Companheiros,
Passaremos a publicar neste blog sob o título de “Uma Visita ao Império do Centro”, reportagens
sequenciais sobre assuntos pertinentes à China, particularmente os que dizem
respeito ao relacionamento comercial, econômico , educacional e militar entre
aquele país e o Brasil.
Neste capítulo III , abordaremos aspectos da visita do Premier chinês Li
Keqiang, que chega hoje ao Brasil, com um pacote de US$ 53 bilhões para
investir em 58 projetos.
Os chineses com certeza se
defrontarão com dificuldades, políticas retrógradas, corrupção e barreiras absolutamente incompreensíveis e
inaceitáveis para sua formação quando de seus investimentos no Brasil.
Na construção da Represa de Três Gargantas na China – a maior do Mundo –
foram descobertos sítios arqueológicos e, em razão dessas descobertas, pesquisadores da área tentaram impedir o
avanço das obras da represa para salvar aquelas
descobertas arqueológicas. O Governo chinês foi taxativo e impediu essas iniciativas que atrasariam a construção
da represa. A ordem foi para que os pesquisadores arqueológicos corressem
contra o tempo para salvar as descobertas arqueológicas, caso contrário seriam cobertas pelas águas da represa. E
assim foi feito. Os pesquisadores conseguiram salvar muitas descobertas arqueológicas
mas outras ficaram submersas com a construção da represa. Dessa forma , a Represa de Três Gargantas foi concluída
dentro do prazo.
O Premier Chinês Li Keqiang, chega hoje – 18.05.2016 – ao Brasil com US$ 53,3 bilhões para
investir em 58 projetos. É importante salientar que esse será o primeiro grande
pacote de investimentos no Brasil. Outros, com maiores volumes de capitais, com
certeza virão em seguida. Resta ao Brasil não desperdiçar essas oportunidades
de investimento com atração de tecnologias as mais avançadas do Mundo.
Ademais, passaremos a não ficar mais prisioneiros somente dos
investimentos e dos domínios tecnológicos americano e europeu.
A primeira decepção, como relatada adiante na nota sobre a visita do
Premier Li Keqiang, foi o atraso na
construção de linha de transmissão de energia para escoar energia da
Hidrelétrica de Teles Pires, que deveria estar pronta desde o início do ano,
mas só deverá entrar em operação em 31 de julho, segundo a empresa. O atraso deveu-se à demora de avaliação pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de sítios arqueológicos
descobertos durante a obra e a localização errada pela Empresa de Pesquisa Energética
do lago da usina Sinop.
Mas podem surgir outras surpresas desagradáveis.
Os chineses não nos conhecem e nem o governo que temos. Possivelmente poderão se
defrontar repentinamente com índios de
tribos desconhecidas que irão reivindicar a propriedade daquelas terras com o pleno apoio
da FUNAI, poderão surgir invasões e destruições de equipamentos e instalações por
parte do MST com o apoio de organizações
governamentais e religiosas e a aprovação do INCRA.
Poderão aparecer grupos
proclamando aquelas terras como redutos quilombolas com o incentivo da
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, poderão aparecer
apelações jurídicas promovidas pelo IBAMA pedindo o impedimento das obras pela descoberta de uma plantinha, um sapo ou
outro bichinho que possam ser extintos ou afetados pelas linhas de transmissão,
e por aí vai.
Vide o suplício que é a construção da represa de Belo Monte que já
poderia estar pronta há muito tempo. Teve de tudo. Índios disparando flechas, invadindo e
destruindo instalações e equipamentos, agredindo autoridades com porretes e facões, greves de peões com depredação de
instalações , incêndios criminosos, liminares jurídicas suspendendo as obras pelos mais
absurdos motivos, etc, etc. Um retrato
de nosso atraso do tempo do caipira Jeca Tatu.
E aí João, o que vai acontecer? Simples.
Os chineses vão sumir e vão investir na África e na Ásia.
Mas não sejamos pessimistas por antecipação. Vamos torcer para que o
Governo se imponha e coloque as coisas em ordem , a imprensa denuncie e o povo
se manifeste.
Segue a reportagem publicada no O Globo, nesta data, à pagina 17.
