Reproduzimos a matéria encaminhada pelo Companheiro João Carlos Lago Neto, que consideramos de absoluta importância pelo seu conteúdo e que merece a reflexão de todos os companheiros do BB.
Há
anos, mesmo já na época em que o BB era considerado uma mãe, o
funcionalismo
acostumou-se a perder suas conquistas e legítimos direitos.
Em
1964, ao ingressar no BB, o Banco comprometia-se a pagar a
aposentadoria e a
prestar serviços médicos, sendo que para estes havia o DEASP,
um Departamento
do Banco.
A
partir de 1967, todos os funcionários passaram a pagar à Caixa
de Previdência,
a fim de que a mesma, quando da aposentadoria, complementasse
a
aposentadoria. Na
oportunidade, houve
uma conquista que foi a da pensão, em caso de falecimento do
funcionário, pois,
até então, só existia a do INSS.
Anos
mais tarde, o BB deixou de prestar assistência médica e foi
criada a CASSI,
que, nos dias atuais, sofre terríveis reflexos do achatamento
salarial,
ocasionado por 8 anos sem aumento de vencimentos e pelo novo
PCS, implantado em
1997.
Abaixo,
em tópicos, aponto outras perdas sofridas pelo funcionalismo
(provavelmente,
esquecerei outras mais):
1)- Durante anos o ADI dos
comissionados foi de 28%,
quando o correto seria 49,5%, pois a jornada legal era de 6
horas, o
comissionado trabalhava 8 e a HE era remunerada com adicional
de 50%;
2)- Anos mais tarde, o BB criou uma
rubrica nova,
equivalente ao somatório do ADI com o AP (comissão). No entanto, nos anos
seguintes, o salário
(VP) foi aumentado em índices maiores que a citada nova
rubrica. Em
conseqüência, em 1994, quando aposentei,
ganhava mais um PE (POSTO EFETIVO) COM HABITUALIDADE
(trabalhava 6 horas e
ganhava 2 horas extras com adicional de 50%;
em ano que o Acordo de setembro previu adicional de
100% para a HE, o BB
colocou os PE que faziam horas extras há mais de 2 anos, na
categoria PE COM
HABITUALIDADE) que um colega comissionado (de CHEFE-DE-DIVISÃO
– AP 04 para
baixo), com mesmo VP e quantidade de anuênios. Logo, o soldado recebendo
mais que o general;
3)- O absurdo não cumprimento de
cláusula de Dissídio
Coletivo de 1987, que estabelecia equiparação dos funcionários
do BB com os do
Banco Central. Em
01.03.1988, Calazans,
Presidente do BB, comunicou que, em março de 1988, passaria a
ser paga a
equiparação (aumento de 40%), mas foi demitido uma semana após
e, até hoje –
setembro de 2014, os funcionários não receberam a equiparação;
4)- O absurdo Acordo PREVI-BB de 1997
com, inclusive,
a criação de um novo PCS;
5)- A contribuição do BB para a PREVI
é custo, logo
possui reflexos no Imposto de Renda da Instituição e nas
tarifas por ele
cobradas, significando SALÁRIO INDIRETO.
No entanto, superávits (reais ou não) da PREVI
propiciaram altos ganhos
para o BB;
6)- A até hoje não compreendida RENDA
CERTA, em que
pouquíssimos ganharam (alguns MUITO) e a grande maioria nada
viu;
7)- Os aposentados, em janeiro de
2014, com o fim do
BET e o retorno da contribuição à PREVI, mesmo com o aumento
concedido no mesmo
mês, viram seus benefícios serem reduzidos em 20%. No entanto, em agosto de
2014, os DIRETORES
DA PREVI passaram a ter direito a gordíssimo BÔNUS;
8)- Em 2002, todos os funcionários
que possuíam o
SEGURO OURO-VIDA foram vítimas de absurdas modificações no
mesmo e, com o
passar dos anos, passaram a abandonar suas apólices. A inclusão do fator idade
faz com que, em
determinado momento, o valor anual do prêmio seja maior que a
importância
segurada;
9)- Há anos, o SEGURO DA PREVI/CAPEC
passou a adotar
maiores índices para reajuste do prêmio que os da importância
segurada.
