Análise ou Fatalismo Suicida?
O Companheiro João Carlos Lago Neto não expressou sua opinião sobre a
análise da CASSI (ao final desta nota), de autoria da funcionária do BB Tânia
Barreto e que ele retransmitiu pela internet.
Na modesta visão deste articulista, tudo o que foi exposto nessa pretensa
análise vai contra a justiça e os legítimos interesses dos atuais funcionários
do BB e dos aposentados e pensionistas da PREVI.
Está a autora a defender a posição do BB? É o que me pareceu.
Vamos abordar o assunto, item por item, na mesma ordem em que a colega os
colocou.
1 - Primeiramente ela diz que está havendo um debate muito grande em
torno da CASSI e muita coisa se fala, aparentemente, sem parar para pensar.
Minha visão: Falamos muita coisa sim e após pensarmos muito.
2 – Ela diz que o BB paga à CASSI uma contribuição determinada que, pelo
que sabe, nunca deixou de pagar. Também diz que o BB não tirou dinheiro, dessa
contribuição, para patrocinar esporte ou política. Ele faz isso, mas não
tirando da contribuição da CASSI.
Minha visão: O BB efetivamente paga à CASSI uma
contribuição determinada que nunca deixou de pagar conforme foi acordado pelas
partes integrantes do plano. Também, que eu saiba, não tirou dinheiro, dessa
contribuição, para patrocinar esporte ou política o que iria contra as normas
do plano. Ainda bem que não fez na CASSI como fez no BB financiando “pedaladas”
para cobrir rombos governamentais.
3 – Ela diz que se fala em má gestão e se culpa o BB por isso. Acredita
que a gestão pode não estar sendo adequada, mas acha que não é isso que está
quebrando a CASSI.
Minha visão: Sempre se pode melhorar qualquer gestão. Esse é um processo
dinâmico com a introdução de novas normas administrativas e com o auxílio da
TI. Não é isso que está quebrando o Plano Associados da CASSI.
4 – Diz que a mesma gestão está com a CASSI Família saudável, sem problemas
de caixa. Acrescenta que nós temos que fazer as contas e vamos chegar a uma
conclusão básica: o que nós e o banco pagamos à CASSI não dá para pagar as
contas.
Minha Visão: A autora se esquece que os planos são diferentes. Um é o
CASSI Família e o outro é o CASSI Associados. E com regras diferentes. A razão
de que o que o BB e os funcionários pagam à CASSI não ser suficiente para pagar
as contas é resultado, primeiramente, porque o BB introduziu o PCS na década de
90, e com isso achatou os salários que, como ela diz, ficaram anos sem
atualização, inclusive da inflação. Isso proletarizou a categoria e, hoje, os
funcionários vivem em situação de miséria. Tratam de estudar para pularem fora
do BB e viverem de forma mais decente.
O óbvio ululante é que essa situação “criada pelo
BB” quebrou o sistema. O que o BB e os
funcionários pagam à CASSI não dá para pagar as contas.
5 – A autora segue dizendo que se esperarmos que o BB pague por essa
conta sozinho é viver no País das Maravilhas, o mesmo que a propaganda do
Governo mostra e que sabemos não existir.
Minha visão: O BB tem de ter uma visão social e humanitária em relação
aos seus funcionários SIM. Os funcionários não são máquinas nem material descartável
a bel prazer das autoridades de plantão. Principalmente no que foi acordado e
que consta da Carteira de Trabalho dos funcionários aposentados e das
pensionistas. Esse foi um contrato celebrado entre as partes e que éramos
obrigados a aceitar pelo BB. Isso tem força de lei SIM.
Cabe aos funcionários novos lutar pelos seus direitos e até apelar para
greves que, infelizmente, hoje, pela introdução da TI e de novas tecnologias nas
operações bancárias, tem um efeito extremamente limitado.
6 – Segue a funcionária dizendo que não podemos deixar que o BB fuja de
sua obrigação que está no estatuto “mas
esperar que nos ajude e assuma a conta do prejuízo, sozinho, é quebrar a CASSI.
Diz também que jogar para a ANABB, para os Sindicatos, para a CUT, para o GAREF,
e outras entidades, a responsabilidade de defender a CASSI, não vai surtir
efeito. Acrescenta que essa defesa tem que ser feita por todas essas entidades,
mas nós temos que estar juntos, participando, e enxergando que eles não têm
poderes para obrigar o BB a nada que não esteja na lei.
Minha visão: Cabe SIM ao BB cobrir a conta do prejuízo em razão da
penúria em que vive o funcionalismo. Foi em razão de iniciativas tomadas pelo
BB que o funcionalismo chegou a esta situação de miséria e degradação. Os
funcionários estão endividados e, como se diz por ironia, “está sobrando mês no
salário”.
