terça-feira, 5 de janeiro de 2016

SUSTENTABILIDADE DA CASSI - Informe 8

Análise ou Fatalismo Suicida?
O Companheiro João Carlos Lago Neto não expressou sua opinião sobre a análise da CASSI (ao final desta nota), de autoria da funcionária do BB Tânia Barreto e que ele retransmitiu pela internet.
Na modesta visão deste articulista, tudo o que foi exposto nessa pretensa análise vai contra a justiça e os legítimos interesses dos atuais funcionários do BB e dos aposentados e pensionistas da PREVI.
Está a autora a defender a posição do BB? É o que me pareceu.
Vamos abordar o assunto, item por item, na mesma ordem em que a colega os colocou.
1 - Primeiramente ela diz que está havendo um debate muito grande em torno da CASSI e muita coisa se fala, aparentemente, sem parar para pensar.
Minha visão: Falamos muita coisa sim e após pensarmos muito.
2 – Ela diz que o BB paga à CASSI uma contribuição determinada que, pelo que sabe, nunca deixou de pagar. Também diz que o BB não tirou dinheiro, dessa contribuição, para patrocinar esporte ou política. Ele faz isso, mas não tirando da contribuição da CASSI.
Minha visão: O BB efetivamente paga à CASSI uma contribuição determinada que nunca deixou de pagar conforme foi acordado pelas partes integrantes do plano. Também, que eu saiba, não tirou dinheiro, dessa contribuição, para patrocinar esporte ou política o que iria contra as normas do plano. Ainda bem que não fez na CASSI como fez no BB financiando “pedaladas” para cobrir rombos governamentais.
3 – Ela diz que se fala em má gestão e se culpa o BB por isso. Acredita que a gestão pode não estar sendo adequada, mas acha que não é isso que está quebrando a CASSI.
Minha visão: Sempre se pode melhorar qualquer gestão. Esse é um processo dinâmico com a introdução de novas normas administrativas e com o auxílio da TI. Não é isso que está quebrando o Plano Associados da CASSI.
4 – Diz que a mesma gestão está com a CASSI Família saudável, sem problemas de caixa. Acrescenta que nós temos que fazer as contas e vamos chegar a uma conclusão básica: o que nós e o banco pagamos à CASSI não dá para pagar as contas.
Minha Visão: A autora se esquece que os planos são diferentes. Um é o CASSI Família e o outro é o CASSI Associados. E com regras diferentes. A razão de que o que o BB e os funcionários pagam à CASSI não ser suficiente para pagar as contas é resultado, primeiramente, porque o BB introduziu o PCS na década de 90, e com isso achatou os salários que, como ela diz, ficaram anos sem atualização, inclusive da inflação. Isso proletarizou a categoria e, hoje, os funcionários vivem em situação de miséria. Tratam de estudar para pularem fora do BB e viverem de forma mais decente.
O óbvio ululante é que essa situação “criada pelo BB” quebrou o sistema. O que o BB e os funcionários pagam à CASSI não dá para pagar as contas.
5 – A autora segue dizendo que se esperarmos que o BB pague por essa conta sozinho é viver no País das Maravilhas, o mesmo que a propaganda do Governo mostra e que sabemos não existir.
Minha visão: O BB tem de ter uma visão social e humanitária em relação aos seus funcionários SIM. Os funcionários não são máquinas nem material descartável a bel prazer das autoridades de plantão. Principalmente no que foi acordado e que consta da Carteira de Trabalho dos funcionários aposentados e das pensionistas. Esse foi um contrato celebrado entre as partes e que éramos obrigados a aceitar pelo BB. Isso tem força de lei SIM.
Cabe aos funcionários novos lutar pelos seus direitos e até apelar para greves que, infelizmente, hoje, pela introdução da TI e de novas tecnologias nas operações bancárias, tem um efeito extremamente limitado.
6 – Segue a funcionária dizendo que não podemos deixar que o BB fuja de sua obrigação que está no estatuto “mas esperar que nos ajude e assuma a conta do prejuízo, sozinho, é quebrar a CASSI. Diz também que jogar para a ANABB, para os Sindicatos, para a CUT, para o GAREF, e outras entidades, a responsabilidade de defender a CASSI, não vai surtir efeito. Acrescenta que essa defesa tem que ser feita por todas essas entidades, mas nós temos que estar juntos, participando, e enxergando que eles não têm poderes para obrigar o BB a nada que não esteja na lei.
Minha visão: Cabe SIM ao BB cobrir a conta do prejuízo em razão da penúria em que vive o funcionalismo. Foi em razão de iniciativas tomadas pelo BB que o funcionalismo chegou a esta situação de miséria e degradação. Os funcionários estão endividados e, como se diz por ironia, “está sobrando mês no salário”.
Perguntamos o que o BB pretende com isso. Levar o funcionalismo a uma situação de desespero e maior inadimplência? Será que os dirigentes não podem enxergar que isso só levará a uma situação de queda da produtividade em prejuízo do próprio BB? Que visão tacanha e estúpida é essa? Querem destruir com o BB?
Todas as associações e entidades ligadas ao funcionalismo do BB e aos aposentados tem de participar dessa luta SIM. É função delas. É para isso que elas foram criadas.
E, se por desumanidade, irracionalismo ou servilismo ao Governo, os representantes do BB não tiverem sensibilidade e humanismo para encarar essa situação como ela deve ser encarada, é o caso de se levar a instituição à barra dos tribunais para que cumpra com os contratos que celebrou com seu funcionalismo.
7 – A funcionária encerra sua exposição dizendo que se o funcionalismo “afirmar que não aceita pagar uma contribuição maior, que não aceita pagar por dependente, querer que o BB pague a conta sozinho é utopia e vamos ficar sem plano de saúde. ”  E conclui dizendo que “o mercado de plano de saúde está muito mais caro do que muitos pensam. ”  
Minha visão: Temos de lutar com toda nossa energia, força e capacidade de convencimento para mostrar aos representantes do BB que não é dessa forma que teremos um funcionalismo saudável, contente e feliz com o BB. Corremos o risco de transformar os funcionários do BB nas chamadas “andorinhas”, que é como são chamados os funcionários dos bancos particulares que, periodicamente, se demitem para outros novatos serem admitidos para, em seguida, entrarem no mesmo rodízio. Isso causa um contínuo preparo de novos funcionários para o desempenho de funções com custos elevadíssimos em termos de treinamento, produtividade e prejuízos.
O que está sendo pleiteado é o mínimo de respeito e valorização a ser prestado para o funcionalismo, que outrora era chamado de “prata da Casa”, visando o sucesso cada vez maior do BB como líder entre as instituições bancárias e como instrumento fundamental para a implementação de medidas na área econômica de interesse governamental.
Adaí  Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB

Está havendo um debate muito grande em torno da Cassi e muita coisa se fala, aparentemente, sem parar para pensar. O Banco do Brasil paga à Cassi uma contribuição determinada que, pelo que sei, nunca deixou de pagar. Não tirou dinheiro, dessa contribuição, para patrocinar esporte ou política. Ele faz isso, mas não tirando da contribuição da Cassi. Também se fala em má gestão e se culpa o BB por isso. Acredito que a gestão pode não estar sendo adequada, mas acho que não é isso que está quebrando a Cassi. Afinal, a mesma gestão está com a Cassi Família saudável, sem problemas de caixa. Nós temos que fazer as contas e vamos chegar a uma conclusão básica: o que nós e o banco pagamos à Cassi não dá para pagar as contas. Pagamos sobre nossos salários, que ficaram anos sem atualização, nem da inflação, que estão sucateados em relação ao que era quando eu entrei no banco, em 1974. Se contribuímos com uma porcentagem sobre nossos salários e esses salários estão muito defasados, lógico que o caixa da Cassi também vai ficar defasado. Mas ficar esperando que o BB assuma essa conta sozinho é viver no país das Maravilhas, o mesmo que a propaganda do governo mostra e que sabemos não existir. A realidade é dura, mas o BB de hoje é diferente do BB do meu tempo. Não podemos deixar que ele fuja da sua obrigação que está lá, no estatuto, mas esperar que nos ajude e assuma a conta do prejuízo, sozinho, é quebrar a Cassi. Também jogar para a ANABB, para os Sindicatos, para a CUT, para o Garef, e outras entidades, a responsabilidade de defender a Cassi, não vai surtir efeito. Essa defesa tem que ser feita por todas essas entidades, mas nós temos que estar juntos, participando, e enxergando que eles não têm poderes para obrigar o BB a nada que não esteja na lei. Afirmar que não aceita pagar uma contribuição maior, que não aceita pagar por dependente, querer que o BB pague a conta sozinho é Utopia e vamos ficar sem plano de saúde. E o mercado de plano de saúde está muito mais caro do que muitos pensam.

2 comentários:

  1. Meu prezado amigo, o meu bom dia!
    Excelente resposta. Gostei.
    Um abraço e que DEUS o abençoe.
    João Saiter

    ResponderExcluir
  2. Caro João Saiter,

    Grato por partilhar do mesmo ponto de vista.
    Não podemos partir para negociações apresentando um quadro derrotista como foi apresentado pela autora do texto.
    Assim é como dizem alguns: com amigos como esses dispensamos os inimigos.
    Temos de partir de uma posição de força.

    Um abração

    Adaí Rosembak

    ResponderExcluir