Companheiros,
Lá fora, apesar do
calorão, o tempo está instável. Será que vai chover?
Aproveitarei o tempo
para ler uns livros que estão em fila.
E tentarei colocar as
pastas de assuntos no computador em ordem.
Ou seja, trabalho é o
que não falta.
Dia 23.11.2016, à
noite, vi, na GLOBONEWS, o Programa de MIRIAM LEITÃO, em que foi entrevistado o
Presidente do BB, PAULO ROGÉRIO CAFFARELLI. Adorei. Todos os funcionários do BB
deveriam ver.
O presidente do BB,
PAULO CAFFARELLI, saiu-se maravilhosamente bem no debate, embora o assunto
fosse muito abrangente, capcioso e detalhado, e as perguntas de MIRIAM LEITÃO
fossem incisivas e ardilosas.
Esse rapaz é firme, hábil
e convincente. É o tipo de pessoa que vende geladeira a esquimó...
As
medidas a serem tomadas pelo BB vão causar profundas transformações na
instituição, com reflexo maior em algumas áreas, como TI (Tecnologia da
Informação), que deverá ser muito ampliada e modernizada, e o funcionalismo, que deverá ter seu quadro
reduzido.
Já
abordamos esse assunto neste blog no artigo “Uma
Semana de Surpresas”, de 22.11.2016.
Mas, por
mais impactantes e amargas, principalmente no que se refere ao funcionalismo, essas
medidas são necessárias para manter o BB competitivo em comparação a outros
bancos.
A
propósito, transcrevo adiante o artigo “Corte na
carne do BB mostra que lições do passado não foram aprendidas”, de 22.11.2016, edição de Maria Pia Palermo e
Raquel Stenzel, e extraídas do Portal UOL-Economia.
ADAÍ
ROSEMBAK
Associado
da ANABB, AAFBB e ANAPLAB
CORTE NA CARNE DO BB MOSTRA QUE
LIÇÕES DO PASSADO NÃO FORAM APRENDIDAS
SÃO PAULO, 22 Nov
(Reuters) - Quando o governo brasileiro levou os bancos federais a expandir o
crédito para evitar que a economia do país fosse contaminada pelos efeitos da
crise financeira internacional de 2008, os primeiros resultados da campanha
suscitaram aplausos.
Diferente do que
previam os mais pessimistas, o Brasil passou quase incólume por dois anos de
recessão global e, de quebra, teve em 2010 o maior crescimento do PIB em 25
anos.
Desde então, a
participação conjunta de Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no crédito do sistema
financeiro, subiu de 38% para 57%.
Não foi surpresa,
portanto, que uma nova dose generosa do mesmo remédio tenha sido aplicada a
partir de 2012, quando a economia voltou a dar sinais de estagnação.
Agora, o anúncio do BB, no domingo, de um plano para cortar custos, incluindo oferta de aposentadoria antecipada a quase 20% dos empregados
e fechamento ou redução de quase 800 agências, dá relevo à lição elementar
observada em economias mais maduras: os riscos do uso de bancos públicos como
instrumento de política econômica não compensam os benefícios potenciais.
Banco encolhe um HSBC
No caso, as
consequências macroeconômicas são amplamente conhecidas, como o aumento da
inflação. Mas agora o BB começa a explicitar o tamanho do estrago dessa
política para os próprios bancos.
Somente com o
fechamento e redução de agências, o BB vai encolher quase o equivalente a um
HSBC, quarto maior banco privado no país, antes de ter sido comprado pelo
Bradesco no ano passado.
Vale notar que o BB foi,
dos três bancos federais, o que obedeceu com menos empenho a ordem do
controlador de expandir empréstimos. De 2008 para cá, a carteira de crédito do
BB cresceu praticamente 200%.
É um número até
discreto se comparado com a Caixa Econômica Federal, cujo estoque de
empréstimos cresceu quase 800% no período. Simultaneamente, a base de agências
da Caixa dobrou e o total de funcionários subiu 27%, na contramão do mercado.
Rentabilidade
Num ambiente de
crescentes níveis de desemprego e de quebras de empresas, a campanha de
expansão dos bancos levou à inescapável queda na rentabilidade sobre o
patrimônio. Uma rentabilidade adequada é indispensável para que um banco cresça
de forma saudável sem precisar de ajuda externa.
