Caros Companheiros,
Raramente temos a
oportunidade de nos defrontar com uma exposição sobre a realidade brasileira tão
objetiva, lúcida e esclarecedora como a do Comandante do EXÉRCITO BRASILEIRO,
Ilustre General EDUARDO VILLAS BÔAS,
que foi reproduzida na Rede “bbfuncionários
– Resumo 4754”, item 1, em 05.02.2018, pelo Mestre e Companheiro FERNANDO
ARTHUR TOLLENDAL PACHECO, sob o título “NO BRASIL, TODOS OS PROBLEMAS TENDEM A
SE TRANSFORMAR EM IDEOLOGIAS.”
É com muita satisfação que
reproduzo adiante essa valiosa matéria, da forma como foi formatada pelo colega
FERNANDO TOLLENDAL,
para conhecimento e enriquecimento dos internautas que
acessam este blog.
Bom Proveito !!
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB, ANABB e
ANAPLAB
NO BRASIL , TODOS OS PROBLEMAS TENDEM A SE TRANSFORMAR EM IDEOLOGIAS.
PAÍS DIVIDIDO, DIZ GENERAL
28 de janeiro de 2018.
A Editora Insight, do Rio de Janeiro,
que não dá trégua ao convencional, promoveu o seminário “BRASIL: Imperativo
Renascer!”, no Tribunal de Justiça do RIO DE JANEIRO.
Levou lá, além do presidente do
tribunal, MILTON FERNANDES DE SOUZA, o presidente do BNDES, o titular da
Fundação Getulio Vargas, o Embaixador JÓRIO DAUSTER, o sociólogo WANDERLEY GUILHERME DOS SANTOS.
O General EDUARDO VILLAS BÔAS participou do seminário no TJ-RJ.
A sensação do evento foi o General EDUARDO VILLAS BÔAS. De sua cadeira de rodas, tolhido pelos efeitos de uma lamentável moléstia degenerativa, o Comandante do EXÉRCITO BRASILEIRO, de “IMPROVISO”, (e é importante que se frise o “IMPROVISO”), analisou com destreza e franqueza o momento nacional.
O General EDUARDO VILLAS BÔAS participou do seminário no TJ-RJ.
A sensação do evento foi o General EDUARDO VILLAS BÔAS. De sua cadeira de rodas, tolhido pelos efeitos de uma lamentável moléstia degenerativa, o Comandante do EXÉRCITO BRASILEIRO, de “IMPROVISO”, (e é importante que se frise o “IMPROVISO”), analisou com destreza e franqueza o momento nacional.
O general partiu da análise do que
seja o papel das FORÇAS ARMADAS na atualidade.
Mas foi bem além disso.
VILLAS BÔAS examinou como transitam hoje as ideologias.
VILLAS BÔAS examinou como transitam hoje as ideologias.
Todo problema no país hoje tende a
tornar-se uma ideologia, disse ele.
Sem que se chegue à solução teoricamente desejada. Assim, “quanto mais ambientalismo, mais problemas
ambientais temos.
Quanto mais indigenismo, coitados dos
nossos índios, mais são relegados ao abandono.
Quanto mais luta contra o preconceito racial, mais racialismo. (...)
Quanto mais luta ou quanto mais se discute as questões de gênero, mais preconceito nessa área se verifica e por
incrível que pareça, até mesmo, está surgindo no nosso país intolerância
religiosa”.
O general saltitou em terreno minado, sem detonar bomba alguma, ao abordar como funciona o imperialismo moderno que galvaniza estereótipos como a campanha mundial contra o desmatamento no BRASIL, incorporada aqui inclusive pela esquerda.
“Temos 80% da AMAZÔNIA preservada e admitimos levar lições de países que
têm 0,3% das suas florestas originais.
A média mundial de preservação das florestas
mundiais é de 25%, aproximadamente”, registrou, apontando a instrumentalização
da ideologia ambiental que, como se sabe, visa proteger o mercado agrícola dos países que, todos somados, não dispõem da área agricultável
que o BRASIL tem.
