Em
razão da repercussão da nota de 22.03.2014 (que transcrevemos
abaixo) , “A CASSI e o Pós-BET”, fazemos alguns adendos e
considerações sobre o tema neste “A CASSI e o Pós-Bet – II”.
Grande
parte das abordagens pertinentes ao tema, como colocado pelos
associados, refere-se ao descredenciamento “por parte da CASSI”
de médicos , hospitais e clínicas, dos quais muitos associados
eram clientes há longa data.
Compreendemos
que não é fácil assimilar, sem questionamento e fácil
compreensão, que um médico com o qual tínhamos não só uma
relação de “médico e paciente” mas também, muito comumente,
uma relação de confiança e amizade, seja descredenciado
“unilateralmente” pela CASSI.
Primeiramente,
cabe esclarecer que não houve uma decisão “unilateral” por
parte da CASSI.
O
que de fato houve foi uma iniciativa por parte de um profissional da
área de saúde, de não aceitar os valores pagos dentro da tabela da
CASSI pela cobertura de seus serviços profissionais.
E,
então, a decisão passou a ser “unilateral”, por parte daquele
prestador de serviço, ao solicitar seu descredenciamento da CASSI.
Todos
nós, associados da CASSI, temos passado pelas mesmas agruras.
Além
de sermos descontados, obrigatoriamente, em nossas folhas
individuais de pagamento, pelo INSS-Benefício, pagamos
adicionalmente à CASSI para não passarmos pela via-crúcis do
atendimento médico prestado pelo INSS, que é alvo de críticas
constantes por parte da mídia nacional e internacional.
E
ainda teríamos de pagar uma terceira vez, por um atendimento
particular, para termos um serviço de assistência médica de
qualidade ?
Este
próprio articulista, como a maioria dos associados da CASSI , já
passou algumas vezes pela desagradável situação de ser
surpreendido com o inesperado aviso de médicos, com os quais nos
tratávamos há longa data, de que já não eram credenciados junto à
CASSI e que , portanto, as consultas teriam de ser pagas à vista
pelo valor de mercado estipulado por aqueles profissionais.
Para
nossa surpresa, fomos obrigados a recorrer a outros médicos mais
jovens, que eram recém-credenciados da CASSI, e que nos prestaram um
atendimento de excelente padrão.
Esse
não é um problema que atinge somente a CASSI e nem ocorre
unicamente no Brasil.
É
uma situação que vem acontecendo em grande parte dos planos de
saúde no Brasil.
E
é uma constante na maioria dos países , inclusive nos chamados
países do Primeiro Mundo.
Em
conversa informal com a Companheira Loreni de Senger, Conselheira
Deliberativa da CASSI, o assunto estendeu-se à prestação de
serviços por parte de clínicas e hospitais, em que não restava
outra alternativa à CASSI, senão seguir a mesma política de
selecionar órgãos de prestação de serviços médicos, cujos
custos se adequassem aos limites orçamentários da CASSI.
No
Rio de Janeiro, tivemos o descredenciamento de algumas instituições
mas, em compensação, tivemos o credenciamento de outras que também
prestam um serviço de elevado nível.
Como
exemplo, citamos os hospitais da Rede Dor, credenciada da CASSI, que
é considerada uma das melhores redes de prestação de serviços na
área de saúde em todo o país.
A
classe médica também se ressente profundamente do aumento de
custos de internações hospitalares, remédios, exames, materiais e
equipamentos.
Esses
custos inviabilizam tratamentos mais complexos que exigiriam
tecnologia mais avançada.
Ao
abordar o assunto com um médico, ele me falou sobre a cadeia de
comercialização que aumenta de forma absurda os custos de materiais
para próteses e implantes. Um stent, por exemplo, que tem um custo
médio original de US$ 200.00 , pode chegar ao consumidor final
(paciente) por, pasmem, US$ 7,000.00.
No
que tange às instituições hospitalares, os gastos para uma
prestação de serviços de bom nível também atingem níveis
espantosos.
Aliás,
atualmente, o termo “hospital” deveria ser reservado
exclusivamente para os hospitais públicos que atendem aos
desesperados assistidos pelo INSS.
