quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A CASSI e o Pós-BET - III

Em razão da repercussão da nota de 22.03.2014 (que transcrevemos abaixo) , “A CASSI e o Pós-BET”, fazemos alguns adendos e considerações sobre o tema neste “A CASSI e o Pós-Bet – II”.
Grande parte das abordagens pertinentes ao tema, como colocado pelos associados, refere-se ao descredenciamento “por parte da CASSI” de médicos , hospitais e clínicas, dos quais muitos associados eram clientes há longa data.
Compreendemos que não é fácil assimilar, sem questionamento e fácil compreensão, que um médico com o qual tínhamos não só uma relação de “médico e paciente” mas também, muito comumente, uma relação de confiança e amizade, seja descredenciado “unilateralmente” pela CASSI.
Primeiramente, cabe esclarecer que não houve uma decisão “unilateral” por parte da CASSI.
O que de fato houve foi uma iniciativa por parte de um profissional da área de saúde, de não aceitar os valores pagos dentro da tabela da CASSI pela cobertura de seus serviços profissionais.
E, então, a decisão passou a ser “unilateral”, por parte daquele prestador de serviço, ao solicitar seu descredenciamento da CASSI.
Todos nós, associados da CASSI, temos passado pelas mesmas agruras.
Além de sermos descontados, obrigatoriamente, em nossas folhas individuais de pagamento, pelo INSS-Benefício, pagamos adicionalmente à CASSI para não passarmos pela via-crúcis do atendimento médico prestado pelo INSS, que é alvo de críticas constantes por parte da mídia nacional e internacional.
E ainda teríamos de pagar uma terceira vez, por um atendimento particular, para termos um serviço de assistência médica de qualidade ?
Este próprio articulista, como a maioria dos associados da CASSI , já passou algumas vezes pela desagradável situação de ser surpreendido com o inesperado aviso de médicos, com os quais nos tratávamos há longa data, de que já não eram credenciados junto à CASSI e que , portanto, as consultas teriam de ser pagas à vista pelo valor de mercado estipulado por aqueles profissionais.
Para nossa surpresa, fomos obrigados a recorrer a outros médicos mais jovens, que eram recém-credenciados da CASSI, e que nos prestaram um atendimento de excelente padrão.
Esse não é um problema que atinge somente a CASSI e nem ocorre unicamente no Brasil.
É uma situação que vem acontecendo em grande parte dos planos de saúde no Brasil.
E é uma constante na maioria dos países , inclusive nos chamados países do Primeiro Mundo.
Em conversa informal com a Companheira Loreni de Senger, Conselheira Deliberativa da CASSI, o assunto estendeu-se à prestação de serviços por parte de clínicas e hospitais, em que não restava outra alternativa à CASSI, senão seguir a mesma política de selecionar órgãos de prestação de serviços médicos, cujos custos se adequassem aos limites orçamentários da CASSI.
No Rio de Janeiro, tivemos o descredenciamento de algumas instituições mas, em compensação, tivemos o credenciamento de outras que também prestam um serviço de elevado nível.
Como exemplo, citamos os hospitais da Rede Dor, credenciada da CASSI, que é considerada uma das melhores redes de prestação de serviços na área de saúde em todo o país.
A classe médica também se ressente profundamente do aumento de custos de internações hospitalares, remédios, exames, materiais e equipamentos.
Esses custos inviabilizam tratamentos mais complexos que exigiriam tecnologia mais avançada.
Ao abordar o assunto com um médico, ele me falou sobre a cadeia de comercialização que aumenta de forma absurda os custos de materiais para próteses e implantes. Um stent, por exemplo, que tem um custo médio original de US$ 200.00 , pode chegar ao consumidor final (paciente) por, pasmem, US$ 7,000.00.
No que tange às instituições hospitalares, os gastos para uma prestação de serviços de bom nível também atingem níveis espantosos.
Aliás, atualmente, o termo “hospital” deveria ser reservado exclusivamente para os hospitais públicos que atendem aos desesperados assistidos pelo INSS.
Por essa razão, a maioria das instituições que se propõem a prestar um atendimento diferenciado e de qualidade, passaram a autodenominar-se pomposamente de empresas de promoção da saúde.
Notem bem: a ênfase terminológica é em “empresa” e não em “hospital”.
Em relação a aumentos de preços, também adequando-se a uma linguagem mais afetada, menos agressiva e mais pomposa, abandonou-se de vez o uso das palavras aumento, majoração ou verticalização , e passou-se a utilizar os anglicismos “outfitting”, uma forma mais elegante e afetada, para dizer que os produtos passaram por um “up” ou “lift”, que não passam de mera maquilagem de modernização e, em razão disso, os preços foram aumentados, por vezes, de forma escorchante.