*Leia os principais trechos da palestra do General de EXÉRCITO EDUARDO VILLAS BÔAS:*
Quando houve a queda do muro de BERLIM, emblematicamente, marco do fim da Guerra Fria, passou a prevalecer nos países uma visão sistêmica de defesa em que ela deixou de ser uma exclusividade dos militares e passou a exigir a participação de toda a sociedade em seus mais variados segmentos.
*Leia os principais trechos da palestra do General de EXÉRCITO EDUARDO VILLAS BÔAS:*
Quando houve a queda do muro de BERLIM, emblematicamente, marco do fim da Guerra Fria, passou a prevalecer nos países uma visão sistêmica de defesa em que ela deixou de ser uma exclusividade dos militares e passou a exigir a participação de toda a sociedade em seus mais variados segmentos.
Assim, a estrutura de defesa de um
país será tão mais robusta quanto mais forte for a participação da área
econômica das empresas, da área de ciência e tecnologia, da área acadêmica, do poder político e assim por diante.
Por outro lado, aos militares foi exigido também que eles não se restringissem apenas a se preparar para fazer face ao inimigo.
Por outro lado, aos militares foi exigido também que eles não se restringissem apenas a se preparar para fazer face ao inimigo.
Hoje, a visão consagrada no mundo é a
de que as FORÇAS ARMADAS devem estar em condições de atender a qualquer demanda da sociedade.
E não há países em que isso não se aplique.
Alguém pode dizer, ah!, nos ESTADOS
UNIDOS as FORÇAS ARMADAS compram esse tipo de atividade, porque lá eles têm a
Guarda Nacional, que é praticamente força armada, inclusive as suas unidades
são mandadas a participar dos conflitos e elas cumprem esse papel de trabalhar voltadas para o território americano.
Falar de defesa no BRASIL — e eu
pretendo, em linhas gerais, traçar algumas considerações sobre a inserção da
defesa de um projeto nacional — é difícil, tem pouco apelo, porque não há no
país uma percepção de ameaças à soberania e à integridade, nem por partes da população nem por parte das elites
dirigentes, diferente, por exemplo, do que ocorre em ISRAEL, ou do que o que ocorre
no CHILE e em tantos outros países.
Portanto, um diretor de banco, um
reitor de uma universidade, enfim, pessoas dos mais variados setores da sociedade não estão preocupadas com ameaça da integridade nacional.
O ministro JOBIM, NELSON JOBIM, ele
dizia que fazia parte de uma geração política em que defesa para eles era
repressão e as coisas relativas a isso.
Como consequência, esse espaço da defesa
foi ocupado inexoravelmente pelos próprios militares e a consequência é que, a
consequência foi a grande dificuldade de alocação de recursos adequados para
estrutura de defesa.
Como se diz no jargão político,
defesa não dá voto.
Daí a dificuldade, nós nunca vimos,
por exemplo, em um debate eleitoral para a Presidência da República, o tema
“defesa” ser discutido, aliás não só o
tema defesa, outros temas relativos ao Estado, como a política externa, não é embaixador (dirigindo-se ao companheiro de mesa, Embaixador JÓRIO DAUSTER)?
Na última eleição, esses dois temas não foram absolutamente tocados e isso se deve enfim, dentre outros aspectos, nós temos no BRASIL, o que poderemos chamar de um passivo geo-histórico.
tema defesa, outros temas relativos ao Estado, como a política externa, não é embaixador (dirigindo-se ao companheiro de mesa, Embaixador JÓRIO DAUSTER)?
Na última eleição, esses dois temas não foram absolutamente tocados e isso se deve enfim, dentre outros aspectos, nós temos no BRASIL, o que poderemos chamar de um passivo geo-histórico.
Nós temos metade do nosso território não ocupado e não integrado à dinâmica do desenvolvimento nacional.
