Este artigo é de autoria do Colega
José Madeira Basto, advogado e funcionário aposentado do BB
Pelo visto, parece que agora todos
começam a perceber que não adianta cada uma das associações, de
per si, tomarem a iniciativa de ações judiciais, as quais, como diz
o Gilberto Santiago, “sempre são rechaçadas pelo judiciário”,
em que pese o nosso bom direito.
O fato é que todas as ações até
hoje intentadas pelas diversas associações sofreram derrotas ou
foram rechaçadas pelo judiciário em razão da inobservância
gritante dos requisitos formais aos quais todos os processos estão
subordinados e que são prévia e compulsoriamente examinados pelos
Magistrados antes do julgamento do mérito, como
a legitimidade das partes, o
interesse de agir, a inobservância de Lei Especial, competência
jurisdicional do Tribunal ou Juízo etc., etc., tudo na forma do
Código de Processo Civil.
Em caso de descumprimento de qualquer
dos requisitos formais, estará o processo, portanto, em desacordo
com a Lei Processual (CPC) e o Juiz não adentrará ao seu mérito,
ou seja, não apreciará o seu mérito, que é o cerne da questão e
representa o objetivo maior de qualquer processo que busca alcançar
um direito material questionado.
Portanto, na ausência de cumprimento
de qualquer dos pressupostos processuais, o Magistrado determina a
extinção integral do processo, sem julgamento do seu mérito,
decisão esta, contra a qual não caberá qualquer recurso.
Sobre tal questão, em várias
oportunidades me manifestei aos colegas, chamando a atenção de que
as diversas ações intentadas por várias associações estavam
fadadas ao insucesso em razão de terem sido formuladas de forma
errada, o que me rendeu ataques e até ameaças por parte de pessoa
ligada às associações.
Sobre o “clamor popular” defendido
no texto, penso que vem muito tardiamente, já que a mobilização
dos aposentados fora sugerida por mim a uma das associações por
ocasião das manifestações populares de julho/2013, tendo a mesma,
de inopino, sido rejeitada sob os argumentos de que éramos todos
muito idosos e que, poderíamos ser tachados de marajás, causando-me
até alvissareira surpresa ver um dirigente de associação, pela
primeira vez, pregar abertamente, como lição a ser seguida, um
movimento popular.
Agora, sim, percebe-se que dirigentes
de associações começaram a se dar conta de que a dilapidação
sistemática do patrimônio da PREVI, sem a imediata reação com
medidas judiciais corretas, adequadas, concretas e efetivas que
possam bloquear os avanços sobre os ativos do nosso Fundo de Pensão,
o levará, em curtíssimo prazo, à extinção e que, a reboque de
seu desaparecimento, também, desaparecerão todas as Associações
que congregam aposentados, pensionistas e ativos do BB.
No entanto, observo que não basta a
união das Associações. É preciso, também, que todas as atitudes
em defesa dos seus associados sejam igualmente unificadas, passando a
serem uníssonas as vozes de seus dirigentes e, especialmente, de
seus associados, bem como a URGENTE tomada de medidas
acautelatórias e assecuratórias dos seus direitos.
Desta forma, impõe-se, dentre outras
medidas, a escolha de profissionais habilitados e principalmente
qualificados para patrocinar as ações judiciais necessárias e que
venham a ser propostas como forma de preservar os direitos dos
associados junto a PREVI.
Não se deve e não se pode entregar as
questões relativas a direitos patrimoniais dos participantes e
associados da PREVI a um profissional qualquer, pelo simples fato de
ser ele amigo ou indicado por amigos/conhecidos de dirigentes das
associações e lá mantidos sob frágeis argumentos subjetivos, a
exemplo de, “serem da mais absoluta confiança” ou, de
“terem sido sabatinados” por tais dirigentes, já que estes não
detêm conhecimento técnico-jurídico desta complexa área para
avaliar o desempenho de tais profissionais.
Para solucionar tal questão, deveriam
ser convocados, exclusivamente, advogados aposentados
que tenham feito parte do Quadro Jurídico das diversas
Assessorias Jurídica Regionais do BB e que não estejam vinculados
ao BB ou suas Subsidiárias, PREVI ou suas Participadas, Órgãos
Governamentais, Partidos Políticos e Organizações Sindicais,
com a finalidade de formação de um comitê de assessoramento e
aconselhamento jurídico, independente, com a função de escolher
profissional ou profissionais tecnicamente capacitados para ajuizar e
conduzir as ações judiciais necessárias, as quais serão
acompanhadas, permanentemente, por dito comitê, a nível nacional.
