O tempo está chuvoso e frio.
Acabei de sair de uma gripe brabíssima e tenho de me resguardar.
Pego o O GLOBO, e a manchete são os senadores que foram atacados na Venezuela. Me pergunto como esses parlamentares
não previram que isso iria acontecer naquela
ditadura bolivariana. Pelo menos tiveram o mérito de tentar melhorar alguma coisa naquela maçarocada. Coitados mesmo são os parlamentares
oposicionistas que estão presos nas masmorras daquela ditadura brutal.
Vão acabar morrendo e ainda é possível que o governo brasileiro vá
elogiar Nicolás Maduro, o herdeiro do Deus bolivariano Hugo Chavez.
Acesso a internet e vou direto para os blogs de minha preferência.
Manchete do Ari Zanella : “Cenário Desanimador”. O do Medeiros: “Comunicação,
Exposição e Transparência.”
A Cecília Garcez continua com o título “Vocês lembram da Fábula do Sapo e o Escorpião
?” e o Carvalho com “Previ – Comunicação – Remuneração Dirigentes.”
Tomo meu café com leite bem quente com pão com manteiga na chapa, me
aninho embaixo de um edredon gaúcho e
volto a esmiuçar o jornal.
Fico entusiasmado quando leio a
nota “Nardes: “império da lei” tem que valer para todos os governantes.”
Junto todas as reportagens e artigos que já tinha colecionado sobre esse
tema. Muita coisa.
Lembrei-me de um amigo americano,
que residiu durante 10 anos no Brasil, e que dizia que sempre ficava indeciso entre voltar
a morar nos Estados Unidos ou continuar a residir no Brasil. Ele via qualidades em ambos os países e
afirmava que o lugar ideal para viver seria um que tivesse as qualidades de
ambos os países sem os seus defeitos.
Sempre afirmava que considerava “o império da lei” a maior qualidade dos Estados Unidos.
Não vou me fixar sobre os vários e conhecidos problemas americanos mas
tão somente me ater a essa nuance positiva “o império da lei”, que é uma virtude da qual temos extrema
carência.
Como exemplo claro do não seguimento ao “império da lei” , os associados do PB-1 da
PREVI, do plano de Benefício Definido - BD, tem a famigerada Resolução 26, que nos foi empurrada garganta abaixo ao arrepio dos
Poderes Judiciário e Legislativo. Vou me
abster de, nesta exposição, me aprofundar sobre esse e outros abusos já
tão debatidos a que, nós associados da PREVI, estamos sendo submetidos, justamente pelo
afrontamento ao princípio do “império da lei”.
Entre todas as reportagens e arrazoados sobre o tema de Rogério Furquim
Werneck, Merval Pereira, Míriam Leitão e do próprio Ministro Augusto Nardes, reproduzo abaixo a nota “Pegaram
de novo”, de Carlos
Alberto Sardenberg, que está na página 18, do O Globo, de 18.06.2015.
Esse assunto ainda vai render palpitantes
matérias na mídia.
Apreciem, analisem a nota e tirem suas próprias conclusões.
Adaí Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB
Pegaram de
Novo
Roberto
Setúbal não pode tomar dinheiro emprestado no Itaú, assim como Lázaro Brandão
não pode se financiar no Bradesco. Não podem nem ter cheque especial nos bancos
que presidem e do qual são acionistas. Isso é para proteger a instituição
financeira, seus clientes e o sistema. Se o dono pode sacar no caixa do banco,
é imenso o risco de que se abra um saco sem fundo. Já houve quebradeira pelo
não cumprimento dessa regra no setor privado.
No setor
público, a norma faz ainda mais sentido. O Tesouro (a União, o governo) não
pode pegar dinheiro emprestado nos seus bancos – e isso para proteger a
instituição, os clientes, o sistema e os contribuintes, estes os donos em
última instância, embora raramente respeitados.
Além disso,
o/a presidente da República não pode autorizar despesas que não estejam
autorizadas no Orçamento, este aprovado pelo Congresso – um sistema muito
eficiente, embora nem sempre respeitado.
Está aí a
base da Responsabilidade Fiscal. E que foi claramente desrespeitada no governo
de Dilma Rousseff, como afirma o relatório do ministro Augusto Nardes, do
Tribunal de Contas da União.
O caso mais
simples: o seguro-desemprego é um programa mantido pelo governo federal, pelo
Tesouro, com recursos previstos no Orçamento. A Caixa é agente, faz os
pagamentos aos segurados, com dinheiro que recebe do Tesouro. Presta um serviço, para o qual, aliás, é
remunerada. Portanto, se a Caixa não recebesse os recursos do Tesouro, não
poderia pagar aos segurados. Não deveria, aliás. E deveria ter autonomia
administrativa para fazer isso.
Aconteceu bem
diferente: o Tesouro não fez os repasses e o governo mandou a Caixa continuar
pagando normalmente. Ou seja, nesse e em outros casos, como no abono salarial,
o governo sacou a descoberto, pegou dinheiro por conta, prometendo cobrir o
rombo mais à frente. Ora, isso é um empréstimo, é a Caixa financiando o Tesouro
numa espécie de cheque especial.