As consequências disso vão além de
aspectos concretos, há questões também subjetivas decorrentes, se o território
é a base da nacionalidade.
Vejam que nós não temos na nossa, o
sentimento de nação totalmente consolidado.
O BRASIL foi resultado da criação de
um Estado que a partir daí passou a trabalhar para consolidar os aspectos
relativos à nacionalidade e isso ainda é incompleto.
O General HELENO costuma dizer que o BRASIL é como um superdotado num corpo de adolescente.
O General HELENO costuma dizer que o BRASIL é como um superdotado num corpo de adolescente.
Ele não tem noção do seu território,
não tem a percepção da importância e talvez daí decorra o fato de sermos tão voltados para dentro de
nós mesmos.
Uma das consequências disso é a nossa
dificuldade de assumir uma responsabilidade inexorável que é exercer a liderança na AMÉRICA DO SUL.
Para exercer a liderança, é
necessário primeiro demonstrar capacidade.
Segundo, demostrar vontade; e terceiro, ser capaz de inspirar e de mostrar um caminho para o futuro.
É muito impressionante quando vemos um militar argentino reclamar de nós, por não assumirmos a liderança na AMÉRICA DO SUL.
Segundo, demostrar vontade; e terceiro, ser capaz de inspirar e de mostrar um caminho para o futuro.
É muito impressionante quando vemos um militar argentino reclamar de nós, por não assumirmos a liderança na AMÉRICA DO SUL.
E esse sentimento, as relações
militares, com muita frequência expresso, porque os países sul-americanos sabem que a alternativa que eles têm é de se agregar a um grande
projeto de desenvolvimento do BRASIL, caso contrário serão, estaremos sempre
periféricos e não há absolvição para isso.
Nós somos o único grande país não
beligerante, poderemos tirar talvez a AUSTRÁLIA, mas todos os demais grandes
países são beligerantes.
Então, o lado ruim de uma coisa boa,
e importante: nos falta esse sentimento de um projeto nacional.
E quando vejo essas discussões, em
relação à crise que nós vivemos e a busca de caminhos, a minha impressão é que elas são superficiais.
Carecem de profundidade e carecem de
uma multidisciplinaridade necessária para a mudança da nossa realidade.
Em relação a um projeto nacional, o
país, o BRASIL pela sua dimensão, pelas características que tem, ele não pode
prescindir de uma ideologia que lhe dê um caminho, e não estou me referindo a
ideologia política.
O BRASIL foi, da década de 1930 à
década de 1950, o país do mundo, ou um dos países do mundo que mais cresceu.
Havia uma ideologia de desenvolvimento,
havia um sentido de projeto, havia um ufanismo.
Os mais velhos vão lembrar da década
de 1960, vivendo lá o momento Juscelino, Brasília sendo construída, Aterro do
Flamengo, Aterro de Copacabana, campeão do mundo de futebol, campeão do mundo
de basquete, Maria Esther Bueno no tênis, Eder Jofre no boxe, enfim, havia um
ufanismo e um otimismo muito grande.
Éramos o país do futuro.
Cometemos o erro de, durante a Guerra Fria, permitir que a linha de fratura passasse por dentro e dividisse a nossa sociedade.
Cometemos o erro de, durante a Guerra Fria, permitir que a linha de fratura passasse por dentro e dividisse a nossa sociedade.
Foi aí que perdemos o sentido de
coesão, perdemos essa ideologia do desenvolvimento, sentido de projeto, ficamos um país à deriva.
Extremamente perigoso, como disse,
pela nossa dimensão, pela nossa estrutura, porque as forças centrífugas estão
se fortalecendo e corremos o risco de uma fragmentação, se não uma fragmentação territorial, mas já está a caminho uma fragmentação social.
Nesse período, permitimos incorporar ideologias.
Aliás, dizem que, quando as
ideologias ficam velhas, elas se mudam para a AMÉRICA DO SUL.