Adaí Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB
“Premier
chinês chega hoje ao Brasil com US$ 53 bi para investir”
Prestes a anunciar a participação da China em 58 projetos industriais de
infraestrutura e logística no Brasil, estimados em US$ 53,3 bilhões, o
primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, desembarcará em Brasília hoje com
pendências a resolver com a presidente Dilma Rousseff. Alguns acordos bilaterais
assinados há quase um ano, quando esteve aqui o presidente do país asiático, Xi
Jinping, não saíram do papel, como a liberação das exportações brasileiras de
carne bovina e a prometida compra de 60 aeronaves da Embraer. Para piorar, o
governo brasileiro está incomodado com o atraso dos chineses na construção de
uma linha de transmissão na usina hidrelétrica de Teles Pires, entre Mato
Grosso e Pará.
Nos dois primeiros casos, há expectativa de solução na próxima semana.
Já está pronta uma minuta de acordo sanitário liberando as vendas de carne
bovina in natura no mercado chinês. As importações do Brasil estavam suspensas
desde dezembro de 2012 e, mesmo com a garantia de Xi, continuam embargadas. E
deve ser formalizada a venda de 22 aviões às empresas aéreas chinesas Tianjin
Airlines e ICBC.
A linha de transmissão construída pela Matrinchã Transmissora de
Energia, controlada pela State Grid, deveria estar pronta desde o início do
ano, para escoar energia da hidrelétrica de Teles Pires, mas só entrará em operação
em 31 de julho, segundo a empresa. Diante do atraso, o governo solicitou à
transmissora a criação de uma linha alternativa, mais curta, até Sinop (MT). A
obra que deveria ter ficado pronta em abril está atrasada.
De acordo com a Matrinchã, o cronograma original “foi impactado por
fatores alheios à responsabilidade da empresa”, como a demora de avaliação pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de sítios arqueológicos
descobertos durante a obra e localização errada pela Empresa de Pesquisa
Energética do lago da usina Sinop.
Por outro lado, os investimentos a serem anunciados no Brasil não
poderiam vir em melhor momento, já que o dinheiro está curto, por causa do
ajuste fiscal. O acordo terá como signatários o Ministério do Planejamento e a
chancelaria da China. Sua implementação será apoiada financeiramente por
memorando de entendimento entre a Caixa e o Banco Industrial e Comercial da
China (CBC).
Segundo o subsecretário-geral político do Ministério das Relações
Exteriores, José Alfredo Graça Lima,
deverão ser assinados 36 documentos durante a visita: oito acordos de
cooperação (quatro governamentais e quatro empresariais); três declarações e 25
outros atos. Sobre os projetos de investimentos, ele disse que parte é de
empreendimentos novos.
- Os investimentos abrangem áreas diversas, como beneficiamento de
recursos naturais e a própria ferrovia transoceânica, que vai ligar os oceanos
Atlântico ao Pacífico – disse.
Ele afirmou desconhecer possíveis exigências dos chineses em troca dos
investimentos, como uso de trabalhadores do país asiático para executar as
obras, como ocorre na África. Também não comentou o que o Brasil pode pedir em
troca da participação de empreiteiras da China nos projetos. Um exemplo seria a
transferência de tecnologia.
Para Luiz Augusto de Castro Neves, ex-embaixador do Brasil em Pequim,
investir em ferrovias é fundamental para os chineses, que querem baratear o
custo de transporte de produtos de primeira necessidade importados, como a
soja:
- Nossa infraestrutura deixa muito a desejar e os chineses querem
garantir que terão suprimentos.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
embora a China seja o principal parceiro comercial do país, o Brasil participa
com 1,7% do total do comércio do gigante asiático. Em 2013, era o 17º parceiro
dos chineses.
Prezado ADAÍ,
ResponderExcluirTive o prazer de receber a matéria UMA VISITA AO IMPÉRIO DO CENTRO - I e dela dei ampla divulgação.
Na data de hoje, o prazer foi renovado com a número III da série.
Como, no entanto, não recebi a matéria número II, solicito-lhe a fineza de me remeter a mesma.
Saudações Fraternas
LAGO NETO
Caro já amigo João Carlos Lago Neto,
ExcluirGrato pela divulgação da matéria.
Remeterei de imediato a matéria número II.
Outras matérias seguirão oportunamente.
Um grande abraço
Adaí Rosembak