Não sou
advogado, mas há causídicos em nosso meio que dizem que Ações
impetradas por
Associações foram mal formuladas, motivando o insucesso das
mesmas. Julgo que os
mesmos deveriam (se assim já
fizeram, não tomei conhecimento ou não me lembro) arrolar as
Ações e apontar as
eventuais falhas detectadas.
Lamentavelmente,
em todos os setores da atividade humana, e, portanto, também
nos assuntos que
dizem respeito ao funcionalismo do Banco do Brasil (ativa e
aposentados), HÁ
MUITOS CAROÇOS EMBAIXO DO ANGU
e HÁ MUITO
JOGO DE CENA.
Portanto,
nos dias atuais, parece-me estar evidenciada a possibilidade
de novas porradas e,
pior ainda, com a perspectiva de os funcionários sofrerem,
para sempre, as
conseqüências das mesmas.
Repito
que não sou advogado, mas, s.m.j., parece-me que, em muitos
casos, o caminho
mais rápido e mais eficiente, para defesa de nossos legítimos
direitos, é o do
MPF.
À
consideração dos colegas do Banco do Brasil.
JOÃO CARLOS LAGO NETO
Em 10.09.2014
E, meu caro João Carlos, tem muita gente (ingênuos ou interessados) em defesa de saltimbancos e aplaudindo o Jogo de Cena.
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ExcluirEm lugar do Companheiro João Carlos que, no momento não está respondendo, vou procurar atender à sua pergunta.
Particularmente, não encontro nenhum colega que apoie, por exemplo, a Resolução 26. Os únicos que devem apoiá-la são o Senador Pimentel que foi o autor da dita resolução e o Governo que é o maior interessado em meter a mão no nosso fundo de pensão.
Com a perda da contribuição sobre o BET eu enxergo uma situação em que a CASSI se ferrou. Está tendo de implementar um programa duro de adaptação a essa perda para continuar dando um atendimento digno aos seus associados.
Sinceramente, acho que compreender o que está ocorrendo com a CASSI que também é uma vítima, não é ser ingênuo nem interessado. É ser realista.
Outras vítimas são as pensionistas que estão com suas pensões vergonhosamente aviltadas, também são os tomadores de empréstimos pelo ES que estão desesperados e todos nós que deixamos de ter nossos planos de benefícios devidamente atualizados.
Não sei onde isso vai parar. Repito o questionamento do autor do artigo: quando e qual vai ser a próxima porrada?
Acho que os próprios aposentados e pensionistas estão mirando nos alvos errados.
Essa é a minha visão.
Um abração
Adaí Rosembak
Colega Adaí, muitas verdades, o colega João Carlos Lago Neto arrolou no seu comentário.,E assim, várias diferenças, no decorrer dos anos, houveram. E cada caso é um caso. Porém, fora esses, digo por conhecimento de causa - habitualidade, tinha, mas, na hora de substituir o comissionado, ganhava menos, sem problema.Na hora da aposentadoria, Hora extra nao contou no cálculo da aposentaria. Peguei empréstimo imobiliário , em 91, com novas regras. Antes de 1991, um colega pagava migalhas a prestação da casa, enquanto quem tirou , a partir de 1991, a prestação e saldo devedor, foram ás alturas, ficando insustentável , e pior depois dos 20 anos, mais um saldo devedor para ser renegociado. Pre 97, Pos -97, Parcela Previ, Fator previdenciário, entre muitos, ao ponto que chega, que cada um tem a sua história. Nosso legítimos direitos, está na ISONOMIA, QUE EXISTE NO NOSSO IMAGINÁRIO.