E incorporamos tanto ideologias
políticas como ideologias sociais que estão nos desfigurando como nação e
alterando a nossa identidade.
E há uma tendência no nosso país de todos os problemas serem transformados em ideologias. Quando isso acontece, se perde a visão de resultado e o foco fica sendo na aplicação da ideologia e não no que se pretende buscar como solução.
E há uma tendência no nosso país de todos os problemas serem transformados em ideologias. Quando isso acontece, se perde a visão de resultado e o foco fica sendo na aplicação da ideologia e não no que se pretende buscar como solução.
Isso gera um mais do mesmo.
Vejam que quanto mais ambientalismo
mais problemas ambientais temos.
Quanto mais indigenismo, coitados dos
nossos índios, mais são relegados ao abandono.
Quanto mais luta contra o preconceito racial, mais racialismo.
O ministro ALDO REBELO diz que nós éramos
um país de mestiços e estamos nos transformando em país de brancos e pretos.
Quanto mais luta ou quanto mais se
discute as questões de gênero, mais preconceito nessa área se verifica e, por incrível que pareça, até mesmo,
está surgindo no nosso país intolerância religiosa.
O que me parece, contudo, é que por trás disso tudo está a nossa falta de disciplina social e a falta de limites que vem desde as carências da nossa educação.
O que me parece, contudo, é que por trás disso tudo está a nossa falta de disciplina social e a falta de limites que vem desde as carências da nossa educação.
Então, essa essência é a causa
principal de tudo que tem acontecido. Nós perdemos até mesmo, os juristas aqui sabem, conhecem muito melhor
do que eu o ínsito da presunção da autoridade, da autoridade presumida.
Nós perdemos até mesmo isso, é autoridade que automaticamente está investindo numa professora quando entra numa sala de aula, é uma autoridade necessária fazer com que aquele universo funcione adequadamente.
Autoridades que você reconhece mais como um guarda de trânsito, ou se não, não se reconhece a um motorista de um ônibus, de um coletivo, enfim, então essa falta de limites mostra estar fazendo com que a nossa sociedade vá se desagregando paulatinamente e eu acho muito impressionante a passividade com que assimilamos essas ideologias.
Nós perdemos até mesmo isso, é autoridade que automaticamente está investindo numa professora quando entra numa sala de aula, é uma autoridade necessária fazer com que aquele universo funcione adequadamente.
Autoridades que você reconhece mais como um guarda de trânsito, ou se não, não se reconhece a um motorista de um ônibus, de um coletivo, enfim, então essa falta de limites mostra estar fazendo com que a nossa sociedade vá se desagregando paulatinamente e eu acho muito impressionante a passividade com que assimilamos essas ideologias.
Do ponto de vista político, o frei
LEONARDO BOFF deu uma explicação.
Muito simples e claro, ele disse que
combater o capitalismo com base na luta de classe traz em si um problema, uma desvantagem porque coloca as classes em oposição,
mas combater o capitalismo com base nessas ideologias, principalmente no
ambientalismo, faz com que todas as classes se coloquem do mesmo lado e entrem em consonância.
Mas a inteligência brasileira não tem percebido é que, depois do processo de descolonização — em que os países não têm mais liberdade de ação de exercer seu imperialismo por meio das FORÇAS ARMADAS no setor — o fazem por meio dessas ideologias, instrumentalizadas pelos organismos internacionais, por organizações não governamentais e assim eu acho curioso que a parcela mais à esquerda do nosso espectro político incorporou totalmente esse novo imperialismo.
Mas a inteligência brasileira não tem percebido é que, depois do processo de descolonização — em que os países não têm mais liberdade de ação de exercer seu imperialismo por meio das FORÇAS ARMADAS no setor — o fazem por meio dessas ideologias, instrumentalizadas pelos organismos internacionais, por organizações não governamentais e assim eu acho curioso que a parcela mais à esquerda do nosso espectro político incorporou totalmente esse novo imperialismo.