As instalações das empresas de saúde também passaram pela mesma mudança; não melhoraram ou se renovaram (verbos pouco charmosos); usando-se outros anglicismos, elas agora são “up-to-date” e passaram por um processo de “outfitting”.
O pronto, rápido e melhor atendimento nas dispendiosas propagandas na mídia, é prestado por helicópteros e ambulâncias moderníssimas.
Nos períodos pós-operatórios, os hospitais procuram manter os pacientes o maior tempo possível nas UTIs que, obviamente, tem custos muito mais altos que os quartos particulares.
Existem planos para todos os gostos e bolsos, desde os que prestam um serviço equiparável aos melhores do Mundo até aqueles cuja assistência de massa pouco difere daquele que é prestado pela rede pública.
Todos esses fatores somados implicam em grande complexidade e exigem da CASSI elaboradas e apuradas análises de custos e benefícios para proporcionar aos seus associados o melhor padrão de serviços dentro de suas limitações orçamentárias.
Essa realidade nos leva, inevitavelmente, ao que passou a se denominar, principalmente na UE, de derrocada do “Welfare State”, Estado do Bem-Estar Social.
Ao ler os magistrais artigos dos Colegas João Carlos Lago Neto , em “CASSI-Preocupações de Lago Neto”, de 04.04.2014 e a manifestação de Fernando Arthur Tollendal Pacheco, da mesma data, temos uma amplitude real das mutações pelas quais passou a CASSI desde sua criação.
Sugerimos à CASSI, à AAFBB e à ANABB, a publicação em seus sites e em suas publicações, desses importantes depoimentos que nos alertam e nos levam a refletir sobre a situação presente pela qual passa a CASSI.
Esses testemunhos podem ser acessados na internet no blog “Olhar de Coruja” ou no (bbfuncionarios), resumos 3253 e 3254.
Como resultado da realidade apresentada por aqueles companheiros, principalmente quando abordam o aviltamento salarial impingido pelo PCS aos funcionários do BB admitidos a partir de 1997 (os pós-97, que já são quase 60.000 servidores), a CASSI passou a sofrer, de forma crescente , de desequilíbrio entre suas receitas e despesas.
Ademais, grande parte desses funcionários admitidos a partir de 1997, já são casados e trazem dependentes para também serem assistidos pela CASSI.
Por outro lado, com o falecimento de funcionários mais antigos, a situação financeira da CASSi só tende a ficar mais limitada.
Para culminar, agora somos defrontados com a perda do BET, que veio impactar ainda mais as disponibilidades financeiras da CASSI.
A CASSI tem de ser muito ágil e criativa para sobreviver em meio a tantas intempéries.
Existe a possibilidade de que a CASSI venha a promover no Rio de Janeiro, já na segunda quinzena de maio, outro simpósio nos moldes do Encontro que foi promovido em 15.08.2013, no Auditório do Banco do Brasil/SEDAN, Centro RJ.
Esse foi um evento de absoluto sucesso.
Naquela oportunidade, a Diretora da CASSI de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, Companheira Mirian Fochi, em um desempenho brilhante, fez, por horas, uma apresentação detalhada do funcionamento , da estrutura e da problemática geral da nossa Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil - CASSI.
O público, composto de funcionários do BB, da ativa e aposentados, representantes sindicais e de associações de funcionários, gerentes e funcionários da CASSI-Rio , integrantes do Conselho de Usuários da CASSI e, inclusive, da imprensa, teve participação ativa naquele debate.
Questionamentos e perguntas de toda ordem foram plenamente explanados e respondidos de forma objetiva e sincera.
Nada foi camuflado e nem tergiversado, e nada deixou de ser discutido e aplanado.
Outros representantes da CASSI , que compunham a mesa, entre os quais destacamos as figuras de Loreni de Senger, Conselheira Deliberativa da CASSI e Douglas Leonardo Gomes, Coordenador do Conselho da CASSI-RJ, colaboraram de forma inestimável com a principal apresentadora do evento, Sra. Mirian Fochi, com esclarecimentos mais detalhados sobre aspectos singulares e específicos relacionados com a instituição.
Alertamos todos os companheiros para que estejam atentos para a confirmação de sua presença nesse encontro de extraordinária valia e que poderia ser classificado, sem qualquer exagero, como um evento imperdível.
Considerem-se absolutamente certos de que todos se sentirão plenamente satisfeitos e gratificados ao comparecer a um encontro dessa magnitude, o qual ampliará nossa visão sobre a CASSI, que tem um papel de fundamental importância na nossa vida e na de nossos familiares.

Adaí Rosembak
Associado da AAFBB e ANABB


Transcrição de “A CASSI e o Pós-BET” , de 22.03.2014:

22.03.2014

A CASSI e o Pós-BET

O mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito”.
Peter Drucker

Independentemente das eleições que ocorrerão na CASSI, uma medida absolutamente oportuna a ser promovida por aquele órgão, no presente momento , seria um novo simpósio nos moldes do encontro que foi promovido em 15.08.2013, no Auditório do Banco do Brasil/SEDAN, Centro/RJ, com a Diretora de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, Sra. Mirian Fochi, aberto a todos os funcionários do BB, ativos e aposentados , representantes sindicais e de associações de funcionários, gerentes e funcionários da CASSI-Rio, integrantes do Conselho de Usuários da CASSI e, inclusive, a imprensa especializada.
Foi uma reunião muito objetiva e profícua em que foi feita uma apresentação detalhada do funcionamento e da estrutura da CASSI, das perspectivas de aperfeiçoamento e ampliação do sistema de atendimento aos usuários com uma atenção maior para as localidades distantes no interior do país.
O debate foi franco e propiciou esclarecimentos sobre diversas dúvidas e problemas que os usuários comumente se defrontam no relacionamento com a CASSI e que, muitas vezes, não entendem por falta de esclarecimentos mais aprofundados sobre a política de atuação da CASSI, como os que foram prestados naquele evento.
Aspectos importantes, variados e complexos, que fogem às limitadas instruções de um manual de serviços, além de dúvidas e casos singulares, foram detalhados e debatidos.
Enfim, uma vasta e complexa gama de assuntos foi abordada e discutida, mostrando porque, apesar de todos os desafios , a CASSI, indiscutivelmente, é o melhor e mais abrangente plano de assistência de saúde existente no Brasil dentro de seus custos e da amplitude de serviços prestados.
Muitas acusações infundadas e sem embasamento, expostas na internet, foram desmistificadas, tais como a limitação de serviços e a carência de instituições médicas credenciadas.
Foi mostrado que a CASSI pode se orgulhar de prestar uma excelente e ampla assistência médica, fornecimento de medicamentos, além de contar com uma ampla rede credenciada de instituições hospitalares e, eventualmente, ainda recorrer a alguns dos seletos centros hospitalares do Brasil.
Mas, um dos aspectos mais importantes abordados naquela reunião, foi a perspectiva de perda da contribuição à CASSI, proveniente do BET, fundamental para que a instituição continuasse a usufruir de recursos financeiros suficientes para prestar uma excelente prestação de serviços aos seus associados.
Naquela oportunidade, os companheiros Douglas Leonardo Gomes, Coordenador do Conselho da CASSI-RJ e Loreni de Senger, Conselheira Deliberativa da CASSI, que compunham a mesa, já antevendo o que poderia ocorrer com a perda da contribuição à CASSI relativa ao BET, premonitoriamente, alertaram os presentes àquele conclave que mudanças drásticas teriam de ser feitas para enfrentar a perda de receita tão significativa para a saúde financeira da CASSI, situação que já se vislumbrava para um médio prazo.
A perda do BET veio muito antes do que se havia programado.
E veio de supetão, de forma fria, e sem qualquer escalonamento que permitisse aos usuários se adequarem gradativamente à perda de sua renda, provocando a inadimplência nas finanças de muitas famílias.
Todos ainda estão abalados e ainda não conseguiram aquilatar nem assimilar a real dimensão das perdas e o impacto do choque em suas vidas.
