Abordaremos neste capítulo a
ascensão da China como potência militar nuclear.
Além desta análise do poderio militar do dragão chinês no que se refere a
armas nucleares, chamamos a atenção para a oportunidade de rearmamento das forças
armadas brasileiras com equipamento
militar de última geração importado da China que, hoje, está se destacando no
mercado militar mundial pelo elevado nível tecnológico dos equipamentos que exporta, pelo baixo preço e pela abertura
na transferência de tecnologia.
Em cinco anos, o aumento de vendas de armas chinesas
aumentou 143% tornando a China o terceiro exportador mundial de armas.
Os especialistas estão prevendo que nos próximos 10
anos a China inundará o mercado internacional com armas de alta tecnologia e a
baixo preço.
A mudança de exportação de armas pequenas para armas
com avançados sistemas de tecnologia está provado pela venda de drones para a
África e para o Oriente Médio em 2011, um contrato para três fragatas para a
Argélia em 2012 e a surpreendente escolha de um sistema de defesa terra-ar para
a Turquia, a um preço muito mais baixo do que os apresentados pelos EUA, Rússia e União Européia um ano antes.
É a hora das forças armadas brasileiras, que se ressentem
da escassez de recursos governamentais para reequipar suas tropas com modernos
equipamentos de defesa, aproveitarem essa oportunidade oferecida pela China.
O presente artigo “China lança desafio nuclear aos EUA”, foi extraído do
Jornal O Globo, edição de 18.05.2015, página 22.
A propósito da visita do Primeiro Ministro chinês Li Keqiang ao Brasil,
também reproduzimos o oportuno editorial “Oportunidades e cuidados nos negócios
da China”, publicado no mesmo veículo O Globo, de 21.05.2015, à pagina 18.
Ali são retratados os riscos que corremos com a abertura comercial com a
China e as cautelas que devemos tomar no relacionamento com esse gigante no mercado internacional.
Adaí Rosembak
Associado da AAFBB, ANABB, AFABB-RS e ANAPLAB
“China lança
desafio nuclear aos EUA”
Aposta em mísseis de longa distância com múltiplas ogivas preocupa
Washington
Depois de décadas mantendo uma força nuclear pouco expressiva, a China
tem investido em mísseis de longo alcance que transportem várias ogivas, um
passo que autoridades federais americanas e analistas políticos dizem servir
para intimidar os Estados Unidos, já que Washington prepara-se para implantar
defesas antimísseis mais robustas no Pacífico.
O que torna a decisão da China particularmente notável é que a
tecnologia de miniaturização de ogivas e de transporte de três ou mais delas num
único míssil está em mãos chinesas há décadas. Mas uma sucessão de líderes
deixou-a inativa – eles não estavam interessados em participar do tipo de
corrida armamentista que caracterizou a competição da Guerra Fria nuclear entre
EUA e União Soviética.
Agora, entretanto, o presidente Xi Jinping parece ter mudado o curso da
política sobre o tema, ao mesmo tempo em que constrói aeroportos militares em
ilhas disputadas do Mar do Sul da China, declara zonas exclusivas “de
identificação de defesa aérea”, envia submarinos chineses pelo Golfo Pérsico
pela primeira vez e cria um novo arsenal poderoso de armas cibernéticas.
Muitos destes passos têm surpreendido funcionários dos EUA e se tornaram
uma evidência do desafio que o governo Obama enfrenta para lidar com a China,
particularmente depois que agências de inteligência americanas previram que Xi
focaria no desenvolvimento econômico e seguiria o caminho de seu predecessor,
que defendia a “ascensão pacífica” do país.
John Kerry
desembarcou em Pequim
O secretário de Estado, John Kerry, desembarcou anteontem em Pequim para
discutir questões econômicas e de segurança que preocupam os EUA, embora ainda
não esteja claro se o desenvolvimento de mísseis, que as autoridades descrevem
como recente, estava na agenda.
Funcionários americanos dizem que, até agora, a China negou-se a
participar de conversas sobre o início da implantação de múltiplas ogivas nucleares
em seus mísseis balísticos.
- Os EUA gostariam de ter uma discussão mais ampla sobre as questões de
modernização nuclear e de mísseis balísticos de defesa com a China – afirmou
Phillip Saunders, diretor do Centro para Estudo de Assuntos Militares na Universidade
de Defesa Nacional, instituição acadêmica fundada pelo Pentágono. – Os chineses
têm sido relutantes em discutir o tema em canais oficiais.