Imperialismo do final do século XX,
do início do século XXI e nós somos de uma passividade incrível, porque temos
80% da Amazônia preservada e admitimos levar lições de países que têm 0,3% das
suas florestas originais.
A média mundial de preservação das
florestas mundiais é de 25%, aproximadamente.
Então, o BRASIL não pode, não precisa e não deve aceitar lições de quem quer que seja, como aquele episódio em que a primeira ministra da NORUEGA cobrou do nosso presidente, em razão de a NORUEGA ter doado R$ 1 bilhão
para a preservação da AMAZÔNIA.
Vou contar um episódio pitoresco, eu era comandante militar da AMAZÔNIA e indo realizar uma grande operação de fronteira, antes eu determinei que se realizasse uma operação de inteligência.
Então, o BRASIL não pode, não precisa e não deve aceitar lições de quem quer que seja, como aquele episódio em que a primeira ministra da NORUEGA cobrou do nosso presidente, em razão de a NORUEGA ter doado R$ 1 bilhão
para a preservação da AMAZÔNIA.
Vou contar um episódio pitoresco, eu era comandante militar da AMAZÔNIA e indo realizar uma grande operação de fronteira, antes eu determinei que se realizasse uma operação de inteligência.
Me liga muito afobado um comandante do Batalhão de Selva de BARCELOS dizendo que estava na aldeia ianomâmi
DEMINI e lá encontrou o rei da NORUEGA. Eu falei, 'ô, coronel,você está com
algum problema' — ainda brinquei com ele — 'o senhor fumou tóxico vencido, por que é que o rei da NORUEGA está na aldeia DEMINI, área ianomâmi?'.
'General, o rei da NORUEGA está aqui'.
Eu fui ao ministro, que na época era o ministro CELSO AMORIM, ministro da Defesa, ele questionou o Itamaraty.
Eu fui ao ministro, que na época era o ministro CELSO AMORIM, ministro da Defesa, ele questionou o Itamaraty.
Realmente, a visita era decorrente de
um acordo sigiloso, o Ministério da Justiça, Funai, Itamaraty, e o rei da
NORUEGA estava na área Ianomâmi. Então a nossa paciência...
Quando estava em votação pelo STF a demarcação da RAPOSA TERRA DO SOL lá em RORAIMA, o príncipe CHARLES veio à AMAZÔNIA, veio ao BRASIL, não é?
NORUEGA estava na área Ianomâmi. Então a nossa paciência...
Quando estava em votação pelo STF a demarcação da RAPOSA TERRA DO SOL lá em RORAIMA, o príncipe CHARLES veio à AMAZÔNIA, veio ao BRASIL, não é?
Então, esse assunto, enfim, é um tema
que se pode discorrer muito, mas estou apenas usando para exemplificar a nossa
passividade. Isso fez com que
permitíssemos um déficit de soberania em relação ao nosso território.
permitíssemos um déficit de soberania em relação ao nosso território.
Vejo que agora o governo quis
regulamentar a exploração daquela reserva extrativista lá no PARÁ e foi, isso
gerou imediatamente uma campanha internacional.
Então, hoje o BRASIL não tem
liberdade de ação para uso dos seus recursos naturais.
E a AMAZÔNIA ela tem a princípio três
papéis a cumprir para o BRASIL.
O primeiro decorre dos recursos
naturais que ela tem, o levantamento mais abrangente que eu vi até hoje fala em
23 TRILHÕES de dólares.
O segundo diz respeito ao que, do
ponto de vista geopolítico, a AMAZÔNIA, a PAN-AMAZÔNIA abrange nove países e
ela, e todas as AMAZÔNIAS, elas são extremamente semelhantes tanto do que diz
respeito ao potencial, quanto no se refere aos problemas que ela apresenta.
E ela, para o BRASIL, é uma enorme
oportunidade de promovermos a integração e assumirmos a liderança da AMÉRICA DO
SUL.