Pelas práticas de
mercado, essa rentabilidade deve ter alguma folga sobre a taxa básica de juros,
hoje de 14% ao ano no Brasil. No terceiro trimestre, o índice, conhecido no
jargão do setor como ROE, do Bradesco foi de 17,6%, e o do Itaú Unibanco,
de 19,9%. Na Caixa, o índice foi de 6,5%, e no BB, de 9,6%.
A menor capacidade de
gerar capital organicamente, tem provocado crescentes discussões de que BB e
Caixa precisarão de mais recursos federais para não ficarem com níveis de
capital abaixo das exigências regulatórias. Num cenário de crise fiscal, esse
socorro parece menos óbvio.
O BB já sinalizou como
pretende evitar o pior, ao anunciar o enxugamento da sua estrutura.
Acompanhando uma mudança do mercado, o banco aposta no ganho de produtividade
com as chamadas agências digitais, nas quais pretende abrir uma de cada duas
contas, a partir de 2017.
Caixa Econômica Federal
A Moody's calculou
meses atrás que a Caixa precisaria de cerca de R$ 18 bilhões para reforço de
capital.
Perguntado se a Caixa
Econômica também fecharia agências, o presidente-executivo do banco, Gilberto
Occhi, disse que 100 agências seriam avaliadas em 2017.
Seguir os passos do BB parece
inevitável, dado que os recursos que o banco quer levantar com a venda de fatia
na Caixa Seguridade e na Lotex, lhe renderiam menos de um terço disso.
Usar banco estatal para
fazer política pública é um instrumento legítimo de governos.
Em vários casos, tem
sido feito com sucesso no Brasil, como no apoio ao agronegócio, pelo BB, ou ao saneamento
ao setor imobiliário, pela Caixa. Em ambos os casos de forma rentável.
Mas o caminho de corte
na carne iniciado agora pelo BB deixa claro que o cuidado com o amanhã não
pautou a campanha de expansão dos bancos públicos.
Administrar banco é
essencialmente gerenciar riscos, dizem banqueiros experimentados. Usá-lo para
tentar dar um choque de expectativas parece ser um risco que não vale a pena
correr.
(Edição de Maria Pia
Palermo e Raquel Stenzel)
Caro colega Adaí
ResponderExcluirOlá!
Renovo cumprimentos pelo seu trabalho em nosso favor e de nossas entidades.
O nosso tempo e o do BB do nosso tempo já estão longe na ampulheta, não é mesmo?
Só um detalhe: em Marília (SP) SOU CLIENTE DA LUXUOSA AGÊNCIA ESTILO.
Até hoje – já faz anos da sua existência – eu não conheço o seu gerente (isso não acontecia na nossa época).
O tempo médio para ser atendido é, no mínimo, meia hora (para ser atendido!)
Neste ano, até agora, não fui atendido pela minha gerente de conta – aliás, já nem me lembro o nome dela.
Um colega – ia viajar – e queria um talão (o Estilo é especial): desistiu! Ficou esperando 20 minutos.
Foi na “máquina” e imprimiu algumas folhas de cheque padrão (não Estilo).
Mas vamos em frente que atrás vem gente!
Como diz o Zeca Pagodinho: “Cada um com seu cada um; deixa o cada um dos outros, certo?”
Abs
Ótima semana!
Daércio
DAÉRCIO GALATI VIEIRA
Aposentado – 76 anos
Rua Setembrino Cardoso Maciel, 76
Bairro Fragata
17501-310 - MARÍLIA (SP)
Email: dege40@gmail.com
(14) 3433-1583
Caro Daércio,
ExcluirConcordo com você que o atendimento nas agências Estilo, face ao alto número de clientes, ficou muito falho.
Em verdade, eu raramente vou à agência. Resolvo tudo pelo computador.
Os cheques, que quase não uso atualmente,eu os imprimo na máquina de atendimento de qualquer agência.
Mas tive um problema sério com um cheque que foi "clonado" (isso mesmo: "cheque clonado") que não consegui resolver pelo telefone de jeito nenhum.
Tive de sair de onde moro e ir à agência resolver isso pessoalmente. Perdi praticamente o dia todo e peguei um trânsito danado.
Isso tudo deve ser repensado detalhadamente nesse novo projeto para não continuarem a acontecer os mesmos problemas que ocorrem no projeto Estilo.
Um outro fator a considerar é que grande parte dos clientes Estilo são idosos que encontram grande dificuldade no sistema informatizado.
