segunda-feira, 2 de julho de 2018

MUDANÇAS NA CASSI - DEPOIMENTO DE LUIZ SATORU ISHIYAMA



MUDANÇAS NA CASSI – DEPOIMENTO DE LUIZ SATORU ISHIYAMA

Caros Companheiros,
Complementando o artigo anterior MOMENTO DE MUDANÇAS, de 28.06.2018, transcrevo abaixo o esclarecedor depoimento do recém-eleito Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da CASSI, o companheiro LUIZ SATORU ISHIYAMA.
                    
Trata-se de uma exposição objetiva e realista sobre a dramática situação financeira    e administrativa pela qual passa a CASSI.
SATORU mergulhou na questão a fundo e expôs com frieza e realismo a situação calamitosa em que a CASSI se encontra, e expôs um corolário de medidas duras que devem ser tomadas de imediato para tirar a CASSI da situação desesperadora em que ela se encontra.
É importante que tomemos consciência desse depoimento sucinto e objetivo que não tergiversou sobre nenhum aspecto da atual problemática da CASSI.
É uma exposição da qual todos devemos tomar conhecimento e analisar profundamente para que não façamos escolhas equivocadas da qual venhamos a nos arrepender amargamente.
Boa leitura e análise!!
ADAÍ  ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB e ANAPLAB

 
DECLARAÇÃO DE LUIZ SATORU ISHIYAMA – Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da CASSI

Decisões da Diretoria Executiva da CASSI, e porque elas foram tomadas:

Pela primeira vez na história da CASSI ficamos insolventes, ou seja, não temos recursos para honrar os compromissos.

O déficit estrutural mensal tem sido de cerca de R$ 80 milhões, o que projeta um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão no final deste ano.

A pressa para resolver esse déficit estrutural não é do Banco, nem do Governo, nem da ANS, é da própria CASSI.

Cada mês que deixamos de resolver, acumulamos R$ 80 milhões de prejuízos, que deverá ficar acima dos R$ 400 milhões no acumulado do semestre, já considerando a última parcela do adiantamento de R$ 104 milhões que o Banco concedeu em janeiro de 2018 e que será creditado hoje.

Não adianta e nem vem mais ao caso encontrar quem foram os culpados pela CASSI chegar a esse ponto de falência.

É hora de refletir e pensar maior, ou seja, participar do esforço para resgatar a CASSI que queremos pelos próximos 74 anos, ou mais.

Isto exigirá um sacrifício de todos nós participantes da ativa, aposentados e pensionistas, patrocinador e funcionários da CASSI, e de todos os credenciados com quem já estamos negociando desde o ano passado.

Eis o motivo pelo qual a Diretoria da CASSI decidiu tomar imediatamente as  ações abaixo em caráter de urgência:

- Suspensão dos gastos com treinamentos;

- Suspensão das despesas com viagens a serviço;

- Congelamento dos reajustes dos salários, até que o déficit estrutural da CASSI seja revertido;


- Não provimento dos cargos vagos;


- Suspensão das substituições de cargos.


Todos esses itens orçamentários estão contingenciados e só serão autorizados em caráter legal, por exemplo, substituição de Gerente de Unidade, ou Diretor, pois não há como deixar o cargo vago que exige representação legal, ou em caráter de absoluta excepcionalidade.

Especificamente em relação às propostas do novo modelo de custeio do Plano de Associados, e do novo Modelo de Governança, após a apresentação às entidades e Mesa de Negociação no dia 26 de junho, já recebemos as sugestões e contribuições da ANABB, AAFBB, FAABB, AFABB-DF, Grupo MAIS, além das manifestações de diversos Conselhos de Usuários e diversos outros grupos.

Firmamos o compromisso com o Banco e as entidades que participaram da apresentação de 26 de junho, de receber as sugestões até 02/07/2018.

E ratifico em nome da Diretoria, esse compromisso de receber as sugestões até aquela data.

A Diretoria da CASSI irá consolidar a proposta definitiva até o dia 03/07/2018, para que seja possível apresentar ao Conselho Deliberativo ainda no mês de julho de 2018, e, caso aprovada, submeter à votação do Corpo Social em agosto de 2018.

Quanto antes aprovarmos a proposta, mais cedo estancaremos o prejuízo mensal de R$ 80 milhões.

Além disso, fomos notificados pela ANS, em ofício recebido no dia 25 de junho, cobrando-nos as providências adotadas para a reversão do déficit estrutural e ajustes no modelo de governança.

Ratifico, não há mais espaço para tergiversações, procura de um "bode expiatório" para achar um culpado, ou qualquer outra manifestação, muitas vezes justa, mas que, no momento, não contribuirá para propor um caminho seguro para o futuro da CASSI.

O tempo é curto, até 02 de julho, por isso, mais do que nunca, contamos com as contribuições e sugestões de todos.

Espero sinceramente que os Grupos que estão se negando a apresentar qualquer tipo de contribuição factível, apenas atacando as iniciativas já apresentadas, que revejam seus posicionamentos e contribuam com sugestões, ao invés de apenas se manifestar contra.

Espero contar com a grandeza e honestidade de princípios de todos, no sentido de apresentar suas importantes contribuições.

LUIZ SATORU  ISHIYAMA
28/06/2018   18.15h



13 comentários:

  1. Uma sugestão: criem mais faixas para enquadramento dos valores para os dependentes, pois isto vai ser mais justo. Do jeito que está, os que recebem menos vão ser muito mais onerados do que aqueles que recebem aposentadorias altas.

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  2. Texto sucinto e objetivo.
    Satoru mostra que não dá para fazer ilusionismo na atual situação da CASSI.

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    1. Caro Anônimo,

      Concordo inteiramente com você.
      Não temos mais tempo de ficar com ti-ti-ti em cima do passado discutindo o que foi feito de errado, ou em vãs argumentações sobre o que poderia ter sido feito e não foi.
      Temos um problema imediato que tem de ser resolvido agora.
      É como disse um colega, podemos até perder uns anéis. O importante é salvar os dedos.
      Essa é a questão.
      Abraços

      Adaí Rosembak

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  3. Com voto favorável de Satoru, diretoria da Cassi aprova aumento de 100% no valor das coparticipações (matéria do site do sindicato dos bancários de Brasília). Eita!

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  4. Já deveriam ter tomado essas providências acima à muito tempo...

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  5. Estimado colega Adaí,

    O que eu percebo do descarrilhamento da Cassi é produto de 03 consequências:

    a) Problemas de má gestão e erros administrativos.
    b) Receitas e Despesas ( o custo da saúde, é muito mais alto que o reajuste dos nossos benefícios e os salários pagos para o pessoal da ativa.
    c) Processo de envelhecimento da população da Cassi, expansão de tecnologia cara, a expansão dos custos operacionais(luxuosos prédios, administração cara de mais, programas ineficientes do ponto de vista do atendimento a todos nós, rede credenciada que para o diagnostico pede uma série de exames complementares apenas para crescer a fatia do bolo do seu negocio, e tudo isso sem que si tenha REAJUSTES na mesma velocidade dos gastos crescentes e pior de tudo isso que sem a devida FISCALIZAÇÃO da ANS(Agencia Nacional de Saúde), que é completamente omissa e negligente, fazendo com que haja muito mais judicialização, muitos a não ser atendidos vão em busca da justiça, tornando os gastos ainda maiores.

    Ninguém me faz acreditar que o problema da Cassi é só receitas não, a maior prova disso foi que tivemos vários aumentos de RECEITA AO LONGO DO TEMPO, cobranças até mesmo sobre o décimo terceiro salário, aumento de contribuição, por último aumento de 1% de receitas extras, que se esgotaram, sem chegar ao termino do acordo, prova contundente que calcularam mau, ou fizeram de propósito para que tivéssemos esse desenho de agora, onde pode-se aprovar o que bem desejar, para salvar o anel, retira-se a mão inteira do contribuinte.

    Eu pergunto ao nobre colega, onde isso vai parar, onde vamos chegar, que a Cassi ainda é muito barata frente a outros planos de saúde, ninguém dúvida, mas é real também que a Cassi é solidária, desde 2001 sou pensionista, e a minha conta individual é SUPERAVITÁRIA, eu paguei mais até hoje do que gastei com saúde, mas agora que chegou a minha vez de gastar esse bônus, porque com a idade avançando tenho mais necessidades médicas, meus gastos agora só aumenta, fruto da idade que chegou para todos nós, fruto de um plano envelhecido, e que os que entraram não tem condições de arcar com seus salários o mesmo suporte que servimos até hoje.

    Resultado pratico:

    Vamos fechar a conta com sacrifício e daqui a pouco vamos estar novamente aqui falando do mesmo problema,esta muito claro que o papel do BANCO DO BRASIL S/A é sair fora cada vez mais, jogando o pesado ônus nas nossas costas, e infelizmente não temos como reclamar, repito sem uma mudança completa na estrutura da Cassi vamos estar rasgando dinheiro, vamos continuar salvando algo podre e sem conserto, vamos estar nos enganando, porque onde existe uma população de IDOSOS não desperta o interesse de ninguém, e esta provado que da forma como estão conduzindo, essa negociação, vão empurrar a bomba no nosso contra-cheque, sem nenhuma contrapartida real de mudanças automáticas e profundas, e daqui a pouco estão com o pires na mão para mais uma rodada de novos recursos.