E terceiro é o grande apelo internacional que a AMAZÔNIA apresenta, água, energia renovável, produção de
alimentos, mudança climática, biodiversidade, enfim, e por isso ela tem um
apelo tão grande perante a opinião pública INTERNACIONAL e, de certa forma, a AMAZÔNIA em relação ao BRASIL é vista mais ou menos como o TIBET em relação a ÍNDIA, então é uma tarefa urgente que BRASIL tem que realizar, porque
até hoje nós não temos uma política para AMAZÔNIA, não temos um órgão de qualquer natureza, um ministério, uma agência reguladora, seja lá o que for para coordenar as ações na AMAZÔNIA e o que se faz na AMAZÔNIA é muito
mais baseado, tem muito mais o caráter repressivo do que apoio a sociedade e promoção do desenvolvimento com proteção ambiental.
Qualquer ação da AMAZÔNIA como diz,
tem que ser multidisciplinar, ela tem que conter vetores sociais, ambientais,
de conhecimento, de ciência e tecnologia, econômicos e logicamente de defesa e de segurança, então são os papéis que a AMAZÔNIA
tem para desempenhar.
Dado esse quadro geral, mais com um
caráter geopolítico do nosso país, como disse, é difícil tratar de defesa no BRASIL
e fazer com que a defesa tenha o reconhecimento merecido, e nós tivemos sempre
séries orçamentárias muito baixas e mais grave do que isso ainda, vem da imprevisibilidade dos orçamentos.
Para nós é muito mais importante a
regularidade e a previsibilidade do que o montante propriamente dito, que nós
possamos receber.
E eventualmente se vê discussões em
função daquele aspecto que eu destaquei, da falta de percepção, da importância da defesa, às vezes até isso
atualmente não tem sido comum, mas se discute até mesmo a necessidade de força
armada, porque se justifica, como justificar as FORÇAS ARMADAS?
FORÇAS ARMADAS são instituições permanentes, conforme consagra o artigo 142 da Constituição, que diz que as FORÇAS ARMADAS são instituições nacionais permanentes, vem daquele aspecto da construção da nacionalidade e quando se consolida o sentimento de nação já há ali um embrião da força armada e, quando se adquire independência, a força armada já está presente.
Vejam que esse processo é universal,
quase todos os países do mundo têm, como os grandes líderes, pais da pátria,
figuras de generais aqui na AMÉRICA DO SUL é típico, né? Temos aí SAN
MARTIN, BERNARDO O'HIGGINS, BOLÍVAR, ARTIGAS e outros.
Nós não temos porque nosso processo
de independência é realmente muito peculiar.
Mas é importante então que a defesa seja entendida pelo que podemos chamar de valores, perdão, funções da
defesa, isso não é uma condição acadêmica, mas decorre da percepção da realidade.
Numa simplificação, podemos considerar quatro funções, a primeira e a função primordial da defesa é dissuasão, de exercer a capacidade dissuasora.
A dissuasão não é um fim em si mesmo,
ela se insere junto com outros fatores como o poder econômico, como a vontade política, como a ação da diplomacia para que se obtenha a liberdade de ação necessária ao país agir
de acordo com os seus interesses, exercer a liderança que pretender.
Nós temos o exemplo, um contemporâneo, as consequências da perda de capacidade de dissuasão foi o que aconteceu com a OTAN em relação à RÚSSIA,
o que fez com que a RÚSSIA tivesse liberdade de ação, para agir e fazer o que fez na UCRÂNIA, por exemplo, e o que está fazendo na SÍRIA.
O resultado é que a OTAN recomendou
aos países membros que elevem de 1,5% para 2% dos PIBs, os gastos com defesa.
E a história é repleta de exemplos de países que
viveram situações até extremamente graves, catastróficas em função de perda da
capacidade de dissuasão.