Entretanto, Saunders e outros especialistas têm se engajado em conversas
não oficiais com chineses sobre a questão. O novo programa nuclear de Pequim
foi descrito com profundidade no relatório anual do Pentágono ao Congresso e
revelou um dilema para o governo Obama, que nunca falou publicamente sobre o
avanço nuclear da China.
O presidente americano está sob mais pressão do que nunca para implantar
sistemas de defesa antibalística no Pacífico, embora a política oficial seja a
de que estes interceptadores sirvam para conter a Coréia do Norte, não a China.
Além disso, Obama tenta encontrar uma forma de sinalizar que resistirá
aos esforços da China para intimidar seus vizinhos – incluindo os mais próximos
aliados de Washington – e manter os EUA fora do Pacífico Ocidental.
Já se aventa no Pentágono sobre acelerar o esforço de defesa
antibalística e enviar navios militares às águas internacionais próximas às
ilhas em disputa, para deixar claro que os EUA vão insistir na navegação livre
em áreas que a China está reivindicando como zonas exclusivas.
Para autoridades americanas, o movimento chinês demonstra uma rápida
transformação da estratégia de Xi, agora considerado um dos líderes mais
poderosos desde Mao Tsé-tung ou Deng Xiaoping. Fotografias divulgadas
recentemente dos esforços chineses para recuperar a terra em disputa nas ilhas
do Mar do Sul da China e de construir aeródromos no local chamaram a atenção da
Casa Branca e de militares pela velocidade e pela intensidade da determinação
de Xi em empurrar potenciais competidores de suas vizinhanças no Pacífico.
Isto envolve a construção de porta-aviões e submarinos para criar uma
força que possa representar um desafio aos EUA numa crise regional. Parte do
programa de modernização militar da China tem como alvo direto a superioridade
tecnológica americana. A China tem buscado tecnologias para bloquear a
vigilância e a comunicação de satélites, e seus principais investimentos em
cibertecnologia são vistos por funcionários dos EUA como forma de roubar
propriedade intelectual e se preparar para um conflito.
“Oportunidades
e cuidados nos negócios da China”
O pacote de acordos assinados terça-feira em Brasília entre a presidente
Dilma e o primeiro-ministro chinês, Li Kewqiang, chega em providencial momento,
quando o país padece de grave falta de investimentos, principalmente na
infraestrutura. Estima-se que a China pode financiar projetos no país num
volume de até US$ 53,3 bilhões. O dinheiro será importante contrapeso numa fase
de inexorável ajuste fiscal – portanto, de poucos recursos públicos disponíveis
– e também de grande necessidade de investimentos externos.
O ponto de interrogação em tudo isso é saber se o dinheiro virá mesmo.
Costuma-se dizer que a negociação com os chineses começa depois que o contrato
é assinado. São lembradas as promessas feitas em 2011 de um investimento, em seis anos, de US$ 12 bilhões
e geração de 100 mil empregos, com a vinda da Foxconn, empresa chinesa
fabricante de produtos Apple. Não passava de um conto chinês, reproduzido pelo
governo brasileiro.
Tudo parece ser um “negócio da China”, por isso é preciso ser realista.
Pequim já demonstrou saber “comprar na baixa”. Socorre os sufocados
venezuelanos, os endividados argentinos e agora chega ao Brasil para “ajudar” a
Petrobrás, também sem acesso ao mercado financeiro mundial, e apoiar o próprio
país, ainda soterrado sob os escombros da “nova matriz macroeconômica.”
Trata-se , é certo, de uma oportunidade que não pode ser descartada. Mas
se os chineses têm um claro projeto estratégico, de dimensões globais –
garantir acesso a matérias primas, ao menor custo possível - , Brasília precisa
tirar o máximo que necessita e ter o seu plano também.
Devido às necessidades crescentes de alimentos, matérias primas e
energia, a China é hoje grande financiadora de ferrovias, portos, projetos de
exploração de petróleo, etc. em todo o planeta.
Nesse aspecto, o Brasil tem
prioridade por já ser importante fornecedor de minério e soja aos chineses.
Tanto que a China ultrapassou os EUA como mercado importador do Brasil.
Justifica-se, então, por exemplo, a ferrovia de acesso ao Pacífico, caminho
mais curto para a Ásia.
Mas será um erro histórico o Brasil se acomodar a uma aliança “colonial”
com os chineses: fornecedor de matérias primas e importador de bens
manufaturados, inclusive equipamentos para esses projetos. Por uma dessas
ironias, mais uma, terá sido um governo do “anti-imperialista” PT que
consolidará laços com os chineses de ranço mercantilista, típicos de séculos
passados, como aqueles com os quais metrópoles ataram o Brasil.