A temível letra T de “temporário” , após tão longo tempo de recebimento daquele benefício, passou desapercebida para muitos que, premidos pelo atendimento de necessidades e de novos padrões de consumo, incorporaram aquele benefício temporário à sua renda mensal, de forma a atender aos novos compromissos assumidos.
Na CASSI, a perda da contribuição relativa ao BET, vai gerar sérios desequilíbrios financeiros que comprometerão projetos em andamento e futuras metas de atuação, que irão atingir profundamente a vida dos associados.
É muito difícil planejar cortes na área de saúde sem afetar a vida dos usuários.
Os cortes de despesas na área burocrática e administrativa com a introdução de serviços informatizados mais sofisticados e novas técnicas de gestão , não são de resultado imediato, pois dependem de tempo necessário para a introdução dessas novas tecnologias e treinamento de pessoal , além de dispêndios iniciais vultosos para a aquisição de novos equipamentos.
Limitar atendimentos médicos, intervenções cirúrgicas ou fornecimento de medicamentos, também são objetivos difíceis, senão inviáveis de alcançar e que, seguramente, vão gerar ações e reações negativas por parte dos usuários, com consequências funestas para a imagem da instituição.
Por outro lado, cada vez mais são criados novos procedimentos médicos que exigem novas baterias de exames sofisticados e dispendiosos.
Ademais, em conversa informal com a companheira Loreni de Senger, ela confessou que o impacto da perda do BET, como consequência, pode gerar novos problemas de saúde causados por estresse emocional, em razão do descontrole financeiro na vida de muitos associados, o que geraria novos gastos com assistência médica.
Todos esses problemas somados se constituem em um desafio colossal, que exigirá planejamento sério e racional , profundo conhecimento e vivência na área, e muito trabalho por parte da nova administração a ser eleita para a CASSI nas próximas eleições.
Os candidatos das chapas concorrentes devem promover simpósios e debates para discussão de suas propostas diretamente com os associados.
Já os associados devem estar atentos às diversas propostas apresentadas pelos candidatos das chapas em disputa , selecionando aquelas pautadas em projetos sérios, viáveis e com real embasamento para sua consecução e descartando metas inalcançáveis e sem viabilidade, que denunciariam oportunismo, despreparo e demagogia de eventuais candidatos.
Essa forma de apresentação das chapas, forçará a que seus candidatos se preparem a fundo para tais debates, frente a frente com os usuários que, nesse momento, deverão confrontar os debatedores e explorar todas as brechas e oportunidades na defesa de seus interesses na CASSI.
Porisso, repetimos, seria de fundamental importância que a CASSI promovesse novos encontros na forma do conclave de 15.08.2013, para que os associados se inteirassem da atual situação da CASSI, principalmente depois da extinção do BET.
É fundamental que a administração da CASSI apresente ao quadro social as medidas que estão sendo tomadas e outras que ainda o serão, para o equacionamento dos problemas surgidos com a perda da contribuição à CASSI relativa ao BET.
Essa iniciativa da CASSI ajudará e preparará os associados para essa nova realidade e para uma escolha criteriosa dos candidatos mais bem preparados para gerir o órgão e enfrentar essa situação adversa.

Adaí Rosembak
Associado da AAFBB e ANABB

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