Caros Companheiros,
A situação da VENEZUELA
está chegando a um clímax.
O maior fornecedor de
diluentes para o refino do petróleo pesado venezuelano são os ESTADOS UNIDOS,
que também é o maior comprador do petróleo processado daquele país.
Muito embora exista uma
relação de dependência mútua entre os dois países, os ESTADOS UNIDOS dispõem de
outros fornecedores ao redor do mundo que têm condições de atender ao seu suprimento
de petróleo.
Ademais, os ESTADOS
UNIDOS, há cerca de 10 anos, estão promovendo uma revolução do petróleo e gás
não convencional, os chamados “shale gas” (gás de xisto) e “shale oil” (óleo de
xisto), dentro do território americano.
A propósito, transcrevo
abaixo nota publicada no “Estadão” em 09.07.2014:
“Com quatro anos da revolução do petróleo e gás não
convencional (os chamados “shale gas” e “shale oil”), os ESTADOS UNIDOS estão a
caminho de passar a RÚSSIA e a ARÁBIA SAUDITA na produção de petróleo, conforme
acreditam muitos analistas”.
Ocorre que, com o
rápido agravamento da desestruturação econômica e financeira da VENEZUELA, a
produção petrolífera daquele país está em queda vertiginosa, a par de outros
problemas, o que pode provocar consequências imprevisíveis que, até o momento,
ainda não haviam sido consideradas.
Adiante, publico a
tradução do artigo “VENEZUELA is Moving From Crisis To Collapse” (tradução: “A
VENEZUELA Está se Movendo da Crise para o Colapso”), do especialista em energia
NICK CUNNINGHAM, publicado em 08.02.2018, no site OILPRICE.COM, um dos mais
importantes nessa área, e que lança luz sobre esse tema.
À Vossa Apreciação
ADAÍ ROSEMBAK
Associado da AAFBB,
ANABB e ANAPLAB
A VENEZUELA ESTÁ SE
MOVENDO DA CRISE PARA O COLAPSO.
A queda na produção
petrolífera da VENEZUELA é um “claro e presente perigo” para o mercado de
petróleo, RBC CAPITAL MARKETS disse esta semana.
A produção de petróleo
da VENEZUELA continua a cair a uma amedrontadora velocidade, cerca de 1.6 – 1.7
milhões de barris por dia (md/d) em dezembro.
Em uma base anual, o BARCLAYS
prevê que a produção da VENEZUELA irá cair rápida e subitamente de 2.18 milhões
de barris por dia em 2017, para 1.43 milhões
de barris este ano, um declínio de cerca de 700.000 barris por dia.
A queda acentuada será crescentemente
sentida ao redor do mundo em razão de que a demanda de petróleo está crescendo
bruscamente e a coalisão OPEP/não-OPEP continua a manter 1.8 milhões de barris por
dia de suprimento fora do mercado.
Os inventários globais de
reservas petrolíferas mostram um declínio tão acentuado que surpresas
geopolíticas inesperadas podem trazer mais transtornos além dos esperados.
“Nós continuamos a sustentar
que, se continuar a limitação do mercado de petróleo em 2018, qualquer potencial
interrupção internacional poderá ter um impacto acima do normal em relação aos
anos recentes quando o mercado estava abarrotado de petróleo”, HELIMA CROFT,
chefe de estratégia global de commodities no RBC CAPITAL MARKETS, escreveu em um
comunicado de pesquisa.
“O claro e presente
perigo a se observar é a VENEZUELA, que tem avançado além do limite de risco, visto
que a produção está em queda livre.
RBC CAPITAL MARKET concordou
com o BARCLAYS, prevendo declínios na produção na ordem de 700.000 a 800.000 barris
por dia.
Enquanto aquele cenário
é realmente ruim, a insegurança para a produção do país é provavelmente tendenciosa
para o lado pior.
A crise econômica,
política e humanitária está somente ficando pior.
O governo está em uma
situação de dívida viciosa, e é difícil de ver como como vão conseguir saldar os
pagamentos este ano.
O FUNDO MONETÁRIO
INTERNACIONAL - FMI avalia que a inflação está caminhando para atingir uma taxa
de 13.000% este ano.
O Produto Interno Bruto
(PIB) está previsto para encolher 15% este ano.
Nesse ínterim, o Governo
Americano está avaliando ações que poderiam exacerbar a trágica situação da VENEZUELA.
O secretário de Estado dos
ESTADOS UNIDOS viajou através da AMÉRICA LATINA tentando levantar apoio para
sanções restritivas em CARACAS.
