr comigo, e hoje disputa maratonas), o Dupret, o Abrantes. E tinham as colegas Dora, Laura, Dalva e outras mais.
Por que dei o título de AAFBB em FOCO a este artigo?
Por que foi na AAFBB, que reencontrei, depois de tanto tempo, os amigos Waldyr Argento, Mário Bastos e Júlio Alt, que trabalharam comigo na CACEX.
Um pensador disse que, a certa altura, o nosso maior patrimônio na vida são os nossos amigos. Procuro aumentar e cuido desse patrimônio com muito zelo. Trato desse jardim com muito carinho, sensibilidade e proteção.
Hoje   os cabelos estão encanecidos, ficamos um tanto papudos e barrigudos, mas estamos mais espirituosos, mais experientes, mais realistas, mas com a mesma alegria e garra de quando éramos mais jovens.
É importante que nos mantenhamos ativos.
Estou muito feliz nesta fase da vida. É um momento em que estamos preparados para dar o melhor de nós mesmos para a sociedade.
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB