Caros Companheiros,
A indefinição sobre os destinos da CASSI é uma situação que
está angustiando muitos associados da instituição.
Têm aqueles colegas que nos recomendam relaxar
e não nos preocupar com o assunto pois sempre será encontrada uma solução,
mesmo que não venha no tempo certo e não seja a ideal.
Essas pessoas,
evidentemente, não se defrontam com qualquer problema sério e urgente de saúde.
Não chamo isso de solução; pode no máximo ser chamado de um “arranjo”
ou “jeitinho” para sair de um problema momentâneo sem maior gravidade.
Decididamente isso não é uma alternativa cabível para resolver
problemas graves em
uma instituição como a CASSI, dentro de condições dignas e aceitáveis.
Outros frente a doenças e complicações sérias e urgentes de
saúde, lançam desesperados pedidos de
socorro pelas redes de funcionários, apelando para a concessão pela CASSI de atendimento
médico especializado e prioritário à sua
pessoa ou a membros da família.
É a esses que mais devemos focar nossas atenções e nossas energias.
Nessas situações emergenciais temos de ser rápidos e objetivos.
É o que ocorre no momento com o imperioso
esforço para a aprovação urgente da nova proposta de sustentabilidade da CASSI,
que foi aceita pela maioria das entidades que compõem a Mesa de Negociações, mas
que não foi aprovada na votação do Corpo Social da CASSI, por não ter atingido
o quórum mínimo.
Entre as instituições que aprovaram a proposta, estão a AAFBB
e a ANABB, as duas maiores associações de funcionários da ativa e de aposentados
do BB.
Como frequentador da AAFBB no Rio, estou sempre conversando e
procurando me informar com colegas sobre assuntos de nosso interesse, principalmente
com aposentados que comparecem àquela associação nos almoços mensais e frequentam
o Espaço dos Aposentados. São pessoas atuantes que marcam presença, oferecem sugestões
e orientam outros associados a recorrerem a setores da AAFBB de
apoio aos associados e de orientação jurídica, para obter informes mais abalizados no sentido
de agilizar seus pleitos junto à CASSI.
Observo como é constrangedor aos dirigentes da entidade se
verem impedidos de prestar orientações precisas sobre esse assunto, justamente
porque a última proposta votada pelo corpo social da CASSI não foi aprovada
porque não atingiu o quórum mínimo.
Aí, como tantos outros companheiros, me sinto frustrado e revoltado
e – perdoem-me a franqueza - principalmente com os aposentados, que não conseguiram
se mobilizar para defender seus próprios interesses.
Compreendemos muitas das dificuldades naturais que se abatem
sobre os aposentados e abominamos as absurdas barreiras burocráticas que foram colocadas
(propositalmente?) pelos responsáveis pela votação para prejudicar ainda mais o
pleito (vide o artigo “Uma Denúncia Séria”, de 04.06.2019, neste blog).
Ainda me revolto – e aí fica óbvia minha opção – com as justificativas
de muitos associados que optaram pelo NÃO na votação.
Pelas redes de funcionários, muitos justificam seus votos apoiados
em premissas do passado – que não voltam mais - em
que o BB, a CASSI, nós mesmos e o Mundo eram outros.
Tudo mudou e continua mudando cada vez mais rápido e temos de
nos adequar a essa realidade que se renova constantemente.
Nessa hora bate a angústia, pois a realidade à nossa frente
não permite mais equívocos, delongas e postergações descabidas.
Foi num momento de desalento como esse que me defrontei com o
magistral artigo “RETROPIA”, de autoria do Companheiro GILBERTO SANTIAGO,
ex-presidente da AAFBB, publicado no site dessa associação.
O artigo, que reproduzo adiante, apresenta de forma precisa e
isenta essa dicotomia entre o passado e o futuro, que se reflete constantemente em nossas
decisões.
Neste momento, mais uma vez, repetimos que este é um momento
vital para a sobrevivência da CASSI.
Boa Leitura!!
Atenciosamente
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB e ANAPLAB
RETROPIA
GILBERTO SANTIAGO
Há um fenômeno importante, pelo menos no mundo ocidental.
É a “RETROPIA”, uma fantasia que não se atém a um futuro almejado, mas sim
a um passado idealizado, reduto dos saudosistas e dos que ignoram a dura
realidade, desconsiderando as novas circunstâncias que passam a reger todos os
passos de nossas vidas.
É um apego anacrônico, eis que transfere para o presente
valores do passado que não podem mais subsistir em um mundo em plena evolução.
Em recente artigo Fernando Gabeira ressalta o termo e suas
interações.
Suas palavras:
“o diálogo com um idealista retrópico é muito difícil
pois tende a considerar qualquer argumento, mesmo o mais racional e objetivo,
como uma submissão, desconfiado do que lhe pareça o vazio medíocre da ausência
de uma utopia.
Olho tudo isso com tranquilidade, pois conheço muita
gente fixada em certos períodos do passado.”
E conclui:
“quando se tem a pretensão de governar comportamentos,
fica impossível encontrar um “modus vivendi”.
Grupos e mentalidades muito fechados tendem a
considerar as críticas como um esforço conspiratório”.
Nem utopias, nem retropias.
Os fatos e as novas circunstâncias, com o correr dos tempos,
se impõem como fonte de reflexão sobre as nossas convicções.
Quando, nos momentos difíceis, tivermos que tomar decisões
que possam alterar nossas vidas (e, por vezes, o destino dos outros), iremos
certamente confrontar o que podemos mudar e o que nos obriga a aceitar, dentro
da realidade que nos cerca.
Com sabedoria e bom senso para perceber a diferença.