Por
essa razão, a maioria das instituições que se propõem a prestar
um atendimento diferenciado e de qualidade, passaram a
autodenominar-se pomposamente de empresas de promoção da saúde.
Notem
bem: a ênfase terminológica é em “empresa” e não em
“hospital”.
Em
relação a aumentos de preços, também adequando-se a uma
linguagem mais afetada, menos agressiva e mais pomposa, abandonou-se
de vez o uso das palavras aumento, majoração ou verticalização
, e passou-se a utilizar os anglicismos “outfitting”, uma forma
mais elegante e afetada, para dizer que os produtos passaram por um
“up” ou “lift”, que não passam de mera maquilagem de
modernização e, em razão disso, os preços foram aumentados, por
vezes, de forma escorchante.
As
instalações das empresas de saúde também passaram pela mesma
mudança; não melhoraram ou se renovaram (verbos pouco charmosos);
usando-se outros anglicismos, elas agora são “up-to-date” e
passaram por um processo de “outfitting”.
O
pronto, rápido e melhor atendimento nas dispendiosas propagandas na
mídia, é prestado por helicópteros e ambulâncias moderníssimas.
Nos
períodos pós-operatórios, os hospitais procuram manter os
pacientes o maior tempo possível nas UTIs que, obviamente, tem
custos muito mais altos que os quartos particulares.
Existem
planos para todos os gostos e bolsos, desde os que prestam um
serviço equiparável aos melhores do Mundo até aqueles cuja
assistência de massa pouco difere daquele que é prestado pela rede
pública.
Todos
esses fatores somados implicam em grande complexidade e exigem da
CASSI elaboradas e apuradas análises de custos e benefícios para
proporcionar aos seus associados o melhor padrão de serviços dentro
de suas limitações orçamentárias.
Essa
realidade nos leva, inevitavelmente, ao que passou a se denominar,
principalmente na UE, de derrocada do “Welfare State”, Estado do
Bem-Estar Social.
Ao
ler os magistrais artigos dos Colegas João Carlos Lago Neto , em
“CASSI-Preocupações de Lago Neto”, de 04.04.2014 e a
manifestação de Fernando Arthur Tollendal Pacheco, da mesma data,
temos uma amplitude real das mutações pelas quais passou a CASSI
desde sua criação.
Sugerimos
à CASSI, à AAFBB e à ANABB, a publicação em seus sites e em
suas publicações, desses importantes depoimentos que nos alertam e
nos levam a refletir sobre a situação presente pela qual passa a
CASSI.
Esses
testemunhos podem ser acessados na internet no blog “Olhar de
Coruja” ou no (bbfuncionarios), resumos 3253 e 3254.
Como
resultado da realidade apresentada por aqueles companheiros,
principalmente quando abordam o aviltamento salarial impingido pelo
PCS aos funcionários do BB admitidos a partir de 1997 (os pós-97,
que já são quase 60.000 servidores), a CASSI passou a sofrer, de
forma crescente , de desequilíbrio entre suas receitas e despesas.
Ademais,
grande parte desses funcionários admitidos a partir de 1997, já são
casados e trazem dependentes para também serem assistidos pela
CASSI.
Por
outro lado, com o falecimento de funcionários mais antigos, a
situação financeira da CASSi só tende a ficar mais limitada.
Para
culminar, agora somos defrontados com a perda do BET, que veio
impactar ainda mais as disponibilidades financeiras da CASSI.
A
CASSI tem de ser muito ágil e criativa para sobreviver em meio a
tantas intempéries.
Existe
a possibilidade de que a CASSI venha a promover no Rio de Janeiro, já
na segunda quinzena de maio, outro simpósio nos moldes do Encontro
que foi promovido em 15.08.2013, no Auditório do Banco do
Brasil/SEDAN, Centro RJ.
Esse
foi um evento de absoluto sucesso.
Naquela
oportunidade, a Diretora da CASSI de Planos de Saúde e
Relacionamento com Clientes, Companheira Mirian Fochi, em um
desempenho brilhante, fez, por horas, uma apresentação detalhada
do funcionamento , da estrutura e da problemática geral da nossa
Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil - CASSI.