Nós temos a capacidade dissuasória assegurada
na AMÉRICA DO SUL, mas não ainda internacional, e precisamos
fazer, daí a importância dos projetos em andamento, como, por exemplo, submarino nuclear da Marinha, os caças, os gripens da FORÇA AÉREA, a força de blindados do EXÉRCITO, a nossa força de mísseis e foguetes, enfim, tão logo consolidemos esses projetos teremos adquirido essa capacidade de dissuasão, que nos permitirá voltarmos com mais liberdade de ação para dentro de nós mesmos e para a AMÉRICA DO SUL.
O segundo aspecto, a segunda função da defesa, e as FORÇAS ARMADAS, aí em especial o EXÉRCITO, pela capilaridade, eles são guardiões da identidade nacional.
fazer, daí a importância dos projetos em andamento, como, por exemplo, submarino nuclear da Marinha, os caças, os gripens da FORÇA AÉREA, a força de blindados do EXÉRCITO, a nossa força de mísseis e foguetes, enfim, tão logo consolidemos esses projetos teremos adquirido essa capacidade de dissuasão, que nos permitirá voltarmos com mais liberdade de ação para dentro de nós mesmos e para a AMÉRICA DO SUL.
O segundo aspecto, a segunda função da defesa, e as FORÇAS ARMADAS, aí em especial o EXÉRCITO, pela capilaridade, eles são guardiões da identidade nacional.
Essa, e aí já me referi a esse
processo que estamos vivendo, que pode levar a uma perda dessa identidade, nós
perdemos a nossa essência e as FORÇAS ARMADAS pelo processo que me referi, da
formação da nacionalidade, elas são de certa forma, guardiões desse, até mesmo dos valores nacionais.
Isso tem se refletido, por exemplo, em setores que demandam uma intervenção militar.
Isso tem se refletido, por exemplo, em setores que demandam uma intervenção militar.
A pesquisa indicou que 43% da
população brasileira pede uma intervenção militar.
Isso, na minha opinião, é um
termômetro da gravidade do problema que estamos vivendo no país.
Uma intervenção militar seria um enorme retrocesso hoje, mas na verdade interpreto também aí como uma identificação
da sociedade, os valores que as FORÇAS ARMADAS expressam, manifestam e representam.
E as pesquisas de opinião mostram
também que, invariavelmente, as FORÇAS ARMADAS estão em primeiro lugar no índice de credibilidade perante a sociedade.
O terceiro papel da defesa e das FORÇAS ARMADAS é contribuir para o desenvolvimento nacional, fazer parte da indução do desenvolvimento.
O terceiro papel da defesa e das FORÇAS ARMADAS é contribuir para o desenvolvimento nacional, fazer parte da indução do desenvolvimento.
Nós temos alguns dados aqui, e a
nossa indústria de defesa hoje movimenta
3,7 % do PIB, ela gera 60 mil empregos diretos e 240 mil empregos indiretos, o
movimento é de mais ou menos R$ 200 bilhões por ano, e todos os países
desenvolvidos, nenhum país chegou ao primeiro mundo importando produtos de
defesa.
E todos eles têm a estrutura de
defesa com um forte componente de indução do seu desenvolvimento econômico e também com muita relevância na área de ciência e tecnologia, já que as tecnologias são duais,
qualquer tecnologia desenvolvida na área de defesa abrange outras áreas. Segundo a FIPE (Fundação Estudos
de Pesquisas Econômicas), cada real investido em programas de defesa gera um multiplicador de 9,8 em relação ao PIB, então eu vejo que realmente se
trata de um grande investimento.
E passando ao último fator, ou a última função da defesa, é a de que as FORÇAS ARMADAS devem hoje atender às demandas da população.
E passando ao último fator, ou a última função da defesa, é a de que as FORÇAS ARMADAS devem hoje atender às demandas da população.
Assim é que, como disse, as FORÇAS
ARMADAS hoje não devem se limitar apenas a se preparar para fazer face ao inimigo, ela tem que atender a qualquer necessidade.