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ExcluirPor tudo o que você disse, acho que o companheiro João Carlos Lago Neto tem absoluta razão na nota acima "Quando virá a próxima porrada?".
São tantas mudanças, são tantos detalhes a serem analisados, são tantos meandros legais que, realmente, é preciso ser um estudioso, especialista e analista em tempo integral para acompanhar isso tudo.
Eu me lembro que, quando na ativa, quando nos debruçávamos a analisar essas questões, os chefões da época, nos chamavam a atenção se íamos ficar "lendo" ou íamos trabalhar.
Hoje esses "chefões" são as maiores vítimas dessas mudanças que, de uma forma ou outra, usurparam nossos direitos "adquiridos".
Isso parece um filme em que as vítimas são carregadas corrente abaixo em um rio revolto, ,sem controle.
Como você bem disse no final de seu comentário: "Nossos legítimos direitos, "ESTÃO NA ISONOMIA, QUE EXISTE NO NOSSO IMAGINÁRIO.".
Por isso temos de estar alertas para não sermos apanhados de surpresa por tantas novidades negativas ou, nas palavras de João Carlos Lago Neto, pela próxima porrada.
Um abração
Adaí Rosembak
Sr. Lago Neto,
ResponderExcluirFORMIDÁVEL,
Isso tinha que ser repassado ao Presidente do BB, da PREVI, para a ANABB, à Presidenta Dilma, as Associações e FAABB, além da mídia, a hora e agora não podemos deixar acontecer e ficar de braços cruzados esperando pelo que?
Nossos representantes tem que tomar providencias
Saudações
\gilberto
Caro Gilberto/gkoelzer,
ExcluirRepasso para você o mesmo que disse para o anônimo abaixo que, erroneamente, chamei de João Carlos pois João Carlos é o autor da matéria.
De qualquer forma, esteja ciente que os presidentes das associações, do BB, da Previ e da FAABB, estão cientes disso tudo.
Isa Musa de Noronha, a Presidente da FAABB , é uma incansável lutadora na defesa dos nossos direitos mas tudo isso está envolvido numa conjuntura política difícil de mudar.
Mas, como aposentado e pensionistas, temos de continuar fazendo nosso papel.
Se a situação já está assim, se pararmos aí mesmo é que seremos esmagados.
Um abração
Adaí Rosembak
João Carlos,
ResponderExcluirEu me sinto tão desencantado com tudo o que está ocorrendo no Brasil que se eu fosse jovem mudaria de país.
Quando entrei no Banco, ganhávamos o suficiente para ter uma vida decente.
Outro dia conversei com um funcionário e ele me falou quanto ganhava. Fiquei pasmo.
Por isso ele está estudando para sair do Banco.
O Banco que nós conhecemos acabou e é como o Senhor diz.
Temos é de aguentar mais paulada na bunda.
Não sei o que nós fizemos de tão errado para merecer tanto castigo.
É triste
Caro João Carlos,
ExcluirO que você está sentindo é o mesmo que sentem a maioria dos aposentados da Velha Guarda.
Todos dizem que o BB não é mais o mesmo. Alegam que os salários se aviltaram , dizem que toda a estrutura de assistências aos funcionários estão comprometidas por injunções políticas.
Enfim, dizem que o BB hoje é uma organização desfigurada, entregue a vis interesses de políticos.
E por tudo isso é que os mais jovens fazem o BB de escadinha. Se formam nas universidades, fazem seus cursos de aperfeiçoamento e vão tomar outro rumo que lhes dê mais perspectivas de realização profissional.
Como discordar dessas alegações ?
Nós, os aposentados, estamos fazendo o possível para mudar o rumo das coisas.
Mas existem interesses mais altos que nos ameçam.
De qualquer forma, não temos outra alternativa: temos de continuar lutando.
Um abração
Adaí Rosembak