Só que a
operação não é assim registrada. Fica como um pequeno atraso, nada demais,
pessoal. Qual o problema, se sempre se fez assim?
A novidade é
que, pela primeira vez, um relatório diz o óbvio ululante: trata-se de um
empréstimo e é ilegal.
São as pedaladas.
Fazendo isso
repetidas vezes, o governo Dilma gastou sem registrar o gasto. Ficou devendo
para a Caixa, para o BB e para o BNDES, mas a coisa toda parecia normal, que
estava tudo em dia. E para quê? Para gastar mais do que o autorizado pelo
Congresso no Orçamento.
São duas ilegalidades.
Primeira, empréstimos que não poderiam ser tomados. Segunda, gastos além dos
autorizados na lei maior, a Lei do Orçamento.
A
Responsabilidade Fiscal foi uma construção levantada depois do Real. Um
conjunto de leis, normas e acordos cujo objetivo foi colocar limites, controles
e transparência ao gasto público. Foi um aprendizado.
No início do
governo FH, o Banco do Brasil recebeu um aporte de capital de R$ 9 bilhões, em
dinheiro da época. Estava praticamente quebrado, justamente por causa das
pedaladas. O governo federal abria uma linha de crédito subsidiado para um
determinado setor, o BB adiantava os financiamentos e não recebia o
ressarcimento do governo federal. Como hoje.
O governo
fluminense e suas estatais se financiavam no Banerj e, claro, não pagavam nada.
Que dívida? Por que pagar ao nosso próprio banco? O mesmo aconteceu com o
Banespa.
Resultado:
quebraram os governos, as estatais e os bancos, atolados em dívidas no final
das contas financiadas pelo contribuinte.
Regras de
ouro, portanto: o governo não pode se financiar no seu banco; tem que gastar
menos do que arrecada; o gasto tem que ser autorizado pelo Congresso e
transparente.
A gestão
Dilma desrespeitou tudo isso com manobras contábeis que procuraram esconder os
fatos e iludir os contribuintes.
Muita gente
registrou, apontou e denunciou as manobras. Mas o ministro Mantega e a
presidente não estavam nem aí. Negaram as manobras até o fim. É impressionante.
Pareciam ter absoluta confiança de que não ia dar em nada.
Daí a
importância política do relatório de Augusto Nardes.
É mais uma
peça da crise atual, mas também é mais um sinal de como as coisas estão
mudando. Não faz muito tempo, o TCU era uma aposentadoria de luxo para
políticos. Hoje, o relatório ainda não foi votado, a presidente Dilma tem prazo
para se defender formalmente, mas os dados levantados e apontados pelo relator
já fizeram o serviço – o serviço de mostrar que o governante não pode fazer o
que quer com o dinheiro dos outros.
Mas fica
também um lado triste dessa história. Caramba, gente, essa irresponsabilidade
já havia sido praticada, deixou estragos, foram corrigidos, com custos para o
contribuinte, e ... se faz tudo de novo ?
Carlos Alberto Sardenberg é jornalista.
Eu também sou assinante do jornal "O Globo", mas gosto de comparar o que sua equipe de jornalistas, articulistas e colaboradores publica com outras informações. Veja, por exemplo, a que li (mas somente aqui na Internet, porque no Partido da Imprensa Golpista - PIG, o contraditório não aparece).
ResponderExcluirNão me leve a mal. Só estou falando em contraditório. Então, vejamos o que, a respeito da viagem de Aécio Neves eu li hoje aqui na Internet.
Cordiais Saudações e boa leitura.
A nota do Itamaraty sobre a patetada de Aécio
19 junho 2015Miguel do RosárioPolítica218 comentários
Alguns amigos se irritaram com a nota do Itamaraty, que reproduzo abaixo, mas eu a achei excelente.
Acontece que é, naturalmente, diplomática…
O Itamaraty não pode humilhar uma comitiva de senadores mostrando a dura verdade: eles se portaram como palhaços. O objetivo do Itamaraty é apaziguar os ânimos.
Entretanto, observe que a mídia brasileira, desesperada para reverter o mico gigante dos senadores patetas, continua mentindo e manipulando como se não houvesse amanhã.
Virou uma imprensa venezuelana de terceira categoria.
Os jornais pinçam a palavra “inaceitáveis”, numa frase que menciona, de maneira genérica, atos hostis de manifestantes, para passar a impressão de que o governo ou o Itamaraty compraram as mentiras de Aécio.
Não compraram.
Membros da delegação brasileira falaram com o assessor para assuntos internacionais da presidenta, Marco Aurelio Garcia, e ele já sabe que foi um factoide de Aecio e seus patetas.
Dilma também já sacou, tanto que não caiu (graças a Deus!) na armadilha da mídia e do PSDB.
A preocupação do governo brasileiro agora é lidar com sua incapacidade crônica de lidar com mais um golpe midiático.