Me lembro que quando entrei no BB, os extratos eram em folhas de papel datilografadas a carbono. Quando vieram os extratos em cópias em papel emitidas por computador, mas que chegavam só no dia útil subsequente, a grita foi geral.
Reclamavam que o BB "não era mais o mesmo".
Creio que o caminho à frente seja a informatização dos serviços de forma mais acelerada, o que, certamente, trará novos problemas.
Abração
Adaí Rosembak
Amigo Adaí
ResponderExcluirDiscordo quando vc diz q o presidente foi muito bem. No que se refere a taxas ele não tem o menor conhecimento. Quando a Míriam Leitão falou de taxas do BB, ele disse que ficava entre 1,2 e 1,8%. Eu não encontrei em lugar nenhum essas ditas taxas.
Abraços Noé
Meu dileto amigo NOÉ,
ExcluirQue surpresa e prazer ter a honra de receber um comentário da sua parte.
De fato, notei que o presidente do BB deu uma escorregadela nessas cifras.
Considero isso um pequeno detalhe dentro do contexto de toda a entrevista, pelas razões que coloco adiante.
Você, a Maria Tereza, e o Adolpho, que são do CONFI e que lidam com cifras todo o tempo, tem olhos clínicos muito mais apurados que os comums mortais.
Eu me lembro do Adolpho que, em um simpósio da AAPBB, aparteou um expositor e expôs sérias falhas na apresentação do mesmo em relação a aplicações de renda variável na PREVI. Quase que bati palmas para a intervenção bem sucedida do Adolpho, mas, felizmente, me contive. Em compensação tive o prazer de, em um artigo sobre esse simpósio, ter ressaltado o aparte técnico do Adolpho.
Voltando à entrevista do presidente do BB.
É preciso considerar que ele não foi acompanhado de nenhum assessor. Foi sozinho enfrentar a fera Miriam Leitão que veio com tudo em cima.
Por isso acho que ele foi muito bem sucedido.
Discorreu sobre um vasto repertório de assuntos, de alta complexidade técnica e econômica e com muitas injunções políticas.
Fazer projeções sobre um projeto de reestruturação da complexidade e magnitude como esse do BB é um exercício de futurologia.
Sempre vai se falhar em alguma coisa. Isso sempre acontece. Por isso relevo esse pequeno detalhe mencionado.
O rapaz tem carisma.Foi extremamente hábil. Foi diplomático. É uma pessoa que tem presença.
Em razão disso tudo, reitero minha avaliação positiva sobre a entrevista de Paulo Caffarelli.
Um abração em você, no Adolpho e na nossa querida Maria Tereza de Souza Silva.
Adaí Rosembak
O melhor foi quando a competentíssima repórter questionou a aposentadoria precoce, contrariando a reforma da previdência proposta pelo governo. Ele disse que contribuiu para o fundo desde os tempos de Menor Aprendiz. Detalhe: Menor Aprendiz não contribui para a Previ. E pior, não contribuiu para receber o salário que recebe (ex-sem teto e agora com super teto)
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ExcluirSerá que ele não quis dizer "a partir de quando foi menor aprendiz?", ou seja, começou a contribuir quando deixou de ser menor aprendiz?
Certamente a PREVI pode esclarecer esse aspecto.
A propósito, o ex-presidente Aldemir Bendine, também foi menor aprendiz.
Outro aspecto, e que muitos colegas censuram, é que, dentro das normas da PREVI, o que vale para calcular a média de rendimentos, são os 3 últimos anos de contribuição.
Muito consideram que essa norma deveria ser revista.
Naturalmente, ele se aposentou como estatutário em um alto cargo.
Pelo que entendo, ele não burlou o INSS dentro do que estabelecem as normas do órgão.
Conheço outros colegas que se aposentaram muito jovens e com altos rendimentos, primeiro porque começaram a contribuir muito cedo, e depois porque, nos últimos 3 anos de contribuição, tiveram uma média alta em razão de altos cargos que ocuparam.
Dentro das novas normas do INSS não vai ser mais assim. Pelo menos é o que se espera.
Mas já começam a surgir as exceções.
Esse é o meu entendimento.
Abraços
Adaí Rosembak
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCaro Adaí,
ResponderExcluirAcho que esse projeto, queiramos ou não, vai ter o dedo de políticos e do Governo, como sempre aconteceu.
Os bancos particulares sempre ficarão na frente.