Assim é que, por exemplo, hoje, um
dia como hoje, o EXÉRCITO está participando de 58 operações de natureza variadas no território. Temos hoje
3.100 militares atuando, operando neste momento.
E aí nós temos operações de apoio a
órgãos governamentais, a área ambiental, a área indígena; na área de saúde, os
programas de combate a proliferação dos mosquitos, da zika, chikungunya etc.
Temos operações de fronteira permanentemente em realização.
Temos as operações de garantia da lei
e da ordem, como está em andamento aqui no RIO DE JANEIRO e a que realizamos recentemente no RIO GRANDE DO NORTE, aliás em um ano e meio fomos empregados
três vezes no RIO GRANDE DO NORTE, e nesse espaço de tempo, não houve nenhuma modificação estrutural no sistema de segurança pública naquele
estado, e nós sabemos que logo seremos chamados a intervir novamente.
Temos operações de defesa civil, por
exemplo, distribuímos água a 4 milhões de habitantes do polígono da seca no Nordeste. Fazemos isso, senhoras
e senhores, há 14 anos já.
O governo despende, mais ou menos, R$
1 bilhão por ano nesse programa emergencial, 14 anos, já são lá R$ 14 bilhões, que
poderiam ter sido empregados em obras estruturais para modificar aquela realidade, e assim, enfim, permanentemente somos empregados.
No ano passado, 2017, tivemos 507 operações, com mais de 130 mil militares sendo empregados.
No ano passado, 2017, tivemos 507 operações, com mais de 130 mil militares sendo empregados.
Então vejo que as FORÇAS ARMADAS exigem sistemas de proteção social
particulares, peculiares, para que se tenha sempre uma instituição para ser
empregada a qualquer momento, em qualquer local, e por um tempo indefinido.
Então, essas quatro funções da defesa
precisam ser inseridas nesse sentido de projeto que nós urgentemente temos que
desenvolver.
Eu espero que na campanha eleitoral deste ano nós consigamos colocar esses temas em discussão
junto com outros temas de Estado, e já estamos até confesso, trabalhando,
fazendo contato com os candidatos já, mais ou menos, consolidados e oferecendo
até consultoria e ajuda para que eles trabalhem nesse sentido.
Então esse era um dos aspectos que eu
queria apresentar aos senhores, agradeço pela oportunidade e pela paciência de
me ouvir.
Muito obrigado.
Revista *Consultor Jurídico*, 28 de
janeiro de 2018, 10h32
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de vírus. www.avast.com
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<#DAB4FAD8-2DD7-40BB-A1B8-4E2AA1F9FDF2>
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ResponderExcluirCaro Adaí,
ResponderExcluirO Colega Fernando Tollendal deu um tiro na mosca quando retratou esse encontro.
Há muito tempo não lia algo de tão lúcido em relação à visão do brasileiro.
Estamos realmente alheios ao que acontece ao redor do mundo.
O General Villas Bôas foi muito feliz em sua exposição.
Se nossa mentalidade rasteira não mudar o Brasil não sairá tão cedo do buraco.
Parabéns também ao senhor por publicar essa importante matéria.
Caro Anônimo,
ResponderExcluirComungo inteiramente com sua visão.
O companheiro Tollendal, a despeito de diferenças ideológicas que temos, está parabenizado pela nota que colocou na rede.
Mas pasme: tem gente que não entendeu nada e, entre esses, não só adolescentes que querem mudar o mundo. São pessoas maduras, aculturadas e experientes. Esses é que me assustam.
Pela exposição do General Villas Bôas, infelizmente, penso que ainda teremos um caminho muito longo e espinhoso a trilhar até chegar ao Éden.
É como você disse: o Brasil tão cedo não sairá do buraco se não mudarmos nossa mentalidade.
Quem certamente vivenciará essas mudanças serão nossos netos.
Abração
Adaí Rosembak