quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A CASSI e o Pós-BET

O mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito”.
Peter Drucker

Independentemente das eleições que ocorrerão na CASSI, uma medida absolutamente oportuna a ser promovida por aquele órgão, no presente momento , seria um novo simpósio nos moldes do encontro que foi promovido em 15.08.2013, no Auditório do Banco do Brasil/SEDAN, Centro/RJ, com a Diretora de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, Sra. Mirian Fochi, aberto a todos os funcionários do BB, ativos e aposentados , representantes sindicais e de associações de funcionários, gerentes e funcionários da CASSI-Rio, integrantes do Conselho de Usuários da CASSI e, inclusive, a imprensa especializada.
Foi uma reunião muito objetiva e profícua em que foi feita uma apresentação detalhada do funcionamento e da estrutura da CASSI, das perspectivas de aperfeiçoamento e ampliação do sistema de atendimento aos usuários com uma atenção maior para as localidades distantes no interior do país.
O debate foi franco e propiciou esclarecimentos sobre diversas dúvidas e problemas que os usuários comumente se defrontam no relacionamento com a CASSI e que, muitas vezes, não entendem por falta de esclarecimentos mais aprofundados sobre a política de atuação da CASSI, como os que foram prestados naquele evento.
Aspectos importantes, variados e complexos, que fogem às limitadas instruções de um manual de serviços, além de dúvidas e casos singulares, foram detalhados e debatidos.
Enfim, uma vasta e complexa gama de assuntos foi abordada e discutida, mostrando porque, apesar de todos os desafios , a CASSI, indiscutivelmente, é o melhor e mais abrangente plano de assistência de saúde existente no Brasil dentro de seus custos e da amplitude de serviços prestados.
Muitas acusações infundadas e sem embasamento, expostas na internet, foram desmistificadas, tais como a limitação de serviços e a carência de instituições médicas credenciadas.
Foi mostrado que a CASSI pode se orgulhar de prestar uma excelente e ampla assistência médica, fornecimento de medicamentos, além de contar com uma ampla rede credenciada de instituições hospitalares e, eventualmente, ainda recorrer a alguns dos seletos centros hospitalares do Brasil.
Mas, um dos aspectos mais importantes abordados naquela reunião, foi a perspectiva de perda da contribuição à CASSI, proveniente do BET, fundamental para que a instituição continuasse a usufruir de recursos financeiros suficientes para prestar uma excelente prestação de serviços aos seus associados.
Naquela oportunidade, os companheiros Douglas Leonardo Gomes, Coordenador do Conselho da CASSI-RJ e Loreni de Senger, Conselheira Deliberativa da CASSI, que compunham a mesa, já antevendo o que poderia ocorrer com a perda da contribuição à CASSI relativa ao BET, premonitoriamente, alertaram os presentes àquele conclave que mudanças drásticas teriam de ser feitas para enfrentar a perda de receita tão significativa para a saúde financeira da CASSI, situação que já se vislumbrava para um médio prazo.
A perda do BET veio muito antes do que se havia programado.
E veio de supetão, de forma fria, e sem qualquer escalonamento que permitisse aos usuários se adequarem gradativamente à perda de sua renda, provocando a inadimplência nas finanças de muitas famílias.
Todos ainda estão abalados e ainda não conseguiram aquilatar nem assimilar a real dimensão das perdas e o impacto do choque em suas vidas.
A temível letra T de “temporário” , após tão longo tempo de recebimento daquele benefício, passou desapercebida para muitos que, premidos pelo atendimento de necessidades e de novos padrões de consumo, incorporaram aquele benefício temporário à sua renda mensal, de forma a atender aos novos compromissos assumidos.
Na CASSI, a perda da contribuição relativa ao BET, vai gerar sérios desequilíbrios financeiros que comprometerão projetos em andamento e futuras metas de atuação, que irão atingir profundamente a vida dos associados.
É muito difícil planejar cortes na área de saúde sem afetar a vida dos usuários.
Os cortes de despesas na área burocrática e administrativa com a introdução de serviços informatizados mais sofisticados e novas técnicas de gestão , não são de resultado imediato, pois dependem de tempo necessário para a introdução dessas novas tecnologias e treinamento de pessoal , além de dispêndios iniciais vultosos para a aquisição de novos equipamentos.
Limitar atendimentos médicos, intervenções cirúrgicas ou fornecimento de medicamentos, também são objetivos difíceis, senão inviáveis de alcançar e que, seguramente, vão gerar ações e reações negativas por parte dos usuários, com consequências funestas para a imagem da instituição.
Por outro lado, cada vez mais são criados novos procedimentos médicos que exigem novas baterias de exames sofisticados e dispendiosos.
Ademais, em conversa informal com a companheira Loreni de Senger, ela confessou que o impacto da perda do BET, como consequência, pode gerar novos problemas de saúde causados por estresse emocional, em razão do descontrole financeiro na vida de muitos associados, o que geraria novos gastos com assistência médica.
Todos esses problemas somados se constituem em um desafio colossal, que exigirá planejamento sério e racional , profundo conhecimento e vivência na área, e muito trabalho por parte da nova administração a ser eleita para a CASSI nas próximas eleições.
Os candidatos das chapas concorrentes devem promover simpósios e debates para discussão de suas propostas diretamente com os associados.
Já os associados devem estar atentos às diversas propostas apresentadas pelos candidatos das chapas em disputa , selecionando aquelas pautadas em projetos sérios, viáveis e com real embasamento para sua consecução e descartando metas inalcançáveis e sem viabilidade, que denunciariam oportunismo, despreparo e demagogia de eventuais candidatos.
Essa forma de apresentação das chapas, forçará a que seus candidatos se preparem a fundo para tais debates, frente a frente com os usuários que, nesse momento, deverão confrontar os debatedores e explorar todas as brechas e oportunidades na defesa de seus interesses na CASSI.
Porisso, repetimos, seria de fundamental importância que a CASSI promovesse novos encontros na forma do conclave de 15.08.2013, para que os associados se inteirassem da atual situação da CASSI, principalmente depois da extinção do BET.
É fundamental que a administração da CASSI apresente ao quadro social as medidas que estão sendo tomadas e outras que ainda o serão, para o equacionamento dos problemas surgidos com a perda da contribuição à CASSI relativa ao BET.
Essa iniciativa da CASSI ajudará e preparará os associados para essa nova realidade e para uma escolha criteriosa dos candidatos mais bem preparados para gerir o órgão e enfrentar essa situação adversa.


Adaí Rosembak
Associado da AAFBB e ANABB

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