Ele inclusive sugeriu a
possibilidade de uma restrição dos ESTADOS UNIDOS de importação do petróleo
venezuelano.
A ideia ainda não foi totalmente
definida e poderia tomar vários caminhos, incluindo usar sanções financeiras para
atingir as exportações da VENEZUELA, barrar embarques venezuelanos para os ESTADOS
UNIDOS, ou proibindo exportações do ESTADOS UNIDOS de diluentes necessários na
VENEZUELA para misturar com o petróleo pesado.
Todas essas medidas poderiam
ter um sério impacto na capacidade da VENEZUELA de produzir e exportar
petróleo.
TILLERSON está tentando
atuar com o CANADÁ e o MÉXICO para desenvolver um “grupo de trabalho” que
poderia “suavizar” as perdas para o CARIBE de um embargo no petróleo
venezuelano.
Está difícil de
entender como TILLERSON espera que um país como o MÉXICO, cuja produção está em
queda, elabore uma forma de corte de produção na região para uma ação contra a
VENEZUELA.
No entanto, esta
drástica ação forçaria a economia da VENEZUELA a mergulhar rapidamente da CRISE
para um caminho claro e direto que é o COLAPSO.
Ainda, TILLERSON se mostra
determinado a propor sanções, provavelmente um embargo no petróleo venezuelano.
“Eu não quero entrar em
detalhes porque estamos
avaliando um rápido plano para ver se existem algumas coisas que os ESTADOS
UNIDOS poderiam fazer facilmente com nossa rica capacidade energética, com a
infraestrutura que nós já temos disponível, e o que nós poderíamos fazer para
suavizar o impacto disso,” TILLERSON disse em uma conferência na JAMAICA.
Ele disse que
submeteria o assunto ao Presidente TRUMP que, no passado, apoiou ações duras
contra CARACAS.
TILLERSON também
recentemente levantou a proposta de um golpe militar no país.
“Vai haver uma mudança
na VENEZUELA. Nós queremos que seja uma mudança pacífica,” TILLERSON disse em
01 de fevereiro na UNIVERSITY OF TEXAS-AUSTIN, antes de seu tour na AMÉRICA
LATINA.
Ele disse que a administração
TRUMP não está defendendo mudança de regime, mas os comentários, obviamente,
levantaram sobrancelhas.
“Transições pacíficas, mudança
pacífica é sempre melhor que a alternativa.
Na história da
VENEZUELA e outros países sul-americanos, frequentes vezes são os militares que
lidam com isso,” ele acrescentou.
Uma data que desponta
no calendário é 22 de abril, que é quando o governo diz que pode haver uma
eleição presidencial.
Poucos esperam que isso
ocorra de forma livre e tranquila, e muitos países, incluindo a vizinha
COLOMBIA, tem dito que eles não iriam reconhecer os resultados.
Diante esse cenário, as
previsões de analistas do mercado de petróleo de um declínio na produção de
petróleo venezuelano em diversas centenas de milhares de barris por dia parecem
corretas.
Há inúmeras minas que
poderiam explodir e que poderiam empurrar a produção para baixo mais do que o
esperado para este ano.
Com os inventários de
petróleo encolhendo abaixo de níveis médios, há menos espaço para erro.
“Preços serão
suscetíveis de subidas inesperadas se houver qualquer escassez porque
nós não temos mais pontos de reservas de apoio,” AMRITA SEM, Chefe analista de petróleo em ENERGY ASPECTS, disse
na BLOOMBERG TV em 07.02.2018.
Por NICK CUNNINGHAM da
OILPRICE.COM
NICK CUNNINGHAM é um escritor
freelance especializado em petróleo e gás, energia renovável, mudança
climática, política energética e geopolítica. Ele atua e mora em Pittsburgh, PA.,
USA
Amigo Adair, Excelente análise e tema muito oportuno. A propósito, transcrevo o que comentou o apresentador Milton Neves, em seu Twitter de ontem:
ResponderExcluirPoxa, Temer, não tem que só “resolver os problemas dos venezuelanos aqui em Roraíma”, mas sim formar no grupo para arrancar esse truculento e imbecil do tal Maduro do poder. Vão passar a mão na cabeça desse filho gordo do Lula até quando?
20:24 - 12 de fev de 2018
Caro Amigo Ari Zanella,
ExcluirA situação na Venezuela está chegando em um fim de linha.
O que vai acontecer daqui para a frente é imprevisível.
O Brasil, na minha modesta opinião, não tem que meter a mão nesse vespeiro.