Será decisivo, portanto, também modernizar a indústria, algo que o PT
“desenvolvimentista” impede, ao continuar com o sonho delirante da
“substituição das importações” ao estilo Geisel.
Sem integrar a indústria brasileira a cadeias globais de produção, o
segundo governo Dilma terá apenas dado um vigoroso passo para transformar
Pequim no que Lisboa e Londres já foram para o Brasil.
O GRANDE NEGÓCIO DO JAPONÊS
ResponderExcluirColega Adaí Rosembak,
Percebo que o colega possui um vasto conhecimento em diversos assuntos, por isso gostaria
de compartilhar algumas percepções para avaliar suas considerações.
A reunião de Goiânia ratificou algumas questões que identifico a tempos:
1) Ficou claro o pq da escolha do japonês para o cargo. Jovem, cheio de ambição e por isso toda
essa mudança de postura saindo do pedestal. Um executivo mais experiente e arrogante não se
prestaria a esse papel. Não sei se por conta da conjuntura política (CPI), escolheram alguém que
simulasse uma mudança de postura da diretoria que na prática não existe. Se colega trabalhou na
DG sabe bem do que estou falando. Conheci AP-02 que nem ministro da fazenda lhe obrigaria a se
prestar a um papel desses.
2) A necessidade de se manter aposentados longe dos funcis da ativa. Aposentei em 2001 e para man-
ter a comissão levava o LIC (antiga CIC) para casa. Noite, finais de semana, debruçado em instruções
para conseguir dar conta do recado. Como iria me inteirar de questões sobre Previ? Só sabia que havia
uma montanha de dinheiro do maior fundo da AL para quando aposentasse. Foi uma enorme e triste sur-
presa quando o descanso chegou. Seria importante construir uma ponte sobre esse abismo existente en-
tre aposentados e os da ativa.
3) Não dar para ter clareza quem está do lado de quem. Nem eleitos demonstram qualquer constrangimento
com todo o circo. Questões de real importância são mantidas na condição de sigilo. Basta ver nas entrevistas
da reportagem que os ditos "nossos representantes" tem o discurso totalmente afinado com os representantes
do patrocinador.
4) Necessidade de preparação para a próxima eleição sem conchavos com pessoas venais. O Sr., o Zanella, o Medeiros
e outros mais que rezem na mesma cartilha.
Obrigado por sua atenção
Caro Anônimo,
ExcluirVou começar a lhe responder pelo fim.
Tenho grande respeito e admiração pelo Ari Zanella e pelo Medeiros.
São pessoas sérias, raçudas e combativas.
Um outra pessoa que aprecio muito é a Cecília Garcez que, no momento está sendo atacada pelo Diretor Marcel.
Ela está desenvolvendo um projeto sério dentro da PREVI para aperfeiçoamento na área de TI (Tecnologia da Informação) que está completamente superado.
Mas isso mexe com interesses.
E aí entra a baixaria política, o jogo rasteiro de pressões.
Felizmente a Cecília Garcez conta com uma grande massa de apoiadores entre os aposentados e o funcionalismo como um todo.
Não sou filiado a qualquer partido ou corrente política. Mesmo no PT que foi uma grande frustração para muitos brasileiros, conheço pessoas muito sérias, capazes e atuantes na defesa de nossos interesses.
O importante nesse processo é estar atualizado com o que está acontecendo, acompanhar as notícias pela internet, comparecer a simpósios promovidos pela PREVI e pela CASSI, frequentar associações, etc.
Também trabalhei no interior e cansei de levar instruções do banco e trabalho para fazer em casa.
Acompanhe os blogs do Carvalho, do AriZanella, do Medeiros e da Cecília Garcez. Eles estão dentro da PREVI e não tem papas na língua para contar com franqueza o que ocorre nos bastidores.
Um abração
Adaí Rosembak
Prezado Adaí,
ResponderExcluirDepois desse episódio da Vale, caso seja mesmo verdadeiro, impossível acreditar em sequer uma vírgula pronunciada pela instituição Previ, representada por sua diretoria.
Aposentados e pensionistas são um incômodo para o desenvolvimento dos projetos que o BB (Governo) tem para os recursos do fundo.
E ainda mais, me desculpe o radicalismo. Para mim quem pensa diferente disso ou está sendo beneficiado ou espera ser. Não existe outras opções.
Publique o e-mail que a Ceclia te mandou,
ResponderExcluirTrata-se do mesmo e-mail distribuído pelo Marcel ?