Boa hora para vir à Venezuela e aprender.
Ainda bem que o governo venezuelano pensou à frente e, sabendo que viriam por aí um monte de factoides, convidou uma delegação para fazer o contraponto. Senão, dependeríamos exclusivamente da versão da grande mídia, que iria impor, sem contrapontos, suas mentiras.
O Fernando Brito, do Tijolaço, fez o trabalho que nenhum jornal fez. Entrou em sites de notícia da Venezuela, para confirmar que uma carreta, de fato, virou na estrada que liga o aeroporto à Caracas.
Isso acontece com frequência, infelizmente. É um país latino-americano, sem grandes infra-estruturas. Essa estrada liga também o porto à capital, e por isso tem tráfico pesado de caminhões de carga.
A notícia foi publicada no jornal Universal, privado e de oposição:
Caro Boanerges Aguiar Castro,
ExcluirNote que eu também critiquei a visita da comitiva de senadores.
Se a visita fosse a um país democrático isso não teria acontecido.
Fossem contra ou a favor do governo seriam bem recebidos.
Acho que o único mérito da visita foi justamente provar que a Venezuela é uma ditadura.
No período da ditadura militar no Brasil, muitos oposicionistas que eram classificados no Brasil como esquerdistas ou comunistas foram dar aulas nos Estados Unidos, que era justamente o centro do "imperialismo norte-americano".
Mas na Venezuela só pode ir quem rezar pela cartilha do Maduro.
Os oposicionistas na Venezuela estão nas masmorras.
Um abraço
Adaí Rosembak
Prezado Colega Adaí,
ResponderExcluirO avanço tecnológico apenas ampliou o alcance dos jornais e encurtou o espaço da mentira, não se passa um dia sem que algo seja acrescido ao nosso saber, e acrescenta, desde que suportemos as dores, as dores da transparência são mais suportáveis que os males do segredo, tramas de gabinete, truques contábeis, roubalheira no escuro, conchavos nos corredores. Com a mesma alegria com que hoje festejam nosso empobrecimento financeiro e espiritual, nossa angustia em por o pão na mesa com nossos combalidos vencimentos, vivemos o dilema de amanha termos que enfrentar as filas do SUS sistema único de saúde, ou simplesmente a Cassi existir nas pesquisas do google.
Estamos muito longe do alcance do objetivo comum, que é voltar a ter paz e tranquilidade, ter de volta benefícios dignos da nossa terceira idade, onde o custo de vida é bem mais espinhoso e bem mais custo do que benefício.
Os blogs são uma ferramenta das mais ágeis e praticas no nosso mundo virtual, cresce o descontentamento com as soluções apresentadas e já vemos muitos dirigentes ter seus próprios meios de comunicação, mesmo com a transparência ainda em segundo plano.
Talvez esta aqui que vos escreve, seja apenas mais uma sonhadora de dias bem melhores, mas com 69 anos, a única certeza que tenho é do “NÃO” então se houver um “SIM” já me darei por satisfeita, pois do pouco conhecimento que tenho dos assuntos Previ e Cassi, foi com o compartilhamento das informações entre os colegas e da busca para ter de volta o equilíbrio financeiro.
Saudações Cordiais
Rosalina de Souza
Pensionista
Matricula 18.161.320-4
Querida Rosalina de Souza,
ExcluirPerdoe-me por chamá-la de "querida".
Acho que já nos falamos tanto que posso a tratar dessa forma carinhosa.
Compartilho de sua situação e acho que os blogs se bem conduzidos podem ser ótimas ferramentas de ajuda aos mais necessitados e de denúncias de falcatruas.
Eu tenho 73 anos e, nesta altura da vida, depois de tudo que passei e da experiência de vida que adquiri, não tenho o direito de ser inocente.
E não tenho medo de nada.
Pode ter certeza de que se eu vir alguma coisa irregular vou meter o dedo na ferida e vou denunciar.
Não tenho muito a perder.
Talvez alguns poucos aninhos pela frente.
De modo que quero os valorizar ao máximo.
Trabalho um bocado nesse blog por gosto.
Não ganho nada.
Aliás só gasto: dinheiro, tempo sentado, sacrificando minha saúde e meu resto de existência.
Os prazeres mundanos já tiveram seu tempo.
Agora meu grande prazer é o trabalho.
E um trabalho digno em prol de meus semelhantes.
Estou ao seu dispor.
Um abração
Adaí Rosembak
Li e gostei das matérias. Modestamente saliento o item que fala nas dúvidas do americano, pois eu não tenho duvida, o Brasil seria o melhor país p/morar, CASO AS LEIS FOSSEM CUMPRIDAS.....temos tudo...menos vergonha. Eloy Severo
ResponderExcluirCaro Eloy Severo,
ExcluirÉ isso. O país poderia ser outro.
Mas ao ler as notícias dos jornais hoje com a prisão dos empresários envolvidos na Lava-Jato, creio que as coisas estão indo para a frente.
Estamos mudando. Confio neste país.
Um abração
Adaí Rosembak