Insistir nas mesmas práticas erradas
até agora usadas, as quais somente oneram os associados com
recolhimento de taxas para sustentar demandas inócuas e que
nenhum êxito alcançam, a exemplo de todas até aqui ajuizadas por
diversas associações, é colocar em risco o direito não só
daqueles que são seus associados mas, também e principalmente, o
direito daqueles colegas que não fazem parte da associação
demandante, eis que, qualquer decisão de mérito que seja
prejudicial a ela, formará jurisprudência contra todos,
indistintamente.
José Madeira Basto
Nem foi preciso pesquisar a composição do CD da Previ de 2005 a 2008.
ResponderExcluirEstava aqui mesmo no seu blog, no post de 12/08 por título uma contribuição do companheiro EDGARDO REGO.
Mas, o sr. tem razão. Porém, uns mudam outros não. A remuneração variável existe desde 2005 e foi modificada pelo Banco com a aprovação do CD da Previ em 2008.
Caro Anônimo,
ExcluirVocê tem razão. Está tudo lá.
Foi falha minha.
Mas já pesquisei na internet e não achei o tal acordo entre o BB e a Previ de 2005.
Você tem cópia desse acordo?
Eu lhe agradeço se me mandar.
Grato
Adaí Rosembak
Que acordo seria esse? Foi assinado pela PREVI e Banco do Brasil. Adivinhem que o assinou? Ora, ora! Os próprios interessados. Simples assim. Como disse um colega: "Farinha pouca, meu pirão primeiro"
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ExcluirVocê tem cópia do acordo?
Ninguém leu, ninguém viu.
Um acordo informal entre a PREVI e o BB? Em que bases?
Realmente muito estranho.
Realmente é ininteligível o pq de tanta gente gabaritada ser roubada sem reação a mesma altura. Certamente o motivo seja que tais pessoas, por suas habilidades, não dependam do benefício pago pela Previ. Àpenas uma fonte de renda a mais...
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ExcluirDiscordo. Acho que os associados e pensionistas da PREVI estão pressionando as associações na luta pelos seus direitos.
Acesse os blogs e você verá inúmeros comentários de protestos.
A FAABB, a ANABB, a AAFBB e outras associações estão se reunindo e pressionando autoridades do Judiciário e do Congresso para que as coisas mudem.
Não é fácil. É uma corrida incessante de obstáculos.
É isso.
Abração
Excelente a sugestão de um comitê permanente formado por advogados que atuaram no BB porque não basta conhecer o direito mas também a longa tragetória de ilegalidades da Previ.Esse comite trataria nossas questões com conhecimento e medidas corretas para evitar o que está acontecendo: várias ações, palpites e medidas que não dão em nada.
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ExcluirSuas palavras coincidem com o que o companheiro Madeira Basto falou.
Agora é preciso que esta ideia seja aceita pelas associações que vão efetivamente entrar com as ações.
O assunto é um tanto complexo.
Como é que seria? Um grupo fechado que analisaria a condução das propostas e a capacidade e estrutura dos causídicos e seus escritórios ?
Muitos poderiam acusar o grupo de estar protegendo algum advogado, ter algum interesse, etc.
Acho que a melhor solução é que um grupo de advogados, em um comitê, submeta o assunto aos conselheiros em uma assembléia para, em conjunto, tomarem a melhor decisão em relação ao assunto.
Um abraço
Adaí Rosembak
Dr. Basto e Adaí,
ResponderExcluirExcelente post. Brilhante e acertada afirmação. Um COMITÊ NOSSO, interessado e voltado para NOSSAS demandas.
Que nossas ações sejam patrocinadas por advogados especialistas e competentes.
Parabéns
Caro Anônimo,
ExcluirA resposta que dei anteriormente atende perfeitamente ao que você coloca em seu comentário.
Um abraço
Adaí Rosembak
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirAnônimo,
ExcluirEste é um blog de espírito democrático.
Acolhemos todo tipo de comentários e procuramos promover o choque de ideias, mas não aceitamos desrespeito entre as partes e nem palavras de baixo calão.
Nas próximas vezes que quiser nos acessar tenha postura e a hombridade de se identificar.
Adaí Rosembak