Receber os refugiados da Venezuela que vão chegar cada vez mais, aos milhares, já vai ser um grande auxílio para aquele povo sofrido.
Mais uma herança maldita do PT e do Lula.
Abração
Adaí Rosembak
P.S.: Em cima desse assunto petróleo vou traduzir um artigo de outro site internacional que vai sacudir o mercado petrolífero no mundo. Vou procurar publicar o mais rápido possível.
Prezado Adaí,
ResponderExcluirDiante do que vem acontecendo na Venezuela, desde a posse de desse governante, sucessor de Hugo Chaves (outro louco, que já se foi), deveria ser conhecido no mundo inteiro como Nicolás Imaturo (e não Maduro) ... Com certeza, o “rumo” desse País é um tremendo “buraco sem fim”, no qual o povo venezuelano já está atolado até o pescoço, conforme é de nosso conhecimento e noticiado por toda a imprensa internacional ...
Abs, T/
Amigão Toledo,
ExcluirPubliquei esse artigo, mas já li outros sites internacionais sobre a situação da Venezuela.
A situação está realmente desesperadora.
Hoje o governo de Maduro tomou novas medidas de repressão muito sérias.
Não dá para imaginar aonde isso tudo vai dar.
É triste.
Abração
Adaí Rosembak
Este artigo evidencia como os EUA dominam nações , notadamente na America Latina, ou através de golpes militares ou asficciando a economia com boicotes econômicos , suspendendo fornecimentos de produtos, impedindo o comércio com outros países como o Canadá, Mexico e Colombia , sem afastar a possibilidsde de intervenção militar norte americana. O nosso país já passou por isto em 64 e também pelo golpe parlamentar derrubando a presidente eleita.
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ExcluirDa próxima vez não publicarei seu comentário.
Você está usando o nome da AAFBB e não tem o direito de usar o nome da associação anonimamente para expressar seus pontos de vista.
Outras pessoas na AAFBB podem pensar de forma diferente do que você.
Eu sou uma dessas pessoas.
Queira você ou não, goste ou não, concorde com o sistema ou não, a realidade é que os Estados Unidos são, na atualidade, a maior superpotência do planeta.
E então eles impõem as condições.
Isso é um fato.
A China ainda está despontando como nova potência mas ainda vai levar muito tempo para se equiparar aos Estados Unidos.
Tudo o que você diz é verdade.
E daí? Você vai mudar alguma coisa? O Brasil vai mudar alguma coisa em relação a esse caos na Venezuela?
Caia na real companheiro. Seja realista.
Abraços
Adaí Rosembak
Segundo a Tesla, empresa multimilionária anunciou que os carros movidos a gasolina estão com os dias contados.Está se iniciando veículos movidos a bateria cujo tamanho e potência está menor e mais potentes.Basta ligar na tomada à noite e o “tanque está Cheio”, com autonomia presente de 150 a 200 km. E futura de 300 a 400 km.As montadoras, investem fabulosas quantias na nova energia. No Brasol , já temos o Co0rola Prius. Este informativo tenta acalmar os receios ainda que temporariamente.Nada a discordar da brilhante e visionária mensagem presente.
ResponderExcluirnossiaki
Caro Nossiaki,
ExcluirJá li alguns artigos sobre o carro elétrico e, inclusive, já abordei esse tema em um artigo há bastante tempo.
A Tesla é um exemplo de como o carro elétrico é uma opção que tem futuro.
Mas em um artigo que li recentemente é mostrado que os carros elétricos não chegam a ser nem 2% dos carros que rodam no planeta.
Um dos maiores obstáculos é o limite de carga das baterias que armazenam a energia. Outra é a potência do veículo. Ou seja, muito problemas técnicos ainda tem de ser contornados.
Uma das soluções mais interessantes em relação ao carregamento de eletricidade das baterias veio da Suécia. Criaram um sistema em que você não carrega as baterias, você troca a bateria descarregada por uma já carregada. Interessante.
Muitas novidades tem vindo da China em relação ao carro elétrico, por exemplo baterias de lítio.
Ou seja, muitas novidades tecnológicas estão surgindo e pouco a pouco o petróleo perderá sua preponderância e deixaremos de ser reféns dos países da OPEP.
A própria Arábia Saudita já abriu os olhos para isso e está investindo em programas de diversificação energética.
Os Estados Unidos, além do carro elétrico se debruçam em pesquisas sobre outras fontes de energia, como as que citei acima.
Abraços
Adaí Rosembak