O
público, composto de funcionários do BB, da ativa e aposentados,
representantes sindicais e de associações de funcionários,
gerentes e funcionários da CASSI-Rio , integrantes do Conselho de
Usuários da CASSI e, inclusive, da imprensa, teve participação
ativa naquele debate.
Questionamentos
e perguntas de toda ordem foram plenamente explanados e respondidos
de forma objetiva e sincera.
Nada
foi camuflado e nem tergiversado, e nada deixou de ser discutido e
aplanado.
Outros
representantes da CASSI , que compunham a mesa, entre os quais
destacamos as figuras de Loreni de Senger, Conselheira Deliberativa
da CASSI e Douglas Leonardo Gomes, Coordenador do Conselho da
CASSI-RJ, colaboraram de forma inestimável com a principal
apresentadora do evento, Sra. Mirian Fochi, com esclarecimentos mais
detalhados sobre aspectos singulares e específicos relacionados com
a instituição.
Alertamos
todos os companheiros para que estejam atentos para a confirmação
de sua presença nesse encontro de extraordinária valia e que
poderia ser classificado, sem qualquer exagero, como um evento
imperdível.
Considerem-se
absolutamente certos de que todos se sentirão plenamente
satisfeitos e gratificados ao comparecer a um encontro dessa
magnitude, o qual ampliará nossa visão sobre a CASSI, que tem um
papel de fundamental importância na nossa vida e na de nossos
familiares.
Adaí
Rosembak
Associado
da AAFBB e ANABB
Transcrição
de “A CASSI e o Pós-BET” , de 22.03.2014:
22.03.2014
A CASSI
e o Pós-BET
“O
mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito”.
Peter
Drucker
Independentemente
das eleições que ocorrerão na CASSI, uma medida absolutamente
oportuna a ser promovida por aquele órgão, no presente momento ,
seria um novo simpósio nos moldes do encontro que foi promovido em
15.08.2013, no Auditório do Banco do Brasil/SEDAN, Centro/RJ, com a
Diretora de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, Sra.
Mirian Fochi, aberto a todos os funcionários do BB, ativos e
aposentados , representantes sindicais e de associações de
funcionários, gerentes e funcionários da CASSI-Rio, integrantes do
Conselho de Usuários da CASSI e, inclusive, a imprensa
especializada.
Foi uma
reunião muito objetiva e profícua em que foi feita uma
apresentação detalhada do funcionamento e da estrutura da CASSI,
das perspectivas de aperfeiçoamento e ampliação do sistema de
atendimento aos usuários com uma atenção maior para as
localidades distantes no interior do país.
O debate
foi franco e propiciou esclarecimentos sobre diversas dúvidas e
problemas que os usuários comumente se defrontam no relacionamento
com a CASSI e que, muitas vezes, não entendem por falta de
esclarecimentos mais aprofundados sobre a política de atuação
da CASSI, como os que foram prestados naquele evento.
Aspectos
importantes, variados e complexos, que fogem às limitadas
instruções de um manual de serviços, além de dúvidas e casos
singulares, foram detalhados e debatidos.
Enfim,
uma vasta e complexa gama de assuntos foi abordada e discutida,
mostrando porque, apesar de todos os desafios , a CASSI,
indiscutivelmente, é o melhor e mais abrangente plano de
assistência de saúde existente no Brasil dentro de seus custos e da
amplitude de serviços prestados.
Muitas
acusações infundadas e sem embasamento, expostas na internet, foram
desmistificadas, tais como a limitação de serviços e a carência
de instituições médicas credenciadas.
Foi
mostrado que a CASSI pode se orgulhar de prestar uma excelente e
ampla assistência médica, fornecimento de medicamentos, além de
contar com uma ampla rede credenciada de instituições
hospitalares e, eventualmente, ainda recorrer a alguns dos seletos
centros hospitalares do Brasil.
Mas, um
dos aspectos mais importantes abordados naquela reunião, foi a
perspectiva de perda da contribuição à CASSI, proveniente do BET,
fundamental para que a instituição continuasse a usufruir de
recursos financeiros suficientes para prestar uma excelente prestação
de serviços aos seus associados.
Naquela
oportunidade, os companheiros Douglas Leonardo Gomes, Coordenador do
Conselho da CASSI-RJ e Loreni de Senger, Conselheira Deliberativa da
CASSI, que compunham a mesa, já antevendo o que poderia ocorrer com
a perda da contribuição à CASSI relativa ao BET,
premonitoriamente, alertaram os presentes àquele conclave que
mudanças drásticas teriam de ser feitas para enfrentar a perda de
receita tão significativa para a saúde financeira da CASSI,
situação que já se vislumbrava para um médio prazo.
A perda
do BET veio muito antes do que se havia programado.
E veio de
supetão, de forma fria, e sem qualquer escalonamento que permitisse
aos usuários se adequarem gradativamente à perda de sua renda,
provocando a inadimplência nas finanças de muitas famílias.
Todos
ainda estão abalados e ainda não conseguiram aquilatar nem
assimilar a real dimensão das perdas e o impacto do choque em suas
vidas.
A temível
letra T de “temporário” , após tão longo tempo de recebimento
daquele benefício, passou desapercebida para muitos que, premidos
pelo atendimento de necessidades e de novos padrões de consumo,
incorporaram aquele benefício temporário à sua renda mensal, de
forma a atender aos novos compromissos assumidos.
Na
CASSI, a perda da contribuição relativa ao BET, vai gerar sérios
desequilíbrios financeiros que comprometerão projetos em
andamento e futuras metas de atuação, que irão atingir
profundamente a vida dos associados.
É muito
difícil planejar cortes na área de saúde sem afetar a vida dos
usuários.
Os cortes
de despesas na área burocrática e administrativa com a introdução
de serviços informatizados mais sofisticados e novas técnicas de
gestão , não são de resultado imediato, pois dependem de tempo
necessário para a introdução dessas novas tecnologias e
treinamento de pessoal , além de dispêndios iniciais vultosos para
a aquisição de novos equipamentos.
Limitar
atendimentos médicos, intervenções cirúrgicas ou fornecimento de
medicamentos, também são objetivos difíceis, senão inviáveis de
alcançar e que, seguramente, vão gerar ações e reações
negativas por parte dos usuários, com consequências funestas para a
imagem da instituição.
Por outro
lado, cada vez mais são criados novos procedimentos médicos que
exigem novas baterias de exames sofisticados e dispendiosos.
Ademais,
em conversa informal com a companheira Loreni de Senger, ela
confessou que o impacto da perda do BET, como consequência, pode
gerar novos problemas de saúde causados por estresse emocional, em
razão do descontrole financeiro na vida de muitos associados, o que
geraria novos gastos com assistência médica.
Todos
esses problemas somados se constituem em um desafio colossal, que
exigirá planejamento sério e racional , profundo conhecimento e
vivência na área, e muito trabalho por parte da nova
administração a ser eleita para a CASSI nas próximas eleições.
Os
candidatos das chapas concorrentes devem promover simpósios e
debates para discussão de suas propostas diretamente com os
associados.
Já os
associados devem estar atentos às diversas propostas apresentadas
pelos candidatos das chapas em disputa , selecionando aquelas
pautadas em projetos sérios, viáveis e com real embasamento para
sua consecução e descartando metas inalcançáveis e sem
viabilidade, que denunciariam oportunismo, despreparo e
demagogia de eventuais candidatos.
Essa
forma de apresentação das chapas, forçará a que seus candidatos
se preparem a fundo para tais debates, frente a frente com os
usuários que, nesse momento, deverão confrontar os debatedores e
explorar todas as brechas e oportunidades na defesa de seus
interesses na CASSI.
Porisso,
repetimos, seria de fundamental importância que a CASSI promovesse
novos encontros na forma do conclave de 15.08.2013, para que os
associados se inteirassem da atual situação da CASSI,
principalmente depois da extinção do BET.
É
fundamental que a administração da CASSI apresente ao quadro
social as medidas que estão sendo tomadas e outras que ainda o
serão, para o equacionamento dos problemas surgidos com a perda da
contribuição à CASSI relativa ao BET.
Essa
iniciativa da CASSI ajudará e preparará os associados para essa
nova realidade e para uma escolha criteriosa dos candidatos mais bem
preparados para gerir o órgão e enfrentar essa situação adversa.
Adaí
Rosembak
Associado
da AAFBB e ANABB
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