    Não sou contra o aumento neste momento, é a única forma de salvar o plano, mas que seja tomadas decisões sérias para fechar as torneiras, se não estamos fadados a larga mão de pagar a cassi e abrir uma poupança para o uso racional desses recursos na medida que necessitamos, e complementar na fila do SUS outros procedimentos.

    É o nos resta a fazer se o plano se tornar inviável sobre o ponto de vista das contribuições.

    Parabéns pelo seu ótimo artigo, estamos todos no mesmo barco, cheio de água e afundando.

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  6. Ednaldo - Santos SP3 de julho de 2018 às 07:55

    Vejo pessoas de escol prestando contas aos que confiaram em si, neles votando.
    Encaram os problemas com seriedade e transparência, trazendo à baila uma situação que o BB não pode alegar que desconhecia.
    Me incomoda o fato de tanto silêncio, ao longo de tantos anos, até chegar a esse ponto, sem que o patrocinador tenha movido uma palha para evitar, mesmo tendo o comando de toda a situação e se sabendo responsabilidade por nossa saúde, a partir das promessas em editais de concursos.
    Evidentemente, o BB poderia tirar a CASSI dessa situação incômoda, amortizando a cobertura ao longo de muitos anos, já que isso representa bem pouco ante o que perde com devedores inadimplentes e moratória dos sempre favorecidos do agronegócio.
    Confio em Satoru, Faraco e demais membros por nós eleitos e tenho certeza de que envidarão os melhores esforços no sentido de nos poupar de uma carga maior em decorrência dos desmandos passados e do descaso do BB, até então.
    A expectativa é de que impere o equilíbrio e nenhum associado da cassi seja, ainda mais, penalizado por algo a que não deu causa, até porque sua saúde teve cobertura garantida por ocasião da respectiva posse.

    Abraços apoiantes.
    Ednaldo, Santos (SP).

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    1. Ednaldo,

      Eu até concordo com você que estamos encarando problemas que o BB não pode alegar que desconhecia.
      Mas temos de enxergar as limitações e o estreitamento da área de manobras do outro lado.
      Não é possível fazer milagres e atender a todos os pleitos em um campo inteiramente minado.
      Já tive oportunidade de conversar com representantes que disseram que gostariam de fazer muito mais mas não o podem fazer pelas limitações a que são submetidos.
      Estamos frente a uma realidade: nossos rendimentos caíram e os custos hospitalares dispararam.
      O que fazer frente a essa situação ingrata?
      Sair do BB? Tem milhares disputando uma vaga na instituição.
      Infelizmente o BB mudou e não é mais o mesmo banco do passado.
      A meta governamental é o privatizar.
      Combater a corrupção geral? As forças estão se digladiando. É só olhar os jornais diariamente.
      Cortar custos? Onde?
      Então estamos presos a um emaranhado de questões de difícil solução.
      Temos de resolver a questão agora da melhor forma possível tentando salvar os dedos.
      Temos de tomar uma decisão. Não temos tempo para vãs discussões.
      Gostaríamos de não estar nessa situação aflitiva mas, infelizmente, estamos.
      Essa é a questão.
      Abraços

      Adaí Rosembak

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  7. Colega,

    Concordo inteiramente com o Satoru.
    Não vejo outra saída para a atual situação. Estou lendo muito coisa sobre o assunto e não vejo nenhua proposta viável aos que contestam o Satoru. É só blá-blá-blá que não vai dar em nada, a não em mais encontros, simpósios, converseiras sem fim, aliás, é o que estão atualmente protestando sempre fizeram.

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  8. Caro Anônimo,

    Infelizmente tenho de concordar com você.
    Essa situação já poderia ter sido resolvida há muito tempo. Mas sempre existem aqueles que levantam novos complicadores que levantam novas discussões.
    Não se resolve nada dessa forma.
    Em qualquer assunto sempre é possível colocar um novo problema e nada se resolve.
    Aí chega-se a uma situação limite que tudo tem de ser resolvido da forma como vai ser agora.
    Acho até que isso faz parte da maneira de agir do brasileiro.
    Abraços

    Adaí Rosembak

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  9. Colega Adai,
    Acho que colega Satoru estah certo em cortar gastos como os alencados acima. Não vamos mais perder tempo (ja perdemos demais e o prejuízo so aumentou). Vamos aceitar a proposta do Banco, se for possível melhorar algo em nosso favor, facamos isso , mas aprovemos (antes que a vaca va para o brejo). Abraços

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  10. O Satoru foi curto e claro.
    Assim é que deveriam ser os comunicados.
    Ele disse tudo em poucas palavras.

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    1. Caro Anônimo,

      Concordo plenamente com você.
      Vamos esperar o fim dessas negociações.

      Abraços

      Adaí Rosembak

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