Perguntamos o que o BB pretende com isso. Levar o funcionalismo a uma
situação de desespero e maior inadimplência? Será que os dirigentes não podem
enxergar que isso só levará a uma situação de queda da produtividade em
prejuízo do próprio BB? Que visão tacanha e estúpida é essa? Querem destruir
com o BB?
Todas as associações e entidades ligadas ao funcionalismo do BB e aos
aposentados tem de participar dessa luta SIM. É função delas. É para isso que
elas foram criadas.
E, se por desumanidade, irracionalismo ou servilismo ao Governo, os
representantes do BB não tiverem sensibilidade e humanismo para encarar essa
situação como ela deve ser encarada, é o caso de se levar a instituição à barra
dos tribunais para que cumpra com os contratos que celebrou com seu
funcionalismo.
7 – A funcionária encerra sua exposição dizendo que se o funcionalismo “afirmar que não aceita pagar uma
contribuição maior, que não aceita pagar por dependente, querer que o BB pague
a conta sozinho é utopia e vamos ficar sem plano de saúde. ” E conclui dizendo que “o mercado de plano de saúde está muito mais caro do que muitos pensam.
”
Minha visão: Temos de lutar com toda nossa energia, força e capacidade
de convencimento para mostrar aos representantes do BB que não é dessa forma
que teremos um funcionalismo saudável, contente e feliz com o BB. Corremos o
risco de transformar os funcionários do BB nas chamadas “andorinhas”, que é
como são chamados os funcionários dos bancos particulares que, periodicamente,
se demitem para outros novatos serem admitidos para, em seguida, entrarem no mesmo
rodízio. Isso causa um contínuo preparo de novos funcionários para o desempenho
de funções com custos elevadíssimos em termos de treinamento, produtividade e
prejuízos.
O que está sendo pleiteado é o mínimo de respeito e valorização a ser
prestado para o funcionalismo, que outrora era chamado de “prata da Casa”, visando
o sucesso cada vez maior do BB como líder entre as instituições bancárias e
como instrumento fundamental para a implementação de medidas na área econômica
de interesse governamental.
Adaí Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB
Está
havendo um debate muito grande em torno da Cassi e muita coisa se fala,
aparentemente, sem parar para pensar. O Banco do Brasil paga à Cassi uma
contribuição determinada que, pelo que sei, nunca deixou de pagar. Não tirou
dinheiro, dessa contribuição, para patrocinar esporte ou política. Ele faz
isso, mas não tirando da contribuição da Cassi. Também se fala em má gestão e
se culpa o BB por isso. Acredito que a gestão pode não estar sendo adequada,
mas acho que não é isso que está quebrando a Cassi. Afinal, a mesma gestão
está com a Cassi Família saudável, sem problemas de caixa. Nós temos que fazer
as contas e vamos chegar a uma conclusão básica: o que nós e o banco pagamos à
Cassi não dá para pagar as contas. Pagamos sobre nossos salários, que ficaram
anos sem atualização, nem da inflação, que estão sucateados em relação ao que
era quando eu entrei no banco, em 1974. Se contribuímos com uma porcentagem
sobre nossos salários e esses salários estão muito defasados, lógico que o caixa
da Cassi também vai ficar defasado. Mas ficar esperando que o BB assuma essa
conta sozinho é viver no país das Maravilhas, o mesmo que a propaganda do
governo mostra e que sabemos não existir. A realidade é dura, mas o BB de hoje
é diferente do BB do meu tempo. Não podemos deixar que ele fuja da sua
obrigação que está lá, no estatuto, mas esperar que nos ajude e assuma a conta
do prejuízo, sozinho, é quebrar a Cassi. Também jogar para a ANABB, para os
Sindicatos, para a CUT, para o Garef, e outras entidades, a responsabilidade de
defender a Cassi, não vai surtir efeito. Essa defesa tem que ser feita por
todas essas entidades, mas nós temos que estar juntos, participando, e
enxergando que eles não têm poderes para obrigar o BB a nada que não esteja na
lei. Afirmar que não aceita pagar uma contribuição maior, que não aceita pagar
por dependente, querer que o BB pague a conta sozinho é Utopia e vamos ficar
sem plano de saúde. E o mercado de plano de saúde está muito mais caro do que
muitos pensam.
Meu prezado amigo, o meu bom dia!
ResponderExcluirExcelente resposta. Gostei.
Um abraço e que DEUS o abençoe.
João Saiter
Caro João Saiter,
ResponderExcluirGrato por partilhar do mesmo ponto de vista.
Não podemos partir para negociações apresentando um quadro derrotista como foi apresentado pela autora do texto.
Assim é como dizem alguns: com amigos como esses dispensamos os inimigos.
Temos de partir de uma posição de força.
Um abração
Adaí Rosembak